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FORMAS DE DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO

No documento Divórcio Impositivo (páginas 30-34)

3.2.1 Pela morte

As formas de dissolução estão elencadas no artigo 1.571 do Código Civil, a qual a morte, incluindo a forma presumida por ausência então no inciso I do referido artigo. (BRASIL, CC, 2020).

Essa forma, ela extingue a sociedade conjugal como também o casamento, ou seja, o vínculo matrimonial, dissolvendo o casamento consequentemente a sociedade conjugal também tem o seu fim.

Sobre essa forma de dissolução diz Venosa (2019, p. 2847):

[...] fica bem claro que a separação judicial tinha por objeto terminar a sociedade conjugal, mas o vínculo do casamento somente dissolve-se pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio. É exatamente essa afirmação que consta do § 1º, o qual acrescenta que se aplica a presunção estabelecida no Código para o ausente.

Tratando sobre a morte presumida, conceitualmente se dá pela ausência, que é positivada nos artigos 6º e 22 do Código Civil, com isso minimizou os problemas com relação ao ausente, pelo fato de não ser necessário propor ação de divórcio. (BRASIL, CC, 2020).

O Código Civil de 1916, não havia essa possibilidade, no artigo 315, § único, dizia: “O casamento valido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges, não se lhe aplicando a preempção estabelecida neste Código.”, independente do tempo de ausência não influenciaria na dissolução dos cônjuges, o que poderia tornar um entrave para um futuro casamento. (BRASIL, CC, 1916).

3.2.2 Nulidade ou anulação do casamento

O casamento é realizado seguindo alguns requisitos já descritos neste trabalho. São requisitos legais que devem ser seguidos para que o casamento tenha validade jurídica, e com isso ter os efeitos desejados pelos consortes contraentes, Gonçalves (2018, p. 104) diz: “A nulidade ou a anulação do casamento rompem o vínculo matrimonial, extinguindo a sociedade conjugal e permitindo que os cônjuges se casem novamente”

Se não forem observados os requisitos, o casamento pode vir a ter alguns vícios, que porventura poderá torná-lo nulo ou anulável. Para que o casamento seja nulo, ele foi contraído sem a observância de algum preceito fundamental, de ordem pública, notadamente com a incidência em uma hipótese de impedimento matrimonial, elencados no artigo 1.521 do Código Civil de 2002. (BRASIL, CC, 2002).

Já se a inobservância for de menor monta, estará disponibilizado para os interessados a possibilidade de anulação, segundo as causas de anulabilidade previstas no artigo 1.550 do Código Civil de 2002. (BRASIL, CC, 2002).

Trazendo a legislação, o nosso Código Civil de 2002, no artigo 1.548, inciso II, fala sobre a invalidade do casamento, pelo fato da infringência dos impedimentos matrimoniais, dizendo: “Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: I – [...] II - por infringência de impedimento.” (BRASIL, CC, 2002).

Com isso, acaba remetendo ao artigo 1.521, do Código Civil, a qual tratam dos impedimentos, o seu texto na íntegra diz os que não podem se casar:

Art. 1.521. Não podem casar:

I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta;

III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;

IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;

V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas;

VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. (BRASIL, CC, 2002)

Para então complementar, dita o artigo 1.522 do Código Civil, sobre o momento em que podem ser os impedimentos opostos, que são até a data da celebração do casamento, com a ressalva constante no parágrafo único, que fala que se o juiz conhecer de algum impedimento, é obrigado a declarar, segue o artigo 1.522 do Código Civil de 2002:

Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz.

Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo. (BRASIL, CC, 2002).

No que diz respeito a anulação do casamento, pode ser anulado o mesmo, bem como o seu vínculo matrimonial, quando advém de um vício prescrito como causa de anulabilidade.

Com efeito, segundo as legitimidades especificadas no Código Civil, pode-se entrar com uma ação específica visando reconhecer que a celebração do casamento foi eivada em vícios, as hipóteses que cabem a anulação do casamento estão no artigo 1.550, do Código Civil de 2002, que segue:

Art. 1.550. É anulável o casamento:

I - de quem não completou a idade mínima para casar;

II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal; III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;

IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;

VI - por incompetência da autoridade celebrante.

§ 1 o . Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 2 o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência). (BRASIL, CC, 2002).

A primeira hipótese é a constante no inciso I, que fala da idade mínima; já o inciso II, a qual fala da idade núbil, é quando não tem um representante legal. Vale ressaltar sobre a idade mínima que é de 16 anos para ambos os sexos, conforme dita o artigo 1.517, do Código Civil de 2002. (BRASIL, CC, 2002).

Com isso o casamento pode ser anulado, se a pessoa for menor de 16 anos, ou estar entre a idade de 16 e 18 anos, nesse caso se não tiver uma autorização do representante legal. Entretanto há sempre exceções, uma é sobre o casamento a qual resultou em uma gravidez, não se anulará, conforme consta no artigo 1.551, do Código Civil de 2002, que diz: “Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.” (BRASIL, CC, 2002).

Há a possibilidade de que confirme o casamento do indivíduo que ainda não completou a idade núbil, que seria os 16 anos, com a autorização do representante legal ou se for o caso de uma determinação judicial, assim que dita o artigo 1.553 do Código Civil de 2002. (BRASIL, CC, 2002).

Em se tratando da propositura da ação de anulação do casamento, importe comparar o Código Civil de 1916 com o de 2002, no que tange a legitimidade para a propositura da referida ação.

O Código de 1916, em seus artigos 213 e 190, legitimava além dos próprios cônjuges e seus representantes legais, também os parentes colaterais, em linha reta e de segundo grau, sendo consanguíneos ou afins. (BRASIL, CC, 1916).

O Código Civil de 2002, a atual legislação vigente, trata em seu artigo 1.552, que já limita para o próprio cônjuge, seus representantes e seus ascendentes, retirando os parentes colaterais. (BRASIL, CC, 2002).

3.2.2.1 Efeitos jurídicos

Ocorrendo a declaração de nulidade, o casamento acaba se tornando inválido desde a data de sua celebração, ou seja, efeitos ex tunc, conforme positiva o artigo 1.563 Do Código Civil de 2002, que segue: “Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado.” (BRASIL, CC, 2002).

Em resumo, o casamento é nulo assim que infringir algum princípio de ordem pública, estabelecido nas normas jurídicas.

Sobre os efeitos do casamento anulável, assim diz Diniz (2010, p. 280):

[...] o matrimônio anulável tem validade pendente resolutivamente, produzindo efeitos se o cônjuge ou a pessoa legitimada não propuser ação dentro do prazo decadencial previsto em lei. Decorrido este, sem propositura da ação anulatória, o casamento será automática e definitivamente válido. [...]

O casamento em que há a possibilidade de ser anulado, se as pessoas elencadas e legitimadas para propor a ação de anulação, não fizerem dentro do prazo legal do artigo 1.560 do Código Civil de 2002, o casamento se torna válido em definitivo. (BRASIL, CC, 2002).

No documento Divórcio Impositivo (páginas 30-34)

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