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Fragilidade erosiva em relação ao uso da terra

5. ESTUDO DE CASO: ANÁLISE GEOAMBIENTAL PARA ESTABELECER A

5.2 Aplicação da metodologia Geoambiental automatizada no município de

5.2.3 Resultados da metodologia geoambiental automatizada de análise erosiva do

5.2.3.2 Fragilidade erosiva em relação ao uso da terra

A fragilidade erosiva é uma relação entre as condições fisiográfica definidas pelas condições de relevo, litologias e solos e o uso e ocupação (FIGURA 43).

Figura 43. Mapa de Fragilidade Erosiva de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

As áreas com mais baixa fragilidade, ocorrem na porção NW do município, e estão relacionadas as áreas onde a vegetação natural arbórea é mantida. Situações de maior possibilidade de desenvolvimento do processo de erosão estão muito localizadas e restritas a áreas onde pequenas propriedades desenvolvem cultivos como milho fumo e cana-de-açúcar.

A baixa fragilidade corresponde às áreas de solos rasos e argilosos, desenvolvidos em rochas vulcânicas ocupadas por campo com uso de pecuária. Ocorrem associadas às áreas de muito baixa fragilidade na região NE e são as mais importantes na porção NW.

No município áreas com média fragilidade ocorrem no extremo NE-E e a NW, formado por solos em vulcânicas ou arenitos com contribuição de vulcânica onde os usos predominantes são de lavouras.

No extremo SE do município sobre um substrato de arenitos com maior matriz argilosa e camadas coesas devido a cimentação ocorrem condições de média a alta fragilidade devido ao intenso uso agrícola.

Associados ao substrato de arenitos com solos muito frágeis, que compõem a porção Central do município, condições de média fragilidade são dadas pela presença de uso com silvicultura, com vegetação em estágio avançado de desenvolvimento. Condições de médias as altas fragilidade ocorrem onde o campo está mantido e o uso de pecuária; condições altas de fragilidade se associam as áreas de lavouras e muito alta quando a cobertura do solos é muito baixa. Nessas áreas, associados a base de degraus de rocha e morrotes, no contato com solos friáveis, ocorrem ravinas e voçorocas.

A validação do mapeamento deu-se no trabalho de campo, realizado dia 27 de agosto de 2018. Neste foram coletados 3246 pontos de amostragem dentro do município, onde em 17 havia processos erosivos superficiais, especializados na figura 44.

O ponto três (FIGURA 45) encontra-se com 102 metros de elevação, coordenadas de latitude 692138 sul e longitude 6719104 oeste na formação Sanga do Cabral. O uso ao seu reder é de lavoura e pastagem, possuindo processo de ravinamento raso com fundo plano. Ocorrem pelo deslocamento associado a contato

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solo com a rocha. No mapa de fragilidade erosiva ele é menos representativo, sendo de fragilidade média uma vez que declividade é baixa e solo é argiloso (PvaCal).

Figura 44. Mapa de Fragilidade Erosiva com a espacialização dos pontos do trabalho de campo no município de São Francisco de Assis/RS, realizado em 27 de agosto de 2018.

Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Figura 45. Ponto de validação 03 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

O ponto quatro (FIGURA 46), com 136 metros de elevação, coordenadas de longitude 681792 sul e latitude 6724564 oeste, está localizado na formação Guará, seu entrono possui relevo de colinas com cornijas e morrotes de rocha arenítica mais resistente e uso da terra como campo nativo. Como o solo é arenoso, ocorrem processos erosivos lineares nas bases da cornija ao norte. O fluxo de água concentrado e a variação da resistência da rocha entre o topo coeso e a base friável propiciam o processo erosivo.

A fragilidade erosiva é representativa, uma vez que as combinação das variáveis de onde se encontra, como litologia – Formação Guará, declividade média e solos – LVd, elevam sua classe para médio-alta.

Figura 46. Ponto de validação 04 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

No ponto cinco (FIGURA 47) a elevação é de 148 metros, coordenadas de longitude 678239 sul e latitude 6725124 oeste. No entorno deste local ocorrem erosões lineares na base dos morrotes.

A fragilidade erosiva é média para alta, sendo representativa dentro do mapa final, uma vez que há uma combinação de variáveis de peso alto como litologia – Formação Guará, declividade de baixa a média e, solo – LVd.

Figura 47. Ponto de validação 05 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Já no ponto seis (FIGURA 48), a elevação é de 113 metros e possui coordenadas de longitude 675548 sul e latitude 6725738 oeste. Ao seu redor, ocorrem erosões em ravinas. O uso da terra predominante é campo e lavoura. Sua localização é próxima ao ponto cinco, desta forma, apresenta praticamente as mesmas condições de variáveis, sendo a declividade baixa do ponto seis a principal diferença.

Figura 48. Ponto de validação 06 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

No ponto oito (FIGURA 49) a elevação é de 129 metros, coordenadas de longtude 677649 sul e latitude 6726623 oeste. Nas redondezas ocorrem erosões lineares profundas, com processos erosivos ativos, que afetam a porção friável da rocha. O ponto esta localizando entre plantações de eucalipto que começaram a ser extraídos.

Apresenta praticamente as mesmas condições de variáveis que os pontos cinco e seis, sendo de fragilidade média a forte.

Figura 49. Ponto de validação 08 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

No ponto nove (FIGURA 50) a elevação é de 115 metros, coordenadas de longitude 677965 sul e latitude 6725164 oeste. Há um areal desenvolvido no topo da colina ao norte. Os usos ao redor são principalmente de lavoura e campo nativo com butiá-anão. Existem voçorocas desenvolvidas no contato dos limites que seguram as plantações ao sul (FIGURA 51-a) e há manchas de areia próximo a rodovia, também em campo nativo (FIGURA 51-b).

O mapa de fragilidade erosiva identifica o solo exposto como uma variável de peso alto e, desta forma, alerta que a área possui propensão maior para erosão. As demais variáveis também possuem peso alto como a litologia – Formação Guará, solos – LVd, uso – predominante de agricultura.

Figura 50. Ponto de validação 09 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Figura 51. a) As voçorocas no contato das plantações com o campo nativo; b) manchas de área em campo nativo.

Fonte: Trabalho de campo realizado em 27 de agosto de 2018. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

No ponto 11 (FIGURA 52) a elevação é de 114 metros, com coordenadas de longitude 662150 sul e latitude 6728383 oeste. Na porção oeste – noroeste – norte, há pequenas manchas arenosas no campo indicando a fragilidade do solo.

Em relação a representação no mapa de fragilidade erosiva, o ponto 11 possui uso de campo, amenizando a soma da fragilidade, contido as variáveis solos, e litologia são altas no ponto de análise.

Figura 52. Ponto de validação 11 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

No ponto 13 (FIGURA 53) a elevação é de 157 metros, com coordenadas de longitude 667342 sul e latitude 6730953 oeste. O ponto está localizado na formação Guará, e ao seu redor existem erosões lineares profundas e campos com pecuária (FIGURA 54-a) principalmente a nordeste - leste.

A representação no mapa de fragilidade erosiva ao redor do ponto 13 é amenizado pelo uso da terra ser em sua maioria de silvicultura e campo (FIGURA 54-b).

Figura 53. Ponto de validação 13 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Figura 54.a) erosão linear na colina e campos de pecuária; b) uso de campo de pecuária e silvicultura.

Fonte: Trabalho de campo realizado em 27 de agosto de 2018. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Os pontos 14, 15, 16 e 17, encontram-se muito próximos geograficamente, possuindo, segundo o mapa de fragilidade erosiva, semelhanças em suas variáveis. Os três pontos se encontram na Formação Guará, com solo Lvd e usos predominantes de campo e lavoura. Diferenciam-se relativamente pouco em relação a declividade que é de baixa a média. Desta forma apresentam uma fragilidade erosiva de média a alta.

No ponto 14 (FIGURA 55) a elevação é de 191 metros, com coordenadas de longitude 669111 sul e latitude 6732039 oeste. Há colinas ao norte do ponto, com manchas de areia (FIGURA 56).

Figura 55. Ponto de validação 14 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

a. b.

Campo de pecuária

Figura 56. Colinas com manchas de areia.

Fonte: Trabalho de campo realizado em 27 de agosto de 2018. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

No ponto 15 (FIGURA 57) a elevação é de 178 metros, com coordenadas de longitude 669779 sul e latitude 6732387 oeste. Há colinas ao norte do ponto com manchas de areia e campo de pecuária, além de ravinas junto aos morrotes e vegetação de florestas.

Figura 57. Ponto de validação 15 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

No ponto 16 (FIGURA 58) a elevação é de 171 metros, com coordenadas de longitude 660487 sul e latitude 6732836 oeste. Ocorrência de voçoroca em degrau a leste - sudeste intensificando a fragilidade (FIGURA 59).

Figura 58. Ponto de validação 16 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Figura 59. Voçoroca em degrau.

Fonte: Trabalho de campo realizado em 27 de agosto de 2018. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

No ponto 17 (FIGURA 60) a elevação é de 166 metros, com coordenadas de longitude 662260 sul e latitude 6733106 oeste. Ao norte há manchas de areia com plantações de eucalipto, associada à base de encosta erodida (FIGURA 61).

Figura 60. Ponto de validação 17 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Figura 61. Associação de encosta erodida com uso de silvicultura. Fonte: Trabalho de campo realizado em 27 de agosto de 2018. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

No ponto 18 (FIGURA 62) a elevação é de 158 metros, com coordenadas de longitude 663849 sul e latitude 6732883 oeste. Áreas de voçorocas ao sul do ponto, associadas a antigas plantações de eucalipto (foi cortada expondo a erosão) (FIGURA 63).

O ponto 18 se diferencia dos demais pontos próximos, pois ele tem ao sul uma macha de solo Rqo e, há solo exposto, resultado da extinção da silvicultura, como uso da terra resultando em uma mancha de fragilidade máxima.

Figura 62. Ponto de validação 18 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Figura 63. Áreas de voçoroca associadas a antigas plantações de eucalipto. Fonte: Trabalho de campo realizado em 27 agosto de 2018.

Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

No ponto 19 (FIGURA 64) a elevação é de 163 metros, com coordenadas de longitude 660603 sul e latitude 6733231 oeste. Ao leste do ponto há uso da terra é solo exposto/areais (FIGURA 65-a), formando voçorocas. Existe uma linha de eucalipto plantados junto ao areal para barrar a ação do vento (FIGURA 65-b).

O ponto 19 se encontra na Formação Guará. O ponto de fragilidade extrema localiza-se em uma macha de solo RQo, declividade média - alta e solo exposto. Já o entorno possui uso da terra misto de campo e agricultura, solo LVd e declividade baixa - média.

Figura 64. Ponto de validação 19 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Figura 65. a) Áreas de solo exposto/areais; b) eucaliptos usados como barreira para a ação do vento. Fonte: Trabalho de campo realizado em 27 de agosto de 2018.

Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Da mesma forma que os pontos anteriores, os pontos 20, 21 e 22 estão localizados muito próximos geograficamente. Estão sobre a Formação Guará, solo LVd, uso predominante de campo e agricultura e declividades de médias a baixas.

Sendo assim, a fragilidade erosiva destes pontos também é classificada de média a alta, sendo uma faixa de significativa fragilidade identificada no mapa.

Desta forma, o ponto 20 (FIGURA 66) de elevação 163 metros, está nas coordenadas de longitude 681196 sul e latitude 6736029 oeste. Seu redor possui, relevo de colinas com processo erosivo linear profundo.

Figura 66. Ponto de validação 20 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

O ponto 21 (FIGURA 67) tem elevação de 164 metros, com coordenadas de longitude 681343 sul e latitude 6737187 oeste. Há nordeste há processos erosivos na borda do serro e início de cultivo de silvicultura (FIGURA 68).

Figura 67. Ponto de validação 21 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Figura 68. Processo erosivo na borda do serro com início do cultivo de silvicultura. Fonte: Trabalho de campo realizado em 27 de agosto de 2018.

Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Já o ponto 22 (FIGURA 69) a elevação é de 175 metros, com coordenadas de longitude 681540 sul e latitude 6738101 oeste. Ao sudoeste do ponto há associação de cerros e colinas com erosões lineares diversas (FIGURA 70) aumentando a fragilidade erosiva local.

Figura 69. Ponto de validação 22 - município de São Francisco de Assis/RS. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Figura 70. Processos erosivos lineares na colina e no cerro. Fonte: Trabalho de campo realizado em 27 de agosto de 2018. Org.: LAGEOLAM/UFSM e; OLIVEIRA, Mariana Xavier de (2018).

Essas associações ajudam a validar o mapa de fragilidade erosiva quando, com ajuda do trabalho de campo indicam os lugares onde ocorrem processos de erosão como erosão linear ou voçorocas e esses são destacados no mapa em si. Os registros fotográficos ajudam a descrever os pontos de maior fragilidade ambiental.

Desta forma, afirma-se que o mapa de fragilidade erosiva é válido uma vez que, em campo, a fragilidade do meio é comprovada.