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Na história da humanidade, a mitologia e as lendas desempenham sempre um papel importantíssimo na cultura dos povos.

Assim, torna-se difícil diferenciar entre o que é verdadeiramente histórico e aquilo que é efetivamente lendário (ARAÚJO, 1984).

No Egito, a deusa Isis é tida como inventora das artes têxteis, já os gregos e os romanos atribuem a mesma invenção à Atena e Minerva, respectivamente. Já os Incas creditam tal feito a Mamacolla.

Porém, o registro histórico mais confiável que temos está nas páginas da bíblia. A bíblia fala a respeito de Adão e Eva se preocupando com a vestimenta logo após pecarem, assim, a preocupação com vestimenta vem desde o começo da história da humanidade, neste caso as roupas eram feitas de pele animal.

9 As fibras naturais começaram a ser fiadas e utilizadas bem depois disto, na fiação de fibras o processo era todo feito à mão e os primeiros utensílios de que temos registro, conhecidos como a Roca e o Fuso, datam de cerca de 4000 anos.

Entre 800 A.E.C. e 750 E.C. deu-se a mecanização do fuso, muito provavelmente na Índia. Essa roda ficou conhecida como “Charkha”.

Segue abaixo uma tabela (Tabela 1) com os principais inventos e inventores que contribuíram para o desenvolvimento da tecnologia da fiação

TABELA 1: PRINCIPAIS INVENÇÕES DA FIAÇÃO E SEUS INVENTORES.

ANO INVENTO INVENTOR

4000 AC APARECIMENTO DA ROCA DE FUSO

500 AC – 750 DC

ROCA DE FIAR INDIANA PARA FIBRAS CURTAS

1500 APERFEIÇOAMENTO DA ROCA DE FIAR LEONARDO DA

VINCI

1530 ROCA DE FIAR PARA FIBRAS LONGAS JOHAN JURGEN

1738 MÁQUINA DE FIAR DE CILINDROS LEWIS PAUL

1748 MÁQUINAS DE CARDAR LEWIS PAUL E

DANIEL BOURNE

1764 “JENNY” JAMES

HARGREAVES

1769 “WATER FRAME” RICHARD

ARKWRIGHT

10 CROMPTON

1775 CARDAÇÃO MECÂNICA RICHARD

ARKWRIGHT

1780 LAMINADOR PARA ESTIRAR FITAS RICHARD

ARKWRIGHT

1793 DESCAROÇADORA DE ALGODÃO ELI WHITNEY

1807 FIAÇÃO “OPEN-END” WILLIAMS

1820 TORCE COOKER

1825 AUTOMATIZAÇÃO DO MULE RICHARD

ROBERTS

1830 FIAÇÃO COM ANEL E VIAJANTE ADDISON,

STEPHENS E JENKS

1833 PENTEADEIRA CIRCULAR HOLDEN

1834 TORCE COM DIFERENCIAL SALADIN

1845 PENTEADEIRA RETILÍNEA

INTERMITENTE

HEILMANN

1912 DISPOSITIVO DE MOVIMENTAÇÃO

DIFERENCIAL PARA MULE AUTOMÁTICA

TAINE

1913 SISTEMA DE GRANDE ESTIRAGEM CASABLANCAS

1947 AUTOLEVELLER RAPER

11 Depois de feito o fio, inicia-se o processo conhecido como tecelagem, que, grosso modo, é o processo pelo qual se produzem os tecidos.

Pouco se sabe a respeito da origem da tecelagem, sendo impreciso e até mesmo um campo aberto a polêmicas. (ARAÚJO, 1984).

Por exemplo, existem evidências de processos de tecelagem na Mesopotâmia e Egito. Na Mesopotâmia 3000 A.E.C. aparece o tear vertical simples.

Outra forma de tecido são as malhas.

Não se sabe ao certo a origem do processo de malharia.

Sabe-se, porém, que o desenvolvimento da tecnologia de tricotagem teve início no fim do século XVI, podendo-se dizer que o objetivo de tal desenvolvimento era: o aumento da produtividade através da mecanização e simplificação dos processos.

Inicialmente, as máquinas que realizavam o processo de tricotagem eram denominadas teares circulares.

Depois do tecido feito, é necessário o tratamento final, muitas vezes, chamado de acabamento, enobrecimento ou beneficiamento do tecido, e é nesse segmento específico da cadeia têxtil que iremos nos ater um pouco mais, pois é onde será explorado em maiores detalhes o processo de eletroflotação.

A arte de repassar determinadas tonalidades e matizes a fios, tecidos e outros materiais por meio de corantes era conhecida e praticada antes dos dias de Abraão, e provavelmente é tão antiga como a arte de tecelagem.

Os processos de tingidura variavam de lugar em lugar. Às vezes tingia-se o fio, ao passo que em outros casos o corante era aplicado ao tecido. O fio era banhado duas vezes no corante, sendo espremido depois da segunda remoção do tanque, para que se pudesse conservar o valioso corante. O fio era então estendido para secar.

Cada tecido tinha de ser tratado de modo diferente. Às vezes, embora raramente, o corante tinha uma afinidade natural com a fibra a ser tingida, mas, quando isso não acontecia, era necessário tratar o tecido primeiro com um mordente, uma substância que possui atração tanto pela fibra como pelo corante. Para servir como mordente, a substância

12 precisa pelo menos ter atração pelo corante, para combinar com ele, a fim de formar um composto colorido insolúvel.

As descobertas revelam que os egípcios, que eram famosos pelos seus tecidos tingidos de cores especialmente brilhantes, usavam mordentes nos processos de tingidura. Por exemplo, o vermelho, o amarelo e o azul eram três das cores que eles usavam, e diz-se que esses corantes não podiam ter sido fixados sem o uso de óxidos de arsênico, ferro e estanho como mordentes.

Após o declínio do Egito, Tiro e outras cidades fenícias tornaram-se importantes centros de tingidura.

Sobre o tingimento, PERSPICAZ (1991) aborda o tingimento de tecido entre os Fenícios, a Fenícia era especialmente famosa por sua indústria de tintura de púrpura. Mantos de púrpura régia ou tíria obtinham os mais altos preços, pois, mesmo para poucos metros de tecido, eram necessários muitos milhares de moluscos múrices, os quais, cada um, produzia apenas uma só gota de corante.

O corante variava em matiz, dependendo de onde, ao longo das margens do Mediterrâneo, o molusco era apanhado, e este fato, junto com as habilidades especiais dos mestres-tintureiros fenícios, que freqüentemente usavam um processo de tingimento duplo ou triplo, resultava em muitas variedades de tecidos caros, procurados por pessoas de elevada posição e da nobreza.

DESPERTAI (2007) afirma que até a segunda metade do século 19, as substâncias usadas para tingir tecidos eram exclusivamente extraídas da natureza — como de plantas, insetos e mariscos. Por exemplo, a planta pastel-dos-tintureiros produzia um corante azul, o lírio-dos-tintureiros, um corante amarelo e a ruiva-dos-tintureiros, um corante vermelho. Um corante preto era feito da árvore pau-campeche, e um líquen chamado urzela produzia um corante violeta. O molusco múrex produzia um corante púrpuro muito caro, conhecido como púrpura tíria, ou púrpura-imperial. Esse corante tingia as vestimentas usadas pelos imperadores romanos.

Muito antes dos imperadores romanos, os ricos e as pessoas de destaque usavam roupas tingidas com substâncias naturais. Por exemplo, corantes vermelhos eram produzidos da fêmea do pulgão. Pelo visto, essa era a fonte dos corantes carmíneos usados

13 na mobília do tabernáculo do Israel antigo, bem como na vestimenta do sumo sacerdote dessa nação. DESPERTAI (2007).

Relacionado com materiais tingidos, é interessante a inscrição num prédio do rei assírio Tiglate-Pileser III. Depois de contar as suas campanhas militares contra a Palestina e contra a Síria, ele declara que recebeu tributo de certo Hirão, de Tiro, e de outros governantes. Os objetos alistados incluem “vestes de linho com enfeites multicoloridos, . . . lã tingida de azul, lã tingida de roxo, . . . também cordeiros, cujas peles esticadas eram tingidas de roxo, (e) aves silvestres, cujas asas estendidas eram tingidas de azul”. — Ancient Near Eastern Texts (Textos Antigos do Oriente Próximo), editado por J. Pritchard, 1974, pp. 282, 283.

Feito um fundo histórico da indústria têxtil é importante conhecer aspectos econômicos, a seguir alguns dados sobre o mercado têxtil no Brasil.