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O FUTURO DO MERCADO DE CARBONO NO BRASIL

No documento Mercado de carbono: uma nova realidade (páginas 53-68)

Garcia5 (2015) fala em como será o mercado de carbono no Brasil, especula-se a implementação de um mercado doméstico de compra e venda de créditos de carbono.

Para reforçar a tese, informa que existem pelo menos 15 países que já cobram impostos sobre a emissão de CO2 e que em 17 regiões do planeta o crédito

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de carbono já é uma commodity, transacionada em mercados criados para ajudar o setor privado a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.

Ele afirma também, que o Ministério da Fazenda possui um grupo de técnicos que está estudando essa possibilidade. Em outubro desse ano (2015) começará uma série de seminários para discutir o assunto, a fim de publicar um relatório para 2017, que orientará as decisões do governo, assim como a definição sobre quais setores que poderiam ser taxados ou submetidos a sistemas de mercado.

A economista Luiza Maia de Castro6, explica:

Uma taxa de carbono pode ser aplicada de um ano para o outro, mas um mercado, dada a complexidade de implementação, dificilmente se dará antes de 2020, justamente para reduzir os custos de mitigação.

A criação desse mercado diminuiria o custo de implantação de tecnologias para a redução de CO2 e outros gases, justificando que essa diminuição somente será possível com a criação do mercado de carbono e cita um exemplo para melhor compreensão:

Supondo que a indústria de um país seja obrigada a reduzir suas emissões em 20%, então, uma empresa siderúrgica podendo emitir somente 80% de suas emissões. Nesse modelo imaginou-se que seriam necessários investimentos de R$ 100 mil (comprando um forno mais eficiente, por exemplo) para atingir a meta estabelecida.

E que neste mesmo país, uma indústria de papel e celulose, também obrigada a reduzir suas emissões em 20%, com a diferença que ela conseguirá cumprir sua meta com investimento de R$ 20 mil, em função de diferenças técnicas. Se for do interesse dessa empresa ela pode reduzir suas emissões em 40% – dobro de sua meta – e decide vender o seu excedente de redução por exemplo para a empresa siderúrgica. Na negociação eles fecham a transferência dos créditos por R$ 60 mil, nesse caso ambos acabam ganhando, pois a siderúrgica cumpriu sua meta gastando menos e a indústria de papel auferiu resultado positivo com essa negociação.

O que não ocorreria se o mercado fosse voluntário (sem obrigatoriedade), pois a oferta de créditos seria bem maior que a demanda, gerando uma imperfeição no mercado de carbono.

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Economista, consultora ambiental Gitec – pesquisadora Coppe (Coordenação de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ).

Numa simulação para a Coope, a pesquisadora relatou que foi considerado um corte de 30% nas emissões do Brasil de 2010 a 2030 e, consequentemente o livre mercado reduziria o custo da mitigação de US$ 285 bilhões para US$ 62 bilhões, considerando um cenário de metas sem mercado.

Para completar esse cenário, Castro definiu o preço da tonelada de CO2 em torno de US$ 300, um valor muito acima do praticado no mercado atual. Citou o exemplo do sistema de comércio de emissões da União Europeia, primeiro a ser implantado no mundo, depois do advento do Protocolo de Quioto, que foi negociado em abril desse ano a meros US$ 8,00. Sendo que o mercado de Tóquio negociava a tonelada de CO2 no mesmo mês de abril a US$ 38,00. Falou, também, que na última década, o carbono ganhou o apelido de a pior commodity do mundo.

O economista Sérgio Margulis7 afirma:

O que está acontecendo nos mercados de carbono por enquanto é um balão de ensaio, não é pra valer. Uma tonelada de CO2 a US$ 8,00 não vai mudar nada. Para isso deveríamos estar falando de algo em torno de US$ 200.

A reportagem citou o caso da Irlanda que criou um imposto sobre o carbono, exclusivamente com fins de arrecadação, devido a uma grave crise econômica. Salientou, também, que essa política pública de aumento de impostos precisa ser muito bem calculada em função da eficiência ambiental. Pois, uma taxa muito abaixo do potencial de lucro obtido com a emissão de CO2, não atrairá os empresários, que não farão esforços para reduzir suas emissões, se for muito alto, poderá estrangular o setor produtivo.

Outra possibilidade a ser adotada futuramente pelos países nas relações comerciais será a taxação nas importações e exportações de produtos com alta taxa de carbono, ou seja, beneficiará produtos e ou serviços que tenham em seus processos de fabricação ou beneficiamento a adoção de políticas de baixo carbono.

Grandes líderes mundiais, e executivos de grandes empresas estão unindo forças para fixar um preço sobre o carbono. A exortação para definir o valor do carbono vem do Painel de Carbono, grupo convocado por Jim Yong Kim8 e Cristine

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Ex-secretário de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

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Lagarde9, para conduzir medidas mais severas e mais rápidas antes das negociações sobre o clima a ser realizada em Paris (BANCO MUNDIAL (WORLD BANK), 2015).

Em comunicado no site, através de sua assessoria de imprensa, o Presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, afirmou em nota:

Nunca houve antes um movimento global deste nível e com este grau de consenso, destinado a colocar um preço sobre o carbono. Ele representa um ponto de viragem, porque o debate sobre os sistemas econômicos necessários para o crescimento com baixa emissão de carbono serão passados para a implementação de políticas e mecanismos de determinação de preços que se traduzam em criação de emprego, crescimento limpo e prosperidade.

Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional, fez a seguinte declaração:

Os ministros das finanças deve elaborar reformas dos sistemas fiscal para levantar mais impostos sobre os combustíveis com alto teor de carbono e menos de outros impostos que incidem sobre o desempenho econômico, tais como aqueles incidentes sobre o trabalho e o capital. Deve avaliar o imposto de taxas sobre emissões de carbono vai ajudá-los a cumprir suas promessas de mitigação para a reunião de Paris e tirar as medidas necessárias para ajudar as famílias com baixos rendimentos vulneráveis ao aumento do preço das medidas de energia.

A Chanceler alemã Ângela Merkel, conforme documento do Banco Mundial, também argumentou:

As tecnologias de baixa emissão de carbono são ferramentas na luta contra a mudança climática global. Razoáveis e um mercado global de carbono promover o investimento nessas tecnologias favoráveis ao clima. Muitos governos já estão a colocar um preço sobre o carbono como parte de suas estratégias pra a proteção do clima. Devemos avançar nesta matéria para alcançar efetivamente o nosso objetivo de manter o teto de dois graus.

Das possibilidades possíveis futuramente para o mercado de carbono, na matéria de Garcia (2015), mas com menos chances de prosperar no Brasil é a tributação de carbono no país, baseando-se no modelo da Cide (Contribuição de intervenção de Domínio Econômico) dos combustíveis.

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Estudos revelam que deveria ser levado em conta o custo social do aquecimento global, na precificação da tonelada de carbono, por exemplo, um estudo do governo americano estipulou o valor de US$ 38,00 o custo social da tonelada de gás carbônico.

Citou ainda o estudo da Universidade Stanford, nos EUA, que aprimorou os cálculos considerando outros fatores, como recessão econômica, e chegou num valor de US$ 220,00 o custo social da tonelada.

Nenhuma das experiências mundiais que hoje tributam as emissões de CO2 chegam perto desse valor. A Suécia está em US$ 130,00 a tonelada, outros países nórdicos também criaram a tributação. Além desses países, o maior valor de uma taxa de carbono é na Irlanda, com US$ 22,00 a tonelada.

3 COP 21 DE PARIS (FRANÇA)

A conferência sobre mudança climática da ONU Paris 2015, de 30 de novembro a 11 de dezembro, é crucial porque o resultado esperado é um novo acordo mundial sobre as alterações climáticas, aplicável a todos.

O objetivo é construir uma “Paris Climate Alliance” (Aliança Climática de Paris) capaz de manter o aumento da temperatura média global abaixo de 2 º C em relação aos níveis pré-industriais e adaptar, nessas sociedades, a ruptura existente.

Esta aliança terá quatro componentes:

1 - A negociação de um acordo universal em conformidade com o mandato de Durban, que estabelece regras e mecanismos capazes de aumentar gradualmente a sua ambição a fim de manter dentro do limite de 2 ° C.

2 - A apresentação, de todos os países, das suas contribuições nacionais anteriores à COP 21, a fim de gerar uma dinâmica e demonstrar que todos os Estados estão a avançar, com base em suas realidades nacionais, na mesma direção.

3 - O aspecto financeiro, o que deverá permitir o apoio aos países em desenvolvimento e financiamento da transição para baixas emissões de carbono, as economias resilientes antes e depois de 2020.

4 - O reforço dos compromissos da sociedade civil e de intervenientes não governamentais e as iniciativas a fim de envolver todas as partes interessadas e começar a ações concretas antes da entrada em vigor do futuro acordo em 2020.

Este acordo deve ser:

- universal, celebrado por todos e aplicável a todos os países;

- ambicioso, para nos permitir ficar abaixo de 2º C e, portanto, enviar aos agentes económicos os sinais necessários para iniciar a transição para uma economia de baixo carbono;

- equilibrada entre mitigação e adaptação, que prevê recursos de implementação adequadas em matéria de financiamento, acesso às tecnologias, e capacitação;

- flexível, tendo em conta as situações, especificidades, necessidades e capacidades de cada país, incluindo os países menos desenvolvidos e os pequenos Estados insulares;

- sustentável e dinâmico, com uma meta de longo prazo em linha com o limite de 2ºC, para orientar e fortalecer a luta contra a mudança climática, com uma revisão periódica para aumentar o nível de ambição.

Esta Conferência está sendo considerada a mais importante da história de todas até agora já realizadas, devido aos resultados decepcionantes do Protocolo de Quioto, em que apenas 36 países foram signatários do segundo período de compromissos do Protocolo (2013-2020), gerando muitas incertezas quanto ao futuro do mesmo, ou na expectativa de que um novo acordo Global seja alcançado para o período posterior a 2020 (www.cop21.gouv.fr).

O ambientalista Luiz Gylvan Meira10 em entrevista destaca que a COP de Paris já é um sucesso, Meira aborda que para essa COP as coisas foram feitas com calma, cuja regra principal foi a apresentação, por escrito, das metas de cada país quanto as emissões de CO2, no futuro.

Na conferência será feita essa conta dos compromissos assumidos pelos países e avaliado o quanto falta para segurar o clima abaixo de 2ºC. Segundo Buckeridge11 (2015), em artigo, uma das partes cruciais da reunião em Paris está relacionada com os documentos que foram produzidos por 150 países. Estes documentos chamados de Contribuições Internacionais Nacionalmente Determinadas (do inglês, INDCs), representam mais de 90% das emissões atuais.

Quatro países atualmente representem mais da metade das emissões mundiais de carbono do mundo, China 28%, EUA 11%, União Europeia10% e Índia 7%; Buckeridge (2015) complementa que as INDCs são submetidas à organização da COP com antecedência, pois, os mesmos são documentos complexos que listam as ações a serem adotadas por cada país para diminuir suas emissões de GEE. São esses documentos que formam o foco central da Conferência, pois, o objetivo é formar um acordo que seja seguido por todos.

Nas INDCs fica claro as estratégias diferentes de cada país para cumprir suas metas de emissões; e a COP 21 pode propor mudanças importantes, pois há casos em que o esforço prometido não é tão grande.

O professor ainda comenta que a esperança de todos é que as INDCs tenham força jurídica internacional para que se possa fiscalizar como estão os

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Astrofísico e Ex-vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). 11

progressos das metas e que não há como punir quem não cumpri-las, acarretando o descontrole das mudanças climáticas.

A presidente Dilma Rousseff, em discurso na Conferência da ONU para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, em 28 de setembro de 2015, apresentou a INDC brasileira. A principal é que o país cortará 37% das emissões até 2025 e 43% até 2030, tendo como base o ano de 2005.

Para isto, o país adotará várias ações. Algumas delas são: 1) Aumentar a participação de bioenergia na matriz energética para 18% até 2030; 2) Fortalecer o cumprimento do código florestal; 3) Eliminar o desmatamento ilegal; 4) Restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030; 5) Ampliar a escala de sistema de manejo sustentável de florestas nativas; 6) Chegar a uma participação de 45% de renováveis na matriz energética em 2030, a partir dos 39% de hoje; 7) Aumentar em 10% os ganhos de eficiência do setor elétrico até 2030; 8) Expandir o uso de energias solar e eólica. O documento propõe métodos de implantação destas metas (MRE – Ministério das Relações Exteriores).

A presidente admitiu que o Brasil vai reduzir menos do que tem cortado, mas que isso é necessário para manter o crescimento econômico. As emissões brasileiras de gases de efeito estufa caíram 41% entre 2005 e 2012, fazendo com que o país cumprisse a meta assumida na COP-15 em Copenhague, em 2009 (META alta, mas corte menor contra aquecimento global. Zero Hora, Porto Alegre, 28 mar. 2015, p. 14).

As estratégias dos grandes emissores, com a intenção de burlar as metas, evidencia-se com os exemplos da União Europeia que pretende diminuir 40% das emissões até 2030, com base no que emitiam em 1990. Já os EUA prometem diminuir suas emissões em 27% até 2025 em relação a 2005, reduções que o autor considera pouco arrojadas, em função de serem os países mais avançados cientificamente e os mais ricos (BUCKERIDGE, 2015).

Com relação à Rússia o autor declara:

A Rússia é um caso curioso. Eles prometem diminuir as emissões em 70% até 2030, o que parece impressionante. Só que esta diminuição seria em relação ás emissões que eles tinham em 1990, quando ainda eram União Soviética. Ou seja, as emissões serão menores artificialmente, pois o tamanho do país mudou consideravelmente. Isto denota claramente uma estratégia para evitar, de fato, a diminuição.

Com relação à China, o maior emissor do planeta, ele diz que se comprometem em diminuir suas emissões em relação ao seu Produto Interno Bruto (PIB), prometem reduzir em 60% suas emissões até 2030, em relação a 2005, mas por unidade do produto interno bruto. Essa estratégia na realidade significa que até 2030 a China vai aumentar suas emissões e somente depois irá diminui-la. Sendo uma opção clara pelo crescimento e desenvolvimento em detrimento a questão climática.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo buscou estudar o mercado de carbono, conhecer o que ocasionou sua criação, seus principais atores, sua dimensão, seu estado atual e, sobretudo, entender se tal mercado é uma condição irreversível na realidade brasileira.

É importante salientar que as mudanças climáticas já estão causando graves problemas ao Planeta, afetando economicamente as nações, ganhando contornos irreversíveis se medidas urgentes não forem tomadas. Porém, tais medidas exigem mudanças de hábito de consumo e produção por parte da humanidade, o que está longe de ser de fácil execução.

Efetivamente, os cientistas apontam que as alternativas da humanidade estão diminuindo cada vez mais, sendo que o caminho principal passaria obrigatoriamente por uma escolha de economia descarbonizada ou de baixo carbono. Ora, isso significa mudar a matriz energética, do petróleo, para uma matriz renovável e mais limpa, o que nem todos têm condições de fazer ainda e, muito menos, estão convencidos de suas vantagens econômicas e sociais.

Outro caminho é diminuir o consumo de recursos naturais, que se efetivaria somente com a diminuição de produção de mercadorias, fato que está longe de ser trivial e aceitável no contexto do atual modelo de produção internacional.

Nesse contexto, o mercado de carbono surge como uma ferramenta que pode auxiliar as nações a atingirem seus objetivos em busca do desenvolvimento, tendo a sustentabilidade no horizonte.

Entretanto, há uma grande desconexão entre os discursos que dominam as conferências mundiais sobre Meio Ambiente e as ações praticadas pelas Nações que reflete direta e intensamente sobre o mercado de carbono, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (CQNUMC).

Essa distância entre o discurso e a prática gera um temor sobre o futuro do mercado de carbono, assim como em relação às políticas de implementação de baixo carbono. Afinal, o mercado do carbono pode estar sendo utilizado pelas nações desenvolvidas como um aval para continuarem poluindo, ao mesmo tempo que se impede o mundo subdesenvolvido de avançar com o uso da tecnologia existente, de forma que não se produza uma forte concorrência aos que já estão consolidados.

Isso não impede que se vislumbre um futuro promissor e duradouro para o mercado de carbono. Entretanto, para que se torne realidade, existem medidas que necessitam ser tomadas com urgência para que não se tenham consequências imprevisíveis na mudança climática mundial, afetando a todos e comprometendo o futuro das novas gerações.

Acredita-se que muitas das respostas virão no mês de dezembro de 2015, em Paris, por ocasião da reunião das partes na COP 21, considerada uma das mais importantes para o futuro dos mercados de carbono. Nessa conferência, se definirá qual o acordo que prevalecerá após 2020, quando finda o segundo período de avaliação do Protocolo de Quioto.

Uma das soluções para que o mercado de carbono volte a operar em sua plenitude e com sustentação, seria a aplicação de metas de redução para todos os países, cuja responsabilidade seria de todos, criando-se um gigantesco mercado demandante de créditos de carbono.

No caso do Brasil, existem avanços desde a implementação da Política Nacional de Mudanças Climáticas que criou as condições jurídicas necessárias em torno do assunto. Em vários ministérios do governo existem grupos de trabalho fazendo o desenho de um futuro mercado nacional de baixo carbono, fomentando o desenvolvimento do crédito de carbono para as operações de implantação dessa política pública nacional. Mas isso está longe de ser uma garantia de sucesso no processo de transição que o país necessitará passar para acompanhar o que se pretende implantar mundialmente.

Em termos mundiais, por outro lado, a grande questão que preocupa os diferentes dirigentes nacionais está em como proporcionar crescimento e desenvolvimento econômico em suas nações e, ao mesmo tempo, diminuir suas emissões de GEEs, já que a grande maioria das economias mundiais está baseada na queima de combustíveis fósseis e seus derivados. Além disso, a partir da crise de

2007/08 a maioria dos países relegou o desenvolvimento sustentável a um segundo plano, priorizando a retomada de suas economias e fragilizando o mercado de carbono.

Muitos pesquisadores, pensadores e formadores de opinião afirmam que somente com a inovação tecnológica se conseguirá suplantar as barreiras existentes no contexto da assimetria presente na ação de crescer economicamente, junto aos diferentes países, reduzindo suas emissões de GEEs.

De qualquer maneira, o mercado de carbono pode ter papel importante para o sucesso dessa política de governança, porém, não é a salvação para os desafios socioeconômicos presentes no mundo de hoje. Portanto, será preciso um cuidado especial com o mercado de carbono, que requer transparência e prestação de contas, seguindo os critérios da criação do crédito de carbono: (a) alta tecnicidade de seus processos e (b) auditorias por instituições altamente credenciadas.

Nesse contexto tem-se, especificamente, os Certificados de Emissões Reduzidas (CERs), que não podem ser emitidos por profissionais desqualificados, ou que tenham na especulação seu objetivo principal, contrariando a lógica do Protocolo de Quioto e de todos os acordos firmados cuja principal meta é o desenvolvimento sustentável.

Assim, os dirigentes nacionais devem dar condições para que o mercado de carbono se estabilize. É necessário que o mesmo seja forte e tenha boa estrutura, pois deve gerar recursos suficientes para suportar seus custos de implantação e manutenção, a fim de gerar benefícios sociais e ambientais.

A incerteza quanto ao futuro do mercado de carbono, por sua vez, é prejudicial e não dá segurança aos investidores e nem aos governos. Segurança essa tão necessária na hora de quebrar o paradigma e transformar suas economias

No documento Mercado de carbono: uma nova realidade (páginas 53-68)

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