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Essa turma ficou com esse nome porque no início do ano sempre relacionei cada nome dos alunos a nomes de pessoas famosas, jogadores, atores, atrizes, bailarinas e tivemos pouco tempo juntos para criação de outros nomes.

Em 2011 o Jardim Japonês chegou para uma nova turma de 2º ano, ansiosa para tocar na areia e deixar também ela escorrer entre os dedos. Também queriam construir pontes, lagos, ruas e principalmente deixar a areia cair no chão, muitas e muitas vezes, e foi exatamente isso que aconteceu no primeiro contato dessa turma com a areia. Claro que passamos pelo passo a passo da sedução, histórias, fotos, pesquisas, compra e doação do material necessário para a existência dele.

A criança em idade escolar não vai para escola porque gosta, ou porque saiba que é melhor para ela, vai porque é obrigada pelos pais, que são obrigados pela lei. Por isso acredito na necessidade de Sedução, a criança deve ser seduzida, para que o aluno veja a escola como o melhor local para estar na vida dele, e que qualquer falta seja motivo de tristeza. Que ir para a escola seja o seu desejo maior.

A sedução é necessária para a vida, para escolha de comida, amigos, amores, programas de televisão. Tudo passa por um processo de venda da imagem. Chegar na escola e ver um forma de pizza com areia colorida e uns brinquedos, já é uma atração maior do que uma sala com carteiras enfileiradas.

O ano de 2011 foi um ano complicado profissionalmente para mim e para essa turma de alunos. Foi o ano em que ingressei no Doutorado, no início do ano fui convidada pela equipe gestora da escola para ocupar o cargo de vice- diretora da noite e continuar um trabalho de inclusão que eu vinha fazendo com os adolescentes do período noturno, agora com nova cara e também foi o ano em que fui contemplada com uma Bolsa Sanduiche da Capes para o ano de 2012.

Ao aceitar o convite para assumir a vice direção, eu fiquei apenas o mês de fevereiro com a turma, em março chegou a nova professora e eu abandonei a turma por dois meses.

Iniciei o ano cursando as disciplinas: Sociologia da Infância e Seminário Avançado I. Foi na disciplina Sociologia da Infância que recebi o convite para ir estudar na Itália, convite feito pela Professora Dra. Ana Lúcia Goulart de Faria e comecei e me organizar para isso.

Apesar de gostar dos alunos do noturno, o trabalho com papéis me aborrecia, não consegui continuar o trabalho iniciado em 2010, sentia saudades do burburinho da sala de aula e também por conta da necessidade de organizar a viagem, resolvi voltar para a sala.

As mil utilidades do ferro

26/04/2011 Voltei hoje para a minha sala de aula, após um “estágio” sem graça como vice-diretora. Pipocas? Tinha aos montes, mas faltava sempre um olhar meu, de boa vontade para enxergá-las.

Confesso que estava com medo e um pouco ansiosa, mais de um mês longe deles, a “subs” de olhar calmo roubou-lhes o coração. Pensava eu, hoje há caminho da escola.

Primeira aula Ed. Física, observo de longe que cresceram, ficaram mais espertos e a insegurança aumenta. Vão para a sala e entro em seguida, logo recebo um abraço apertado de Nicole Kidmann que confessa sorrindo que estava com saudades da minha loucura, porque só eu sendo louca pra falar que sou de outro planeta.

Victor Hugo pergunta:

- Prô você conhece a Robona57 da novela? Ela também é robô, mas ela

fala bem devagar. - Por isso você não pode ser robô. - Rindo muito.

Respondi feliz, as mil perguntas que surgiram e percebi que para eles, eu só havia faltado demais, parece que sabiam que eu retornaria um dia.

Então fomos juntos reorganizando a nossa sala, do nosso jeito, Jardim Japonês, Blocos Lógicos58s, Bingo, Biblio, Lego gigante, Quebras

cabeça e outras coisas importantes que ficaram silenciadas nesse tempo. Na retomada da lição um pedido de Victor Hugo:

- Prô, vamos fazer texto? - Sorrindo e lembrando que afinal ele é o autor dos “Miseráveis”59.

E a empolgação chega com o título já dado por Kung Fu Panda:

- Vamos fazer “Se eu Fosse Ferro”. Adoro essa coisa de Se eu fosse..., então eles já tão “sussas”60 nessa parte.

Estranhei a ideia, recusei de início, tentei argumentar que queria primeiro fazer outra coisa, sem saber exatamente o que. Mas imaginava que com aquele texto61 a única ferrada seria eu, porque estão todo esse tempo

trabalhando famílias silábicas e ainda com duas alunas novas que começaram

57Personagem da novela Morde e Assopra de Walcyr Carrasco. Exibida em 2011 na Rede Globo

de Televisão. Assistida por todos os alunos da turma e a personagem preferida, vivida pela atriz Flavia Alessandra.

58 Uma caixa de blocos lógicos incompleta, que ia ser jogada fora e eu levei para a turma. 59 Victor Hugo tinha o mesmo nome do autor do livro “Os Miseráveis” e nunca esqueceu isso. 60 Gíria muito comum falada por eles e por todos os alunos da escola, significa sossegados. 61 Produção Escrita do Texto.

ontem. Além de pensar também que o tema era muito sem graça e esquecendo que o parafuso é meu alimento preferido.

Sem sucesso, resolvi ceder e já encontrei La Belle de Jour com as “folhinhas” 62na mão, passando de carteira em carteira falando: “deixa o

buraco virado pra janela”.63

E o texto teve início e conforme iam entregando, tive certeza que fiz a escolha certa, ao voltar para sala, apesar de todas as complicações/implicações/tal e tudo, causadas e fiquei feliz.

Descobri as mil utilidades do ferro e entendi que existem muitos ferros.

Kung Fu Panda num texto curto e lindo me conta que queria ser um ferro de passar roupas, entre a leitura e correções peço pra ele justificar o motivo e ele me fala:

- Nossa Prô vc nunca viu um ferro passando roupa! Ela fica certinha, brilhando e quentinha, eu acho lindo. Sempre vejo minha mãe passando e fico pensando nisso. Pensando bem acho que queria ser a roupa!

Pensei, será que a mãe dele vê assim a roupa que ta passando tb? Victor Hugo faz um texto engraçado, bem diferente do seu famoso romance e conta que se fosse um ferro, ia ficar bem longe da Prô porque ela é de Sedna e come ferro todo dia.

O Grande Capitão Rodrigo escreve que queria ser um ferro de soldar, pois assim ficaria o dia inteiro nas mãos do pai.

Percebi contente que de novo me enganei em relação aos meus pequenos terráqueos e que todos observam o cotidiano, cada um com um olhar mágico e único para o ferro.

A volta foi marcada pela alegria deles, percebida por mim nas brincadeiras que fizeram, na normalidade que me trataram quando pediram o texto, foi um pedido direto, parecendo que no dia anterior estávamos juntos. Ligar os ferros do texto com a família, um jeito sempre de procurar mostrar para a Robô de Sedna o que é a vida em família na Terra.

62 Eles gostavam de falar folhinhas, porque na realidade eram folhas de linguagem e pequenas

em relação as folhas de fichário.

No final de maio entrei em licença por conta de uma cirurgia, retornando só em outubro. O contato com essa turma e com o Jardim Japonês foi curto. Quando retornei no final de outubro, vi que o Jardim permaneceu na sala, enquanto os outros brinquedos (lego, blocos lógicos, dominó) e gibis haviam sido guardados em uma caixa na direção. Considerei uma vitória dos pequenos a permanência do jardim e o esquema montado para eles brincarem. Podiam retornar para sala de aula, após o recreio e brincarem com o Jardim.

No pouco tempo que ficamos juntos, essa turma me ensinou a saborear e a teatralizar a conversa e as brincadeiras que podiam vir delas, tudo virava cena e as cenas acompanhavam nossa rotina, não eram apenas de um dia, eram acrescentadas a outras nascidas em outros dias, em uma aula acontecia uma coisa engraçada, dias depois aquela piada era retomada, a aula era um grande teatro. Talvez fosse porque eu era uma Robô e eles famosos do mundo inteiro de todas as áreas.

Hoje penso que o teatro era usado para dar uma pausa na aula, sem que fosse preciso mudar bruscamente o que estávamos fazendo. A cena acontecia, todos participavam juntos, ríamos, brincávamos e em seguida estávamos de volta a lição ou a atividade anterior. Não era como sair de um lugar e ir ao outro em pequenos grupos ou separados, era estarmos todos juntos naquele momento.

Como sempre partia deles penso que era uma maneira de dizer “preciso de uns segundos de descanso”, ou “essa lição ta me cansando”, porque da mesma maneira que brincávamos, as vezes estudávamos sem perceber que o tempo nos consumia, sem água, ou banheiro. Era grande o envolvimento com o trabalho a ser feito. Uma atitude positiva que encontraram para descansar e estudar ao mesmo tempo sem ter que explicar muito simplesmente agiam

Victor Hugo, um menino muito esperto, bom ator e seguidor dos bons de filmes de terror, em uma brincadeira inventou que morreu, depois de muito trabalho para reanimá-lo sem sucesso, coloquei-o deitado em um tapete fora da sala, dizendo aos amigos que em Sedna os robôs não morrem e prossegui com a aula embaixo de muita risada. Voltou 5 minutos depois totalmente vivo e rindo muito. Fiz um escândalo de medo, depois fiquei alegre, abracei o pequeno e

contei para meu chefe que ele era mágico. A partir desse dia todos morriam e eu jogava os corpos fora da sala, para voltarem ressuscitados cinco minutos depois, uns dançavam, outros contavam, tinha dia que era tudo junto misturado.

Prô me ensina a fazer um clone!

11/11/11 Hoje era dia de Matemática na primeira aula, dependendo de como a coisa andasse, a gente ia fazer rimas e a Linha do Tempo, eles reclamam demais, porque tem que fazer devagar e imaginem eles e eu com “tempo” para ir devagar.

Depois de toda conversa, brincadeiras e mortes jogadas fora, começamos a aula e chegou bilhete avisando as mães sobre a reposição. Depois de ler e explicar tudo o que estava escrito, todos voltaram para seus lugares e em pouco tempo começou:

- Prô, mas sábado eu tenho catecismo, eu não posso “vim”. Dom Diego. - É o único dia que eu acordo tarde e eu não quero “vim”! Juliet Binochet.

- Eu jogo futebol e no São Paulo, posso faltar? Petrocelli o Homem da Lei.

- Eu tenho! Eu tenho! Eu tenho!

- Posso! Posso! Posso! – Durante quinze minutos foram esses os comentários. Eu simplesmente balançava a cabeça negativamente para cada pedido.

De repente a Poderosa Isis que estava com o papel na mão e o lápis na boca durante todo o tempo, veio até a mesa, pedindo passagem no meio dos rebeldes e falou bem baixo:

- Prô eu não posso, sábado eu tenho balé e balé é uma coisa que a gente dança assim. E sai dando uns pulinhos pela classe diante do espanto de todos.

- O que ela ta fazendo? - Meu escritor.

- Explicando pra Prô o que é balé, antes dela perguntar.

- Todo mundo sentadooooo e rápido, sem catecismo, balé, futebol, dia 13 todo mundo aqui. A chata da Prô.

- Para quê?

- Ué, para ele “vim” na escola no meu lugar, porque eu vou para o balé. Quem vem você ou seu clone?

- Bom isso é outra coisa, quem vem dar aulas é a Rose, meu clone tem que ser revisado no sábado e eu que faço a revisão, não dá pra ele vir.

- Mas você vai ensinar ou não? Falado pela maioria.

Diante da insistência, topei ensinar fazer clones. O engraçado é que em maio, estava marcado no meu planejamento um pouco de Figuras Geométricas que eles não curtiram, reclamaram de mil coisas, mudei o planejamento esperando a melhor hora e hoje ela chegou.

Falei que tinha que ter régua para medir o tamanho do corpo, do braço, dos dedos, nariz e anotar tudo em uma folha e medir certinho e assim passamos à manhã toda medindo, anotando, rindo e vendo que nem todos os dedos são iguais e que as orelhas têm um tamanho engraçado.

Só tenho medo quando formos para a ação!

A reposição de 15 dias de aula, portanto quinze sábados, foi necessária por conta da Gripe H1n que estava em alta em 2011 e a prefeitura prorrogou as férias escolares em 15 dias e obrigando a todos repor as aulas em agosto.

O pedido do clone na época passou despercebido, mas hoje entendo que era uma maneira de estar nos dois alugares que gostava ao mesmo tempo. Adorava o balé e fazia as aulas aos sábados e adorava a escola também, que ia de segunda a sexta, sem nunca faltar ou reclamar e não queria ter que escolher entre os dois lugares, uma decisão difícil de ser tomada por uma criança. Um clone deixaria ela igual a Prô Robô, ela iria ao balé e na escola ao mesmo tempo, pensando na aventura que teria sido.

Naquele sábado eu não iria porque já estava convocada para ficar na escola a noite, na reposição da EJA. Neste sábado não apareceu nenhuma criança, na segunda feira recebi um grupo de pais alegando que como eu não iria, sentiram o mesmo direito. Na semana seguinte retomamos as reposição liberando um grupo por sábado para fazer a sua atividade. Através de sorteio, em uma turma de vinte e quatro eu sorteava oito por semana e aproveitava a reposição para reforçar as dúvidas que sempre surgiam.

Ficamos pouco tempo juntos e tivemos uma história de companheirismo e cumplicidade, não chegaram a ser piratas, embora todos os dias apontassem para isso, recordando os amigos dos outros anos, começaram sendo personagens diferentes e terminaram o ano sendo os mesmos personagens, criamos histórias em cima deles.

Todas as Estrelas de Sedna

10/11/11 No começo do ano com a entrega dos novos uniformes, alguns alunos ganharam tênis e outros não. Eu acho esse tênis muito lindo. Eu também queria um.

Da turma que não ganhou, o Petrocelli, ficou inconformado, todo dia reclamava, a mãe mandava mil bilhetes, só que não chegou o nº dele (31). Então era todo dia choro. Queria ser igual ao seu grupo de amigos e ninguém aguentava mais:

- Prô dá um jeito no Petrocelli, ele fica chorando e eu não consigo pensar. Seu melhor amigo Skywalker. – Que jeito! Pensava eu.

Ele usava tênis All Star e um dia chegou com um novinho em folha, apesar de todos os elogios, até da antiga Dir.Ò, ele não queria saber, queria o tênis de uniforme.

Na sala de aula tive uma ideia rápida, assim que ele começou a chorar novamente:

- Petrocelli, tira esse tênis e coloca aqui perto da minha mesa agora! Em tom alto de espanto, reprovação, indignação e todos “ãos” possíveis.

- Parou de chorar, olhou para minha mesa, alegre e perguntou? - Chegou o meu número?

- Não, respondi balançando a cabeça. – Mas esse tênis é do meu planeta, é do robô XPTz 15 e ele não pode ficar descalço, devolve ele agora. Todos deram risada, inclusive ele que perguntou mais alegrinho. Apesar das lágrimas.

- Como assim? Minha mãe comprou ele ontem na loja, é novinho, olha aqui. - Mostrando a sola nova.

- Não quero saber, acho que quando o XPTz 15 pendurou ele no céu para brilhar ele caiu aqui e alguém pegou, aliás todos os nossos tênis estão

aqui no planeta de vocês. Uns ainda são novos, então os donos das lojas pegam pra vender na loja, outros mais velhos caem na casa de vocês porque todo mundo tem All Star aqui na Terra.

Claro que tive que inventar uma história do tênis a partir do nome e dizer que os tênis eram também todas as nossas estrelas de Sedna e que eles faziam falta lá, porque nossa planeta era longe do sol, que eles iluminavam tudo para gente e aqueciam o fogo para fazer novos robôs.

Todos eles balançavam a cabeça negando e girando o dedo em volta da cabeça, dando risada.

Ele parou de chorar na hora e deixou o tênis na frente todo empolgado, na saída, emprestei para ele ir embora, pedindo que no dia seguinte viesse com outro tênis para a escola. Não sem antes escrever no caderno de recado o motivo dele ficar descalço.

Na realidade arrumei um problema maior. No dia seguinte, um grande número de alunos estava com All Star e deixando sem eu pedir na entrada da sala. Quando entrei, perguntaram de quem era cada um deles, ainda disseram que se nós robôs éramos tão espertos, devíamos arrumar um jeito melhor de pendurar nossas estrelas.

A Dir.Ó64 fez um escândalo na minha cabeça e na cabeça deles, que

nem eu e nem eles resolvemos dar atenção, continuamos a nossa história. Hoje todos eles vão de All Star, só de vez em quando com o tênis de uniforme. Escrever na lousa é uma gincana de empurrar os tênis para o lado, não tropeçar e vigiar os iguais de nº e cor, na hora da saída. Atividade dividida com os mais espertos:

- AhGata vc calçou o tênis do Bowie!- Diz, A Dona do Mundo.

A equipe gestora deixou de brigar com eles e comigo por causa disso, os pais dão muita risada quando o assunto é esse. As funcionárias acham divertido e as substitutas proíbem tal atitude quando não estou.

Ontem ficamos classificando as cores, números e os tipos de cada um deles, e descobrimos que o céu de Sedna tem estrelas lindas e diferentes e que a escola da Terra tem crianças lindas e únicas com o mesmo brilho intenso das estrelas.

Uma turma que soube lidar com as minhas idas e vindas, que fez desse processo um aprendizado de organização para “lutar” e defender o que era de interesse deles.

Após cinco anos longe daquela turma, muitas vezes me pego pensando o que foi que aconteceu o que nos deixou tão próximos apesar do pouco tempo de convivência? O que fazia de cada nova chegada, sempre um momento outro, não havia grandes festas, não havia questionamentos, as propostas de trabalho dele iam sempre ao encontro de coisas que sempre fizemos, e eu sabia que eram deixadas de lado a cada afastamento meu.

Talvez ações invisíveis, sorrisos, brincadeiras, colos, escutas ou os enfretamentos que eu tinha com a equipe gestora para defende-los, nunca viam, mas sabiam que existia porque sempre falavam que faziam coisas que só eles podiam fazer, correr no recreio, ir brincar no fundo da escola, ir no banheiro quando desse vontade. A cumplicidade criada no pouco tempo juntos falava por nós, não precisávamos de palavras, sabíamos que nossa ligação era intensa.

Pedi remoção dessa escola no final do ano, a Diretora apesar das brigas homéricas que travávamos sempre me dizia que quando ela se aposentasse eu não suportaria a escola e a mesmice em que ela se transformaria e essa foi uma grande verdade. A escola ganhou liberdade, mas perdeu o charme, a graça e o talento, até os alunos sentiram a falta dela.

Una Giornata Particolare – 2012. 1º/2º anos Escola