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Gerenciamento de Resíduo de Serviços de Saúde no Hemocentro de Campinas

3.4 Gerenciamento do Resíduo de Serviços de Saúde

3.4.2 Gerenciamento de Resíduo de Serviços de Saúde no Hemocentro de Campinas

O Programa de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde do Hemocentro iniciou- se em 1997 com a implementação do PGRSS, e tem como objetivos acompanhar a cadeia

geradora de resíduos e implementar ações para a prevenir impactos ambientais, que incluem desde o treinamento contínuo até o controle de geração de resíduos através de indicadores.

As ações definidas contemplam todas as etapas do manejo de resíduo, desde a geração até a disposição final e baseiam-se na legislação vigente Federal, Estadual e Municipal, sendo as principais a RDC 306/2004, a CONAMA 358/2005 e a Política Estadual de Resíduos Sólidos do Estado de São Paulo (ANVISA, 2014d; CONAMA, 2013c; HEMOCENTRO, 2013; SP, 2014).

Foram identificados diferentes tipos de resíduos, que foram agrupados e classificados de acordo com as definições da RDC 306/2004 (ANVISA, 2014d) em resíduo biológico, químico, comum reciclável e não reciclável e resíduo perfurocortante (Tabela 3.5).

De acordo com a RDC 306/2004 (ANVISA, 2014d), o PGRSS deve contemplar as etapas de classificação, segregação, acondicionamento, coleta, transporte e tratamento interno, coleta e transporte externo, e disposição final do resíduo.

Na figura 3.7 está representado o fluxo do manejo de resíduo do Hemocentro e as áreas envolvidas nesse processo.

Neste fluxo a classificação do resíduo foi incluída como a primeira ação que os responsáveis pela geração e descarte devem ter.

A segregação correta na geração é importante para garantir a destinação e disposição final correta do resíduo, e depende do conhecimento de quem gera para classificar e segregar corretamente.

Este aspecto é abordado nos treinamentos dos colaboradores do Hemocentro para reforçar a importância da classificação, segregação e descarte corretos, e que vai ao encontro das considerações feitas por Paveloski; Hamada (2009) sobre a importância destas etapas para a minimização do resíduo enviado para aterro ou tratamento por erro no descarte.

O acondicionamento é feito de acordo com o descrito na Tabela 3.6, e prevê a segregação do resíduo de acordo com sua classificação e recomendações feitas na RDC no 306/2004 (ANVISA, 2014d).

Os indicadores de avaliação do PGRSS utilizados são a quantidade de resíduo gerado por mês e por tipo (Tabela 3.4) e a avaliação da segregação na origem.

Tabela 3.5. Descrição, classificação do resíduo gerado de acordo com a RDC 306/2004, e média mensal gerada por tipo de resíduo no Hemocentro de Campinas (SP), no ano de 2013

Descrição do resíduo Classificação Média mensal

gerada (kg) Bolsas plásticas com sangue, tubos de ensaio com

amostras de sangue, meios de cultura, etc. Grupo A1 Biológicos

3200 Compressas de gazes, luvas, esparadrapos, bolsas

plásticas pós transfusão, etc Grupo A4 Biológicos

Material perfurocortante Grupo E:

Perfurocortantes

Sobras de reagentes, efluentes de reações analíticas Grupo B Químicos 100

Papel, plástico, vidro, metal Grupo D: Recicláveis 1300

Sobras de alimento, resíduos de banheiros, etc. Grupo D: Não

recicláveis 1800

Total 6400

Fontes: ANVISA (2014d); Hemocentro (2013)

Na Figura 3.8 está representada a variação dos resultados do indicador avaliação de segregação de resíduo na origem de 2001 a 2013 no Hemocentro deste estudo.

Observa-se que, de 2001, início do levantamento de dados para o indicador, até 2004 houve um aumento progressivo do índice de áreas aprovadas. Neste período as avaliações eram feitas duas vezes ao ano e o resultado apresentado refere-se à média dos dados obtidos nas duas avaliações.

Entre 2004 e 2006 não foi feito esse levantamento e houve uma diminuição da frequência de realização das atividades educativas decorrente de mudanças nos grupos de trabalho. No primeiro levantamento feito em 2006 observou-se a diminuição das áreas aprovadas, próximos aos índices de 2001. Em 2006, com a retomada das ações educativas e da avaliação da segregação com divulgação dos resultados, com frequência anual, houve uma melhora no índice das áreas aprovadas que se mantém estável desde 2007.

Figura 3.7 Fluxo do manejo de resíduo, definido no Plano de Gerenciamento de Resíduos do Hemocentro de Campinas (SP), revisão 2013 FLUXO DO MANEJO DE RESÍDUO

Áreas do Hemocentro Empresa de Limpeza (terceirizada) Empresas de Transporte (terceirizadas) NÃO SIM Empresas de Tratamento Externo e Disposição Final (terceirizadas) Fonte: Hemocentro, 2013 INÍCIO

Classificação dos Resíduos: biológico, químico, comum reciclável, comum não reciclável, perfurocortante

Coleta e Transporte Interno: da área geradora até os Abrigos Externos de Resíduos, em carros fechados para coleta de resíduos

Acondicionamento em sacos plásticos ou recipientes compatíveis com o tipo de resíduo (tabela 3.5)

Coleta e Transporte Externo: da instituição ao local de destino de

acordo com o tipo de resíduo

Requer tratamento

externo?

Tratamento Externo:

Resíduo biológico Micro-ondas

Resíduo químico incinerável: Incineração

Destinação e Disposição final: Aterro Sanitário: resíduo comum não reciclável e biológico tratado Aterro Classe I: resíduo químico não incinerável; cinzas dos incineráveis Reciclagem: resíduo comum reciclável

Tabela 3.6 Descrição e Classificação do resíduo de acordo com a RDC 306/2004, descrição dos recipientes para descarte, e símbolos de identificação dos recipientes para descarte de resíduo do Hemocentro de Campinas, conforme descrito no Plano de Gerenciamento de Resíduos do Hemocentro de Campinas, revisão 2013

Descrição do resíduo gerado Classificação Descrição do recipiente de descarte Símbologia bolsas plásticas com sangue,

Grupo A1 Biológicos

saco plástico branco com símbolo de risco biológico em coletor rígido

tubos de ensaio com amostras de sangue,

meios de cultura de células, etc galão de plástico rígido

Sobras de amostras de laboratório rede de esgoto

compressas de gazes, luvas, esparadrapos,

bolsas plásticas pós transfusão, etc Grupo A4 Biológicos

saco plástico branco com símbolo de risco biológico em lixeira com tampa e pedal

materiais perfurocortantes Grupo E: Perfurocortantes coletor rígido para material perfurocortante sobras de reagentes, efluentes de reações

analíticas Grupo B Químicos

frasco de vidro ou de plástico compatível com o resíduo

papel, plástico, vidro, metal Grupo D: Recicláveis

papel, papelão :Saco azul plástico: saco vermelho vidro: saco verde metal: saco amarelo

em lixeira com tampa e pedal

sobras de alimento, resíduos de banheiros, etc. Grupo D: Não recicláveis saco preto em lixeira com tampa e pedal

efluentes de equipamentos de laboratório Grupo D: Não recicláveis rede de esgoto

Figura 3.8 Variação do indicador de avaliação de segregação de resíduo no período de 2001 a 2013, no Hemocentro de Campinas (SP)

Fonte: Hemocentro, 2013

As causas identificadas que interferem nestes resultados são rotatividade de funcionários e aumento de funcionários novos, presença de alunos nas áreas e falta de interesse nos treinamentos evidenciado na baixa frequência dos colaboradores.

Este exemplo ilustra a importância das ações educativas e do acompanhamento e divulgação dos resultados para o sucesso do programa (HEMOCENTRO, 2013).

O Hemocentro tem, ainda, um abrigo externo para resíduo sólido, com locais separados para resíduos biológico, comum reciclável e comum não reciclável, e um abrigo externo para resíduo químico, ambos com estrutura física para o armazenamento adequado e seguro destes tipos de resíduos.