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Quantificação e caracterização de B-R geradas após a transfusão

4. METODOLOGIA

4.6 Identificação das entradas e saídas dos processos e quantificação das B-R por local e causa de

4.6.3 Quantificação e caracterização de B-R geradas após a transfusão

As 6 áreas selecionadas para a coleta de amostras destinadas à caracterização das B-R pós-transfusão foram: 5 áreas localizadas no Hospital de Clinicas (HCl) da UNICAMP (Centro Cirúrgico, Unidades de Terapia Intensiva do 2º e do 3º piso, Enfermaria de Transplante de Medula Óssea e Enfermaria de Hematologia) e o Ambulatório de Transfusão do Hemocentro, localizado no Hemocentro.

Em cada um destes locais, exceto no Centro Cirúrgico, foram colocadas lixeiras brancas com tampa acionada por pedal, identificadas com símbolo de risco biológico e com uma etiqueta com os dizeres “LIXEIRA PARA DESCARTE DE BOLSAS E EQUIPOS DE HEMOCOMPONENTES MATERIAL PARA PESQUISA NÃO RETIRAR O LIXO”, e foi solicitado às equipes de assistência, responsáveis pelo descarte das bolsas pós- transfusão, e às de limpeza, responsáveis pela coleta de resíduo, a colaboração no descarte correto e não retirada de resíduo das lixeiras para a viabilização da coleta das amostras.

Durante todo o período de coleta de dados, diariamente, uma vez ao dia, as B-R foram retiradas das lixeiras e submetidas à inspeção para caracterização.

No Centro Cirúrgico, devido à dinâmica de atividades diferenciada das demais áreas, não foi possível colocar uma lixeira.

Como as B-R eram geradas somente nos dias em que havia cirurgia com a realização de transfusões, as visitas a esse local foram diárias e ocorriam no mínimo uma vez ao dia, a primeira vez para verificar a programação de cirurgias e as demais de acordo com o horário previsto de término de cada procedimento cirúrgico para a coleta das B-R pois, as salas eram limpas após cada cirurgia, o resíduo retirado e removido para contêineres onde era depositado todo resíduo do Centro Cirúrgico.

O objetivo de coleta de amostras de B-R geradas pós –transfusão foi caracterizar as bolsas para identificar sobras de hemocomponentes, por meio de inspeção visual e pesagem.

Os dados coletados foram anotados em planilha (Tabela 4.3) e o período de coleta foi de 20 de agosto de 2013 a 28 de novembro de 2013

Tabela 4.3 Modelo de Planilha utilizada para quantificação e caracterização das B-R pós- transfusão, geradas nas áreas selecionadas para este estudo, no período de 20 de agosto a 28 de novembro de 2013 Nº de amostra Tipo de Hc* Volume inicial (mL) Massa pós transfusão (g) Massa do Equipo (g) Massa da bolsa vazia (g) Massa Final (g) Volume residual (mL) % Volume residual Inspeção visual *Hc = Hemocomponente Fonte: Autoria própria

Os dados referentes ao n o de amostra, tipo de Hc e volume inicial forma obtidos da etiqueta de identificação do hemocomponentes (Figura 4.1).

Foi estabelecido que:

 n o de amostra (número de amostra): número registrado na etiqueta de identificação da B-R analisada (Figura 4.1);

 tipo de Hc (tipo de hemocomponente): nome do hemocomponente registrado na etiqueta de identificação da B-R indicando o tipo de hemocomponente que havia na bolsa; que podia ser concentrado de hemácias “standard” e suas modificações,

concentrado de plaquetas “standard” e suas modificações e os diferentes tipos de plasma (Figura 4.1);

Figura 4.1 Etiqueta de identificação de hemocomponente liberado para transfusão, com os dados sobre tipo de hemocomponente, volume inicial e número da amostra utilizada no Hemocentro de Campinas (SP), 2013

Fonte: Arquivo próprio (2014)

Nota: Após o preparo e liberação para transfusão, os hemocomponentes recebem etiquetas de identificação conforme este modelo.

 volume inicial: volume que havia na bolsa antes do início de transfusão (mL), registrado na etiqueta de identificação da B-R (Figura 4.1);

 massa pós-transfusão: massa do conjunto B-R (g), que foi a bolsa plástica com o equipo de transfusão ou somente a bolsa plástica, sem o equipo de transfusão, de acordo com o local e a forma de descarte. Para a verificação da massa pós- transfusão foram utilizadas 2 balanças graduadas em gramas, calibradas e inspecionadas pelo serviço de metrologia do Hemocentro: uma localizada no Ambulatório de Transfusão Externa do Hemocentro, metrologia em maio de 2013 (Figura 4.2); e, uma localizada no Hospital de Clínicas (HCl) (Figura 4.3); inspecionada e aprovada pela metrologia em setembro de 2013;e,

 massa do equipo: a massa do equipo de transfusão vazio foi identificada através da diferença entre a massa do equipo e a massa da embalagem. O equipo de 3transfusão (Figura 4.4) é um material de uso hospitalar, feito em plástico, estéril,

Número da amostra Volume inicial

Tipo de hemocomponente

descartável, de uso único e específico para transfusão de hemocomponentes. É formado por um conector (1) que se encaixa na bolsa plástica, por uma câmara dupla composta por uma câmara de filtração (2) e por uma câmara de gotejamento (3), e por um tubo plástico (4) com pinça para controle de infusão (5) e conector “luer lock” para encaixe no acesso venoso do paciente (6);

 Para a identificação da massa do equipo foram selecionados 18 equipos com embalagem e 18 embalagens de equipos usadas sem sinais de perdas (inteiras), que foram pesados individualmente e os resultados foram registrados em planilha cujo modelo esta representado na Tabela 4.4. Os dados obtidos usados para a definição da massa do equipo estão no Apêndice A ;

Figura 4.2 Balança utilizada para verificação da massa do conjunto B-R no Ambulatório de Transfusão Externa do Hemocentro de Campinas, agosto-setembro,2013

Figura 4.3 Balança utilizada para verificação da massa do conjunto B-R no Hospital de Clínicas, setembro-novembro, 2013

Fonte: Arquivo próprio (2013)

Figura 4.4 Exemplo de equipo para transfusão de hemocomponentes

Fonte:GOOGLE, 2013b

Nota: 1- conector; 2 – câmara de filtração; 3 – câmara de gotejamento; 4 – tubo plástico;

5 – pinça; e, 6 – conector “luer lock” 6 5 4 3 2 1

Tabela 4.4 Modelo de planilha utilizada para levantamento de dados para identificação da massa do equipo de transfusão de hemocomponentes utilizado no Hemocentro de 20 de agosto a 28 de novembro de 2013

Item Embalagem + equipo (g) Massa da embalagem (g) Massa do equipo(g)

Fonte: Autoria própria

 massa da bolsa vazia: a massa da bolsa plástica vazia (g) foi identificada através do rastreamento do número de amostra da B-R do hemocomponente e consulta à tabela de peso das bolsas. No Hemocentro de Campinas existe um tipo de bolsa plástica para cada tipo de hemocomponente produzido, com massa específica, cujas massas variam de 16 a 47 g (Tabela 4.5). Cada hemocomponente recebe um código ao ser preparado, e através deste é possível identificar o tipo de bolsa que foi usada no seu preparo. Na Tabela 4.5 estão descritos alguns exemplos de códigos de hemocomponentes, a descrição do hemocomponente e a massa das respectivas bolsas plásticas usadas;

Tabela 4.5 Exemplos de códigos, descrição dos hemocomponentes massa das bolsas plásticas vazias usadas na produção de hemocomponentes no Hemocentro de Campinas, 2012 - 2013

Código do Hc Descrição dos hemocomponentes Massa da Bolsa

Vazia (g)

140 Crioprecipitado 30

1101 Concentrado de Hemácias “Standard” 37

1104 Concentrado de Hemácias Fenotipada 37

1110 Concentrado de Hemácias Fenotipada Desleucocitada 28

1113 Concentrado de Hemácias Lavada Fenotipada Desleucocitada 28

1115 Concentrado de Hemácias Lavada Desleucocitada Irradiada 28

1118 Concentrado de Hemácias Pobre em Leucócitos 37

1181 Concentrado de Hemácias Desleucocitado SAGM 42 dias 37

1182 Concentrado de Hemácias Fenotipado Desleucocitado SAGM 42 dias 28

 massa final: representa a massa do volume residual; é a diferença entre a massa pós- transfusão e a soma das massas do equipo e da bolsa vazia (g). Para o cálculo foi aplicada a eq. 1;

Massa final = Massa pós-transfusão – (massa do equipo + massa da bolsas vazia) (1)

 volume residual: é a conversão da massa final em mL, considerando-se a densidade de cada hemocomponente (Tabela 4.6). Para o cálculo foi usada a eq.2;

Tabela 4.6 Valores da densidade do sangue total e dos hemocomponente produzidos no Hemocentro de Campinas, 2012 - 2013 Componente Densidade Sangue total 1,060 g/mL Concentrado de Hemácias 1,090 g/mL Concentrado de Plaquetas 1,039 g/mL Plasma 1,030 g/mL Fonte: SISGHEMOT, 2012

Volume residual = Massa final / densidade do hemocomponente (2)

 % do volume residual: o cálculo da percentagem do volume residual em relação ao volume inicial foi feito com a aplicação da eq. 3; e,

% do Volume residual = Volume residual x100 / Volume inicial (3)

 inspeção visual: inspeção feita para verificar visualmente a presença de sobras de hemocomponentes desde o interior da bolsa plástica, na câmara de filtragem, câmara de gotejamento, e até a extremidade do tubo plástico do equipo.