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Embrapa Cerrados

3.8. Gerenciamento dos Resíduos Biológicos

Os resíduos biológicos são classificados e regidos pela Resolução CONAMA 005/1993 (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1993) complementada pela Resolução CONAMA 358/2005 (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2005) que serão utilizadas como base para este documento.

Quando houver situações que não estejam contempladas na legislação vigente, recomenda-se seguir a orientação de biossegurança do “Center for Disease Control and Prevention” no Manual “Biosafety in Microbiological and Biomedical Laboratories” (WILSON; CHOSEWOOD, 2007), partindo da avaliação dos laboratórios por nível de risco.

Baseados nas orientações legais e de órgãos de referência, os resíduos biológicos da EMBRAPA devem ser segregados e, dependendo de sua natureza, tratados ainda no ponto gerador. A segregação deve seguir o fluxo de acordo com a legislação e com os grupos de resíduos definidos com o levantamento do inventário.

Os laboratórios que executam análises com organismos geneticamente modificados (OGM), para descarte de resíduos, deverão seguir a Lei 11.105/2005 (BRASIL, 2005) que estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGM e seus derivados e as instruções normativas da CTNBio 4/1996 e 17/1998 (COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA, 1996, 1998) e Resolução Normativa 2/2006 da CTNBio (COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA, 2006).

Toda Unidade que utilizar técnicas e métodos de engenharia genética deverá criar uma Comissão Interna de Biossegurança (CIBio), além de indicar um técnico principal responsável por cada projeto específico. A CIBio recomendará a cada laboratório a elaboração do procedimento (POP) para descarte de resíduo OGM de acordo com a legislação vigente.

Entende-se como organismo geneticamente modificado (OGM) aquele cujo material genético (ADN/ ARN) tenha sido modificado por qualquer técnica de engenharia genética, ou seja, por atividade de manipulação de moléculas ADN/ARN recombinante.

Os resíduos biológicos de laboratórios podem ser classificados como: Tipo 1 – Maravalha e vegetais sem tratamento

Tipo 2 – Animais e vegetais sem tratamento Tipo 3 – Animais e vegetais tratados

Tipo 4 – Resíduos gerais dos processos (inclui sangue) Tipo 5 – Meios de cultura sem metais, corantes, radioativos Tipo 6 – Meios de cultura com metais, corantes, radioativos

Gerenciamento de Resíduos de Laboratórios

3.8.1. Mapeamento dos Processos Geradores de Resíduos Biológicos e Inventário

do Ativo

Para melhor gerenciar os resíduos ativos dos laboratórios é recomendável que os processos geradores sejam sumariamente descritos evidenciando todas as suas etapas, bem como os insumos e reagentes utilizados e as pessoas envolvidas nos procedimentos de análise. Assim, é possível identificar os pontos geradores e os tipos de resíduos gerados, documentando todo o procedimento na forma de POP.

3.8.2. Minimização da Geração de Resíduos Biológicos

O inventário local dos resíduos ativos (nos laboratórios) fornecerá informações que permitirão uma análise crítica do processo visando o estabelecimento de ações para a redução da quantidade produzida de resíduos.

3.8.3. Segregação dos Resíduos Biológicos

Os resíduos biológicos devem ser segregados no ponto de geração e o fluxo deverá ocorrer de acordo com o previsto na legislação, conforme relacionado abaixo:

Maravalha e vegetais sem tratamento: não são considerados resíduos perigosos, devendo ser tratados como lixo comum ou seguir para compostagem, destino esse definido pelo próprio gerador;

Animais sem tratamento: os animais sem tratamento usados em atividades e pesquisas não são considerados lixo comum, independentemente da quantidade e tipo. Devem ser acondicionados apropriadamente, em acordo com a Resolução CONAMA 005/1993 (BRASIL, 1993) e congelados até a coleta diferenciada por firma especializada contratada para esse fim;

Animais ou vegetais tratados: inclui aqueles destinados à pesquisa e que recebam tratamentos ou inoculações com diferentes tipos de substâncias, ou que sejam alterados e tratados para fins experimentais (exemplo: hormônios, substâncias químicas em geral, vírus, microrganismos, substâncias radioativas, metais pesados, entre outras). Devem ser acondicionados apropriadamente, autoclavados e/ou congelados (para desativação dos agentes biológicos) e congelados, até que seja feita a coleta diferenciada;

Meios de cultura sem contaminantes inorgânicos, corantes e substâncias radioativas: todos os meios de cultura de uso geral que não contenham na sua composição ou não sejam acrescidos com substâncias químicas perigosas ou radioativas devem ser acondicionados apropriadamente, tratados de acordo com o recomendado para a desativação dos agentes biológicos (tratamento químico ou físico) e descartados como lixo comum;

Meios de cultura contendo contaminantes inorgânicos e corantes: todos os meios de cultura (normalmente os seletivos, diagnósticos e diferenciais) que contenham na sua composição, ou sejam acrescidos de substâncias químicas seletivas, devem ser tratados da mesma maneira que os meios de cultura de uso geral (item anterior), exceto se a quantidade de resíduo químico exceder o mínimo aceitável pela legislação. Neste caso, deve-se seguir primeiro o protocolo (na ordem) radioativos, biológicos e químicos;

Meios de cultura com substâncias radioativas: devem ser acondicionados apropriadamente, tratados de acordo com o recomendado para a desativação dos agentes biológicos (tratamento químico ou físico), dependendo do tipo de substância radioativa e da meia vida da substância usada, seguindo a orientação para resíduos radioativos;

Resíduos gerais de processos (maravalha, gaze, algodão, papel, etc.): o material utilizado em experimentos, processos biológicos e atendimento médico–hospitalar deve ser segregado, acondicionado e descartado conforme a Resolução CONAMA 358/2005 (BRASIL, 2005);

Filtros e sistemas de ar condicionado e fluxo laminar e membranas filtrantes: os filtros ou membranas usadas em equipamentos ou manuseio de materiais biológicos infectantes ou contaminados devem ser

Diretrizes para Implantação de Gestão

Ambiental nas Unidades da Embrapa

segregados, acondicionados e descartados conforme a Resolução CONAMA 258/2005 (BRASIL, 2005).

3.8.4. Armazenamento Temporário dos Resíduos Biológicos

A responsabilidade de acondicionamento dos resíduos será sempre do gerador, sendo que a forma correta de acondicionamento dependerá de cada tipo de resíduo.

3.8.5. Tratamento dos Resíduos Biológicos

Caso seja necessário, os resíduos biológicos deverão ser submetidos a um pré-tratamento por meio de congelamento, tratamento térmico (geralmente autoclavagem), ou outro processo visando à desativação do agente de risco.

Após desativação do agente de risco, o resíduo biológico deverá ser encaminhado para desativação do agente químico para adequação aos limites estabelecidos pela legislação.

3.8.6. Disposição Final dos Resíduos Biológicos

Os resíduos biológicos gerados em procedimentos agronômicos devem ser manipulados de maneira correta, utilizando seu potencial de transformação energética para reutilização como insumo agrícola.

Podem-se reaproveitar alguns resíduos biológicos não contaminados na forma de adubos orgânicos através da compostagem, que é um processo de baixo custo, podendo ser a solução da destinação dos resíduos orgânicos que contribuem para o esgotamento da capacidade de aterros sanitários e lixões. É um processo controlado de degradação biológica da matéria orgânica, cujos subprodutos são os mesmos do fenômeno que ocorre naturalmente no meio ambiente.