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Introdução de Fontes Alternativas de Água

Embrapa Sede

Etapa 5 Divulgação, campanhas de conscientização e treinamentos.

5.6.1.5. Introdução de Fontes Alternativas de Água

Podem-se ampliar as ações propostas no Programa e introduzir fontes alternativas de água, partindo-se, então, para a conservação da água, através de aproveitamento de água de poços e de águas pluviais, e o reuso de águas.

A introdução destas fontes alternativas deve ser estimulada desde que sejam tomados os devidos cuidados, de modo a não comprometer a saúde das populações, o desenvolvimento das atividades e tampouco acarretar em desequilíbrios ambientais (esgotamento de poços, por exemplo).

O uso racional da água deve ser uma premissa, uma condição básica da conservação da água. Seria uma incoerência introduzir novas fontes se as atuais não estão sendo utilizadas com eficiência.

A escolha pela adoção de fontes alternativas deve passar por uma abordagem sistêmica da questão e de ciclo de vida, fazendo-se um balanço dos insumos envolvidos.

A introdução de fontes alternativas deve ser realizada, portanto, com responsabilidade. A gestão do sistema de abastecimento passa a ser da Unidade e não mais da concessionária e isto requer definição de procedimentos de operação e manutenção, de atividades fins a serem atendidas e, principalmente, de responsabilidades.

A) Aproveitamento de água de poços:

Algumas Unidades possuem poços, mas nem sempre nas melhores condições de operação e manutenção. Como efeitos do Programa, neste sentido, destacam-se a oportunidade de discussão sobre como melhorar as condições de uso, de forma a garantir a segurança do usuário (em termos de critérios de potabilidade) e o equilíbrio geológico (atentar para a dinâmica de recarga do aquífero).

B) Aproveitamento de águas pluviais:

O aproveitamento de águas pluviais é mais um dos temas que demandam aprofundamento dos estudos, em função de questões como a dependência do regime das chuvas, as variáveis envolvidas no dimensionamento do reservatório, o consumo de energia (no caso de existência de sistema de bombeamento), os procedimentos e responsabilidades de operação e manutenção, a possibilidade de contaminação da água, além da própria definição dos usos desta água (quais usos dispensam água potável?).

C) Reuso da água:

O reaproveitamento ou reuso da água é o processo pelo qual a água, tratada ou não, é reutilizada para o mesmo ou outro fim. Essa reutilização pode ser direta ou indireta, decorrente de ações planejadas ou não.

Reuso indireto não planejado da água: ocorre quando a água, utilizada em alguma atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente utilizada a jusante, em sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada. Caminhando até o ponto de captação para o novo usuário, a mesma está sujeita às ações naturais do ciclo hidrológico (diluição, autodepuração).

Reuso indireto planejado da água: ocorre quando os efluentes depois de tratados são descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para serem utilizadas a jusante, de maneira controlada, no atendimento a algum uso benéfico. O reuso indireto planejado da água pressupõe que exista também um controle sobre as eventuais novas descargas de efluentes no caminho, garantindo assim que o efluente tratado estará sujeito apenas a misturas com outros efluentes que também atendam aos requisitos de qualidade do reuso objetivado.

Gerenciamento de Resíduos em Geral e Otimização do Uso de Água e Energia

Figura 2. Fluxograma proposto para o Programa Permanente de Uso Racional da Água

Diretrizes para Implantação de Gestão

Ambiental nas Unidades da Embrapa

Reuso direto planejado das águas: ocorre quando os efluentes, depois de tratados, são encaminhados diretamente de seu ponto de descarga até o local do reuso, não sendo descarregados no meio ambiente. É o caso com maior ocorrência, destinando-se a uso em indústria ou irrigação.

Reciclagem de água: é o reuso interno da água, antes de sua descarga em um sistema geral de tratamento ou outro local de disposição. Essa água de reuso serviria como fonte suplementar de abastecimento do uso original. Este é um caso particular do reuso direto planejado.

Para a introdução do reuso da água deve-se lembrar a importância de questões como a definição dos usos, das responsabilidades, dos procedimentos, da gestão e, principalmente a garantia da saúde dos usuários.

Como práticas de reuso podem ser citadas:

Água de processos: em especial em laboratórios, o levantamento dos equipamentos e processos que consomem água permite avaliar o volume de água desperdiçado e alertar os usuários sobre este desperdício. Em alguns locais, pode-se até verificar a adoção de práticas locais de reuso (por conta do próprio usuário), como resultante do maior grau de conscientização, sem a necessidade de indicação para tal;

“Água de reuso”: pode-se utilizar, ainda, a denominada “água de reuso”, disponibilizada por algumas concessionárias de serviços de água e esgoto, para fins não potáveis, como a rega de jardins;

“Águas cinzas”: além destas formas de reuso, FIORI; FERNANDES; PIZZO (2004) apresentam uma avaliação do potencial de reuso de “águas cinzas” em edificações. Segundo os autores, “águas cinzas” (ou gray water), são aquelas provenientes dos lavatórios, chuveiros, tanques e máquinas de lavar roupa e louça.

Portanto, retomando as recomendações iniciais deste item, os sistemas relacionados ao aproveitamento de fontes alternativas, requerem cuidados adicionais em todas as fases de sua implantação, da identificação das necessidades, passando pela concepção, projeto, obra, até sua operação e manutenção. Mas, a introdução de fontes alternativas não depende somente de soluções técnicas, ela depende, principalmente, da gestão dos sistemas envolvidos.

5.6.2. Energia

As alternativas que visam o uso racional e eficiente de energia elétrica apresentam, geralmente, custo e tempo de retomo de investimentos pequenos quando comparados aos valores de outras alternativas. Os resultados obtidos, relativos à redução do consumo, são imediatos, tornando o uso racional e eficiente de energia elétrica uma alternativa, de certa forma, natural para a solução de parte do problema de fornecimento no curto prazo.

Uma das linhas de ação para promover o uso racional e eficiente de energia elétrica é a intervenção junto a instalações consumidoras. Através de ações que aperfeiçoam os sistemas de cada uso final de energia elétrica presentes na instalação, é possível reduzir seu consumo sem comprometer seu desempenho. Para analisar a viabilidade técnica e econômica dessas ações, é preciso, inicialmente, determinar a forma como a energia elétrica está sendo utilizada, procedimento este chamado de diagnóstico energético, permitindo propor soluções que aumentem a eficiência dos sistemas analisados bem como calcular os respectivos potenciais de conservação. Conhecidos esses potenciais, é possível analisar a viabilidade econômica das soluções propostas, devendo ser implementadas aquelas que apresentarem as maiores vantagens técnicas e econômicas.