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4. Gestão Ambiental em Instituições de Ensino Superior

4.2 Gestão Ambiental na Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN

A Diretoria de Meio Ambiente (DMA) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) é o setor da Superintendência de Infraestrutura (SIN) responsável pela coordenação do planejamento e pela execução da política de urbanismo e meio ambiente, em consonância com a Política Ambiental da UFRN, pelo gerenciamento do sistema de coleta e destinação final de resíduos sólidos inservíveis, das atividades desenvolvidas pela Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), pela Unidade de Armazenamento Temporário de Resíduos (UATR) como também no Horto Floresta.

A DMA é constituído de 8 programas que levantam os problemas ambientais da UFRN, que são eles:

Tabela 8 - Programas Desenvolvidos Pela Divisão de Meio Ambiente da UFRN.

PRÓÁGUA PRÓÁRVO

PROGIRES PROCZ

ETE PROEE

A3P PROEA

Fonte: Site da UFRN

PRÓÁRVORE

O Programa de Arborização da UFRN foi criado para monitorar e atuar sobre todos os aspectos que envolvem o sistema arbóreo existente na Universidade, desenvolvendo atividades de produção (coleta de sementes, produção de mudas), manutenção (podas, transplantios) e licenciamento ambiental (planos de compensação, planos de arborização).

Essas ações visam suavizar, ao máximo, os impactos ambientais negativos e a consequente degradação da qualidade ambiental gerados pelo crescimento urbano e adequações de infraestrutura que os Campi vêm passando.

Atualmente, o Programa já dispõe de banco de semente contendo 30 espécies nativas da Caatinga e da Mata Atlântica norte-riograndense. Entre elas, espécies de difícil produção como braúna, sapucaia, goiti-trubá e copaíba, permitindo uma produção média mensal de 250 mudas. Toda a produção é realizada no Horto da UFRN através de mão-de- obra capacitada.

PRÓÁGUA

O programa de controle de qualidade da água da UFRN (ProÁgua) é coordenado pela Superintendência de Infraestrutura (SIN) da UFRN. A função do ProÁgua é monitorar a qualidade da água fornecida à comunidade universitária da UFRN, através de coleta e análise de periódica, visando verificar e atender às normas estabelecidas pela Portaria n° 518/04, de 25 de março de 2004, do Ministério da Saúde cuja determinação é que toda água destinada ao consumo humano deve obedecer aos padrões de potabilidade nela estabelecidos e estar sujeita à vigilância de qualidade. No caso da UFRN, esta vigilância é feita pela Secretaria Municipal de Saúde. Dessa maneira o programa avalia se o sistema de abastecimento não oferece riscos à saúde humana.

O Campus Central da UFRN dispõe de sistema próprio de abastecimento de água gerenciado pela Superintendência de Infraestrutura (SIN), já as unidades isoladas e o Campus Saúde são abastecidos pela concessionária local, a Companhia de Águas e Esgoto do Rio Grande do Norte (CAERN). O abastecimento do Campus Central é feito através da captação de água do manancial subterrâneo por um conjunto de 6 (seis) poços artesianos, com vazões

aproximadas de 16 a 30 m³/h. Atualmente esse sistema está sendo ampliado através da perfuração de outros 3 (três) poços. Devido à qualidade da água captada é dispensado qualquer tratamento corretivo, estabelecendo-se apenas o uso da cloração para fins de desinfecção de possíveis organismos causadores de doenças.

O sistema de abastecimento do Campus possui ainda 4 (quatro) reservatórios principais elevados (200 m³ cada) , localizados em pontos estratégicos e interligados que permitem uma boa pressão em relação à saída da água nos seus pontos de distribuição. Além dos reservatórios principais, outros 4 (quatro) reservatórios secundários (30 m³ cada) são dispostos em setores de aula com o objetivo de auxiliar a reservação e garantir pressão suficiente para o abastecimento.

A rede de distribuição foi construída no início do funcionamento da Universidade e consegue atender o volume solicitado atualmente, entretanto, devido ao recente processo de expansão da Universidade, estudos estão sendo realizado para expandir o atual sistema de distribuição da água, regularizando totalmente o abastecimento de água da UFRN, inclusive com instalação de macromedição.

PROGIRES

O PROGIRES (programa de gestão integrada de resíduos da UFRN) foi elaborado em 2004 e vem sendo atualizado desde então, adaptando-se à legislação e à estrutura da UFRN. Abrange as atividades de coleta, armazenamento, tratamento e destinação final dos resíduos gerados na Universidade.

Principais ações do PROGIRES: I - gerenciamento de resíduos comuns – projeto de coleta seletiva solidária, II – gerenciamento de resíduos especiais e perigosos: reagentes e resíduos químicos – RQ, resíduos sólidos de construção e demolição – RCD, resíduos sólidos especiais – RSE (volumosos, pneus, lâmpadas, pilhas, baterias, poda, varrição, etc.), resíduos sólidos de serviços de saúde – RSSS, resíduos radioativos – RR, resíduos sólidos industriais – RSI e resíduos biológicos – RBIO.

Em 2004 os resíduos de serviço de saúde já tinham a destinação final resolvida, com a terceirização de empresa responsável pela coleta e incineração; e os resíduos radioativos pelo controle da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). A destinação dos resíduos de construção civil e de poda estava parcialmente resolvida, com o envio dos mesmos para a área de descarte da prefeitura. Sendo assim, a prioridade foi dada à coleta de resíduos comuns, resíduos perigosos classe I (borra de tinta, óleos minerais, lubrificantes, produtos químicos) e à coleta seletiva.

A coleta de resíduos comuns é feita com carro compactador próprio, com destinação ao aterro sanitário pela UFRN, não é feita coleta pela prefeitura de Natal no Campus Central da Universidade.

O caminhão da coleta seletiva da UFRN recolhe os resíduos recicláveis três vezes por semana, em todas as unidades de Natal; e duas vezes por semana as cooperativas de materiais recicláveis vêm buscar esses resíduos, que ficam acondicionados na Unidade de Armazenamento Temporário de Resíduos (UATR). Os resíduos químicos, lâmpadas, pilhas e baterias também aguardam destinação por empresa terceirizada (licitação) na UATR.

Segundo informações da Engenheira e Coordenadora do Programa de Gestão Ambiental da UFRN, a instituição não tem nenhum programa ou serviço que trate do descarte final de REEE, normalmente o Departamento de Material e Patrimônio da universidade abre processo solicitando a venda através de leilão.

PROCZ

O Programa de Controle de Zoonoses consiste na prevenção e controle das zoonoses, desenvolvendo sistemas de vigilância sanitária e epidemiológica. Isso é possível através do controle de populações de animais domésticos vadios e de populações de animais sinantrópicos (morcegos, pombos, ratos, mosquitos, abelhas entre outros). Essa ação é baseada, principalmente, em trabalhos educativos.

Ações de sensibilização: concepção de campanhas educativas visa angariar adesão da comunidade universitária para solução da situação.

PROEE

O programa de eficiência energética da UFRN tem como atribuições: O monitoramento das demandas e consumos na ponta e fora de ponta da instituição, execução de projetos de baixa tensão e média tensão para as instalações dos campis, orçamento de projetos de eletricidade para a universidade, fiscalizar a execução de projetos de instalação elétrica, emissão de faturas de consumo de energia elétrica das unidades abrigadas nos Campis, projetos de eficiência de energia, com melhorias do tipo de iluminação bem como das estruturas utilizadas visando economia de energia e melhorando a segurança; Adequação das instalações de baixa e média tensão existentes as normas técnicas vigentes; implantação do Programa de Eficiência Energética conforme orientações da Aneel, onde em sua primeira etapa contemplou a substituição da iluminação do campus. A UFRN implantou um sistema de gerenciamento de energia elétrica, visando otimizar o uso da energia.

Esse sistema de gerenciamento de energia elétrica constitui-se numa poderosa ferramenta de trabalho que possibilita planejar a expansão da rede, bem como a redução de custos, uma vez que é possível acompanhar o comportamento da energia nos diversos pontos de medição, detectando e corrigindo anomalias.

PROEA

O programa de educação ambiental consiste em refletir e readequar as diretrizes da instituição para as demandas deste início de século, dentro dos princípios do “novo paradigma ambiental”, é uma nova postura que tem sido cobrada das instituições que são liderança e formadoras de tendências.

O Sistema de Gerenciamento Ambiental – SGA – proposto na Política Ambiental da UFRN pretende garantir que os impactos resultantes de todas as atividades sejam minimizados a ponto de que nenhuma atividade desenvolvida pela instituição venha a impactar os ambientes onde ela está inserida além de limites considerados aceitáveis.

Estabelece, também, como maior prioridade da Política, a Educação Ambiental (EA) como sendo fundamental para o processo de sensibilização da comunidade universitária, de maneira que esta possa desempenhar suas tarefas institucionais de forma ambientalmente responsável e consciente, incentivando cada um dos seus membros a adotar uma postura de responsabilidade perante o meio ambiente em suas tarefas extrainstitucionais .

A Sala Verde da UFRN apresenta-se como um espaço apropriado para o desenvolvimento de processos sócio-educativos, que, utilizando a educação ambiental e a informática como agentes motivadores, visam despertar a comunidade para os problemas ambientais locais e a inclusão social. Tem como proposta pedagógica trabalhar na perspectiva do diálogo entre os diversos saberes, da construção de relações democráticas e criação de condições para o conhecimento do outro e da troca de experiências.

A Sala Verde da UFRN inicialmente oferecerá à comunidade um acervo bibliográfico com temas relacionados ao meio ambiente e Educação Ambiental fornecido pelos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação, acesso à Internet para pesquisa orientada sobre a temática ambiental, bem como cursos e oficinas que envolvam esses temas.

O Projeto Sala Verde é uma iniciativa da Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA) e consiste no incentivo a implantação de espaços socioambientais pelo país, com o objetivo de constituir-se num Centro de Informação e Formação Ambiental. A parceria com o Comitê pela Democratização da Informática do Rio

Grande do Norte – CDI-RN permite ampliar as perspectivas de atuação da Sala no tocante à inclusão digital e geração de trabalho e renda para comunidade interagente.

ETE

O sistema de esgotamento sanitário do Campus Central é composto por aproximadamente 7,0 Km de rede coletora, Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) e reuso do efluente tratado.

O projeto da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) foi elaborado no final da década de 70, iniciando sua operação em 1981.

A estação de tratamento de esgoto da UFRN tem como objetivo destinar adequadamente os efluentes sanitários gerados no Campus Central, eliminando os sistemas de fossas sépticas e sumidouros que contaminam o solo e o lençol freático que abastece o Campus.

O tratamento é realizado em valo de oxidação com decantação secundária. A escolha por essa concepção de tratamento baseou-se nas seguintes vantagens: pequena área para implantação, custo inferior aos sistemas convencionais, elevada eficiência na remoção de DBO e sólidos em suspensão, lodo mineralizado que dispensa a digestão anaeróbica, fácil operação e manutenção e dispensa decantação primária.

O efluente tratado é utilizado na irrigação das áreas verdes da ETE e dos campos de futebol do Campus Central.

A3P

A A3P é um projeto do Ministério do Meio Ambiente, iniciado em 1999, que possui um papel estratégico na revisão dos padrões de produção e consumo e na adoção de novos referenciais em busca da sustentabilidade socioambiental no âmbito da administração pública.

A A3P tem por objetivo estimular os gestores públicos a incorporar princípios e critérios de gestão ambiental em suas atividades rotineiras, levando à economia de recursos naturais e à redução de gastos institucionais, por meio do uso racional dos bens públicos e da gestão adequada dos resíduos.

Vale ressaltar que a UFRN integra a Rede A3P desde 06 de maio de 2013, quando a Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) instituiu uma comissão para trabalhar na Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P), um Programa do

Ministério do Meio Ambiente que tem o objetivo de inserir critérios de sustentabilidade para contribuir no enfrentamento das questões ambientais.

É importante lembrar que já existem duas ações voltadas para o incentivo ao programa A3P – os programas “Fazendo o nosso papel” e “Descarte o copo descartável, adote uma caneca”.

O primeiro projeto visa a adotar medidas para reduzir o consumo desnecessário de papel no Departamento: utilizar sempre o papel reciclado, usar frente e verso das folhas, aproveitar os papéis que seriam jogados fora na confecção de blocos para anotações e utilizar e-mail para comunicação interna e externa.

Já o segundo, tem como objetivo avaliar o nível de consumo de copos descartáveis e possibilitar uma mudança de comportamento na formação de uma consciência crítica.

Outras ações foram citadas, como a Coleta Seletiva Solidária (CSS), que consiste na separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, direta e indireta, e a estação de tratamento de esgoto, visando a destinar adequadamente os efluentes sanitários gerados no Campus Central, eliminando os sistemas de fossas sépticas e sumidouros que contaminam o solo e o lençol freático que abastece o Campus.

É importante que as instituições públicas tenham participação efetiva no processo de inserção da RSA e o Estado é o principal interlocutor junto à sociedade, possuindo uma ampla capilaridade e papel indutor fundamental para tornar as iniciativas atuais, e também as futuras, mais transparentes, estimulando a inserção de critérios de sustentabilidade em suas atividades e integrando as ações sociais e ambientais com o interesse público.

Além da capacidade de indução, há o poder de mobilização de importantes setores da economia exercido pelas compras governamentais, que movimentam de 10 a 15% do Produto Interno Bruto (PIB), podendo ser usado para garantir a mudança e adoção de novos padrões de produção e consumo, buscando a redução dos impactos socioambientais negativos gerados pela atividade pública. Dessa forma, o setor público pode contribuir com o crescimento sustentável, promovendo a responsabilidade socioambiental e respondendo às expectativas sociais.