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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO MESTRADO EM AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS - MAPP FRANCISCO ROBERTO QUEIROZ DA PONTE

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

MESTRADO EM AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS - MAPP

FRANCISCO ROBERTO QUEIROZ DA PONTE

ESTRATÉGIAS POLÍTICAS DE DESFAZIMENTO DE RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

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FRANCISCO ROBERTO QUEIROZ DA PONTE

ESTRATÉGIAS POLÍTICAS DE DESFAZIMENTO DE RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em Avalição em Políticas Públicas, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Avaliação em Políticas Públicas.

Orientador: Prof. Dr. Gil Célio de Castro Cardoso.

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FRANCISCO ROBERTO QUEIROZ DA PONTE

ESTRATÉGIAS POLÍTICAS DE DESFAZIMENTO DOS RESÍDUOS ELETROELETRÔNICOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC)

Dissertação apresentada ao Mestrado Profissional em Avalição em Políticas Públicas, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Avaliação em Políticas Públicas.

Aprovada em :

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________ Prof. Dr. Gil Célio de Castro Cardoso (Orientador)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

______________________________________________ Prof.ª Dr.ª Roselane Gomes Bezerra

Universidade Federal do Ceará (UFC)

____________________________________________ Prof.ª Dr.ª Simone da Silveira Sá Borges

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus e aos meus pais pelos ensinamentos, dedicação, proteção, respeito e amor.

A minha esposa, Cheila Maria Dias da Ponte, pela atenção com os nossos filhos nos momentos em que estava no mestrado.

A minha filha Ana Júlia e ao meu filho Gabriel, pois eles foram a motivação maior para que concluísse o mestrado.

Aos sujeitos participantes da pesquisa, diretores de centros, faculdades e servidores da UFC, que com muita satisfação atenderam a minha demanda e contribuíram para o alcance dos meus objetivos.

Ao Prof. Dr. Jair Mafezoli, pela flexibilização de minha jornada de trabalho na Coordenação de Licenciatura em Química.

Ao Prof. Dr. Gil Célio de Castro Cardoso, pela excelente orientação e pela cuidadosa atenção e paciência dispensada durante a realização da pesquisa e da dissertação.

As professoras participantes da banca examinadora Dra. Roselane Gomes Bezerra e Dra. Simone da Silveira Sá Borges.

Ao Mestrado em Avaliação de Políticas Públicas (MAPP), em especial Vânia e Katiane.

Aos meus colegas que fiz durante o mestrado, que demonstraram muita união no percurso do curso, em especial (André, César Wagner, Daniel, Estênio, Hobson, Irlano, Morgana, Paulo Henrique, Patrícia Alves e etc).

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RESUMO

Esta dissertação trata da estratégia política de desfazimento dos resíduos eletroeletrônicos na Universidade Federal do Ceará (UFC). Especificamente analisa como é feito o descarte dos equipamentos eletroeletrônicos (lixo eletrônico) na instituição. O objetivo é avaliar as estratégias de desfazimento de resíduos eletroeletrônicos na UFC. A abordagem é qualitativa e os procedimentos abordados são: revisão bibliográfica, análise documental e entrevistas. A pesquisa foi realizada com gestores dos Centros, Faculdades, docentes da área ambiental, servidores da Divisão de Patrimônio e Divisão de Educação Ambiental. Discute-se sobre a forma de como é feito o descarte final dos REEE e se há um acompanhamento desses bens após a baixa patrimonial do equipamento. Partindo desse cenário, foi feito uma análise das ações executadas pela gestão ambiental de outras instituições de ensino superior, através de emails e contatos telefônicos, assim, ficou constatado que na USP já existe um centro de descarte e reuso dos resíduos eletroeletrônicos e que na UFRGS está em fase inicial do projeto de implantação do centro de descarte tendo como parceiros o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal. Constatou-se a partir das falas dos entrevistados que as implicações do desfazimento dos resíduos eletroeletrônicos se deve a falta de divulgação para a comunidade acadêmica.

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ABSTRACT

This work is about the politics estrategy of getting rid of Universidade Federal do Ceará eletronic waste. It analyses specificly how this eletronic garbage is got rid of. The purpose is evaluate how it happens. The approach is qualitative and the procedures are: bibliographic review, documental analysis and interviews. The research was done with managers of student centers, colleges, environmental area teachers, property division workers na with the environmental education division. It is discuted how REEE is got rid of and if there is an acompaniment of these properties after it gives the institution up. After that, it was done a comparison with the processo f another institutions by e-mail and telephone. It was possible to see that in USP there is a reuse Center and in UFRS it is beginning the building of a reuse center with the partnership of the state government and Prefeitura Municipal. The lack of information in the academic community seems to be the biggest problem.

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LISTA DE FIGURA

Figura 1- Tela Cadastro de Bens do SIGAA 1. ... 70

Figura 2: Tela Cadastro de Bens do SIGAA 2 ... 70

Figura 3- Tela de Cadastro de Bens do SIGAA ... 71

Figura 4- Tela Cadastro de Bens do SIGAA ... 71

Figura 5 - Tela Cadastro de Bens do SIGAA. ... 72

Figura 6- Tela de Transferência de Bens entre Unidades do SIGAA ... 74

Figura 7- Tela que Executa a Transferência de Bens entre Unidades no SIGAA ... 75

Figura 8- Tela Efetuando a Transferência de Bens do SIGAA ... 76

Figura 9- Programas e Projetos do SGA da UFRGS ... 87

Figura 10 - Depósito CEDIR - USP ... 110

Figura 11- Histogramas de Questões Objetivas do Instrumento de Coleta de Dados Aplicado junto aos sujeitos entrevistados. ... 115

Figura 12- Histograma das Questões Objetivas do Instrumento de Coleta de Dados Aplicado Junto aos Sujeitos Entrevistados. ... 115

Figura 13 - Histograma das Questões Objetivas do Instrumento de Coleta de Dados Aplicado Junto aos Sujeitos Entrevistados. ... 116

Figura 14- Histograma das Questões Objetivas do Instrumento de Coleta de Dados Aplicado Junto aos Sujeitos Entrevistados. ... 117

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LISTA DE TABELA

Tabela 1- Categorias e Relação de REE segundo a União Europeia ... 41

Tabela 2- Componentes e Porcentagem de um Computador ... 45

Tabela 3- Composição de Uma Tonelada de REEE Mista ... 45

Tabela 4 - Danos Causados a Saúde pelas Substâncias Tóxicas Encontradas no Computador 45 Tabela 5- Fases e Subfases das Rotinas Patrimoniais ... 66

Tabela 6 - Tombamento Anual e Baixa de Computadores na UFC ... 68

Tabela 7- Primeiras Instituições de Ensino Superior que Implantaram a Gestão Ambiental. .. 85

Tabela 8 - Programas Desenvolvidos Pela Divisão de Meio Ambiente da UFRN. ... 88

Tabela 9 - Ações Desenvolvidas pelo Departamento de Gestão de Resíduos da UFSCar. ... 96

Tabela 10 - Tipos de Embalagens e Recipientes dos Resíduos. ... 97

Tabela 11- Compatibilidade e Recipientes de Substâncias Orgânicas. ... 98

Tabela 12- Compatibilidade e Recipientes de Substâncias Inorgânicas. ... 99

Tabela 13- Embalagens Vazias. ... 99

Tabela 14 - Regras Utilizadas nos Laboratórios da UFSCar para Segregação. ... 100

Tabela 15- Alguns Tipos de Compostos que Podem Ser Descartados no Lixo: ... 101

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LISTA DE QUADRO

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AGEFIS – Agência de Fiscalização de Fortaleza BDI – Banco Interamericano de Desenvolvimento BM – Banco Mundial

CC – Código Civil

CDI – Comitê pela Democratização da Informática do Rio Grande do Norte CEDIR – Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática

CEMA – Coordenadoria Especial para o Meio Ambiente CFC – Conselho Federal de Contabilidade

CGU – Controladoria Geral da União

COMAER – Comando Aéreo da Força Aérea Brasileira

CMMAD – Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONSUNI – Conselho Universitário COT – Comunidade Obreiros da Tardinha CT – Centro de Tecnologia

DASP – Departamento de Administração de Serviço Público DEA – Divisão de Educação Ambiental

DEPAT – Departamento de Patrimônio

DESMET – Divisão de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho DGA – Divisão de Gestão Ambiental

DIURB – Divisão de Limpeza e de Serviços Gerais DIVPAT – Divisão de Patrimônio

DMA – Diretoria do Meio Ambiente DVTRAN – Divisão de Transporte EEE – Equipamentos Eletroeletrônicos

ERP – Responsabilidade Alargada do Produtor ETE –Estação de Tratamento de Esgoto

EU – União Europeia

FHC – Fernando Henrique Cardoso

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IES – Instituições de Ensino Superior

MAPP – Mestrado em Avaliação de Políticas Públicas MEC- Ministério da Educação

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MPDG – Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão NEPAU – Núcleo de Ensino e Pesquisa em Agricultura Urbana PCN – Parâmetros Curriculares Nacional

PDI – Plano de Desenvolvimento Institucional PDRE – Plano Diretor da Reforma do Estado

PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos PLS – Plano de Logística Sustentável

PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente PNRS – Política Nacional dos Resíduos Sólidos PEGA – Prefeitura Especial de Gestão Ambiental

PROGEPA – Programa de Gestão de Estudos e Pesquisas Ambientais PROGERE – Programa de Gerenciamento de Resíduos

REEE – Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos

REUNI - Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais

ROHS – Restriction of Hazardous Substanes

SAMEAC – Sociedade de Assistência Maternidade Escola Assis Chateaubriand SEDAP – Secretaria de Administração Pública

SEGES – Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão SEMA – Secretaria Especial do Meio Ambiente

SEMACE – Secretaria do Meio Ambiente do Ceará

SEUMA – Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente SGA – Superintendência de Gestão Ambiental

SGAS – Secretaria Geral de Gestão Ambiental

SIAFI – Sistema Integrado de Administração Financeira

SIGAA – Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas SLTI – Secretaria de Logística e Tecnologia da Informática SIN – Superintendência de Infraestrutura

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SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

SLTI - Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação STI – Secretaria de Tecnologia da Informação

SUASA – Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária SUDEPE – Superintendência de Desenvolvimento da Pesca

SUDHEVEA – Superintendência de Desenvolvimento da Borracha TCU – Tribunal de Contas da União

UFC – Universidade Federal do Ceará

UFCINFRA- Superintendência de Infraestrutura UFP – Universidade Federal do Pará

UFGRS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte USP – Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 14

2. O Brasil e as Políticas Ambientais ... 24

2.1 Legislação Brasileira Sobre Resíduos Eletroeletrônicos - REEE ... 29

2.1.2 Legislação Federal - Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) - ... 29

2.1.3 Legislação Estadual ... 32

2.1.4 Legislação Municipal ... 34

2.1.5 Desfazimento de bens... 35

2.2 Resíduos de equipamentos eletroeletrônico (REEE) ... 39

2.2.1 Impactos ambientais dos REEE ... 44

2.2.2 Lixo Eletrônico ... 46

3 Patrimônio Público na Administração Pública ... 48

3.1 Administração Pública ... 48

3.2 Princípios da Administração ... 52

3.3 Modelos de Administração ... 54

3.4 Patrimônio Público ... 56

3.5 Gerenciamento Patrimonial na UFC ... 65

3.5.1 Recebimento ... 66

3.5.2 Registro e Tombamento ... 67

3.5.3 Cadastro de Documento Fiscal ... 69

3.5.4.1 – Efetuar a transferência de bens no SIGAA ... 74

3.6 Inventários Patrimoniais ... 76

3.7 Baixa Patrimonial ... 77

4. Gestão Ambiental em Instituições de Ensino Superior ... 78

4.1 Gestão Ambiental na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS ... 85

4.2 Gestão Ambiental na Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN ... 88

4.3 Gestão Ambiental na Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR ... 95

A) Resíduos Químicos ... 96

4.3.1 Embalagens Apropriadas ... 97

4.3.1.1 Compatibilidade de Recipientes e Reagentes ... 98

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4.3.3 Segregação de Resíduos Químicos ... 100

4.3.4 Tratamento no Laboratório ... 101

4.3.5 Acondicionamento de Resíduos ... 102

4.3.6 Coleta ... 102

4.3.7 Substâncias Químicas Incompatíveis ... 102

4.3.8 Resíduos Radioativos ... 104

4.3.9 Resíduos do Serviço de Saúde ... 105

4.3.10 Resíduos Perfurocortantes ... 105

4.3.11 Resíduos Biológicos ... 106

4.3.12 Lâmpadas ... 106

4.3.13 Resíduos Comuns ... 106

4.4 Gestão Ambiental na Universidade Federal do Pará – UFPA ... 107

4.5 Gestão Ambiental na Universidade de São Paulo – USP ... 108

4.6 Gestão Ambiental na Universidade Federal do Ceará ... 110

5 – A UFC e as Estratégias de Desfazimento ... 114

6 Considerações Finais ... 129

6.1 Sugestões ... 133

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 134

APÊNDICE A – ROTEIRO DAS ENTREVISTAS: COM OS GESTORES DOS DEPARTAMENTOS, FACULDADES, CENTROS, SERVIDORES DA UFC ... 140

APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO COM OS GESTORES DA DIVISÃO DE PATRIMÔNIO ... 146

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1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa versa sobre a implementação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) concomitantemente com a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) no âmbito da Universidade Federal do Ceará – UFC. Tal fato se deve ao grande aumento populacional, gerando assim uma atenção especial para com as questões ambientais. São de uma grande diversidade os tipos de resíduos que são consumidos e produzidos em uma universidade pública, comparados com os que são gerados em um município, em que nesse cenário incluem-se os resíduos eletroeletrônicos – REEE.

Com aprovação do Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI (2013 -2017) da Universidade Federal do Ceará - UFC pelo Conselho Universitário em 13/12/2012 fortaleceu a criação de uma unidade administrativa de gestão ambiental na instituição, baseada na Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei Nº 12.305, de 2010, e Decreto regulamentador nº 7.404/2010, e também pela Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), instituída pela Lei Nº 6.938/1981 e pelo Decreto nº 5.940/2006.

Apenas em 2016, a Pró-Reitoria de Administração da UFC elaborou um manual de Gestão Patrimonial que tem como principal função a execução dos procedimentos de recebimento, transferência, desfazimento e controle de bens permanentes da instituição, no que diz respeito aos bens móveis e imóveis. Foi apenas nesse período, que os gestores se atentaram as normas e legislações que regem as atividades da Gestão Patrimonial, no processo de desfazimento de bens inservíveis, dando ênfase ao Decreto nº 99.658/90 e a Lei Nº 8.666/93.

Deve-se destacar também o fato de que a expansão das universidades, no que tange à criação de cursos e ampliação de vagas na graduação, acaba ocasionando o acúmulo de bens inservíveis (lixo eletrônico) nas Instituições de Ensino Superior – IES onde representa um grande desafio para os gestores de toda comunidade acadêmica, não só pelo quantitativo, mais também pela diversidade de materiais e pelos componentes químicos (perigosos) existentes nesses materiais.

Nesse contexto, temos uma situação muito delicada, quando se trata de resíduos eletroeletrônicos (lixo eletrônico), no Brasil ainda não existe lei específica para este assunto, mas sim para resíduos sólidos de um modo geral, como determina a PNRS.

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imensa quantidade de problemas ao meio ambiente, com o acúmulo de materiais eletroeletrônicos que não têm mais utilidade para a sociedade. A preocupação maior é de como será o destino final desses materiais. A obsolescência programada para uma vida útil cada vez mais curta leva o consumidor a descartar seus equipamentos em tempo cada vez menor, resultando na produção de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) cada vez mais acelerada.

Embora isso tudo venha acontecendo, fruto das inovações tecnológicas que o ser humano necessita e ao mesmo tempo, reduz a distância e diminui seus esforços facilitando seu cotidiano. Cabe destacar iniciativas governamentais, da iniciativa privada e da sociedade civil em busca de soluções para minimizar esses problemas.

O gerenciamento de REEE apresenta complexidade maior do que outros tipos de resíduos, por conta do seu volume, de sua diversidade e de suas características de periculosidade, que envolve grande número de componentes e elementos químicos, além da falta de experiência acumulada nessa área, para acompanhar e tentar solucionar os problemas gerados pelas demandas surgidas a cada dia.

Em contrapartida, a produção de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) é uma das atividades que mais crescem no mundo. As novas tecnologias vêm mudando o cenário mundial, em plena era das mídias digitais, as rotinas da sociedade estão, cada vez mais, dependentes de modernas gerações de notebooks, desktops e etc. As inovações tecnológicas e a queda dos custos dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE) ultrapassaram limites, proporcionando o acesso em massa a esses materiais eletrônicos quebrando diversas barreiras, não só por encurtar distâncias irrelevantes para a comunicação, como por falta de espaço para armazenar a imensa quantidade de resíduos gerada pelos fabricantes.

No entanto, esses desenvolvimentos tecnológicos vêm ocasionando grandes alterações no meio ambiente devido à obsolescência do ser humano. Apesar de essa evolução tecnológica apresentar algumas alternativas menos agressivas ao ecossistema, o desejo pela aquisição de eletroeletrônicos de última geração tem gerado volumes incontáveis.

A gestão de REEE tem sido motivo de preocupação e atenção em países da Europa, América do Norte e Ásia. O imenso volume de equipamentos eletroeletrônicos descartados, as substâncias valiosas, recicláveis, as substâncias perigosas que podem ser liberadas no meio ambiente de forma inadequada, as reações químicas, requerem criação de políticas públicas sobre o tema.

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tema de (REEE), pois desde 1991 esses resíduos passaram a ser considerados prioritários. Enquanto a União Europeia (EU) se encontra com a maturidade bem à frente quando o assunto é REEE, o Brasil encontra-se no início da aprendizagem. Apesar de o tema já ser discutido no país há algum tempo e algumas legislações estaduais e municipais terem sido criadas, apenas em agosto de 2010 foi aprovada a Lei Federal Nº 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010), na qual o fluxo dos REEE é prioritário.

O Brasil, com economia estável e consumo interno em expansão, também considerado como superpotência emergente, atualmente é um dos grandes geradores de REEE. Com a aprovação da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) determina a busca de alternativas de gestão e de recuperação de resíduos, designando a obrigatoriedade da Logística Reversa para seus produtos, após o término de sua vida.

Diferentes tipos de resíduos são abordados na PNRS, de origem difusa os REEE domiciliares têm geração e destino difíceis de serem estimados. Enquanto a gestão de REEE de origem institucional, que existe geração pontual, teoricamente é mais simples e poderia ser facilitada pelo seu sistema de informação gerencial. No Brasil, geralmente as ações de gerenciamento ambientalmente corretas são oriundas da iniciativa privada, onde se restringe apenas a telefonia móvel e materiais de informática.

O problema de desfazimento dos resíduos eletroeletrônicos é ainda maior nos órgãos do governo federal, pois os gestores devem seguir à risca a lei que trata de desfazimento de bens, atentando-se também as legislações ambientais. A grande maioria dos órgãos públicos vem utilizando as formas convencionais de desfazimento de bens, (venda mediante a realização de leilão e a doação), no entanto, essas modalidades de alienação de bens, não tem sido suficientes para dar um destino correto a esses equipamentos em desuso e também evitar o acúmulo nos departamentos e/ou setores dos órgãos federais.

Considerando-se o imenso crescimento dos REEE em Instituições de Ensino Superior - IES, sua composição cada vez mais complexa e a falta de conhecimento sobre a sua destinação, um diagnóstico de geração e fluxo desses materiais quando ficam obsoletos é fundamental para o desenvolvimento de um plano de gestão que integre as experiências e as iniciativas acumuladas dentro das instituições e atenda as exigências determinadas pela PNRS.

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inexistência de documentação que determine a responsabilidade dos sujeitos envolvidos no fluxo deste tipo de resíduo, caminhando para o desenvolvimento de um caos, gerando um descontrole.

Dessa forma, pesquisar sobre o desfazimento dos resíduos eletroeletrônicos justifica-se também pela relevância do assunto com as teorias de desenvolvimento sustentável, que de acordo com Aligleri et al. (2009), o uso de materiais não passíveis de reuso, compromete o meio ambiente ao qual também a sociedade está inserida.

Vale ressaltar que outro fato importante é que, com a aprovação da PNRS, são esperados avanços em relação ao adequado gerenciamento dos REEE no país. Alinhado a esse cenário, destacamos que a PNRS prevê a obrigatoriedade da logística reversa e a responsabilidade compartilhada para determinados resíduos, entre eles, os eletroeletrônicos.

O artigo 33 da PNRS, inciso VI, trata dos produtos eletroeletrônicos, determinando os responsáveis pela efetiva implementação da logística reversa, elencando que importadores, fabricantes, comerciantes e também distribuidores deste tipo de produto são responsáveis pela estruturação da mesma, mesmo que haja algum serviço de recolhimento público (BRASIL, 2010).

Assim, percebe-se a transparência legislativa e sua importância sobre envolvidos neste processo de modo geral, desde a fabricação até o descarte final.

A presente pesquisa optou por concentrar-se na relação entre a Divisão de Patrimônio (DIVPAT) da UFC responsável pelo desfazimento dos equipamentos de informática, a Divisão de Gestão Ambiental (DGA) / Prefeitura Especial de Gestão Ambiental (PEGA) da UFC, de modo que o limite de estudo poderá através dos dados encontrados, apresente práticas sustentáveis no processo de descarte desses materiais, contribuir para que haja um link entre os dois setores da instituição, no intuito de incluir o descarte dos resíduos eletroeletrônicos nas ações rotineiras da Divisão de Gestão Ambiental.

Diante desse contexto favorável, estabeleceram as questões de partida para a pesquisa: Como ocorre o desfazimento de resíduos eletroeletrônicos na Universidade Federal do Ceará? Em que medida a UFC, tem desenvolvido ações que considerem a gestão sustentável de resíduos eletroeletrônicos produzidos por toda a comunidade universitária?

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A metodologia de pesquisa é o instrumento que viabiliza a investigação do problema proposto na busca de alcançar os objetivos. É um caminho a ser seguido com atenção rigorosa por parte do pesquisador, a fim de que não deixem dúvidas a respeito da veracidade dos resultados apontados pela pesquisa.

Esta pesquisa possui o objetivo de esclarecer os fatores que levaram ao acúmulo de equipamentos eletroeletrônicos nos corredores de toda a comunidade universitária de uma IES. Quais são as ações utilizadas na gestão desses resíduos e de como apresentar soluções no desfazimento evitando a problemática da superlotação nos departamentos, enquanto aguarda definição do seu descarte. Sendo assim, investigando-se, também as práticas ambientais executadas pela instituição no cumprimento dos Decretos 99.659/90 e 5.940/2006.

Diante disso, a abordagem metodológica desta pesquisa caracterizou-se pela abordagem qualitativa, devido ao ambiente natural da IES ser a fonte de dados, onde ocorre a geração e o fluxo dos resíduos institucionais. Segundo Minayo (2007), através da técnica qualitativa é possível adentrar no cotidiano dos sujeitos pesquisados, no intuito de conhecer suas experiências de vida e os significados atribuídos a estas.

Assim, o uso de técnicas qualitativas proporciona ao pesquisador a abertura de um leque direcionando a várias alternativas, tendo em vista que a referida técnica traz à tona as considerações dos entrevistados acerca do que está sendo pesquisado; as observações do pesquisador em relação aos problemas estudados, assim como as impressões que os sujeitos da pesquisa têm a revelar, considerando seus modos de pensar e agir no contexto social.

Busquei com isso apreender distintos olhares institucionais sobre os REEE e suas eventuais relações com outros processos e ações avaliativas na instituição. Os sujeitos participantes da pesquisa contribuem com experiências a universidade de formas diferentes e, por conseguinte, concepções e práticas avaliativas distintas. Como a efetivação de trabalhar os REEE envolve muitas pessoas em diferentes momentos e contextos, é preciso conhecer como se efetiva o envolvimento delas no processo e apreender suas concepções e forma de desfazimento ambientalmente correta atendendo as legislações.

Isso se justifica porque as visões de mundo desses diferentes sujeitos demandavam uma necessária diversidade de conhecimentos na construção de dados. Portanto, para a coleta de dados relativos às concepções de desfazimento dos REEE foi realizado: os levantamentos bibliográficos e documentais foram à etapa inicial de minha pesquisa e tiveram a função primordial de selecionar e interpretar dados que, articulados aos objetivos da pesquisa, assim gerando significados legais do texto.

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Públicas (MAPP), o desenho da pesquisa foi passando por várias pinceladas e reformulações. Com o desdobramento de uma das disciplinas cursadas, surgiram novas ideias de qual seria a política a ser trabalhada em minha pesquisa e qual seria o objeto de estudo.

Assim é que na aproximação com o objeto de estudo se realizou pesquisa bibliográfica sobre assuntos das políticas públicas relacionadas aos resíduos eletroeletrônicos e ao meio ambiente e de suas metodologias.

Nessa primeira etapa, reuni e analisei livros, revistas científicas e artigos acadêmicos, dissertações e teses que abordassem os conceitos e as categorias analíticas utilizados na discussão teórica sobre as questões técnicas de políticas públicas voltadas aos resíduos eletroeletrônicos e suas metodologias.

Também se efetuou uma pesquisa documental por meio de análise de documentos institucionais, relativos à legislação e a documentos normativos expedidos pelo governo federal, pela UFC e por outras IES, consulta em dados de fontes do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e também da PNRS, assim descrevendo um pouco da trajetória da Política Pública do Estado Brasileiro iniciando nos anos 30.

Foram recolhidos e analisados dados de fontes do Ministério do Meio Ambiente e também da PNRS, assim descrevendo um pouco da trajetória da Política Pública do Estado Brasileiro iniciando nos anos 30.

Essa primeira fase fundamentou minha entrada e movimentação em campo, pois me possibilitou um acervo de informações bastante importantes para compreender alguns aspectos da Política Nacional dos Resíduos Sólidos e seus desdobramentos na instituição. Por meio dessa fase, pude circunscrever e entender melhor meu objeto de estudo e redefinir as estratégias de aproximação com os sujeitos na medida em que eu ia conversando com doutores com uma vasta experiência técnica a respeito dos REEE, e de suas implicações regulatórias para um bom gerenciamento dos REEE na instituição.

A construção da amostra me apresentou algumas dificuldades, primeiramente seria aleatória e definida no quantitativo de quatro sujeitos, sendo dois docentes da área ambiental, dois servidores da Divisão de Gestão Ambiental/Prefeitura Especial de Gestão Ambiental e dois gestores da Divisão de Patrimônio da UFC.

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Dessa forma, observa-se que os gestores e os servidores mais adequados a prestarem as informações necessárias à compreensão da pesquisa estudada são os Diretores de Centros, Faculdades, Diretora da Divisão de Patrimônio e do Chefe da Seção de Controle de Bens, cargo antes ocupado por mim; Diretor da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), Diretor da Divisão de Gestão Ambiental e também de um Engenheiro Ambiental e duas Professoras Doutoras do Departamento de Hidráulica e Ambiental. Diante disso, a amostra ficou definida no quantitativo de 14 sujeitos.

Com isso, decidi obter algumas informações da Prefeitura Especial de Gestão Ambiental (PEGA) e de sua equipe, a fim de adquirir experiências no sentindo de nortear a trajetória da pesquisa de campo. Nesse momento fiz uma apresentação de minha pesquisa para alguns membros da desta divisão, utilizando-se de um projetor multimídia e também nesse momento apresentei um questionário elaborado por mim.

Elaborei um questionário para aplicação junto aos diretores de centro sediado no campus Pici, aos diretores de Faculdades sediados nos campi Benfica e Porangabussu, situados em Fortaleza. Com 17 questões fechadas e 13 abertas, o questionário foi elaborado com questões cujas respostas, em sua maioria, foram estruturadas em duas opções: sim ou não. Com isso, pretendi que os sujeitos se posicionassem sobre as questões ao pensar sobre as relações dos resíduos eletroeletrônicos gerados por toda a comunidade universitária, como instrumento para avaliar que programas que existem na instituição para auxiliar na execução da lei 12.305/2010, além de investigar se há dados sobre o lixo eletrônico (quantidade por ano).

O questionário básico elaborado por mim foi utilizado como referência para realização de entrevista, embora os dados do instrumento de pesquisa tenham sido organizados e trabalhados estatisticamente, meu manuseio com ele foi de extrema importância qualitativamente para o desenvolvimento de minha interpretação de dados.

A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semiestruturada, voltado para servidores da UFC, de um modo geral, as entrevistas podem gerar uma fonte de dados para ter perspectivas desenvolvidas sobre meu problema.

O período da coleta realizou-se nos meses de julho e agosto de 2017. A coleta foi realizada com o consentimento dos entrevistados, sendo solicitada a autorização para gravá-las, por meio de aparelho celular, para posterior transcrição.

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entrevistas do teste foram registradas em gravador do aparelho celular, transcritas e serviram de apoio aos ajustes para produzir o roteiro que foi aplicado.

A técnica de entrevista semiestruturada proporciona ao entrevistado colaborar no processo investigatório com liberdade, sem perder o foco da pesquisa. O primeiro passo que um pesquisador deve dar em uma investigação científica é fundamentar-se em um levantamento de dados. Para esse levantamento é importante que se faça uma pesquisa bibliográfica. Diante disso, em segundo momento, o pesquisador deve realizar uma observação minuciosa dos fatos para que ele consiga maiores informações e, a terceira etapa da pesquisa, o objetivo central do pesquisador é conseguir informações ou coletar dados que jamais conseguiria através da pesquisa bibliográfica. Assim, a entrevista é uma das técnicas mais utilizadas por pesquisadores para coleta de dados nesta terceira etapa.

A entrevista é uma das técnicas de coleta de dados considerada como sendo uma forma racional de conduta do pesquisador, previamente estabelecida, para dirigir com eficácia um conteúdo sistemático de conhecimento, maneira mais completa possível, com o mínimo de esforço de tempo. ROSA; ARNOLDI (2006, p.17).

A preparação da entrevista é uma das fases mais importantes da pesquisa, pois exige alguns cuidados e requer tempo, entre eles destacam-se: o planejamento da entrevista, onde o pesquisador já deve ter em vista o objetivo a ser alcançado; a escolha do entrevistado, a oportunidade da entrevista, ou seja, a disponibilidade do entrevistado em fornecer a entrevista que deverá ser marcada com antecedência para que o pesquisador se certifique que será recebido; as condições favoráveis que possam garantir ao entrevistado o segredo de sua identidade e de suas confidências e, por fim, a preparação específica que consiste em organizar o roteiro ou formulário com as questões importantes (LAKATOS, 1997).

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da Diretoria de Meio Ambiente da UFRN, dias depois a engenheira ambiental respondeu meus e-mails. Já a terceira IES que busquei informações foi a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), dessa vez fiz contato por telefone, onde pude obter todas as informações necessárias. Já a quarta instituição que entrei em contato foi a Universidade Federal do Pará (UFPA), também por telefone e obtive êxito nas entrevistas. A quinta universidade foi a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde encaminhei vários e-mails e, mais uma vez não tive retorno, daí decidi ligar para o Setor de Gestão Ambiental e ninguém atendia e por fim a Universidade de São Paulo (USP), entrando em contato por telefone.

Fundamentando-me na intenção de compreender as experiências dos gestores de centros, faculdades, docentes, servidores técnico-administrativos pesquisados acerca das estratégias do desfazimento de resíduos eletroeletrônicos da universidade, busquei não me restringir à simples descrição de resultados. A análise de dados baseou-se nos princípios da técnica de análise de conteúdo levando em consideração os discursos dos entrevistados.

A análise de conteúdo segundo BARDIN (2009, p. 60) que se configura como um “conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição de conteúdo das mensagens”.

A técnica de análise de conteúdo percorreu as seguintes fases: pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados. Os dados qualitativos presentes e apreendidos nas entrevistas foram tabulados e analisados de forma a compreender as falas dos entrevistados, assim logo em seguida foram transcritas e numeradas seguindo a ordem em que foram realizadas, com o compromisso de manter o sigilo e anonimato.

Com isso, a análise de dados originou-se com base nas questões norteadoras levantadas no percurso da pesquisa, já os dados obtidos por meio das entrevistas, foram agrupados por meio da codificação, de acordo com a similaridade das respostas dos entrevistados e agrupados a partir da semelhança e de acordo com a literatura específica.

Sendo assim, este trabalho é composto por quatro seções, incluindo a introdução, que trata do contexto do estudo, apresentando a problematização, os objetivos buscados, a hipótese e justificativas e por fim a metodologia para esta pesquisa.

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nº 99.658/90, comentando toda a parte dos resíduos de equipamentos eletroeletrônicos e os impactos ambientais causados e por fim um breve comentário sobre o lixo eletrônico.

Na terceira seção, procurou-se descrever sobre o Patrimônio Público na Administração, destacando o referencial teórico, os conceitos abordados na literatura estudada, e tiveram como subitens os princípios, modelos de uma administração pública, além de outros tópicos referentes a patrimônio público, analisando assim a gestão patrimonial da UFC, e também discutiu-se a sustentabilidade e o meio ambiente.

A quarta seção trata da Gestão Ambiental em Instituições de Ensino Superior, demonstrando a gestão ambiental em outras instituições de ensino superior para servir de comparação com a da instituição pesquisada.

A quinta seção do estudo apresenta a discussão dos resultados, obtidos através da pesquisa empírica, bem como os dados estimados a cerca da UFC e suas estratégias de desfazimento dos REEE. A sexta seção finaliza o estudo, trazendo as principais considerações sobre a pesquisa, tecendo recomendações e sugestões para estudos futuros.

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2. O Brasil e as Políticas Ambientais

Para entendermos melhor o marco inicial do histórico das políticas públicas brasileira, usaremos os anos 30, onde conforme o Censo de 1920, 70 % da população brasileira vivia no campo e 30% na cidade. Após cinquenta anos, passou a ser o inverso, 70% na cidade e 30% no campo. Diante disso, o Brasil saiu de uma economia agrícola para um setor de produção industrial moderno e eficiente, capaz de competir a nível internacional.

Nos primórdios das políticas públicas brasileira, o Estado demonstrava pouca ou nenhuma importância ao bem estar da sociedade. Como não podia deixar de ser, esse sistema autoritário e conservador da origem das políticas públicas brasileiras também refletiu nas políticas ambientais. Antes do advento da Constituição Cidadã de 1988 que prevê, ao menos formalmente, o direito a um meio ambiente saudável e ecologicamente equilibrado, houve sucessivas etapas da política ambiental caracterizadas pela contradição e, por que não dizer, pela descontinuidade de algumas “conquistas” na área ambiental.

A atual conjuntura da problemática ambiental se depara com um paradoxo absolutamente determinante na vida política brasileira deste final de século. Com a crise ambiental e a disseminação de situações de incertezas, surgem demandas sociais de uma nova natureza, demonstrando a incapacidade do Estado em propor soluções para a dinâmica social e de proporcionar com eficiência políticas públicas para atender as novas demandas.

O Estado esforçava-se, mesmo com morosidade, para concretizar a tarefa de institucionalizar as políticas ambientais em um momento marcante. A principal preocupação na época foi pelo fato de questões políticas importantes e urgentes estarem se desenrolando fora do controle do Estado. A internalização do medo e da angústia em razão dos riscos passa a ter peso mais significante nos rumos tomados pela população na exata proporção em que mais se complica.

O Estado tem que assumir o controle e garantir a institucionalização das demandas ambientais e para pôr em prática o gerenciamento de políticas sustentabilidades ocorram com sucesso (Ferreira, 1998).

Leila da Costa Ferreira (1998), afirma que as duas principais mudanças na gestão publica para que a internalização da questão ambiental pelas políticas públicas ocorra:

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e pela redefinição da relação Estado – Sociedade civil, por meio da qual a esfera de atuação política possa ser ampliada graças ao reconhecimento de que, a legitimidade de inúmeras medidas governamentais depende do sentimento de que sua concepção, implementação e gerenciamento são fruto do envolvimento ativo da população. (FERREIRA, 1998, p.219).

A internalização das políticas ambientais tem estimulado a sociedade e os gestores públicos a repensarem categorias tradicionais de compreensão da realidade social, revisando suas teorias e conceitos sobre temas ambientais ocupando cada vez mais espaço no debate científico e também nas políticas públicas.

A política ambiental brasileira se desenvolveu de forma tardia se comparada às demais políticas setoriais brasileiras. Os primeiros passos na elaboração surgiram na década de 1930, avançando no estabelecimento de importante marcos legal como no processo de institucionalização das políticas públicas de meio ambiente.

Para fins objetivos, recorrer-se-á ao conceito de política ambiental veiculado por Barbieri (2006), que a define como o conjunto de diretrizes, objetivos e instrumentos de ação que o poder público utiliza para produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente. Neste tópico busca-se contribuir na reflexão sobre a política ambiental da Era Vargas, com ênfase no período atual. A concepção de governança apoia a análise, levando em consideração que um meio ambiente saudável, um bem público, nesse caso, é de responsabilidade comum tanto do Estado como da sociedade e de suas instituições. Seguindo essa linha, nossa Constituição Federal reconhece a preservação do meio ambiente como questão pública, que não depende apenas da avaliação do Estado:

Art. 225. “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e para as futuras gerações.”

As primeiras ações governamentais no campo da política de meio ambiente corresponde à adoção, em 1934, do Código das Águas, do Código de Minas e do Código Florestal, e também da criação em 1937, do Parque Nacional de Itatiaia e da legislação de proteção ao patrimônio histórico e artístico nacional. Certamente, no primeiro momento da política ambiental brasileira foi marcante por conta da racionalização do uso e da exploração dos recursos naturais e a definição de área de preservação permanente, limitando alguns limites à propriedade privada.

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direta às ações do Estado, impulsionado na direção de um projeto de industrialização nacional. O surgimento das políticas públicas brasileiras coincide com o desenvolvimento industrial do país.

O processo de industrialização orientaria as políticas de intervenção do Estado como elemento principal. Em 1964, houve um “afrouxamento” no que se refere ao controle de poluição, sobretudo da poluição das indústrias, interessando ao governo dos militares desenvolvimentista, que dava boas vindas às indústrias poluidoras, com o interesse de atrair grandes investimentos do capital internacional.

No início da história das políticas públicas, as medidas de controle ambiental eram corretivas, assim temos um Estado que dá pouca importância ao bem-estar da maioria da população, porém após a década de 70, tornaram-se preventivas com o intuito de serem difundidas em vários países, com isso criando-se sistemas de gerenciamento ambiental públicos. Esta gestão é conduzida de acordo com uma política ambiental, que segundo

Barbieri (2007), é um “conjunto de objetivos, diretrizes e instrumentos de ação que o Poder

Público dispõe para produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente”.

Em 1972, o Brasil participou da conferência em Estocolmo, com a posição de defesa à soberania nacional. Argumentava-se a tese do crescimento a qualquer custo de que os países em desenvolvimento não poderiam ser sacrificados, assim quem pagaria a conta pelos esforços para evitar a poluição ambiental seria os países desenvolvidos – argumento que foi endossada pelos países que participaram da conferência (Chamado Terceiro Mundo).

No Brasil, apenas em 1973, em respostas as questões citadas na Conferência criam-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA e um pouco depois, em 1981, o Estado estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente – Lei nº 6.938/81.

Um ano após a Constituição Federal de 1988, cria-se o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, trazendo para si as competências dos demais órgãos setoriais do meio ambiente extintos, como: o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF, a Superintendência de Desenvolvimento da Borracha – SUDHEVEA, a Superintendência de Desenvolvimento da Pesca – SUDEPE e a SEMA.

No governo Sarney foi criado o IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, em consequência do aumento das queimadas na Amazônia e pelas incertezas que decorriam de mudanças climáticas alavancadas pelo aumento do dióxido de carbono.

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sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – CNUMAD, conhecida como Rio-92. No evento foram assinados vários acordos ambientais que refletem na atualidade, como: as Convenções do Clima e da Biodiversidade, a Agenda 21, a Declaração do Rio para o Meio Ambiente e Desenvolvimento e a Declaração de Princípios para as Florestas.

Neste mesmo período foi criado o Ministério do Meio Ambiente – MMA, que sobrevivia na maior parte através de empréstimos de agências multilaterais (Banco Mundial (BM), Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID) e operou com alguns funcionários cedidos de outros órgãos e terceirizados com contratos temporários. Anos depois, o Congresso sanciona a Lei nº 9.605/1998 que trata de Crimes Ambientais, com isto o Brasil está entre os poucos países a ter um direito penal ambiental.

Após a Rio-92 foi realizada a Conferência Ambiental Rio + 10, em 2002 na cidade de Joanesburgo, na África do Sul, tendo como um dos objetivos avaliar os acordos e convênios firmados na Rio-92, com principais focos da conferência as mudanças climáticas e discutir sobre fontes energéticas renováveis.

No governo de Fernando Henrique Cardoso – FHC as políticas públicas ambientais permanecia não sendo considerada nenhuma política social e nem de desenvolvimento, ou seja, desvinculada tanto das demais políticas públicas como das políticas econômicas.

Após anos de estudo a Agenda 21, lançada em 2002 onde o processo apresentou alguns estudos através de consultas públicas, que deram origem: cidades sustentáveis, gestão de recursos naturais, agricultura sustentável; redução das desigualdades sociais; ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável e infraestrutura e integração regional, que eram origem ao documento final. Apesar do sucesso do documento, a Agenda 21 brasileira vem desviando o foco de sua missão, não direcionando a política ambiental brasileira, mas sim, de orientar as políticas de desenvolvimento do Estado.

No quadro institucional, a realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, Rio + 20, realizada na cidade do Rio de Janeiro de 13 a 22 de junho de 2012, foi assim conhecida porque marcou os 20 anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio-92. O objetivo da Conferência foi à renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes. (BRASIL, 2017).

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insuficientes, pois muitos países se encontravam em uma conjuntura econômica e política fragilizada. A falta de sucesso foi sentida quando compromissos e medidas concretas para operacionalizar as intenções, mais uma vez foram rejeitadas pelos países desenvolvidos.

A institucionalização da função pública relativa ao meio ambiente iniciou-se em 1973, com a criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente (Sema). A criação de um locus institicuonal específico para tratar das questões ambientais, a partir da absorção de algumas funções de outras instituições existentes, deu mais foco à atuação na temática, que passou a ter “assinatura institucional” e endereço determinado para as políticas públicas ambientais. “Cabe notar que o crescimento do papel do Estado na regulação do meio ambiente ocorreu mesmo na contramão à tendência geral de redução de intervenção pública na época”. (Moura, 2016).

A trajetória percorrida pela política ambiental brasileira indica que ocorreram alguns avanços, no que se refere a estrutura institucional, quanto também de importantes marcos legais. Desta forma não resta dúvidas de que permanecem grandes desafios a serem superados no que se refere a aplicação de seus princípios e do aperfeiçoamento e aumento de resposta do Estado aos problemas ambientais.

De acordo com Agamuthuet et al (2015), as IES – Instituições de Ensino Superior favorecem para ameaça crescente de lixo eletrônico no país. Como o foco de sua pesquisa era o gerenciamento dos Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos - REEE em Universidade da Malásia, os autores perceberam que esses materiais são substituídos com uma velocidade imensa e se não houver boa gestão poderá ocasionar sérios riscos ao meio ambiente. Também foi percebido na referida investigação que a prática de ERP – Responsabilidade Alargada do Produtor, nessas IES são praticamente inexistentes, no que se refere a devolução desses equipamentos.

Em vários países foram criadas leis específicas para o tratamento dos REEE. No Brasil, a lei 12.305/2010, regulamenta e incentiva a reciclagem do lixo em prol de um país mais sustentável.

Segundo Babbitt et ali (2011), as práticas de disposição para o fim de vida dos REEE representam um passo importante no desenvolvimento de políticas públicas para prevenir os impactos ambientais, enquanto que o reaproveitamento contribui para o aumento de benefícios sociais e econômicos.

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Portanto, as informações sobre locais disponíveis para as práticas de descarte e recolhimento desse lixo eletrônico, priorizando seguir aos acordos governamentais com as empresas e a sociedade são insuficientes e inoperantes.

2.1 Legislação Brasileira Sobre Resíduos Eletroeletrônicos - REEE

No Brasil, existem três instâncias que regulam a legislação: a federal, estadual e municipal. A seguir detalha-se cada uma delas de acordo com o tópico resíduos eletroeletrônicos.

2.1.2 Legislação Federal - Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) -

A Presidência da República, após quase duas décadas como projeto de lei, aprova a Lei Federal Nº 12.305 (BRASIL, 2010) que instituía a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). Dispõe sobre seus princípios, objetivos, instrumentos e sobre diretrizes à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluindo-se os perigosos e os REEE, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

A política em questão propõe a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, como conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, pela minimização do volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como pela produção de impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos (JACOBI e BESEN, 2011). De acordo com essa estrutura de gestão de resíduos todos os atores têm responsabilidades específicas e igualmente relevantes, mas não solidárias. O não cumprimento de responsabilidades por uma das partes não implica na obrigação das outras partes em cumpri-las.

Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).

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Logística Reversa, que é tratada como ações e meios criados para tornar possível a coleta e retorno dos resíduos ao setor empresarial, visando à reciclagem ou reaproveitamento.

Muito embora a Legislação Brasileira tenha sido sancionada, o que a difere das diretivas europeias, é o fato de que a Lei brasileira não trata especificamente do lixo eletrônico, mas aborda a gestão e tratamento dos resíduos sólidos de um modo geral, englobando tudo o que diz respeito ao descarte de lixo. Verifica-se menção sobre o lixo eletrônico apenas em seu artigo 33, onde é determinado que os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes e produtos eletroeletrônicos, dentre outros, são responsáveis pela implementação de um sistema reverso para que o produto retorne após o uso, independentemente dos serviços de limpeza pública prestados no município.

O Decreto Federal Nº 7.404/2010, regulamenta a Lei Federal Nº 12.305/2010, que institui a PNRS e criou o Comitê Interministerial da Política Nacional dos Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a implantação dos Sistemas de Logística Reversa (BRASIL, 2010). Este decreto decide como se dará a implementação das exigências da PNRS e as sanções para quem não cumpri-las. Os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos são responsáveis pela logística reversa do produto, que poderá ser implantada por decreto. O limite estabelecido para sua entrada em vigor é em agosto de 2014, mas já existem alguns acordos setoriais nesse sentido. As metas poderão ser fixadas com bases em critérios quantitativos, qualitativos ou regionais.

No tocante a políticas públicas na área de resíduos sólidos, especificamente relacionados à coleta seletiva, destacam-se o Decreto nº 5.940/06, a Lei nº 12.305/2010, como exemplos de formalização de políticas públicas que têm o desafio de contribuir para a inclusão social e econômica dos catadores de materiais recicláveis.

O Decreto nº 5.940/2006 institui a Coleta Seletiva Solidária em órgãos públicos federais, como apoio efetivo ao fortalecimento da atividade da coleta seletiva, instituindo a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos públicos e entidades da administração pública federal direta e indireta na fonte geradora e sua destinação a associações e cooperativas de material recicláveis. Este Decreto cria a Coleta Seletiva Solidária (BRASIL, 2006).

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devidamente habilitadas. Nesse caso, esta tal habilitação significa que a associação deve ser constituída exclusivamente por catadores, não deve ter fins lucrativos, deve ter infraestrutura para triagem e um sistema de rateio entre os participantes (BRASIL, 2006).

Vale ressaltar, que a Coleta Seletiva Solidária é formalizada mediante celebração de Termo de Compromisso, com natureza de contrato administrativo, após prévio processo simples de dispensa de licitação, atendidos os requisitos previstos no art. 24, alínea XXVIII, da Lei 8.666/93 e artigos 4º, § 1º e 6º, § único, do Decreto 5.940/2006. O Termo de Compromisso instituído pelo decreto acima como espécie de contrato administrativo cooperativo, temporário e formal, no qual as partes visam consecução de objetivo final comum, mediante a assunção de obrigações recíprocas, nos termos legais.

Um ponto positivo para legislação brasileira em relação às diretivas europeias encontra-se no incentivo às associações de catadores de matérias recicláveis. No Brasil há diversas cooperativas e associações de catadores, e que estas cumprem um importante papel na sociedade. A PNRS brasileira determina que os serviços de limpeza pública devam dar apoio ao funcionamento das cooperativas e associações de reciclagem.

No gerenciamento de resíduos sólidos, deverá ser observada a seguinte ordem de prioridade, denominada hierarquia de resíduos: não geração, redução e reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Os geradores de resíduos sólidos deverão adotar medidas que promovam a redução da geração dos resíduos, principalmente os resíduos perigosos, na forma prevista dos respectivos planos de resíduos sólidos e nas demais normas aplicáveis. Já as pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos, em qualquer fase do seu gerenciamento, deverão elaborar um plano de gerenciamento de resíduos perigosos e submetê-lo ao órgão ambiental competente.

No que abrange as substâncias perigosas existentes nos materiais eletrônicos, no Brasil ainda não há uma regulamentação para restringir o uso de produtos como chumbo, cádmio, mercúrio, dentre outros, que são extremamente nocivas à saúde humana, diferente da Europa que em 2003 criou uma diretiva para proibir o uso desses produtos nos equipamentos eletrônicos.

Além disso, os instrumentos da PNRS ajudarão o Brasil a atingir uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que é de alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20% em 2015.

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o solo, ou como fonte de alimento aos porcos (FIGUEIREDO, 1995). Somente agora alguns países começaram a evoluir e discutir programas de gestão de resíduos, muito por conta das pressões internacionais, dentre eles o Brasil, com a proposta de uma Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (RODRIGUES, 1998; ABRAMOVAY ET al. 2013).

O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA através da sua resolução Nº 401/2008 (BRASIL, 2008) estabelece novos limites máximos de chumbo (traços de até 0,1% em peso), cádmio (até 0,0002% em peso) e mercúrio (até 0,0005% em peso) para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado. Esta norma revoga a Resolução 257/99, alterada pela Resolução CONAMA 262/99 outros metais, como cobre, zinco, manganês, níquel e lítio, embora considerados perigosos para a saúde humana, não são contemplados nessa legislação (REIDLER, 2012).

A Norma Brasileira NBR 10004, também alinhada com a PNRS, define os resíduos sólidos em:

aqueles resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face a melhor tecnologia disponível (ABNT 1987, p.1).

Há autores que ressaltam a periculosidade da composição de determinados materiais, apresentando que se o transporte desse tipo de resíduo for feito de forma inadequada, ocasionará risco à saúde humana e ambiental, devido a essa composição peculiar e tóxica que consta nos resíduos.

2.1.3 Legislação Estadual

Em 2001, o Ceará foi o pioneiro no país, instituiu a Política Estadual de Resíduos Sólidos, por meio da lei nº 13.103 de 24 de janeiro de 2001.

Anos depois, o Brasil instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, através da lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010.

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Ambiente – SISNAMA, do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária – SNVS, do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária – SUASA, do Sistema Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial – SINMETRO, do Comando Aéreo da Força Aérea Brasileira – COMAER, e das entidades reguladoras de serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Segundo a lei Nº 16.032, de 20 de junho de 2016, dispõe sobre a Política Estadual dos Resíduos Sólidos no Estado do Ceará, bem como as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do Poder Público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.

Um dos principais pontos da Política Estadual dos Resíduos Sólidos do Ceará, principalmente ligado ao lixo eletrônico é a logística reversa, a disposição final ambientalmente adequada, destinação final ambientalmente adequada e a reciclagem, que nada mais é que o conjunto de ações para facilitar o retorno dos resíduos aos seus geradores para que sejam tratados e/ou reaproveitados em novos produtos.

Atualmente os cearenses produzem diariamente nove mil toneladas de lixo. O Plano Estadual dos Resíduos Sólidos regulamenta alternativas para um alcance de um desenvolvimento sustentável, utilizando de instrumentos como a coleta seletiva de resíduos sólidos, controle e participação social, responsabilidade compartilhada, regionalização da gestão integrada dos resíduos sólidos, logística reversa e acordos setoriais. (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO CEARÁ – SEMACE, 2017).

Atualmente, apenas vinte e um municípios fazem coleta seletiva e a meta do Governo do Ceará é implantar essa coleta em noventa e dois municípios envolvendo as bacias hidrográficas Metropolitanas, Acaraú, Salgado e toda região do Cariri, objetivando a recuperação de áreas degradadas pelos atuais lixões em oitenta e um municípios.

Um dos maiores problemas vivenciados pelos gestores municipais é com a eliminação dos lixões, onde o descarte do lixo é feito de forma inadequada sem a possibilidade de reaproveitamento, que alegam a falta de recursos para construir e manter um aterro sanitário. Desta forma, a destinação inadequada dos resíduos sólidos em lixões gera contaminação dos lençóis freáticos e recursos hídricos superficiais, doenças como leptospirose, contaminação do solo e mudanças climáticas.

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remanufaturados. O Ceará tem 184 municípios e apenas 10 utilizam aterros sanitários, porém, até 2020 o Governo do Estado pretende que 20% dos municípios já tenham aterros sanitários, coleta seletiva e gestão integrada.

De acordo com lei 13.103/2001 art. 43 “Cabe aos órgãos ambientais e de Saúde Pública licenciar, monitorar e fiscalizar todo e qualquer sistema público ou privado de coletas, armazenamento, transbordo, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, nos aspectos concernentes aos impactos ambientais resultantes”.

Já na lei 16.032/2016 em seu art. 29 “Cabe ao Poder Público atuar, subsidiariamente, com vistas a minimizar ou cessar o dano, logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou à saúde pública, relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos”.

O Governo do Estado do Ceará, assim como a União e o Município permanecem realizando leilões de seus equipamentos eletroeletrônicos sem observar a Política Nacional dos Resíduos Sólidos. A prática de leilões de bens públicos obsoletos é uma prática prevista na lei de licitações, que indica dois caminhos para o que não serve mais a qualquer instância do poder público: doação para instituições sem fins lucrativos ou venda através de leilões públicos. Até aqui, cumpre-se a lei, mas o problema é que a responsabilidade do Estado termina quando começa o leilão. O que se faz depois disso com os materiais vendidos? Cumpre-se a Lei?

2.1.4 Legislação Municipal

A Lei 10.340 de 28 de abril de 2015, que trata da Política de Resíduos Sólidos do Município de Fortaleza, altera os arts. 1º ao 33º da Lei 8.408, de 24 de dezembro de 1999. A referida lei estabelece norma de responsabilidade sobre os considerados grandes geradores e responsáveis pelo custeio dos serviços de segregação pré-via, acondicionamento, transporte interno, armazenamento, coleta, transporte externo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada de resíduos sólidos ou disposição final ambientalmente adequada de rejeitos, nos termos da Lei Federal nº 12.305, de 02 de agosto de 2010.

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De acordo com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA), é comum encontrar equipamentos eletroeletrônicos abandonados em locais impróprios, como calçadas ou junto com o lixo comum. O que muitas pessoas não sabem é que os eletroeletrônicos possuem em sua composição metais perigosos, por isso possuem uma coleta diferenciada.

Segundo informações da Ecoletas Ambiental – empresa licenciada pela SEUMA, para realizar o recolhimento de resíduos eletroeletrônicos em 2015 foram arrecadadas 35 toneladas de resíduos eletroeletrônicos e em 2014 foram 75 toneladas. Ainda conforme a SEUMA, o empreendedor ou cidadão que realize o descarte indevido de lixo eletrônico está sujeito ao pagamento de uma multa no valor de R$ 17.187,50 (dezessete mil cento e oitenta e sete reais e cinquenta centavos), sendo uma infração gravíssima.

A Prefeitura Municipal de Fortaleza através de sua Agência de Fiscalização de Fortaleza (AGEFIS) vem realizando ações, exigindo que os donos de estabelecimentos licenciados precisam apresentar um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) devidamente valido na SEUMA, comprovando que a destinação está sendo adequada por meio de apresentação de notas fiscais. Conforme a secretaria os fiscais da gestão municipal, fiscalizam empreendimentos que têm o perfil de grandes geradores (mais que 100 litros/dia) ou geradores de resíduos considerados perigosos, e verificam se a empresa possui o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS registrado na SEUMA e para onde está sendo destinado o eletroeletrônico.

2.1.5 Desfazimento de bens

O Decreto 99.658/1990 estabelece as regras para o desfazimento de bens públicos, isto é, o modo como um bem é retirado do patrimônio público, que pode ser por transferência, cessão, alienação (venda, permuta e doação) e inutilização ou abandono.

O tema desfazimento de bens é novo e ainda não tem uma legislação tão específica nem uma normativa que estabelece regras de como deve ser feita.

Sua falta de serventia faz com que tais bens devam ser baixados (retirados) do patrimônio do órgão possuidor, isto é, devendo ser realizado o desfazimento desses bens.

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Por não servirem mais à finalidade para qual foram adquiridos, não há motivos para que tais bens permaneçam incorporados ao patrimônio do órgão possuidor, devendo, portanto, ser desafetados do patrimônio público, isto é, devendo ser realizado o desfazimento de bens.

Destaque-se que inservibilidade, segundo texto do Decreto n.º 99.658, de 30 de outubro de 1.990, é concebida assim:

Art. 3º Para fins deste decreto considera-se:

Parágrafo único. O material considerado genericamente inservível, para a repartição, órgão ou entidade que detém sua posse ou propriedade, deve ser classificado como:

a) ocioso – quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado;

b) recuperável – quando sua recuperação for possível e orçar, no âmbito, a cinqüenta por cento de seu valor de mercado;

c) antieconômico – quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo;

d) irrecuperável – quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina devido a perda de suas características ou em razão da inviabilidade econômica de sua recuperação (BRASIL. 1990).

Apresentada a existência de interesse público, cabe atender o requisito da avaliação prévia.

O processo de leilão, como ocorre em qualquer ato da administração pública, é deflagrado com a justificativa do interesse público, que não deve ser confundido com o do administrador, mas, sim, com o da sociedade.

O leilão é a venda de bens públicos inservíveis da Administração Pública, precedidos de avaliação, mediante lances verbais. Trata-se de modalidade de licitação, prevista no art. 22, V, da Lei 8666/93, juntamente com a concorrência, tomada de preços, convite, concursos e, recentemente, o pregão, previsto na Lei n.° 10520 de 17 de julho de 2002, em que se converteu a Medida Provisória n.° 2182/2001.

Ademais, a existência de interesse público é requisito exigido logo no caput do artigo 17 da Lei n.º 8.666/93, doravante tratada por Lei das licitações, que assim diz:

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Tabela 3- Composição de Uma Tonelada de REEE Mista
Tabela 5- Fases e Subfases das Rotinas Patrimoniais
Tabela 6 - Tombamento Anual e Baixa de Computadores na UFC
Figura 1- Tela Cadastro de Bens do SIGAA 1.
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Referências

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