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3. GEOLOGIA LOCAL E PETROGRAFIA

3.2. Granulito Monzograníticos-charnockíticos (MCH4)

Os granulitos monzograníticos-charnockíticos (MCH4) são as rochas mais abundantes na área, ocorrendo preferencialmente na faixa oeste e no extremo sudeste, embora duas faixas dessas rochas estejam aflorando mais ao centro. Esses granulitos encontram-se deformados e orientados na direção N45o mergulhando 55º para SE, apresentam lineação de estiramento mineral, por vezes aparecem grãos de quartzo sigmoidais paralelos à foliação. Possuem cor cinza do esbranquiçado ao castanho, inequigranulares (média a grossa), leucocráticos a mesocráticos, anisotrópicos, com foliação penetrativa, finamente espaçada (Figura III.3)..

Petrograficamente, os granulitos (MCH4) são inequigranulares, exibem textura fanerítica fina a média, holocristalina, com granulação variando de 0,06 a 2,51mm. Apresenta textura subidioblástica e textura de intercrescimento pertítica, poiquiloblástica e bordas de reação. A composição mineralógica é caracterizada, em média por 19-40% de quartzo, 2-32% de plagioclásio, traço a 19% de microclina, traço a 49% de mesopertita, traço a 12% de ortopiroxênio (hiperstênio), traço a 15% de clinopiroxênio, traço a 11% de hornblenda, 1-4% de biotita, 1-10% de minerais opacos, e como minerais traço ocorre a apatita, o zircão e a monazita (Tabela III.1).

De acordo com a proporção modal, essas rochas são classificadas como granulitos monzograníticos-charnockíticos (MCH4), como mostra o diagrama QAP modal de Streckeisen (1976) (Figura III.4).

O quartzo apresenta granulação fina a média, com tamanho variando de 0,11 a 2,51 mm, predominantemente subidioblástico, forma contatos interdigitado curvos e retos com o plagioclásio e com a mesopertita. Ocorre como inclusões nos plagioclásios (Prancha III.1).

O plagioclásio apresenta granulação fina a média, com tamanhos variando de 0,35 a 2,91mm, subidioblástico, por vezes com inclusões de zircão, quartzo e apatita. Apresenta-se saussuritizado e sem geminação, o que impediu a determinação do teor de anortita pelo método de Michel Levi (KERR 1969).

A microclina possui granulação fina com tamanhos entre 0,1 e 0,67 mm. Os grãos são, em geral, subidioblásticos e apresenta geminação tipo periclina e a

48 extinção é fracamente ondulante a normal. Formam contatos interdigitado curvos e retos com o quartzo e por vezes apresenta grãos fraturados.

A mesopertita possui granulação fina a média, variando de 0,37 a 2,29 mm. Predominam os grãos subidioblásticos, estão estão em contato reto, curvo e por vezes interdigitado com o quartzo. Alguns grãos apresentam inclusões de apatita, caracterizando a textura poiquiloblástica.

O ortopiroxênio (hiperstênio) apresenta cor verde pálida ao castanho em luz plana. Possui granulação fina a média, com tamanhos variando de 0,12 a 1,61mm. Os cristais são predominantemente subidioblásticos, e geralmente estão em contato retilíneo, curvo e interdigitado com os grãos de plagioclásio, com o clinopiroxênio e com a biotita. Vez por outra, exibem fraturas preenchidas por óxidos de ferro. Inclusões de minerais opacos, também ocorrem.

O clinopiroxênio possui pleocroísmo de cor verde pálida ao castanho, por vezes incolor e granulação fina, com grãos variando de 0,1 a 0,59 mm, são predominantemente subidioblásticos, estando em contato reto, curvo e interdigitado com os outros minerais e minerais opacos. Apresenta fraturamento incipiente a moderado.

Os minerais opacos apresentam granulação fina, variando de 0,02 a 0,85 mm. Os grãos são subidioblásticos e estão em contato curvo, reto e interdigitado com a biotita, com o ortopiroxênio e com o quartzo. Ocorre mais frequentemente, associado ao ortopiroxênio.

A biotita apresenta pleocroísmo que varia do amarelo ao marrom. Apresenta granulação fina, variando de 0,16 a 0,97 mm. Os grãos são subidioblásticos, geralmente associados, formando contato retilíneo, curvo e interdigitado com o ortopiroxênio. Apresenta inclusões de zircão.

O zircão possui granulação fina, variando de 0,03 a 0,12 mm., e em geral estão inclusos na biotita e no plagioclásio.

A apatita apresenta granulação fina com tamanhos variando de 0,08 a 0,1 mm. É idioblástica e geralmente estão inclusos nos plagioclásio e estão em contato retilíneo com o quartzo.

A monazita levemente pleocróico, com cor marrom em luz plana. Apresenta grãos variando de 0,07 a 0,1mm os quais são xenoblásticos, geralmente inclusos no plagioclásio.

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Figura III.3 Afloramento do granulito monzogranítico-charnockítico (MCH4) no ponto AB106 (Amostra 50022935), coordenadas UTM 407983E_8492085N, SAD_1969, zona 24S.

Figura III.4 Diagrama Q(quartzo)-A(feldspato alcalino)-P(plagioclásio) modal (STRECKEISEN 1976), com a localização das amostras dos granulitos (MCH4) no campo dos monzogranitos..

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Tabela III.1 Composição mineralógica modal em % das rochas de Baixão de Ipiúna.

Litologia Amostra Composição Mineralógica Modal em %

Qtz Pl Mc Ms Opx Cpx Hbl Bt Cl Op Ap Zr Ttn Mnz GB1 AB115 AB78 6 4 58 62 12 18 14 4 4 7 5 tr 3 3 tr tr tr AB129 7 66 20 2 1 3 1 tr GB2 AB100 3 53 35 6 1 2 tr AB28-b 3 55 33 5 2 2 tr AB43 3 53 33 7 2 2 tr GD AB116 tr 52 9 19 13 7 tr tr AB31 tr 54 8 20 12 6 tr tr AB91 tr 55 10 17 10 8 tr tr MCH1 AB31-b 34 16 23 12 8 2 2 tr 3 tr tr AB37 35 17 22 12 9 1 2 tr 2 tr tr AB39-b 33 18 23 11 8 2 2 tr 3 tr tr AB45 32 18 24 11 9 2 2 tr 2 tr tr AB92 34 17 22 10 11 1 2 tr 3 tr tr MCH2 AB10 37 16 12 12 13 4 6 tr tr tr AB15 38 17 13 11 12 4 5 tr tr tr AB18 37 20 13 10 11 4 5 tr tr tr AB36 38 15 13 11 13 4 6 tr tr tr AB38 37 17 13 13 11 4 5 tr tr tr AB39 38 17 13 11 12 4 5 tr tr tr AB42 37 15 12 12 15 6 3 tr tr tr AB51 37 18 12 11 12 4 6 tr tr tr AB52 37 16 12 12 13 4 6 tr tr tr AB54 37 15 13 12 12 5 6 tr tr tr AB73 37 16 12 12 13 4 6 tr tr tr AB80 38 17 13 11 12 4 5 tr tr tr AB82 38 15 13 11 13 5 5 tr tr tr AB93 38 17 13 11 12 4 5 tr tr tr AB95 38 15 13 11 13 4 6 tr tr tr AB102 38 15 12 12 13 4 6 tr tr tr AB112 37 15 13 12 12 5 6 tr tr tr AB134 38 15 13 11 13 4 6 tr tr tr AB135 37 16 12 12 13 4 6 tr tr tr AB128 36 18 13 12 13 3 5 tr tr tr MCH3 AB26 40 4 4 34 7 7 4 tr tr AB20-b 38 4 5 33 8 7 5 tr tr AB27 35 7 6 36 10 4 2 tr tr AB68 33 4 7 40 7 5 1 4 tr tr AB74 37 4 6 35 8 6 4 tr tr AB81 38 4 46 3 5 1 tr 3 tr tr AB97 39 7 4 34 6 6 4 tr tr AB118 30 6 48 3 5 1 3 tr 4 tr tr AB118-b 31 6 47 4 5 1 2 tr 4 tr tr AB119 38 4 5 33 8 7 5 tr tr AB124 40 5 3 37 6 6 tr 1 3 tr tr AB133-b 35 7 6 36 8 4 4 tr tr MCH4 AB79 40 21 10 17 9 1 2 tr tr tr AB13 19 32 19 7 5 3 4 10 tr tr 1 AB14 39 30 17 10 2 2 tr tr AB22 28 18 49 1 1 1 2 tr tr AB28 30 9 3 38 10 2 3 5 tr tr AB46 34 8 40 1 1 11 3 2 AB60-b 38 16 4 30 8 2 2 tr tr AB60 35 2 48 5 2 3 4 1 tr tr AB61 25 14 5 37 9 2 1 3 4 tr tr AB63 27 21 5 38 7 2 tr tr AB85 32 26 5 18 10 tr 2 4 3 tr tr AB87 20 22 12 14 12 5 3 2 9 tr tr 1 tr AB90 23 10 35 10 15 4 1 2 tr tr AB98 38 28 14 8 9 1 2 tr tr tr AB99 23 10 35 10 15 4 1 2 tr tr AB101 22 25 10 25 7 5 1 2 3 tr tr tr AB103 28 19 48 1 1 1 2 tr tr AB104 27 14 1 38 15 2 1 2 tr tr AB105 23 10 35 10 15 4 1 2 tr tr AB106 25 12 39 10 9 2 1 2 tr tr tr AB108 28 18 49 1 1 1 2 tr tr AB113 30 9 3 38 10 2 3 5 tr tr AB114 34 8 4 40 9 2 1 2 tr tr AB117 28 18 47 2 1 1 1 2 tr tr tr AB126 24 13 39 10 9 2 1 2 tr tr AB131 28 18 47 2 1 1 1 2 tr tr tr AB136 23 11 36 9 14 4 1 2 tr tr

Litologias: MCH4,MCH3,MCH2 e MCH1=Granulito monzogranítico-charnockítico; GD=Gabro; GB2=Gabrodiorito; GB1=Gabronorito.

Mineralogia: Qtz=Quartzo; Pl=Plagioclásio; Mc=Microclina; Ms=Mesopertita; Opx=Ortopiroxênio; Cpx=Clinopiroxênio; Hbl=Hornblenda; Bt=Biotita; Chl=Clorita; Op=Minerais Opacos; Ap=Apatita; Zr=Zircão; Ttn=Titanita; Mnz=Monazita. Abreviações segundo Kretz (1983), Spear (1993) e Fettes (2007).

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Prancha III.1 Fotomicrografias do Granulito monzogranítico-charnockítico (MCH4), no ponto AB79 (Amostra 50028297) coordenadas UTM 411660E_8494050N, SAD_1969 zona 24S.

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3.3. Granulito Monzograníticos-charnockíticos (MCH3)

Estas rochas ocorrem em cinco situações: Na primeira elas situam-se na porção central da área, sob a forma de um grande enclave, alongado na direção preferencial da foliação regional NNE-SSW, inserido no corpo dos gabros GB1 e fazendo contato ao norte com os granulitos monzograníticos-charnockíticos (MCH1). Na segunda o MCH3 está posicionado na porção centro-oeste, em contato, a leste do gabronorito (GB1), também alongado na direção da foliação regional e fazendo contato a oeste com as rochas (MCH4). Na terceira os granulitos monzograníticos- charnockíticos (MCH3) estão dispostos no extremo sudeste da área, formando uma faixa alongada na direção da foliação regional, estando em contato a sudeste com as rochas do (MCH4), e a noroeste com os granulitos (MCH2), além de uma pequena faixa de quartzito. Na quarta e quinta situações os granulitos (MCH3) em foco estão situados no extremo nordeste da área em contato, preferencialmente com o (MCH2) (Figura III.1 e Anexo 1).

Os granulitos monzograníticos-charnockíticos (MCH3) apresentam cor cinza esverdeada, leucocráticos, holocristalinos, apresentando-se isotrópico, e raramente se observando foliação nessa escala. A rocha é inequigranular, com granulometria fina a média (Figura III.5).

Em relação à petrografia, essa rocha é inequigranular, fanerítica fina a média, com granulação variando de 0,04 a 2,07mm. Apresenta textura subidioblástica e por vezes poiquiloblástica. A mineralogia é composta, em média, por 30-40% de quartzo, 33-48% de mesopertita, 3-10% de ortopiroxênio, 4-7% de clinopiroxênio, 4- 7% de plagioclásio, 3-7% de microclina, 2-5% de minerais opacos, 1-3% de biotita e, como minerais traço, aparecem a apatita e o zircão (Tabela III.1, Prancha III.2).

Os granulitos monzograníticos-charnockíticos foram classificados, baseando- se nas suas proporções modais, utilizando-se o diagrama QAP, segundo Streickeisen (1976) (Figura III.6).

O quartzo possui granulação fina a média, variando de 0,11 a 2,05mm, predominantemente subidioblástico, estando em contato retilíneo, curvo e interdigitado com o ortopiroxênio (hiperstênio), a apatita e com a mesopertita.

A mesopertita possui granulação fina a média, com tamanhos variando de 0,37 a 2,29mm. Os grãos em geral são subidioblásticos, estão em contato curvo,

53 reto e interdigitado com o quartzo. Alguns grãos apresentam inclusões de apatita, caracterizando a textura poiquiloblástica.

O clinopiroxênio é incolor e também, possui cor verde pálida e granulação fina, com grãos variando de 0,1 a 0,59 mm, são predominantemente subidioblásticos, estando em contato retilíneo, curvo e interdigitado com os outros minerais, inclusive minerais opacos.

O ortopiroxênio (hiperstênio) apresenta pleocroísmo variando do verde pálido ao castanho. Apresenta granulação fina e grãos que variam de 0,09 a 0,25 mm, predominantemente subidioblástico, estão em contato retilíneo interdigitado e curvo com o quartzo e com os minerais opacos.

A microclina possui granulação fina, variando de 0,1 a 0,67mm. São predominantemente subidioblásticos e apresentam geminação incipiente. Seus contatos são retos, interdigitado e curvo com a mesopertita e os outros minerais.

Os minerais opacos possuem granulação fina, variam de 0,04 a 0,26 mm, sendo em geral subidioblásticos e estão associados aos clinopiroxênios eortopiroxênios.

A biotita apresenta pleocroísmo que varia do amarelo ao marrom. Apresenta granulação fina, com grãos variando de 0,16 a 0,97 mm, são subidioblásticos, geralmente estão associados formando contato reto, curvo e interdigitado com o ortopiroxênio.

A apatita apresenta granulação fina, grãos que variam de 0,04 a 0,2mm. São subidioblásticos e geralmente estão associados às mesopertitas, ou em contato curvo, interdigitado e reto com o quartzo.

O zircão apresenta granulação fina, seus grãos variam de 0,08 a 0,18mm, subédricos, e geralmente estão associados aos ortopiroxênios, e por vezes exibindo halos pleocróicos.

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Figura III.5 Afloramento do granulito monzogranítico-charnockítico (MCH3) no ponto AB27 (Amostra 50028261), coordenadas UTM 409977E_8490964N, SAD_1969, zona 24S.

Figura III.6 Diagrama Q(quartzo)-A(feldspato alcalino)-P(plagioclásio) modal (STRECKEISEN 1976), com a localização das amostras dos granulitos (MCH3).

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Prancha III.2 Fotomicrografias do granulito monzogranítico-charnockítico (MCH3) no ponto AB26 (Amostra 50028261), coordenadas UTM 408851E_8490200N, SAD_1969, zona 24S.

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3.4. Granulito monzogranítico-charnockítico (MCH2)

Esses granulitos estão dispostos na parte leste e oeste da área, estando alinhados na direção preferencial da foliação regional NNE-SSW. Fazem contato, a leste, com os granulitos (MCH3) e (MCH4), a oeste com os granulitos (MCH4) e gabronorito (GB1). Encontram-se inseridos no granulito (MCH2), e em outros corpos de rocha como o (MCH1), (MCH3) e (GB2). Outros dois corpos dos granulitos (MCH2) estão dispostos no extremo NW da área, também alongados segundo a foliação regional. Uma faixa estreita de quartzito encontra-se encravada em uma crista topográfica do granulito (MCH2) situada no extremo NW da área (Figura III.1 e Anexo 1).

Essa rocha aflora, geralmente em forma de matacões, encontra-se deformada e apresenta foliação aparente. Macroscopicamente, apresenta cor cinza clara a esverdeada, inequigranular, holocristalina, leucocrátrica, isotrópica e com granulação média. Nesta escala de observação é possível distinguir cristais de quartzo e feldspato estirados (Figura III.7).

O estudo petrográfico mostrou que essa rocha é holocristalina, inequigranular, com textura granoblástica, fanerítica fina a média. Apresenta granulação variando de 0,03 a 1,77 mm. Apresenta textura de intercrescimento pertítico em porções e por vezes, subidioblástica. A mineralogia é composta em média por 36-38% de quartzo, 15-20% de plagioclásio, 12-13% de microclina, 11-13% de ortopiroxênio (hiperstênio), 10-13% de mesopertita, 3-6% de minerais opacos, 3-6% de clinopiroxênio (diopsídio) e traço de apatita, titanita e zircão (Tabela III.1 e Prancha III.3).

As amostras desses granulitos, plotados no diagrama QAP modal de Streickeisen (1976), mostram que podem ser classificados em monzogranítos- charnockíticos (MCH2) (Figura III.8).

O quartzo apresenta granulação fina a média, variando de 0,1 a 1,77mm. São predominantemente subidioblásticos, e estão em contato curvo, reto e interdigitado com a microclina, o plagioclásio, o clinopiroxênio, a titanita e a apatita.

O plagioclásio possui granulação fina a média, com tamanhos entre 0,2 e 1,33 mm. Em geral apresentam-se sericitizados, indicando baixo grau de alteração hidrotermal. Os grãos são subidioblásticos e estão em contato interdigitado, reto e

57 curvo com os grãos de quartzo. Alguns grãos apresentam geminação albita, entretanto, não foi possível determinar o teor de anortita pelo método de Michel Levi (KERR 1969), devido à geminação estar parcialmente destruída por processos de alteração hidrotermal.

A microclina possui granulação variando de 0,5 a 2 mm. Alguns deles apresentam geminação incipiente, verificando-se, por vezes, intercrescimento com o plagioclásio, formando pertitas. Os grãos são predominantemente subidioblásticos e estão em contato curvo, reto e interdigitado com os cristais de quartzo, plagioclásio e titanita. Possivelmente algumas mesopertitas foram transformadas em microclina no retrometamorfismo.

O ortopiroxênio (hiperstênio) apresenta pleocroísmo de cor verde pálida ao castanho em luz plana. Exibem granulação fina variando de 0,12 a 0,35mm. São predominantemente subidioblásticos, estando em contato retilíneo, curvo e irregular com os grãos de quartzo, titanita e minerais opacos.

A mesopertita exibe granulação fina com grãos variando de 0,53 a 0,82 mm. Eles são subidioblásticos e estão em contato curvo, interdigitado e reto com o quartzo e com o plagioclásio.

Os minerais opacos apresentam granulação fina com tamanhos entre 0,03 e 0,68 mm. Os grãos são geralmente subidioblásticos e em geral estão associados, e em contato retilíneo, curvo e interdigitado com os piroxênios e titanitas.

O clinopiroxênio (diopsídio) possui pleocroísmo de cor verde pálida ao castanho, por vezes incolor, em luz plana. Possuem granulação variando de 0,04 a 0,16mm, subidioblástico e, geralmente associados aos minerais opacos, ocorrendo, também em contato curvo, reto e interdigitado com o quartzo.

A titanita é levemente pleocróica com cor marrom em luz plana. Possui granulação fina, com dimensões variando de 0,1 a 0,31 mm. Os grãos são idioblásticos e estão em contato retilíneo com a microclina, o ortopiroxênio e os minerais opacos.

A apatita ocorre esporadicamente, possui granulação variando de 0,08 a 0,07 mm. São subidioblásticas e estão em contato curvo, reto e interdigitado com o plagioclásio e o quartzo.

58 O zircão aparece raramente, com grãos variando de 0,05 a 0,19 mm. Em geral formam prismas idiomórficos, e apresentam-se, preferencialmente inclusos no plagioclásio.

Figura III.7 Afloramento do granulito monzogranito-charnockítico (MCH2), mostrando foliação, no ponto AB38 (Amostra 50028270), coordenadas UTM 412717E_8490367N, SAD_1969, zona 24S.

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Figura III.8 Diagrama Q(quartzo)-A(feldspato alcalino)-P(plagioclásio) modal (STRECKEISEN 1976), com a localização das amostras dos granulitos (MCH2).

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Prancha III.3. Fotomicrografias do granulito monzogranítico-charnockítico (MCH2) no ponto AB134 (Amostra 50220132), coordenadas UTM 410450E_8486181N, SAD_1969, zona 24S.

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3.5. Granulito Monzogranítico-charnockítico (MCH1)

Essas rochas estão dispostas na área de pesquisa sob a forma de três faixas isoladas. Na primeira, ela se estende da parte centro leste à porção NNE da área estudada, sempre acompanhando a direção principal da foliação regional NNE- SSW. Essa faixa esta inserida, principalmente nos granulitos monzograníticos- charnockíticos (MCH2). Na segunda faixa, essa se situa no centro norte da área, estando inserido no gabronorito (GB1) e fazendo contato ao sul com os granulitos (MCH3). A terceira faixa desses granulitos aflora no norte da área, estando também, inserido no corpo do gabronorto (GB1) e, fazendo limite ao Norte com o granulito (MCH4) e a SSE faz contato com o gabro (GD) (Figura III.1 e Anexo 1).

Os granulitos monzograníticos-charnockíticos (MCH1) apresentam cor cinza clara a esverdeada. São inequigranulares, holocristalinos, leucocrátricos e com granulometria média. É possível distinguir cristais de minerais opacos e feldspáticos, sempre fazendo parte da foliação da rocha. Mostra-se intersamente deformada e, muitas vezes, encontram-se blocos com dobras apertadas (Figura III.9).

Pela petrografia, essas rochas possuem granulação variando de 0,04 a 3,46 mm. Apresenta textura subidiblástica com cristais destacados de mesopertita, antipertita e pertita sob a forma de bastões. Mimerquita e textura poiquiloblástica também estão presentes. Apresentam em média 32-34% de quartzo, 22-24% de microclina, 16-18% de plagioclásio, 10-12% de mesopertita, 8-11% de ortopiroxênio, 2-3% de minerais opacos, 1-2% hornblenda. Ocorrem como minerais acessórios, a apatita, a clorita e o zircão (Tabela III.1 e Prancha III.4).

Plotando as amostras desses granulitos no diagrama QAP (STRECKEISEN 1976) os pontos representativos de sua composição modal situam-se no campo dos monzogranitos-charnockitos (Figura III.10).

O quartzo apresenta granulação fina a média com grãos variando de 0,09 a 3,46 mm. São predominantemente subidioblásticos e estão em contato retilíneo, curvo e interdigitado com os grãos de microclina e os grãos de plagioclásio.

A microclina apresenta granulação fina a média, seus grãos variam de 0,12 a 1,28 mm, sendo em geral subidioblásticos, e estão em contato curvo, reto e interdigitado com os cristais de quartzo.

62 O plagioclásio apresenta-se incolor a turvo, em luz plana, devido à sericitização. Possui granulação fina a média, variado de 0,35 a 1,35 mm, sendo em geral subidioblástico, estando em geral, em contato curvo, interdigitado e reto com a microclina. Alguns grãos apresentam inclusões de apatita. Não foi possível determinar o teor de anortita pelo método de Michel Levi (KERR 1969), devido a geminação dos grãos estarem parcialmente ou totalmente destruída pela sericitização e saussuritização.

A mesopertita exibe granulação variando de 1,72 a 1,90 mm. Os grãos são subidioblásticos e estão em contato curvo, reto e interdigitado com os grãos de quartzo e apresentam, vez por outra, inclusões de apatita.

O ortopiroxênio (hiperstênio) mostra leve pleocroísmo de cor verde pálida ao castanho, possui granulação fina com grãos variando de 0,13 a 0,72 mm e, geralmente subidioblástico. Está em contato curvo, reto e interdigitado com o quartzo e em contato retilíneo com a microclina. Por vezes, mostra-se alterado para clorita nas suas bordas.

Os minerais opacos aparecem com granulação fina e seus grãos variam de 0,04 a 0,28 mm, em geral são subidioblásticos, estando em geral, associados, com os ortopiroxênios, e também estão em contato interdigitado, curvo e retilíneo com os grãos de quartzo.

A biotita possuem pleocroísmo de cor marrom ao amarelo, e apresenta granulação fina a média, com os grãos variando de 0,04 a 1,49 mm. São subidioblásticos e estão em contato curvo, interdigitado e reto com os minerais opacos e os grãos de quartzo.

A hornblenda possui pleocroísmo variando em tons do castanho ao verde. São subidioblásticos, com granulação variando de 0,2 a 0,4mm. Ocorre geralmente nas bordas e nas fraturas do ortopiroxênio.

A apatita ocorre como fase acessória, de granulação fina, com tamanhos entre 0,07 e 0,12 mm, são principalmente idioblásticos.

O zircão também é uma fase acessória, mostrando forte pleocroísmo e cor marrom claro, em luz plana. Possui granulação variando de 0,04 a 0,09 mm. Ocorrem em geral como inclusões nos plagioclásios.

A clorita ocorre nas bosdas do ortopiroxênio, exibindo em luz plana cor verde clara e possui granulação fina, variando de 0,4 a 0,6 mm.

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Figura III.9 Afloramento do granulito monzogranito-charnockítico (MCH1), intensamente deformado no ponto AB37 (Amostra 50028267), coordenadas UTM 412699E_8491119N, SAD_1969, zona 24S.

Figura III.10 Diagrama Q(quartzo)-A(feldspato alcalino)-P(plagioclásio) modal (STRECKEISEN 1976), com a localização das amostras dos granulitos (MCH1).

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Prancha III.4. Fotomicrografia do granulito monzogranítico-charnockítico (MCH1) no ponto AB31_b (Amostra 50028267), coordenadas UTM 410924E_8493728N, SAD_1969, zona 24S.

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3.6. Gabros (GD)

Essas rochas ocorrem na área sob a forma de três corpos, todos inclusos no corpo do gabronorito (GB1). O primeiro está localizado no extremo sul do (GB1), o segundo e o terceiro no norte desse mesmo corpo (GB1) (Figura III.1 e Anexo 1). O gabro (GD) apresenta cor cinza clara a esverdeada, é inequigranular, holocristalino, leucocrátrico, aparentemente isotrópico e com granulometria média (Figura III.11). Nesta escala de observação é possível distinguir cristais de minerais opacos e feldspatos, dispersos aleatoriamente na rocha.

O estudo microscópico de três amostras mostrou que essa rocha é holocristalina, inequigranular, com granulação variando de 0,04 a 2,03mm. A rocha apresenta textura subédrica e coroa de reação do anfibólio envolvendo o clinopiroxênio. A composição mineralógica está caracterizada, em média por 52-55% de plagioclásio, 17-20% de clinopiroxênio, 10-13% de hornblenda, 8-10% ortopiroxênio, 6-8% de minerais opacos, e como fases acessórias ocorrem cristais de quartzo, apatita e titanita (Tabela III.1 e Prancha III.5).

As percentagens dos minerais (recalculados para 100%) plotados no diagrama de classificação de rochas anortosíticas, recomendado pela Subcomissão sobre a Sistemática das Rochas Ígneas – IUGS (STRECKEISEN 1976) mostra que as amostras caem no campo do gabro (norito) anortosítico e gabro(norito)(Figura III.12).

O plagioclásio apresenta granulação fina a média com tamanhos variando de 0,25 a 2,03 mm. Estão em geral, isentos de geminação e sericitizados ou saussuritizados, impossibilitando a determinação do teor de anortita pelo método de Michel Levi (KERR 1969). São predominantemente subédricos e geralmente apresentam contatos retos e irregulares com os grãos de piroxênio e de anfibólio. Vários grãos apresentam zoneamento composicional.

O clinopiroxênio (augita) apresenta pleocroísmo com cor verde pálido ao castanho em luz plana. Possui granulação fina, com cristais variando de 0,25 a 0,68 mm. Em geral os grãos são subédricos e estão em contato interdigitado ou curvo com os ortopiroxênios. Ocorre às vezes, mostrando uma coroa de reação de hornblenda, ou parcialmente substituído por esta.

66 A hornblenda apresenta pleocroísmo, variando do verde claro ao marrom, e apresentam granulação fina, variando de 0,1 a 0,81 mm. Seus grãos são geralmente subédricos e estão frequentemente associados aos minerais opacos, e aos piroxênios. Com esses últimos, às vezes formam, inclusões ou estão em contato retilíneo. Também estão em contato retilíneo ou irregular com o plagioclásio.

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