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2.3 – GUARDA MUNICIPAL PARA A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

No Brasil a partir da Lei nº 13022 de 08 de agosto de 20149 com títulos

diferenciados “Guarda Civil Municipal para designar o órgão em cidades do interior e Guarda Civil Metropolitana para as grandes capitais do Brasil”, a criação da Guarda

8 Associação de Moradores e Amigos do Praiamar, Floresta das Gaivotas, Bosque de Ateia e Adjacências. 9 A presidente Dilma Rousseff sancionou no dia 11 de agosto, sem vetos, a lei que regulamenta a criação

e o lfuncionamento das guardas municipais no País.

A Lei n.º 13.022, de 08 de agosto de 2014, ratifica as normas previstas no Estatuto do Desarmamento – Lei n 10.826/2003, que permitem aos integrantes dessas corporações utilizarem arma de fogo nas capitais dos estados e em municípios com mais de 500 mil habitantes; e, quando em serviço, em cidades com mais de 50 mil e menos de 500 mil habitantes.

Municipal conforme o “estatuto geral das Guardas Municipais”, cabe aos municípios sua criação, e facultativo ao uso de armas por parte dos guardas municipais.

Tendo como parâmetro de que a categoria Guarda Municipal não tem poder de polícia, mas cooperar com a mesma. Na forma da lei tem como função de guarnecer o patrimônio público, cooperar com a polícia militar e assim prestar serviços de proteção a integridade física dos cidadãos, também manter a segurança nos grandes eventos, no trânsito, dos patrimônios públicos: escolas, praças, museus, prefeituras, entre outros, segundo o artigo 5º da LEI Nº 13.022, DE8 DE AGOSTO DE 2014:

Art. 5o São competências específicas das guardas municipais, respeitadas as competências dos órgãos federais e estaduais:

I – zelar pelos bens, equipamentos e prédios públicos do Município;

II – prevenir e inibir, pela presença e vigilância, bem como coibir, infrações penais ou administrativas e atos infracionais que atentem contra os bens, serviços e instalações municipais;

III – atuar, preventiva e permanentemente, no território do Município, para a proteção sistêmica da população que utiliza os bens, serviços e instalações municipais;

IV – colaborar, de forma integrada com os órgãos de segurança pública, em ações conjuntas que contribuam com a paz social;

V – colaborar com a pacificação de conflitos que seus integrantes presenciarem, atentando para o respeito aos direitos fundamentais das pessoas;

Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13022.htm Para a integração do cidadão na corporação das Guardas Municipais temos uma referência chamado de Matriz Curricular Nacional realizada em março de 2004, no seminário em Brasília, deste modo, os aspirantes a guarda municipal tornam-se qualificados em todo nosso território:

Um referencial nacional para a formação em Segurança Pública, denominado Matriz Curricular Nacional, foi apresentado e discutido em Seminário realizado em Brasília em março de 2004. É na continuidade desta iniciativa que se inscreve o presente documento: Matriz Curricular Nacional para a Formação das Guardas Municipais. Neste contexto, a Coordenação de Ensino da SENASP propõe um conjunto de ações visando a qualificação das Guardas Municipais em todo o país. Estas ações serão operacionalizadas em parceria com Universidades, organizações governamentais e não governamentais. (PORTAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS)

Nessa perspectiva as guardas municipais têm em sua formação profissional normas a serem seguidas constituídas pela Matriz Curricular com “competências específicas,” gerando uma identidade profissional, que segundo a Matriz traz detalhadamente o referencial em formação a ser seguido, os instrumentos, o compromisso com a cidadania, com a postura, com o padrão dos serviços desenvolvidos nas corporações. Além de ser um documento que padroniza esses serviços em todas as cidades do país e respeita as diversidades regionais. (PORTAL DAS GUARDAS MUNICIPAIS).

No município de Rio das Ostras a Guarda Municipal foi criada pela Lei 105/94 de 25 de agosto de 1994, com alterações da Lei nº 480 13/07/2000 e da Lei nº 507/2000 de 20 de dezembro de 2000. Sendo elevada a categoria de Secretaria Municipal de Guarda de Trânsito – SECTRAN através da Lei 0606/2001, com alterações da Lei 0677/2002 e da Lei nº 0738/2002 em 29 de maio de 2009.

Posteriormente, através da Lei 1351/2009 extingue-se a SECTAN e cria-se a Secretaria Municipal de Ordem Pública – SEMOC. Passando por uma Reforma Administrativa no ano de 2013 pela Lei 1770/2013 de 1º de janeiro de 2013 extinguindo- se a SEMOC criando a SESEP, Secretaria Municipal de Segurança Pública.

Atualmente a Secretaria de Segurança Pública Municipal (Guarda de Rio das Ostras) possui um contingente de efetivos, através de concurso público, um número de 335 homens e 58 mulheres, totalizando 413 guardas municipais. Nesse caso, percebemos que a corporação é composta em sua maioria por homens, notadamente uma questão de gênero já é apontada.

Esse número reduzido de mulheres na corporação, pode ser entendido, pela visão da profissão de guarda municipal ser uma profissão masculina, segundo (LOBO,1991, p.200): “As relações entre homens e mulheres são vividas e pensadas enquanto relações entre o que é definido como masculino e feminino e os gêneros. Neste sentido a divisão sexual do trabalho é um dos muitos locus das relações de gênero”, pois culturalmente a sociedade tem papéis definidos para ambos os sexos.

Desse modo, inserida num modelo de cidade mercadoria, onde o espaço público é mercantilizado tornando-se atração para o mercado, a Guarda Municipal

tendo uma corporação onde o número de profissionais é insuficiente, dificulta as demandas requerentes pelo município.

Sob o olhar mercantilista do município a guarda municipal no exercício da sua função de salvaguardar o patrimônio público é permeado por interesses econômicos e políticos, por conseguinte a segurança da população e de maneira particular a questão das cidadãs no município que sofrem estupros ainda é uma lacuna a ser resolvida pelas autoridades competentes do município.

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