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A quarta etapa da Estrutura Analítica DMAIC/AHP proposta para a aplicação na empresa estudada, com as atividades/ferramentas detalhadas, ficou com a seguinte configuração – Figura 29.

Figura 29 – Atividades/ferramentas propostas para a Etapa “AHP" Fonte: Elaborado pelo autor

Concluída a identificação de alternativas, a próxima etapa foi a seleção de critérios para tomada de decisão pela equipe de líderes do projeto, assim como a aplicação do método AHP para hierarquização das alternativas pelo pesquisador. Primeiramente, é importante visualizar, de forma geral, qual o objetivo principal – escolhido pelos líderes do projeto; além das possíveis alternativas e critérios selecionados para a tomada de decisão na empresa estudada – Figura 30.

O julgamento paritário para a construção das matrizes de comparação foi feito segundo a escala de nove pontos proposta por Saaty, apresentada no Quadro 5, na subseção 2.3.1. Nesta mesma subseção, somente a título de recordação, foi visto que o AHP utiliza-se do método do autovetor para a determinação dos pesos dos elementos em um dado grupo – de critérios ou de alternativas de decisão. Dessa forma, é feita a soma de cada uma das colunas das matrizes de comparações; normalizam-se as matrizes, dividindo cada elemento pela soma de sua respectiva coluna; e são calculadas as médias aritméticas das linhas nas matrizes normalizadas.

Sabe-se ainda que as médias aritméticas dessas linhas são estimativas de prioridades de cada alternativa, à luz do critério considerado – chamadas também de Prioridades Médias Locais (ou Prioridades Relativas). O conjunto destas médias é o autovetor das alternativas de decisão.

Tais julgamentos (ponderações) das matrizes paritárias também foram feitos pela equipe de líderes do projeto.

Alguns ajustes precisaram ser feitos ao longo do processo de julgamentos, uma vez que o pesquisador identificou alguns problemas com a Razão de Consistência. Essas revisões foram necessárias para se assegurar um nível mínimo de consistência para a estrutura hierárquica.

Figura 30 – Modelo Hierárquico para a estrutura do problema encontrado na empresa estudada Fonte: Elaborado pelo autor

A próxima tarefa foi a obtenção das prioridades globais das alternativas de decisão. É o resultado que suporta, de maneira mais consistente, a tomada de decisão por parte dos decisores. Se A for a matriz formada pelas prioridades locais das alternativas de decisão frente a cada um dos critérios selecionados, e C o vetor prioridade local para os critérios de decisão, então o vetor das prioridades globais G é encontrado, fazendo-se G = A.C. Cabe ressaltar que o número de colunas da matriz A é o mesmo do número de linhas do vetor C, possibilitando- se tal produto.

A Tabela 4 apresenta as ponderações feitas (matriz de comparação paritária) pela equipe de líderes do projeto, considerando-se o critério “Impacto na Operação de Distribuição” na Logística de Distribuição Física, e relacionando-se as possíveis alternativas de decisão.

Em seguida, foi feita a normalização da matriz paritária relacionada ao critério “Impacto na Operação de Distribuição” na Logística de Distribuição Física, conforme Tabela 5.

Tabela 4 – Matriz Paritária para o Critério “Impacto na Operação de Distribuição”

Fonte: Elaborado pelo autor

Tabela 5 – Normalização da Matriz Paritária para o Critério “Impacto na Operação de Distribuição”

Fonte: Elaborado pelo autor

IMPACTO NA OPERAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO AtendimentoJanela de

Trabalho de Segunda a Sexta-feira Realocação dos Motoristas e Ajudantes Programação Requisições EPI Planejamento das Recargas Política de Retornos e Pousos Perfil do Cliente para Aquisição de Ativos Remuneração Variável por Desempenho Uso de Racks e Racks-Gaiola nos Veículos Janela de Atendimento 1,00 0,50 7,00 7,00 5,00 5,00 7,00 2,00 2,00

Trabalho de Segunda a Sexta 2,00 1,00 7,00 7,00 5,00 3,00 7,00 2,00 3,00

Realocação dos motoristas 0,14 0,14 1,00 2,00 0,33 0,20 2,00 0,20 0,20

Programar requisições EPI 0,14 0,14 0,50 1,00 0,20 0,20 2,00 0,14 0,20

Planejamento das Recargas 0,20 0,20 3,00 5,00 1,00 0,50 5,00 0,20 0,20

Política de Retornos e Pousos 0,20 0,33 5,00 5,00 2,00 1,00 5,00 0,33 0,20

Perfil do Cliente na aquisição de ativos 0,14 0,14 0,50 0,50 0,20 0,20 1,00 0,14 0,14

Remuneração Variável e por desempenho 0,50 0,50 5,00 7,00 5,00 3,00 7,00 1,00 0,33

Racks Gaiolas e Modelo diferente de entrega 0,50 0,33 5,00 5,00 5,00 5,00 7,00 3,00 1,00

SOMA 4,83 3,30 34,00 39,50 23,73 18,10 43,00 9,02 7,28

IMPACTO NA OPERAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO AtendimentoJanela de

Trabalho de Segunda a Sexta-feira Realocação dos Motoristas e Ajudantes Programação Requisições EPI Planejamento das Recargas Política de Retornos e Pousos Perfil do Cliente para Aquisição de Ativos Remuneração Variável por Desempenho Uso de Racks e Racks-Gaiola nos Veículos Janela de Atendimento 0,21 0,15 0,21 0,18 0,21 0,28 0,16 0,22 0,27

Trabalho de Segunda a Sexta 0,41 0,30 0,21 0,18 0,21 0,17 0,16 0,22 0,41

Realocação dos motoristas 0,03 0,04 0,03 0,05 0,01 0,01 0,05 0,02 0,03

Programar requisições EPI 0,03 0,04 0,01 0,03 0,01 0,01 0,05 0,02 0,03

Planejamento das Recargas 0,04 0,06 0,09 0,13 0,04 0,03 0,12 0,02 0,03

Política de Retornos e Pousos 0,04 0,10 0,15 0,13 0,08 0,06 0,12 0,04 0,03

Perfil do Cliente na aquisição de ativos 0,03 0,04 0,01 0,01 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02

Remuneração Variável e por desempenho 0,10 0,15 0,15 0,18 0,21 0,17 0,16 0,11 0,05

Racks Gaiolas e Modelo diferente de entrega 0,10 0,10 0,15 0,13 0,21 0,28 0,16 0,33 0,14

Um princípio do pensamento analítico que é contemplado no método AHP é a consistência lógica. Assim, o tomador de decisão deve ter a habilidade para estabelecer relações entre suas ideias, de tal forma a manter uma coerência entre elas. Em outras palavras, precisa ter a capacidade de ponderar critérios e alternativas, sem perder a sua consistência no momento da tomada de decisão. O método AHP possibilita trabalhar com a subjetividade das preferências. Entretanto, a qualidade da tomada de decisão final depende, e muito, da consistência dos julgamentos entre os pares de critérios e alternativas de decisão, segundo o autor do método, Saaty.

O Índice de Consistência (IC) de uma dada matriz A de comparações paritárias, de ordem n x n, é considerado para apontar quanto o valor λmax desta matriz A está distante de seu valor esperado. Como o valor teórico esperado de λmax é n, esse desvio é dado por λmax–n. Esta diferença é medida relativamente ao número dos graus de liberdade (n-1) desta matriz A. Isso se deve ao fato de que a matriz A é formada por julgamentos relativos entre os próprios n elementos.

Assim, definiu-se, conforme subseção 2.3.1, que o IC da matriz de comparações paritárias A é calculado por IC = (λmax – n)/(n – 1). Interessante ressaltar que IC é um valor positivo e λmax, segundo Saaty (1977), é o maior autovalor desta matriz A. Numericamente, este valor é obtido pela média aritmética do Vetor Consistência da matriz A.

O Vetor Consistência para cada matriz de paridade é a razão entre o Vetor Peso – calculado pelo produto entre o vetor normalizado da matriz e cada linha da matriz de paridade original – e o vetor normalizado.

A comparação do IC com o IC’ dos Índices Randômicos (IR) é o que se denomina de Razão de Consistência (RC). Logo, RC = IC / IR. A rigor, a RC deveria ser chamada de “Índice de Inconsistência”, pois quanto maior este valor, maior a inconsistência. Saaty (1977), afirmou que a RC deve ser pequena para que as matrizes de comparações paritárias tenham o mínimo de consistência. Além disso, afirmou que esta inconsistência deve ser da ordem de grandeza de, no máximo, 10 vezes – ordem das matrizes de paridades, o que implica estar na faixa dos 10%. Se fosse maior, a matriz não suportaria as possíveis inconsistências dos julgamentos dos decisores, reduzindo, assim, a naturalidade do processo.

Portanto, a medida da consistência de uma matriz de comparações paritárias é dada pela Razão de Consistência (RC). Ela fornece aos tomadores de decisão a necessidade, ou não, de revisão dos seus julgamentos para cada matriz de comparação do problema. Dessa forma, pretende-se assegurar um nível aceitável de inconsistência para a estrutura hierárquica.

Com ambas as matrizes elaboradas – julgamento inicial e normalizada, foi possível se calcular a RC para o critério “Impacto na Operação de Distribuição” – vide Tabela 6. Vale lembrar que sob o ponto de vista do AHP, é desejável que a RC de qualquer matriz de comparação seja menor ou igual a 0,10 (números decimais). Caso contrário, há uma grande chance de conflito entre as ponderações adotadas, conforme já comentado.

Tabela 6 – Cálculo da Razão de Consistência para o Critério "Impacto na Operação de Distribuição"

Fonte: Elaborado pelo autor

A Tabela 7 apresenta as ponderações feitas pela equipe de líderes do projeto, considerando-se o critério “Facilidade de Implantação”, e relacionando-se as possíveis alternativas de decisão.

Em seguida, foi feita a normalização da matriz paritária relacionada ao critério “Facilidade de Implantação”, conforme Tabela 8.

Com ambas as matrizes elaboradas para o critério em questão, foi possível se calcular a RC – vide Tabela 9.

PRIORIDADE