• Nenhum resultado encontrado

Procedimentos de organização e análise dos dados

DO ESTUDO DE CASO

3.2.4 Procedimentos de organização e análise dos dados

Yin (2010, p. 154) afirma que “a análise dos dados consiste no exame, na categorização, na tabulação e nas evidências recombinadas de outra forma, para tirar conclusões baseadas empiricamente”.

Para isso, este estudo utilizou uma estratégia de análise geral, proposta por Yin (2010), com o objetivo de definir as prioridades para “o que analisar” e “por que analisar”. Essa estratégia de análise se iniciou com a retomada das proposições de estudo para o caso; que por sua vez refletiram no conjunto de questões organizadas para a coleta de dados, conforme já demonstradas no Quadro 10.

Tais questões foram previamente elaboradas, de tal forma que pudessem se enquadrar em cada uma das etapas da Estrutura Analítica DMAIC/AHP. Consequentemente, as análises também acabaram sendo feitas por meio dessa mesma organização. Ou seja, as análises seguiram as premissas da estrutura analítica proposta, servindo como base para a definição de tarefas/atividades à próxima etapa da estrutura.

Esta forma de análise foi denominada por Yin (2010), como Modelo Lógico de Nível Organizacional. Isto é, estipula deliberadamente um encadeamento de atividades durante determinado intervalo de tempo. Esse processo, quando desenvolvido em colaboração com os avaliadores (por exemplo, gerentes) e implementadores, tende a tornar-se mais claro para as definições de visões e metas do projeto.

em combinar eventos empiricamente observados, com eventos teoricamente previstos”. Um ingrediente importante é a existência declarada de sequências de causa-e-efeito repetidas e vinculadas, formando um fluxo lógico para determinado caso.

A intervenção em determinado processo pode fornecer, inicialmente, resultados imediatos; estes, em consequência, podem produzir resultados intermediários; e estes últimos, podem produzir resultados finais ou definitivos.

A Figura 14 apresenta um fluxo teórico para o modelo lógico organizacional, considerando-se as análises e coletas de dados propostas para a pesquisa em questão.

De início, é programado um contato com a empresa a ser desenvolvido o estudo de caso (item 1). Em seguida, é proposto um contato com diretores e gerentes, para se verificar a possibilidade de desenvolvimento de uma pesquisa que abranja um melhor conhecimento de determinada operação ou processo e, consequentemente, identificar possibilidades de melhorias (item 2). É importante que o pesquisador tenha essa aprovação documentada.

Caso a pesquisa seja autorizada, deve ser estruturada a equipe de trabalho para auxiliar o pesquisador, constituída pelos diretores, gerentes e demais colaboradores do departamento onde se encontra a operação em estudo (item 3).

Constituída a equipe de trabalho, dá-se início ao plano de coleta de dados: condução de entrevistas e brainstormings; observações – direta e participante; análises de documentos e arquivos; e medições em geral (item 4).

Fazendo-se uma relação com a estrutura analítica geral proposta na subseção 2.6, esses quatro itens englobam a fase 1 – etapa de definições para o projeto de melhoria.

Com os dados coletados e organizados, são desenvolvidas as fases 2 e 3 da estrutura analítica: condução e acompanhamento da pesquisa. Momento em que são desenvolvidas as etapas Definir, Medir, Analisar e AHP para o projeto de melhoria (item 5). Autorizadas as implementações pelos diretores e gerentes, são conduzidas as etapas Melhorar e Controlar da estrutura (item 6). Ao final de cada etapa, reuniões com a gerência devem ser organizadas.

São esperados alguns resultados para a operação em estudo, conforme objetivos específicos propostos na pesquisa, durante a condução das etapas da estrutura analítica. Tais resultados podem ser imediatos, com o melhor conhecimento do processo em estudo (item 7); intermediários, com a identificação dos principais problemas na operação estudada, com a seleção de alternativas de decisão para a melhoria da operação, e com a possibilidade de se usar um método de tomada de decisão multicriterial, juntamente com um processo de melhoria (itens 8, 9 e 10). Os resultados finais devem satisfazer, pelo menos, o objetivo original do estudo de caso: propor melhorias para a operação em estudo (item 11).

Explanações rivais, que contrariem as proposições de estudos sugeridas para o trabalho, também devem ser consideradas e analisadas (itens 12, 13 e 14).

Figura 14 – Fluxo teórico proposto para o modelo lógico organizacional da pesquisa Fonte: Elaborado pelo autor

Para Miles e Huberman (1994), as análises em estudos de caso ficam mais sólidas e explicativas quando feitas por etapas. Na seção 4 deste trabalho, as análises foram apresentadas conforme as etapas de implementação da estrutura analítica na empresa estudada.

Situações de divergências e conflitos, frequentemente presentes em situações sociais, também foram consideradas nas análises deste trabalho. A teoria do estudo de caso sugere que explanações rivais, conforme apresentadas na Figura 14, sejam consideradas nas pesquisas, pois permitem análises mais completas e fortalecem suas validades internas e externas (YIN,

2010).

Neste trabalho, os dados foram analisados pelo grupo de líderes e apresentados ao grupo de patrocinadores, ao final de cada etapa de implementação da estrutura analítica no processo estudado.

Tecnicamente, um dos procedimentos de análise e organização dos dados foi a utilização de planilhas eletrônicas do Microsoft Excel (MS-Excel). O pesquisador, juntamente com os demais integrantes do grupo de líderes, fizeram interpretações qualitativas dos resultados obtidos, as quais foram sistematizadas por meio de gráficos, planilhas, tabelas, fluxogramas, diagramas e esquemas.

Essa interpretação qualitativa proporcionou inferências importantes para a pesquisa, e que puderam confrontar as diferentes fontes de evidência propostas para o estudo de caso, conforme propôs Yin (2010). Caracterizou-se, dessa forma, como uma triangulação dos dados.