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Logística de Distribuição Física: subárea de aplicação da pesquisa

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.4 LOGÍSTICA: ÁREA DE APLICAÇÃO DA PESQUISA

2.4.1 Logística de Distribuição Física: subárea de aplicação da pesquisa

Bowersox e Closs (2001) afirmaram que a Logística de Distribuição Física – outbound logistics, ou simplesmente, distribuição física é um dos subsistemas mais complexos dentro da logística empresarial. Trata da movimentação de produtos acabados para entrega aos clientes. Assim, o cliente é o destino final dos canais de marketing.

A distribuição física, basicamente, cuida das atividades relacionadas com o fornecimento de serviço ao cliente. Tais atividades incluem recebimento e processamento de pedidos; posicionamento do nível de estoques; armazenagem, manuseio e carregamento; e transporte dentro de um canal de distribuição. Profissionais dessa área são responsáveis pela coordenação com a equipe de planejamento de marketing, nas atividades de formação de preços, apoio promocional, níveis de serviço ao cliente, padrões de carregamento e de entrega, manuseio de mercadorias devolvidas e apoio ao ciclo de vida.

O ciclo comum de atividades que fazem parte da distribuição física abrange, pelo menos, cinco atividades: transmissão de pedidos; processamento de pedidos; separação/carregamento de pedidos (mercadorias); transporte do pedido solicitado e entrega ao cliente (BOWERSOX; CLOSS, 2001). Este ciclo pode ser visto na Figura 11.

Figura 11 – Atividades do ciclo de atividades da distribuição física Fonte: Adaptado de Bowersox e Closs (2001)

Ainda segundo os autores, o principal objetivo da Logística de Distribuição Física é colaborar na geração de receita, prestando níveis estrategicamente desejados de serviço aos clientes, com o menor custo possível.

O Conselho de Administração Logística (CLM), que acompanha frequentemente as novidades para as operações logísticas, estima que os custos logísticos na cadeia de suprimentos representem 10,5% do PIB e têm variado entre 4% e 30% do valor das receitas líquidas. Conforme dados da Tabela 2, embora os custos de distribuição representem algo em

torno de 8% das receitas líquidas, este levantamento não inclui os custos de suprimento físico (administração de materiais).

Tabela 2 – Média dos custos de distribuição física em relação aos percentuais de receitas

Categoria Percentual em relação às vendas

Transportes 2,88

Armazenagem 2,09

Serviços ao cliente/processamento de pedidos 0,55

Administração 0,40

Custos de manutenção de estoques a 18% 2,32

Custo total de distribuição 8,24

Fonte: Adaptado de Ballou (2001)

A Tabela 3, elaborada pelo Instituto ILOS, e apresentada no relatório de pesquisa “Custos Logísticos no Brasil 2Ńń2”, traz a composição do custo total de distribuição, assim como as representações percentuais dos custos de cada uma das áreas, se comparadas com o PIB nacional.

Tabela 3 – Custos logísticos em relação ao PIB no Brasil

Categoria Percentual em relação ao PIB (Brasil)

Transportes 6,30

Custos de manutenção de estoques 3,20

Armazenagem 0,70

Administração 0,40

Custo total de distribuição 10,60

Fonte: Instituto ILOS (2012)

O Instituto ILOS, também em seu relatório de pesquisa “Custos Logísticos no Brasil 2Ńń2”, destacou as operações, com suas respectivas atividades logísticas que, normalmente, são incluídas nas análises dos custos logísticos totais – Figura 12.

Figura 12 – Composição dos custos logísticos Fonte: Instituto ILOS (2012)

Resende e Souza (2012), por intermédio da Fundação Dom Cabral7, divulgaram uma pesquisa feita com 126 empresas que atuam no Brasil e que correspondem a 20% do PIB nacional. Os objetivos da pesquisa foram traçar características gerais da composição dos custos logísticos, além de contribuir para análise dos principais gargalos (entraves) no setor.

Primeiramente, fez-se uma análise referente à razão entre custo logístico sobre a receita, conforme demonstrado no Gráfico 1.

Das empresas que participaram da pesquisa, 44% delas afirmaram que o percentual do custo logístico em relação à receita se situa entre 0 e 10%. Vale destacar que, aproximadamente, 90% da amostra reportaram essa relação como inferior a 30%.

7 A Fundação Dom Cabral é um centro de desenvolvimento de executivos, empresários e gestores públicos que

há quase 40 anos pratica o diálogo e a escuta comprometida com as organizações, construindo com elas soluções educacionais integradas. É orientada para formar equipes que vão interagir crítica e estrategicamente dentro das empresas. (Fonte: http://www.fdc.org.br/pt/sobre_fdc/Paginas/historico.aspx)

0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 0 a 10% 11 a 20% 21 a 30% 31 a 40% 41 a 50% 51 a 60% 61 a 70% 71 a 80% 81 a 90% 91 a 100%

Custos Logísticos em relação à receita

Gráfico 1 – Percentuais dos custos logísticos em relação às receitas Fonte: Adaptado de Resende e Souza (2012)

Quando a comparação é feita por setor, percebe-se que as indústrias de bens de capital, e construção estão acima das demais, em se tratando de comprometimento de suas receitas com custos logísticos. O setor Químico e Petroquímico foi o mais eficiente em termos de minimização de custo em relação à receita, conforme Gráfico 2. Vale ressaltar que o local de pesquisa deste trabalho faz parte do setor de bens de consumo, apresentando um percentual médio de custo logístico igual 10,7% em relação às receitas. Esta informação corrobora os números apresentados anteriormente por Ballou (2001).

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% Bens de Capital Construção Mineração Siderurgia e Metalurgia Produção Agropecuária Bens de Consumo Têxtil Indústria Automotiva Química e Petroquímica

Custos Logísticos em relação às receitas (por setor)

Gráfico 2 – Percentuais dos Custos Logísticos em relação às receitas (por setor) Fonte: Adaptado de Resende e Souza (2012)

Para Resende e Souza (2012), os custos logísticos extras referem-se a três grandes grupos: horas extras; falta de estrutura de apoio nas estradas e capacitação de mão de obra. Pode-se perceber que os três grupos apresentam grande impacto nos custos logísticos extras, segundo muitas empresas brasileiras, passando dos 40%, conforme Gráfico 3. Um grande interesse da empresa investigada está na diminuição de horas extras, conforme justificativa inicial. 38% 40% 42% 44% 46% 48% 50%

Horas Extras Falta de estrutura de apoio nas estradas

Capacitação de mão de obra

Impacto nos Custos Logísticos Extras

Gráfico 3 – Impacto de três grandes grupos para os custos logísticos extras Fonte: Adaptado de Resende e Souza (2012)

Por fim, um dado interessante a este trabalho, diz respeito aos fatores relevantes no momento da formação dos custos logísticos. Os três maiores fatores que impactam nos custos logísticos totais são: transporte de produto acabado; transporte de matéria prima e distribuição urbana de produtos, segundo as empresas brasileiras estudadas – Gráfico 4 (RESENDE; SOUZA, 2012).

0% 20% 40% 60%

Armazenamento de produto acabado Custos portuários/aeroportuários Distribuição urbana de produtos Transporte de matéria prima Transporte de produto acabado

Fatores Relevantes para a Formação dos Custos Logísticos

Gráfico 4 – Principais fatores que compõem a formação dos custos logísticos Fonte: Adaptado de Resende e Souza (2012)

Destacando-se a distribuição urbana de produtos, que é o fator mais relevante a este trabalho, pode-se observar uma série de problemas que contribuem para o aumento destes custos. Um deles é o impacto das horas extras na jornada de trabalho total dos empregados ligados à logística de distribuição física. Portanto, ressalta-se a importância dada pela empresa em estudo, destacando-a com uma componente relevante na melhoria da operação de distribuição física de bebidas.

2.5 JORNADA DE TRABALHO: UMA COMPONENTE NA MELHORIA DA