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Neste subcapítulo, sobre histórias e teorias arquitetônicas, serão abordados aspectos desde o surgimento da arquitetura e das cidades, até a evolução da arquitetura após a Revolução Industrial, apresentando conceitos para o Modernismo e mostrando como se encontra a arquitetura atual brasileira, através da visão de conceituados autores com embasamento teórico obtido através de pesquisa em diversas obras criadas pelos mesmos.

Para definir de modo claro a história da arquitetura deve ser estudado seus desenvolvimentos e transformações conforme os lugares e o tempo em que ocorreram, abrangendo projetos de edificações e projetos de planejamento de cidades, expandindo o conceito de arquitetura à história urbana desde seu início. Pereira (2010)

Segundo Glancey (2001), a arquitetura surgiu a partir do momento em que as pessoas necessitaram viver em lugares estabelecidos para que pudessem praticar a agricultura. Assim foram sendo criadas as primeiras cidades, com construção de casas, igrejas, templos e palácios.

Devido ao surgimento da arquitetura, foi preciso que as cidades começassem a se desenvolver e satisfizessem as necessidades dos moradores, fornecendo-lhes moradia, trabalho e lazer.

Na opinião de Benevolo (2009), a cidade evoluiu a partir das aldeias, quando começaram a ser instaladas indústrias e comércios, complementando os serviços de cultivo das terras. A cidade passa a se transformar com velocidade muito maior que o campo e, a mostrar as mudanças da composição e das atividades das classes dominantes – que viviam na cidade – e influíam sobre toda a sociedade. Assim inicia-se a civilização que aos poucos vai corrigindo as formas provisórias das cidades.

Com essa evolução das cidades, foi preciso aumentar a preocupação com a arquitetura e planejamento urbano, buscando novas técnicas construtivas que atendessem a carência dos procedimentos existentes na época.

Segundo Pereira (2010), a Revolução Industrial trouxe grande impacto para a arquitetura, de forma que se alteraram os procedimentos construtivos e técnicos, e aumentaram-se as exigências arquitetônicas e os problemas urbanos, transformando assim a paisagem. Como resultado do espírito progressista a arquitetura e o urbanismo alcançaram seus objetivos de desenvolvimento anteriormente propostos. Ao mesmo tempo, devido ao desenvolvimento das cidades, as redes públicas urbanas de eletricidade tiveram um avanço significativo, permitindo iluminação das vias, praças e parques, trazendo vida noturna para as cidades. Além desses avanços técnicos, começaram a ser utilizados novos materiais dando-se a devida importância aos seus usos, e houve também uma industrialização da construção.

As cidades industriais, ainda na visão de Pereira (2010), passaram a se preocupar com o planejamento urbano, devido à grande migração causada pela industrialização, que causou uma maior divisão entre burguesia e proletariado, com o surgimento de favelas e de bairros de classe alta. A partir daí, aumentou a preocupação com a infraestrutura viária e com os sistemas públicos de abastecimento, contribuindo para o desenvolvimento urbano, criando traçados viários, separando as áreas públicas das privadas e, desenvolvendo os meios de transportes como o bonde e a locomotiva.

Na transição da Revolução industrial para a contemporaneidade, segundo Pereira (2010), surgiram novos problemas que juntos mudaram as formas tradicionais em todos os campos. A partir desse momento, propôs-se o Movimento Moderno, que mudaria a composição arquitetônica baseando-se em abstração e uma diferente decomposição.

A arquitetura moderna é o resultado da evolução dos desenvolvimentos das áreas construtivas e de planejamento que ocorreram através dos tempos, e que resultaram em uma arquitetura limpa, organizada e cada vez mais desenvolvida. Surgiu de forma a tentar quebrar os parâmetros antes utilizados, tornar os ambientes das cidades mais bonitos e com melhor aproveitamento da paisagem urbana.

A arquitetura moderna é a busca de um novo modelo de cidade, alternativo ao tradicional, e começa quando os “artistas” e os “técnicos” – chamados a colaborar com a gestão da cidade pós-liberal – se tornam capazes de propor um novo método de trabalho, libertado das anteriores divisões institucionais. Os artistas, encarregados de apresentar e de corrigir a imagem da cidade pós-liberal, são os primeiros a reagir contra a feiura:

criticam o cenário que veem à sua volta, e começam a atacar os mecanismos que o produzem. (BENEVOLO, 2009. p.615)

Com isso, os arquitetos passaram a buscar novas formas de melhorar a arquitetura das cidades, tornando-as mais tradicionais e com menor custos. O Movimento Moderno, segundo Pereira (2010), teve como ápicenas atividades do arquiteto, a habitação, que aumentando a industrialização para diminuir os custos, aumentou também os lucros. Além disso, tornou-se uma arquitetura tradicional e padronizada para atender as necessidades das famílias que a utilizavam apenas no tempo restante das atividades profissionais. Na cidade Moderna, sentiu-se a necessidade de um planejamento, onde elas passariam a sentiu-ser mais organizadas, e sentiu-seriam divididas em três setores, habitação, comércio e lazer, com vias de mobilidade que facilitariam a movimentação dos habitantes.

A cidade Moderna tinha por principal objetivo de planejamento, priorizar a circulação de veículos, que começaram a ser mais utilizados pela população, agilizando a mobilidade dos usuários, ganhando assim, mais tempo, e deixando um pouco de lado a atençãoaos pedestres.

Na modernidade, houve uma grande preocupação em ganhar tempo, na questão de mobilidade e também nas construções, que com as novas tecnologias passaram a ser mais ágeis.

No Brasil, segundo Mindlin (2000), a arquitetura moderna, em seu curto espaço de tempo, teve obras construídas com uma rapidez inacreditável alcançando grande maturidade pelo país, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Lúcio Costa, um dos arquitetos mais lembrados da época, assinala que “a arquitetura jamais passou, noutro igual espaço de tempo, por tanta transformação”.

Mesmo em sua pequena passagem pelo Brasil, o modernismo até hoje abrange muitas cidades do país, que não deixaram de utilizar vários métodos de planejamento urbano e modelos de construção, que fizeram tanto sucesso por todas as cidades que aderiram as ideias modernas, e principalmente, os mais lembrados arquitetos brasileiros fizeram parte do movimento e ainda são referências de ideias e ideais para estudantes e arquitetos do país e do mundo. verdadeira História, que soterraria as outras histórias e estilos; por último o autoritarismo ingênuo do urbanismo ortodoxo, que causou severos danos, ao confundir prancheta com campo social e propor modos de organização espacial, pensando, assim, contribuir para alterar formas de vida.

(CAVALCANTI, 2005. p.41)

Com toda essa evolução na história da arquitetura, chegamos ao que ela nos representa nos dias atuais, uma mistura organizada de estilos com utilização de tecnologias cada vez mais avançadas, em que no mundo capital e consumista de hoje em dia, agiliza as construções e minimiza os gastos, gerando cada vez mais lucros, deixando de ser apenas uma necessidade de moradia e trabalho, e passando a se tornar mais competitiva e valorizada.

Segundo Colin (2004), a arquitetura brasileira hoje é diversificada e abrange várias tendências. A herança da concentração de renda nas mãos de poucos e a pobreza da maior parte da população, reflete-se na arquitetura com a construção de edifícios utilizando-se tecnologia de última geração nas grandes metrópoles, com exuberantes formas e grande conforto. Para alterar o quadro da eliminação da herança histórica e cultural, o arquiteto deveria contar com novas ideias, novas metodologias, uma bibliografia e facilidades nunca vistas, com ausência da criatividade que tanto influenciou a criação das escolas Paulista e Carioca. Trazendo para arquitetura formas miméticas, faltando uma profunda reflexão sobre a busca pela identidade do próprio país.

A arquitetura atual é cruzada por diversas linhas transversais, é uma arquitetura mestiça: de formação cosmopolita e atuação planetária.

Distanciada dos experimentos radicais, não é uma arquitetura de ideias, e sim uma arquitetura de experiências: é pouco programática e peculiar a cada situação. Ainda que as obras mais conhecidas sejam, na maioria, edifícios institucionais e obras de infraestrutura, a habitação multifamiliar volta a ser a grande protagonista, assim como em outros períodos já foi campo de experimentações e inovações. [...] Entre os edifícios institucionais, o museu é o mais característico da arquitetura recente e o que mais bem denota sua natureza exibicionista e reflexiva. Se o teatro foi o templo social da burguesia, o museu pode ser considerado como o templo mediático de nossa época, como centro de exposição e local de encontro. Já entre os edifícios de infraestrutura, os aeroportos são as construções mais complexas da atualidade. (PEREIRA, 2010. p.311)

Como já citado anteriormente, a arquitetura atual passou de tradicional para revolucionária, trazendo obras jamais vistas como exequíveis há pouco tempo atrás, e que se tornaram possíveis, através das tecnologias avançadas buscadas em todos os períodos da história, o que facilitou a forma de pensar e desenvolver a arquitetura, resultando em obras incomparáveis e com tendências misturadas, criando um estilo único. Já as cidades se desenvolveram da melhor forma, tornando-se cada vez mais organizadas, ainda com muitos problemas herdados do modernismo,que priorizava a mobilidade de veículos, porém, se preocupando com as questões ambientais, elaborando planos de melhorias nas áreas públicas urbanas como praças, parques e as próprias vias de mobilidade, melhorando a qualidade de vida da população.

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