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3.3 INFRA-ESTRUTURA DA PAISAGEM

3.3.1 Vegetação

Para Mascaró (2005), a vegetação urbana é aquela que permite a integração dos parques, jardins e praças, com as construções. O que constrói a paisagem das cidades principalmente, nas regiões onde o clima é tropical ou subtropical. A composição da paisagem através de suas formas e da natureza são aproveitadas de maneira que o natural e o construído possam dar continuidade um ao outro, criando harmonia dentro da paisagem da cidade.

As árvores, os arbustos e outras plantas menores e no seu conjunto constituem elementos da estrutura urbana. Caracterizam os espaços da cidade por suas formas, cores e modo de agrupamento; são elementos de composição e de desenho urbano ao contribuir para organizar, definir e até delimitar esses espaços. Desempenham funções importantes para o recinto urbano e para seus habitantes, ajudam no controle do clima e da poluição, na conservação da água, na redução da erosão e na economia de energia. [...] Entretanto, também provocam diversos inconvenientes, fundamentalmente pela, falta de conhecimento sobre a conveniência de qual espécie plantar em determinados climas locais e microclimas urbanos, pela falta de harmonia com a infraestrutura urbana, e de manutenção adequada, tanto do ponto de vista fitossanitário como forma. (Mascaró, 2005. P. 13)

A escolha das espécies de árvores, para comporem a paisagem urbana, é de grande importância que sejam analisados diversos fatores: altura das edificações próximas do local a serem plantadas; o desempenho que deseja-se obter; o clima e cultura da região; a função que ela terá na paisagem; a altura das árvores, forma, cor, textura, folhagem e floração, que variam de espécie para espécie. Essa análise é indispensável para poder alcançar os resultados pretendidos sem que ocorram problemas devido à má escolha da espécie. As árvores podem ser plantadas isoladamente, o que é mais comum nas paisagens urbanas que conhecemos, em rotatórias, praças grandes, e as características delas passam a ser fundamentais, pois, nesses casos elas são ressaltadas. Quando isso acontece, a espécie escolhida pode ser de maior porte, normalmente está em meio a uma grande área de grama ou terra, podendo desenvolver-se por completo, sem causar problemas urbanos. (Mascaró, 2005.)

Mascaró (2005), explica que as árvores também podem ser plantadas de forma maciça, o que acontece nos parques e praças pode variar de espécies e características dentro do mesmo espaço, criam grande área de sombra, muito útil no verão, pois não permite que os raios solares ultrapassem a barreira das copas criando um grande espaço de sombra, muito utilizado de diversas formas. Porém no inverno, o local pode se tornar mais frio, sendo apenas um local de passagem e não mais de permanência como no verão, já que no inverno os raios solares não ultrapassam as copas, tornando o ambiente frio, difícil de ser utilizado.

A vegetação atua nos microclimas urbanos contribuindo para melhorar a ambiência urbana sob diversos aspectos: ameniza a radiação solar na estação quente e modifica a temperatura e a umidade relativa do ar do recinto através do sombreamento que reduz a carga térmica recebida pelos edifícios, veículos e pedestres; modifica a velocidade e direção dos ventos; atua como barreira acústica; quando em grandes quantidades, interfere na frequência das chuvas; através da fotossíntese e da respiração, reduz a poluição do ar. Essas formas de uso variam com o tipo de clima local, recinto urbano onde estão plantadas, período do ano, tipo de vegetação, seu porte, idade, manutenção, formas de associação dos vegetais e também com relação às edificações próximas e ao espaço urbano que as contém. (Mascaró, 2005. P. 32)

A principal função da arborização urbana é a de sombreamento que, onde está concentrada, gera sensação de menores temperaturas para os pedestres, veículos e até mesmo para os moradores das edificações próximas, principalmente em cidades de clima tropical.

Porém, essa concentração de arborização deve ser bem planejada, pois pode trazer insegurança aos moradores devido à grande concentração de árvores, criando lugares escuros.

Para evitar esse problema, é necessário que a área sombreada não tenha um prolongamento muito extenso. Deve-se também levar em consideração as características das árvores na hora da escolha, para que, não influenciem de modo negativo na iluminação natural que a rua receberá, e não cause problemas aos usuários. (Mascaró, 2005)

Ainda paraMascaró (2005), a arborização urbana também influencia na ventilação, podendo se tornar uma barreira, redirecionando o vento e diminuindo sua velocidade, para que os ventos mais fortes não atinjam diretamente as edificações. Mas deve-se ter o cuidado na escolha, pois a ventilação é necessária para renovação do ar assegurando a melhor qualidade do ar para a respiração humana.

Outro fator importante na arborização urbana é o de desempenho acústico, indispensável para a melhor qualidade de vida nas grandes cidades, e se feita a escolha certa pode influenciar significativamente:

As árvores e vegetação em geral podem ajudar a reduzir a contaminação do ruído de cinco maneiras diferentes: pela absorção do som (elimina-se o som), pela desviação (altera-se a direção do som), pela reflexão (o som refletido volta a sua fonte de origem), pela refração (as ondas sonoras mudam de direção ao redor de um objeto), por ocultamento (cobre-se o som indesejado com outro mais agradável). Dessa maneira, plantas amenizam o ruído. As barreiras vegetais desviarão o som para longe dos ouvintes e refletirão o ruído para sua fonte uma vez que encontre o os ângulos adequados em relação à sua origem. Se o ruído passa através ou ao redor da vegetação, será refratado e, em consequência, dissipado. A vegetação pode, também, dissimular os sons, na medida que se escuta seletivamente os sons da natureza sobre os ruídos da cidade. (Mascaró, 2005. P. 52)

Como pode ser visto, a escolha da arborização urbana é de extrema importância para a segurança, e principalmente, o conforto térmico da população. Por isso, é preciso para a escolha adequada quesejam estudadas as espécies que poderão ser utilizadas, suas formas, dimensões das copas, folhagens, entre outros aspectos, que sãoimprescindíveispara determinar a espécie que melhor se adequará a necessidade desejada.

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