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FACULDADE ASSIS GURGACZ CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO ANA PAULA GALLI

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Academic year: 2022

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CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

ANA PAULA GALLI

FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS: INTERVENÇÕES URBANAS COMO INSTRUMENTO PARA PROMOÇÃO DO BEM ESTAR SOCIAL

CASCAVEL 2015

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FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS: INTERVENÇÕES URBANAS COMO INSTRUMENTO PARA PROMOÇÃO DO BEM ESTAR

Trabalho de Conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo, da FAG, apresentado na modalidade Projetual, como requisito parcial para a aprovação na disciplina: Trabalho de Curso: Defesa.

Orientador: Renata Esser Sousa

CASCAVEL 2015

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FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS: INTERVENÇÕES URBANAS COMO INSTRUMENTO PARA PROMOÇÃO DO BEM ESTAR

DECLARAÇÃO

Declaro que realizei em Outubro de 2015 a revisão linguístico textual, ortográfica e gramatical da monografia de Trabalho de Curso denominado: Fundamentos Arquitetônicos: Intervenções urbanas como instrumento para promoção do bem estar, de autoria de Ana Paula Galli, discente do Curso de Arquitetura e Urbanismo – FAG e orientado por Renata Esser Sousa.

Tal declaração contará das encadernações e arquivo magnético da versão final do TC acima identificado.

Cascavel, 10 de Outubro de 2015.

ADEONILDE GREGORINI CHIAMENTI Licenciada em Letras/FAFI - 1992

RG – 3999 241-8

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ANA PAULA GALLI

FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS: INTERVENÇÕES URBANAS COMO INSTRUMENTO PARA PROMOÇÃO DO BEM ESTAR

Trabalho apresentado no Curso de Arquitetura e Urbanismo, da Faculdade Assis Gurgacz, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob a orientação da Professora Arquiteta Renata Esser Sousa.

BANCA EXAMINADORA

__________________________

Renata Esser Sousa Faculdade Assis Gurgacz

Arquiteta e Urbanista

__________________________

Silmara Dias Feiber UTFPR Arquiteta e Urbanista

Cascavel/PR, 13 de Outubro de 2015.

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Dedico este trabalho ao meu futuro, que julgo tão próspero, porém, só o tempo dirá. Aqui se encerra uma das fases da vida, tão jovem, com tantos sonhos e tamanhas dificuldades a enfrentar. Este é o trabalho resultado de uma dedicação de anos a realização de um dos sonhos, e que serve de início as buscas por novas conquistas e desafios. Onde apenas o futuro será responsável por escrever a continuação.

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Agradeço primeiramente a Deus por ter me concedido determinação e perseverança para chegar até aqui.

Aos amigos que a faculdade proporcionou Angélica, Eduardo, Gustavo, Jonas e Thais, que sempre estiveram ao meu lado por todos esses anos, me apoiando e dando forças para encarar todos os problemas.

A minha orientadora, por todo o apoio e insistência que proporcionou, principalmente nos momentos mais difíceis e de maior desespero, por ter me aguentado sempre reclamando e desanimada, e mesmo assim, me incentivando a continuar.

E principalmente, aos meus pais, que mesmo com tanta dificuldade fizeram o possível e o impossível para eu poder estar aqui, realizando um sonho, agradeço a eles por serem meu porto seguro, a razão da minha dedicação por todos esses anos.

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Esta pesquisa consiste em um embasamento teórico para concepção de um projeto de revitalização paisagística do entorno do Estádio Olímpico Regional Arnaldo Busatto, localizado na cidade de Cascavel, situada no Oeste do estado do Paraná, polo econômico regional, que se destaca em várias modalidades esportivas. A área proposta para a intervenção, devido a sua falta de uso e manutenção, acaba muitas vezes sendo marginalizada.

Devido a esse e outros problemas sociais, houve a intenção de revitalizar a área para melhor atender os moradores da região, visitantes e espectadores dos jogos que ali ocorrerão. Com uma proposta de projeto agradável e sustentável que traga segurança e conforto a todos e incentive o bem estar da população, conservando a área e evitando possíveis problemas. A proposta tem por principal objetivo, através da busca de novas ideias e tecnologias paisagísticas, planejar a paisagem de modo que possua diversos usos, tenha fácil conservação e manutenção, para que todos possam usufruir do local de forma agradável no seu tempo livre. Para a pesquisa teórica buscou-se materiais bibliográficos com enfoque em temas de planejamento urbano e paisagismo, - desde sua formação, a evolução que ocorreu com o passar do tempo, até os dias atuais, com a importância que se dá a revitalizaçãodas áreas degradadas e sem uso - e, estudos de obras correlatas do mundo inteiro que se tornaram referências para ideias de projetos atuais, definindo assim, as diretrizes a serem utilizadas para concepção da proposta objeto desta pesquisa.

Palavras chave: Arquitetura. Revitalização. Paisagismo.

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This research consists of a theoretical basis for designing a landscape revitalization project surrounding the Olympic Regional ArnaldoBusatto Stadium, located in the city of Cascavel, located in the state of Paraná West, regional economic hub, which excels in various sports. The area proposed for intervention, due to its lack of use and maintenance, often ends up being marginalized. Because of this and other social problems, there was the intention of revitalizing the area to better serve local residents, visitors and spectators of the games that take place there. With a proposal for a pleasant and sustainable design that brings safety and comfort to all and encourage the well-being of the population, conserving the area and avoid possible problems. The proposal is primarily engaged, through the pursuit of new ideas and technology landscape, plan to landscape mode with many different uses, easily upkeep and maintenance, so that everyone can take advantage of the pleasant way location in your spare time. For theoretical research sought to bibliographic materials with a focus on urban planning issues and landscaping - since its formation, the developments that occurred over time, to the present day, with the importance given to revitalization of degraded areas and unused - and studies related works from around the world that have become references for current project ideas, thus defining the guidelines to be used to design the object of this research proposal.

Keywords: Architecture. Revitalization. Landscaping.

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Imagem 01: Imagem de academia e playground ao ar livre. (pag. 33) Imagem 02: Localização do município de Cascavel no Paraná. (pag. 34) Imagem 03: Localização da área de intervenção no contexto urbano. (pag. 35) Imagem 04: Parque Klyde Warren, vista aérea. (pag. 36)

Imagem 05: Parque Klyde Warren. (pag. 37)

Imagem 06: Praça das Colinas de Anhanguera, vista aérea. (pag. 38) Imagem 07: Praça das Colinas de Anhanguera. (pag. 38)

Imagem 08: Praça das Colinas de Anhanguera. (pag. 39) Imagem 09: Parque do Maracanã, vista aérea. (pag. 40) Imagem 10: Parque do Maracanã, calçadão. (pag. 40) Imagem 11: Parque do Maracanã, calçadão. (pag. 41)

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.1 ASSUNTO/TEMA ... 12

1.2 JUSTIFICATIVA ... 12

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ... 12

1.4 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE ... 12

1.5 OBJETIVOS DA PESQUISA ... 13

1.5.1 Objetivo Geral ... 13

1.5.2 Objetivos Específicos ... 13

1.6 MARCO TEÓRICO ... 13

1.7 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ... 14

2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS NOS FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS ... 15

2.1 NA HISTÓRIA E TEORIAS ... 15

2.2 NAS METODOLOGIAS DE PROJETOS ... 19

2.3 NO URBANISMO E PLANEJAMENTO URBANO ... 21

2.4 NA TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO ... 25

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 29

3.1 ESPAÇOS LIVRES URBANOS E REVITALIZADOS ... 29

3.3 INFRA-ESTRUTURA DA PAISAGEM ... 32

3.3.1 Vegetação ... 32

3.3.2 Iluminação ... 35

3.3.3 Mobiliário Urbano ... 36

4 CORRELATOS ... 38

4.1 PARQUE KLYDE WARREN ... 38

4.2 PRAÇA COLINAS DE ANHANGUERA ... 39

4.3 PARQUE MARACANÃ... 41

5 DIRETRIZES PROJETUAIS ... 44

5.1 CASCAVEL ... 44

5.2 LOTE E PROPOSTA PROJETUAL ... 45

6 CONSIDERAÇÕES ... 46

REFERÊNCIAS ... 48

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1 INTRODUÇÃO

A seguinte pesquisa consiste em uma proposta de intervenção urbana para a revitalização paisagística do entorno do Estádio Olímpico Regional Arnaldo Busatto, localizado na cidade de Cascavel, região Oeste do Estado do Paraná.

Cascavel é uma cidade jovem e promissora. Com mais de 300 mil habitantes, consolidou a posição de polo econômico regional e epicentro do Mercosul. Destaca-se nacional e internacionalmente nos esportes individuais e coletivos, como canoagem, automobilismo, handebol, futsal e atletismo. Cascavel possui um título paranaense de futebol profissional (1980) e três títulos paranaenses de Futsal profissional (2003, 2004 e 2005).

(Município de Cascavel, 2015)

No Bairro Santa Cruz, localizado na região Sudoesteda cidade, encontra-se o Estádio Olímpico. Região que vem se desenvolvendo nos últimos anos, com um grande crescimento populacionale próxima de áreas universitárias do Município.

O Estádio, projeto do Arquiteto Nilson Gomes Vieira, foi inaugurado no ano de 1982 e chegou a receber 45 mil espectadores. Sua capacidade atual é de 28 mil. Já foi palco de grandes times brasileiros em jogos de significativa importância. Atualmente, é utilizado pelos times da cidade: Cascavel Clube Recreativo, criado em 2001, e Futebol Clube Cascavel, criado em 2008 com o intuito de promover o futebol na região oeste do Estado. (Informações através de meio eletrônico, 2015)

Para voltar a receber jogos de importantes campeonatos brasileiros e suprir às necessidades e exigências de grandes eventos,estão sendo propostas reformas e melhorias internas no Estádio. Na obra estão inclusos: substituição do gramado, reforma estrutural, reforma nos vestiários, pinturas, instalação de cadeiras, entre outras modificações importantes para o conforto e segurança dos eventos. O início das obras está previsto ainda para o ano de 2015, e contacom recursos do Governo Federal,através de licitação. (Informações através de meio eletrônico, 2015)

Este trabalho objetiva trazer melhorias também na área externa do Estádio.Atravésde propostas de paisagismo inovadoras, propõe-se a intervenção na paisagem do entorno, transformando-onum ambiente limpo, sustentável, de fácil acesso; para que possam receber visitantes e espectadores dos jogos, com conforto e tranquilidade e se tornar referência em espaço livre no Município.

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1.1 ASSUNTO/TEMA

O assunto desta pesquisa baseia-se na Revitalização Paisagística Urbana, tendo como tema um Projeto de intervenção urbanística no entorno do Estádio Olímpico Regional Arnaldo Busatto.

1.2 JUSTIFICATIVA

A área do Estádio aonde será proposta a intervenção era pouco utilizada, sendo muitas vezes marginalizada, devido à falta de manutenção e conservação do local.Porém, nos últimos anos, o Estádio voltou a receber competições estaduais e regionais, trazendo movimento para a região. Por isso, a preocupação com a revitalização, para que a população possa utilizar o lugar como uma área de lazer, com segurança e tranquilidade.

1.3 FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

A intervenção a ser realizada no entorno do Estádio poderá ser benéfica para a população que reside nas proximidades?

1.4 FORMULAÇÃO DA HIPÓTESE

A partir do momento em que a área sofre a intervenção, poderá tornar um local agradável, possibilitando receber visitantes. A população passará a utilizá-la, a cuidar e exigir sua conservação para poder desfrutá-la para o lazer e convivência com amigos e familiares.

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1.5 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.5.1 Objetivo Geral

Desenvolver um projeto de intervenção no espaço proposto, com novas ideias de paisagismo e propostas de planejamento da paisagem, pretendendo-se que a região venha a se tornar referência de lazer para a cidade, sendo utilizada com segurança pelos seus munícipes.

1.5.2 Objetivos Específicos

 Pesquisar referências de paisagismo

 Empregar proposta de planejamento da paisagem

 Promover o espaço através do bem estar minimizando os problemas sociais

 Propor ideias de fácil conservação e manutenção

1.6 MARCO TEÓRICO

As praças contemporâneas são representativas de uma conjuntura urbana na qual muitas formas de expressão são aceitas. Utilizando-se das novas tecnologias dos materiais construtivos, os projetistas têm a seu alcance um espectro extremamente amplo de possibilidades para concretizar suas intenções. (Robba e Macedo, 2001. Pág. 146)

O estudo das praças construídas nas cidades brasileiras desde meados da década de 1980 nos permite indicar suas formas mais comuns de uso e apropriação: lazer contemplativo;

lazer ativo (recreação infantil, atividades esportivas e culturais); circulação de pedestres;

atividades comerciais e de serviços (utilitarismo). (Robba e Macedo, 2001. Pág. 150)

Outra característica típica da praça contemporânea consiste na não determinação impositiva de um uso, sendo comuns os espaços multifuncionais e adaptáveis, que podem ser utilizados de vários modos. Muitos são os exemplos de projetos que têm implantado espaços e equipamentos capazes de permitir as mais variadas possibilidades de uso, sem ter uma função determinada. A implantação de espaços com uso flexível possibilita ao frequentador

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apropriar-se do projeto da maneira que lhe for mais agradável e necessária. Além disso, permite a participação da comunidade na dinâmica da cidade, de modo a rebater as imposições de comportamento, utilização e apropriação dos espaços livres públicos, tão comuns na arquitetura paisagística moderna e, principalmente, nas praças ecléticas. (Robba e Macedo, 2001. Pág. 151)

As reformas e as reconfigurações de praças são ações das mais comuns no cotidiano das cidades brasileiras. Muitas vezes, uma reforma é indispensável para readequar o projeto à nova dinâmica urbana, que se estabelece com a transformação e o crescimento da cidade. Os novos projetos buscam soluções para problemas diagnosticados nas configurações anteriores.

(Robba e Macedo, 2001. Pág. 164)

Portanto, devido ao desenvolvimento contínuo e desorganizado das cidades brasileiras, é preciso elaborar projetos que possam melhorar e organizar o ambiente urbano, diversificando os usos de praças para que atendamàs necessidades de todos os usuários que ali exercerão suas atividades, sejam elas de lazer, trabalho ou apenas circulação, e, contribuindo para melhor qualidade de vida da população beneficiada por esses espaços livres urbanos.

1.7 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Para o desenvolvimento deste trabalho será realizada uma pesquisa sobre o local da intervenção e sobre sua implantação no contexto da cidade, desenvolvendo assim um estudo que busca traçar um panorama geral do objeto do projeto.

Após esta etapa, será elaborado um embasamento teórico, com referenciais bibliográficos que podem ser ligados ao tema principal de pesquisa, contextualizando-o em cada etapa do projeto, chegando à conclusão com a resposta ao problema.

Inicia-se então a proposta projetual, buscando através de referências bibliográficas e em meios eletrônicos, estudos de projetos correlatos que possam fornecerembasamento parauma melhor qualidade de vida da população que se beneficiarádo local. Após o projeto estar finalizado, o mesmo será entregue a uma banca de professores que serão responsáveis por avaliar a qualidade da pesquisa e da proposta projetual.

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2 APROXIMAÇÕES TEÓRICAS NOS FUNDAMENTOS ARQUITETÔNICOS

Neste capítulo serão abordados os principais temas vistos durante todo o curso de arquitetura, com a divisão das disciplinas em quatro pilares, que através de pesquisas bibliográficas, irão trazer facilidades para elaboração da proposta do Trabalho de Conclusão do Curso.

2.1 NA HISTÓRIA E TEORIAS

Neste subcapítulo, sobre histórias e teorias arquitetônicas, serão abordados aspectos desde o surgimento da arquitetura e das cidades, até a evolução da arquitetura após a Revolução Industrial, apresentando conceitos para o Modernismo e mostrando como se encontra a arquitetura atual brasileira, através da visão de conceituados autores com embasamento teórico obtido através de pesquisa em diversas obras criadas pelos mesmos.

Para definir de modo claro a história da arquitetura deve ser estudado seus desenvolvimentos e transformações conforme os lugares e o tempo em que ocorreram, abrangendo projetos de edificações e projetos de planejamento de cidades, expandindo o conceito de arquitetura à história urbana desde seu início. Pereira (2010)

Segundo Glancey (2001), a arquitetura surgiu a partir do momento em que as pessoas necessitaram viver em lugares estabelecidos para que pudessem praticar a agricultura. Assim foram sendo criadas as primeiras cidades, com construção de casas, igrejas, templos e palácios.

Devido ao surgimento da arquitetura, foi preciso que as cidades começassem a se desenvolver e satisfizessem as necessidades dos moradores, fornecendo-lhes moradia, trabalho e lazer.

Na opinião de Benevolo (2009), a cidade evoluiu a partir das aldeias, quando começaram a ser instaladas indústrias e comércios, complementando os serviços de cultivo das terras. A cidade passa a se transformar com velocidade muito maior que o campo e, a mostrar as mudanças da composição e das atividades das classes dominantes – que viviam na cidade – e influíam sobre toda a sociedade. Assim inicia-se a civilização que aos poucos vai corrigindo as formas provisórias das cidades.

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Com essa evolução das cidades, foi preciso aumentar a preocupação com a arquitetura e planejamento urbano, buscando novas técnicas construtivas que atendessem a carência dos procedimentos existentes na época.

Segundo Pereira (2010), a Revolução Industrial trouxe grande impacto para a arquitetura, de forma que se alteraram os procedimentos construtivos e técnicos, e aumentaram-se as exigências arquitetônicas e os problemas urbanos, transformando assim a paisagem. Como resultado do espírito progressista a arquitetura e o urbanismo alcançaram seus objetivos de desenvolvimento anteriormente propostos. Ao mesmo tempo, devido ao desenvolvimento das cidades, as redes públicas urbanas de eletricidade tiveram um avanço significativo, permitindo iluminação das vias, praças e parques, trazendo vida noturna para as cidades. Além desses avanços técnicos, começaram a ser utilizados novos materiais dando-se a devida importância aos seus usos, e houve também uma industrialização da construção.

As cidades industriais, ainda na visão de Pereira (2010), passaram a se preocupar com o planejamento urbano, devido à grande migração causada pela industrialização, que causou uma maior divisão entre burguesia e proletariado, com o surgimento de favelas e de bairros de classe alta. A partir daí, aumentou a preocupação com a infraestrutura viária e com os sistemas públicos de abastecimento, contribuindo para o desenvolvimento urbano, criando traçados viários, separando as áreas públicas das privadas e, desenvolvendo os meios de transportes como o bonde e a locomotiva.

Na transição da Revolução industrial para a contemporaneidade, segundo Pereira (2010), surgiram novos problemas que juntos mudaram as formas tradicionais em todos os campos. A partir desse momento, propôs-se o Movimento Moderno, que mudaria a composição arquitetônica baseando-se em abstração e uma diferente decomposição.

A arquitetura moderna é o resultado da evolução dos desenvolvimentos das áreas construtivas e de planejamento que ocorreram através dos tempos, e que resultaram em uma arquitetura limpa, organizada e cada vez mais desenvolvida. Surgiu de forma a tentar quebrar os parâmetros antes utilizados, tornar os ambientes das cidades mais bonitos e com melhor aproveitamento da paisagem urbana.

A arquitetura moderna é a busca de um novo modelo de cidade, alternativo ao tradicional, e começa quando os “artistas” e os “técnicos” – chamados a colaborar com a gestão da cidade pós-liberal – se tornam capazes de propor um novo método de trabalho, libertado das anteriores divisões institucionais. Os artistas, encarregados de apresentar e de corrigir a imagem da cidade pós-liberal, são os primeiros a reagir contra a feiura:

criticam o cenário que veem à sua volta, e começam a atacar os mecanismos que o produzem. (BENEVOLO, 2009. p.615)

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Com isso, os arquitetos passaram a buscar novas formas de melhorar a arquitetura das cidades, tornando-as mais tradicionais e com menor custos. O Movimento Moderno, segundo Pereira (2010), teve como ápicenas atividades do arquiteto, a habitação, que aumentando a industrialização para diminuir os custos, aumentou também os lucros. Além disso, tornou-se uma arquitetura tradicional e padronizada para atender as necessidades das famílias que a utilizavam apenas no tempo restante das atividades profissionais. Na cidade Moderna, sentiu- se a necessidade de um planejamento, onde elas passariam a ser mais organizadas, e seriam divididas em três setores, habitação, comércio e lazer, com vias de mobilidade que facilitariam a movimentação dos habitantes.

A cidade Moderna tinha por principal objetivo de planejamento, priorizar a circulação de veículos, que começaram a ser mais utilizados pela população, agilizando a mobilidade dos usuários, ganhando assim, mais tempo, e deixando um pouco de lado a atençãoaos pedestres.

Na modernidade, houve uma grande preocupação em ganhar tempo, na questão de mobilidade e também nas construções, que com as novas tecnologias passaram a ser mais ágeis.

No Brasil, segundo Mindlin (2000), a arquitetura moderna, em seu curto espaço de tempo, teve obras construídas com uma rapidez inacreditável alcançando grande maturidade pelo país, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. Lúcio Costa, um dos arquitetos mais lembrados da época, assinala que “a arquitetura jamais passou, noutro igual espaço de tempo, por tanta transformação”.

Mesmo em sua pequena passagem pelo Brasil, o modernismo até hoje abrange muitas cidades do país, que não deixaram de utilizar vários métodos de planejamento urbano e modelos de construção, que fizeram tanto sucesso por todas as cidades que aderiram as ideias modernas, e principalmente, os mais lembrados arquitetos brasileiros fizeram parte do movimento e ainda são referências de ideias e ideais para estudantes e arquitetos do país e do mundo.

Para alguns, o modernismo teve o seu fim no universo arquitetônico.

Modernismo que pode, ainda hoje, pelo menos no caso do Brasil, trazer várias questões úteis, uma vez que tenhamos em mente a completa superação de algumas ilusões do movimento: a primeira delas é a de que representaria uma última etapa da evolução da construção; o segundo equívoco, derivado do anterior, o de que constituiria um marco zero, a verdadeira História, que soterraria as outras histórias e estilos; por último o autoritarismo ingênuo do urbanismo ortodoxo, que causou severos danos, ao confundir prancheta com campo social e propor modos de organização espacial, pensando, assim, contribuir para alterar formas de vida.

(CAVALCANTI, 2005. p.41)

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Com toda essa evolução na história da arquitetura, chegamos ao que ela nos representa nos dias atuais, uma mistura organizada de estilos com utilização de tecnologias cada vez mais avançadas, em que no mundo capital e consumista de hoje em dia, agiliza as construções e minimiza os gastos, gerando cada vez mais lucros, deixando de ser apenas uma necessidade de moradia e trabalho, e passando a se tornar mais competitiva e valorizada.

Segundo Colin (2004), a arquitetura brasileira hoje é diversificada e abrange várias tendências. A herança da concentração de renda nas mãos de poucos e a pobreza da maior parte da população, reflete-se na arquitetura com a construção de edifícios utilizando-se tecnologia de última geração nas grandes metrópoles, com exuberantes formas e grande conforto. Para alterar o quadro da eliminação da herança histórica e cultural, o arquiteto deveria contar com novas ideias, novas metodologias, uma bibliografia e facilidades nunca vistas, com ausência da criatividade que tanto influenciou a criação das escolas Paulista e Carioca. Trazendo para arquitetura formas miméticas, faltando uma profunda reflexão sobre a busca pela identidade do próprio país.

A arquitetura atual é cruzada por diversas linhas transversais, é uma arquitetura mestiça: de formação cosmopolita e atuação planetária.

Distanciada dos experimentos radicais, não é uma arquitetura de ideias, e sim uma arquitetura de experiências: é pouco programática e peculiar a cada situação. Ainda que as obras mais conhecidas sejam, na maioria, edifícios institucionais e obras de infraestrutura, a habitação multifamiliar volta a ser a grande protagonista, assim como em outros períodos já foi campo de experimentações e inovações. [...] Entre os edifícios institucionais, o museu é o mais característico da arquitetura recente e o que mais bem denota sua natureza exibicionista e reflexiva. Se o teatro foi o templo social da burguesia, o museu pode ser considerado como o templo mediático de nossa época, como centro de exposição e local de encontro. Já entre os edifícios de infraestrutura, os aeroportos são as construções mais complexas da atualidade. (PEREIRA, 2010. p.311)

Como já citado anteriormente, a arquitetura atual passou de tradicional para revolucionária, trazendo obras jamais vistas como exequíveis há pouco tempo atrás, e que se tornaram possíveis, através das tecnologias avançadas buscadas em todos os períodos da história, o que facilitou a forma de pensar e desenvolver a arquitetura, resultando em obras incomparáveis e com tendências misturadas, criando um estilo único. Já as cidades se desenvolveram da melhor forma, tornando-se cada vez mais organizadas, ainda com muitos problemas herdados do modernismo,que priorizava a mobilidade de veículos, porém, se preocupando com as questões ambientais, elaborando planos de melhorias nas áreas públicas urbanas como praças, parques e as próprias vias de mobilidade, melhorando a qualidade de vida da população.

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2.2 NAS METODOLOGIAS DE PROJETOS

Através deste subcapítulo, será possível entender a importância da representação de projetos, através do uso de desenhos, com formas bem definidas e usos apropriados. Para isso foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica sobre obras de metodologias de projetos, como embasamento teórico conceitual.

Na concepção de Doyle (2002), projeto é uma obra utilizada para demonstrar as informações sobre determinado local como: áreas de usos, dimensões, formas e as relações com a paisagem. Especifica ideias de circulação, relação entre estruturas e os materiais a serem utilizados. Pode definir também os tipos de iluminação que melhor se adequem a necessidade. Com a utilização de cores, texturas, sombras e desenhos, o projeto fornece importantes informações sobre o ambiente a ser executado.

O projeto quando bem elaborado permite a facilidade de visualização de detalhes para melhor execução da obra e entendimento de materiais a serem utilizados. Porém, é sempre preciso buscar ideias que incentivem a criatividade do arquiteto, com tecnologias avançadas e novas tendências, para isso, utiliza-se o estudo de obras de referências e correlações projetuais, que ajudam na concepção das ideias e criação.

SegundoUnwin (2013), para a concepção de ideias projetuais, a análise de outras obras é fundamental para estimular a criação através de exemplos, porém pode-se correr o risco de limitar reinvenções contínuas de ideias. O desenho é algo essencial e obrigatório para os arquitetos na representação e expressão de ideias.

No desenho, o termo “composição” significa a maneira como os componentes do desenho são “arrumados” pelo artista. Alguns dos componentes fundamentais de uma composição são as formas positivas (objetos ou pessoas), os espaços negativos (áreas vazias) e o formato (comprimento e largura relativos das arestas limítrofes de uma superfície).

Para compor um desenho, portanto, o artista coloca as formas positivas e os espaços negativos e os encaixa dentro do formato com o objetivo de unificar a composição. (EDWARDS, p.140)

Cada etapa de concepção de um projeto possui um tipo de desenho que a caracterize desde o início até o projeto executivo, que se realizados de modo claro, facilitam a elaboração das etapas seguintes. ParaLeggitt (2004), os desenhos de arquitetura são divididos em categorias: os croquis, que são esboços feitos de forma rápida, apenas para mostrar uma ideia;os desenhos de conceito, que ilustram o tema do projeto e mostram a visão que o usuário teria do ambiente a ser projetado contando a sua ideia;os desenhos em perspectiva, que são a

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representação tridimensional da ideia proposta com a visão do usuário a partir de certo ângulo; e por último, os desenhos paralelos, que são normalmente vistas aéreas tridimensionais em que todas as linhas são paralelas e não existe perspectiva.

Os desenhos de uma apresentação arquitetônica são os seus principais veículos de comunicação. Se os desenhos e as representações gráficas e arquitetônicas não forem compreensíveis – as suas convenções compreendidas e a sua substância apresentando sentido – a apresentação será fraca e ineficaz. Uma apresentação eficiente, contudo, também possui características coletivas que melhoram a legibilidade dos desenhos propriamente ditos. [...] Os desenhos arquitetônicos são frequentemente apresentados como grupos de figuras. Os exemplos mais típicos são uma série de plantas para um edifício de vários andares ou um conjunto de elevações. Fatores-chaves para determinar se tais desenhos devem ser lidos como um conjunto ou como figuras individuais são o espaçamento e alinhamento dos desenhos individuais, bem como a semelhança de forma e tratamento. (CHING, 2000. p.178 e 182)

Na representação de projetos, é indispensável conhecer e utilizar escalas adequadas, sendo suficientes para entendimento perfeito da proposta. Uma escala não adequada pode fazer com que detalhes necessários não sejam vistos, devido a isso, é importante a utilização de escalas de redução – quando o projeto possui grandes dimensões – e escalas de ampliação – para quando for necessário que as representações sejam maiores. (Oberg, 1997)

Para Doyle (2002), a inclusão de figuras humanas e automóveis em desenhos é importante para o observador avaliar em escala as dimensões dos ambientes representados, e trazer vida ao desenho do projeto. Segundo Yee (2009), o desenho de perspectiva representa de forma clara a colocação dos objetos dentro dos ambientes e as distâncias restantes. Ainda, podemos experimentar a percepção espacial e tridimensional do espaço.

Na concepção de projetos, deve ser pensado primeiramente nas exigências do programa de necessidades da obra. As formas e espaços devem ser pensados de modo que atendam as funções necessárias, propósitos e significados que pretendem ser transmitidos aos usuários. (Ching, 2002)

Também é necessário para criação das formas, o conhecimento do terreno e sua localização geográfica, orientação solar para entendimento da quantidade de calor que a obra receberá depois de concluída, para que sejam previstos da melhor maneira possível a locação dos ambientes dentro da obra, tendo o fluxo de luz, calor e ventilação suficientes.

Segundo Martinez (2000), os ambientes dos edifícios devem ser separados segundo seus usos, com circulações individualizadas como um elemento de composição, dando privacidade a todos os usuários.

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A forma plástica evoluiu na arquitetura em função das novas técnicas e dos novos materiais que lhe dão aspectos diferentes e inovadores. Primeiro, foram as formas robustas que as construções em pedra e argila obrigavam;

depois, surgiram as abóbodas, os arcos e as ogivas, os vãos imensos, as formas livres e inesperadas que o concreto permite e os temas modernos solicitam. Diante dessa evolução contínua e inevitável e dos programas que surgem, criados pela vida e pelo progresso, o arquiteto vem concebendo, através dos tempos, o seu projeto: frio e monótono ou belo e criador, conforme seu temperamento e sensibilidade. Para alguns, é a função que conta; para outros, inclui a beleza, a fantasia, a surpresa arquitetural que constitui, para mim, a própria arquitetura. (NIEMEYER, 2005. p.16-18)

O design de interiores é outra importante área dentro da concepção de projetos de arquitetura, que de forma alguma deve ser deixada de lado. Pois através dela é possível dimensionar os ambientes de modo que sejam acessíveis e tenham espaço suficiente para as atividades que serão ali desenvolvidas.

Atualmente, foi necessária a adaptação do mobiliário conforme a redução das moradias contemporâneas, o que causou um grande aumento na procura de móveis que sejam produzidos conforme a necessidade do ambiente, que são conhecidos como móveis planejados. Cabe ao designer ou o arquiteto buscar as melhores soluções de design e os inovados materiais que possam se adequar a cada necessidade, estando sempre atentos as novidades e lançamentos que o mercado proporciona. (Mancuso, 2010)

Com isso, vimos a importância da representação de projetos, através de desenhos bem elaborados, e estudos do entorno e do interior da obra, para transmissão das ideias aos usuários e melhores soluções de conforto e acessibilidade, tendo uma visão bastante ampla e

“real” da proposta projetual que será concebida.

Além de todas as representações de projeto, é necessária a elaboração de um memorial descritivo, que segundo Mancuso (2010), é “um registro escrito dos elementos que queremos dispor”. Que vai descrever de forma clara todos os materiais, marcas, modelos e cores que serão utilizados na obra, desde o piso e revestimentos até os mobiliários e complementos propostos, e quanto mais informações possuir, melhor será a compreensão e execução da obra.

2.3 NO URBANISMO E PLANEJAMENTO URBANO

Neste subcapítulo será possível entender a evolução das cidades, a importância da recuperação de áreas urbanas, e os principais elementos necessários para o conforto e

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segurança dos ambientes de uso comum. Para entender o contexto foi necessária a realização de pesquisa bibliográfica relacionada ao assunto em questão, com qualidade suficiente para entendimento dos temas abordados.

Na visão de Carlos (2003), a cidade evolui de acordo com o processo histórico, assumindo forma, características e funções diferentes em cada época, devido às mudanças políticas, da natureza, da própria sociedade e da divisão de classes sociais.

A sociedade brasileira contemporânea passou pelo mesmo processo de urbanização que é considerado como um dos principais fenômenos sociais deste século. Mais do que a expansão das cidades cujo perímetro urbano é muitas vezes limitado pelas características geográfico-naturais locais, no caso das cidades brasileiras verificou-se um processo de adensamento urbano, com a população concentrando-se nas metrópoles e em muitas cidades médias do país. [...] Como um dos resultados dessa concentração populacional, o próprio território municipal passa a ser solicitado por um número cada vez maior de habitantes, para uma quantidade crescente de funções e formas de utilização. Os tipos de uso do território também se tornaram mais complexos, exigindo mais área e sistemas operacionais de circulação, comunicação, transporte, energia, saneamento e serviços. Todos esses problemas já foram suficientemente analisados, com diagnósticos bem elaborados e com muitas soluções propostas. A questão da urbanização da humanidade é uma das principais preocupações da Organização das Nações Unidas, inclusive por atingir genericamente todos os países do mundo, desenvolvidos ou não. (MIRANDA, 1996. p.36-34)

A partir da Revolução Industrial, conforme Robba e Macedo (2010), a cidade passou a crescer aceleradamente, com o aumento das atividades comerciais e industriais, e migraçãoda população do campoem busca de oportunidades de emprego nas cidades. Devido a esse crescimento, a cidade necessitou de adaptações para receber o novo fluxo, assim com o surgimento da energia elétrica e dos meios de transportes coletivos, houve preocupação com as ruas que deveriam passar a ser mais largas e arborizadas para receber o crescente tráfego.

Com o crescimento das cidades, a terra começou a se tornar cada vez mais cara e procurada, e os espaços públicos urbanos foram se tornando cada vez mais escassos, valorizando os locais existentes que não estavam sendo ocupados por edificações.

Uma cidade não se concebe somente através de seu planejamento, mas também como um conjunto de edificações que dão forma e qualificam o urbanismo. Reflexo fiel dos ideais sociais e da cidadania, a estrutura urbana tem uma tradução arquitetônica imediata através do processo edificatório.

Em sua materialização cabe destacar os novos elementos urbanos, seus problemas de composição e implantação e os ideais de ornamentação de seus edifícios e espaços públicos, concebidos e construídos como obras singulares. (PEREIRA, 2010. p.214)

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Os centros urbanos, segundo Vargas e Castilho (2006), são as áreas principais das cidades, normalmente são centros de negócio, religião, lazer, entre outros. Com o aumento das cidades, os centros principais se diluíram, e dentro da mesma cidade começaram a surgir diversos subcentros, localizados nos bairros, que teriam a mesma função dos centros principais, porém facilitariam a vida dos moradores do entorno, com isso ocorreu uma concorrência dos subcentros com o centro principal. Devido a essa concorrência, os centros principais deixaram de ser tão frequentados, causando, na maioria das vezes, deterioração e degradação do local. A partir daí, começaram as preocupações com intervenções nos centros, para melhorar a paisagem das cidades e retomar a sua história, valorizando o patrimônio e buscando atrair investidores, moradores e usuários, que movimentem a economia e possam ter uma melhor qualidade de vida.

Para Vargas (2006), a arquitetura em escala global, é responsável pelas tantas propostas urbanísticas distribuídas pelas cidades inteiras, não somente nas áreas centrais, devido à importância da recuperação urbana atual.

Segundo Lamas (2000), a paisagem humanizada adquiriu ao longo do tempo qualidades figurativas devido a fenômenos culturais e sociais: pelo valor simbólico, pela exaltação de ícones das artes como a pintura, a fotografia e a literatura, e pela degradação e falta de estética das urbanizações. Assim as paisagens passaram a receber atributos de beleza, capazes de condicionar à emoção estética que tornou-se um fator cultural. Todo cidadão tem direito a qualidade da paisagem e arquitetura, ambos intervindos por arquitetos.

Devido a escassa área de espaços livres urbanos, houve necessidade de intervir nos espaços existentes, aproveitando-os da melhor maneira para que pudessem transmitir uma melhor qualidade de vida aos moradores. As praças foram os espaços que mais sofreram alterações, por serem as mais utilizadas para o lazer.

Dentre as áreas mais comumente utilizadas pela população nas cidades encontram-se as praças. São espaços livres que proporcionam condições adequadas aos citadinos para prática de atividades que tornam o cotidiano mais agradável. A praça é tradicionalmente o local de encontro com funções de lazer, recreação e demais atividades socioculturais (políticas, religiosas, artísticas, etc)e comunitárias. (LIRA FILHO, 2001. p.137)

Na visão de Robba e Macedo (2010), o espaço urbano moderno deveria ser funcional, atendendo a todas as necessidades da nova cidade. O lazer foi a necessidade que mais preocupou os paisagistas, que passaram a alterar as concepções dos projetos de parques e praças englobando o lazer como atividade principal a ser realizada, com a utilização de

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quadras esportivas, brinquedos e churrasqueiras. Essa alteração de concepção de projetos não aconteceu de forma brusca e sim com o tempo, onde foram desenvolvidas melhores soluções para atenderem a necessidade moderna.

Para Mascaró (2008), existem dois tipos de praças, as centrais e as periféricas, que se diferenciam devido a sua forma: a central é uma praça fechada, sem lados abertos, e a periférica possui apenas um lado aberto para o mundo exterior. Cada tipo de praça necessita de infraestrutura e iluminação diferente. É preciso considerar a importância dos sombreamentos nas áreas de circulação para os dias quentes do verão e também, a preocupação com a iluminação artificial noturna, que deve ser eficiente e trazer sensação de aconchego e segurança.

A iluminação natural nos espaços verdes, segundo Mascaró (2008), é o que permite a visualização dos materiais, cores e texturas. Para isso, devem ser levados em conta todos os elementos participantes do espaço, seus usos e seus usuários, para que assim, possa ser estabelecido no projeto, o critério a ser utilizado. A iluminação possui várias funções, dentre elas o embelezamento das áreas urbanas, com destaque de obras e paisagem, melhor aproveitamento de áreas e principalmente, segurança.

Se a iluminação não for utilizada de modo correto, pode causar problemas sociais no entorno do local proposto, criando sombras, escuridão, e trazendo insegurança para população, que por fim, acaba deixando de usar o local e torna-o abandonado.

O projetista, ao manipular a luz, origina sombras criando integração/oposição. Da relação desses elementos surge o espaço iluminado. Usar contrastes como elementos de composição pode gerar um repertório de vivências bastante ricas em um espaço verde, como é a praça, por exemplo. A luz deve também valorizar os espaços à noite, quando eles continuam a existir, mas com características diferenciadas. A noite pode ser assumida como um pano de fundo contrastante com o espaço, trabalhando com uma gama de possibilidades diferenciadas a serem exploradas, gerando diversas leituras. (MASCARÓ, 2008. p.180-181)

Ainda na visão de Mascaró (2008), os elementos naturais das praças, como a luz do sol e os materiais naturais, estão se modificando com o passar do tempo, de modo a tornar a paisagem diferente a cada hora do dia, com texturas, cores e formas mutantes, oferendo grandes oportunidades de propostas de projetos.

Para completar os elementos essenciais à paisagem urbana, há o mobiliário urbano, um dos mais importantes elementos desses espaços, segundo Mascaró (2008). Os objetos que equipam a cidade, com referência ao mobiliário doméstico que tanto atendem as necessidades

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da família, como decoram os seus lares, no espaço urbano possuem funções multiplicadas e são utilizados por inúmeras pessoas. Podem ser divididos de acordo com a função estabelecida: estética e funcionalidade do ambiente - promovendo segurança e conforto para a população que frequenta os ambientes públicos como praças e parques - descanso, lazer, proteção, acessibilidade, comunicação e limpeza. Para sua concepção devem ser utilizados materiais resistentes a exposição às intempéries, ao sol e à chuva, e que sejam de fácil manutenção.

2.4 NA TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO

Subcapítulo que, com a utilização de referências bibliográficas obtidas através de pesquisa para embasamento teórico, tornará possível o entendimentosobre a estrutura aparente utilizada na arquitetura, a importância do conforto ambiental lumínico e térmico para a edificação, a influência da forma neste contexto, dentre outros elementos que podem influenciar na concepção de projetos.

A estrutura utilizada na arquitetura, além de cumprir seu papel de sustentação, permite que com criatividade os arquitetos possam trazê-la para obra como elemento estético, aumentando o interesse dos usuários das edificações. (Charleson, 2009)

Em muitas localidades urbanas, os limites dos terrenos e os recuos obrigatórios determinam a forma arquitetônica. Particularmente em edifícios altos ou médios, questões econômicas e pragmáticas resultam em formas ortogonais ubíquas que exigem outras abordagens arquitetônicas além da manipulação da volumetria para que tais construções possam contribuir de forma positiva ao tecido urbano. Com a exceção daquelas edificações completamente envidraçadas ou com outro tipo de revestimento opaco, muitos prédios ao redor do mundo têm em comum alguns elementos estruturais aparentes nas suas fachadas. Em geral, os elementos estruturais são expostos, antes de tudo, devido às vantagens funcionais proporcionadas pelas estruturas nos perímetros. Embora tal tipo de estrutura e padrão de fachada raramente reflita o entorno construído e, portanto, costume resultar em arquitetura inexpressiva, alguns arquitetos adotam uma postura mais proativa com a estrutura. Eles têm consciência do seu potencial para enriquecer a arquitetura da cidade. (CHARLESON, 2009. p.55)

A estrutura aparente pode servir como entrada de luz natural nos recintos, de modo que dependendo de sua configuração ela iniba ou facilite o ingresso da luz. Podendo ocorrer quando a luz atravessa uma estrutura aberta com fechamentos translúcidos, como uma claraboia, muito utilizada em grandes projetos. Ainda, dependendo da incidência de luz solar

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que pretende-se receber no espaço, a estrutura pode ter a função de modificar a luz, diminuindo ou aumentando sua incidência, refletindo-a ou filtrando-a. (Charleson, 2009)

Porém para obter o efeito desejado nessas edificações é preciso, antes de tudo, elaborar um projeto que seja suficientemente claro nas ideias e detalhamentos, indispensáveis para a exata execução dos serviços na hora da construção.

Na concepção de um edifício são necessários os serviços de um arquiteto e um construtor. Profissionais responsáveis por elaborar estudos preliminares necessários, anteprojeto e projeto, com o uso da criatividade para concepção e bom aproveitamento dos espaços, no caso do arquiteto e, a execução perfeita da obra, no caso do construtor. (Azeredo 1997)

Para Ching (2001), na concepção do projeto é imprescindível considerar as condições ambientais físicas do lugar como, a localização geográfica, o clima, a orientação solar, dos ventos e a vegetação, que influenciam diretamente no primeiro estágio de concepção da obra.

Ajudando também na definição da forma, na relação com o entorno e na composição dos ambientes internos da edificação.

Do arquiteto dependem a adequação da forma arquitetônica à sua função (e vice- versa) e a correta especificação dos fechamentos e sistemas de condicionamentos utilizados no projeto. O projeto consciente deve buscar tirar partido de cada uma destas variáveis para garantir ao edifício uma perfeita interação entre o homem e o meio em todas as escalas (urbana, arquitetônica, construtiva e imediata). (Lamberts, 2004. p. 51)

Quando analisadas todas as condicionantes citadas anteriormente, o projeto torna-se adequado a atender todas as necessidades do usuário, na iluminação, ventilado, insolação, dentre outras questões que influenciam no conforto e qualidade de vida.

Para Lamberts (2004), a forma arquitetônica influência diretamente no conforto ambiental da obra e no consumo de energia, pois interfere no fluxo de ar e na luz e calor que a edificação recebe. A luz natural e artificial é bastante importante e pode ser considerada um elemento do projeto. No conforto visual ela é umas das principais preocupações, porque precisa ter direcionamento e intensidade adequados para o ambiente pretendido, proporcionando definição perfeita de cores e ausência de ofuscamento. Devem ser consideradas as tarefas a serem desenvolvidas no local a fim de determinar a luz necessária para cada atividade, sem que ocorram defeitos visuais nesses ambientes.

Para utilização de luz natural nos ambientes é necessário considerar a luz do sol em dias de céu aberto e em dias nublados, pois a iluminação natural nem sempre é

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suficiente.Dependendo do ambiente, deve ser utilizada também a iluminação artificial, resultando em consumo de energia. Essa consideração também é fundamental para a questão térmica, pois a entrada de luz solar no ambiente traz consigo calor, que é uma excelente opção para os dias frios, porém nos dias quentes reflete em maior uso de condicionadores de ar, o que aumenta ainda mais o consumo de energia, aumentando custos. (CHING, 2006)

Uma solução que pode ser proposta em alguns ambientes é a de utilização de ventilação natural, que concebida de maneira correta pode diminuir a utilização de ventilação artificial, diminuindo custos e consumo energético. Como podemos ver:

A ventilação proporciona a renovação do ar do ambiente, sendo de grande importância para a higiene em geral e para o conforto térmico de verão em regiões de clima temperado e de clima quente e húmido. [...] A ventilação natural é o deslocamento do ar através de aberturas, umas funcionando como entrada e outras, como saída. Assim, as aberturas para ventilação deverão estar dimensionadas e posicionadas de modo a proporcionar um fluxo de ar adequado ao recinto. O fluxo de ar que entra ou sai do edifício depende da diferença de pressão do ar entre os ambientes internos e externos, da resistência ao fluxo de ar oferecida pelas aberturas, pelas obstruções internas e de uma série de implicações relativas à incidência do vento e forma do edifício. (FROTA, 2003. p.124)

Nos dias atuais, outro importante fator a ser considerado é a acessibilidade e a importância que ela traz à arquitetura. Ela existe para que todas as pessoas possam ter acesso às edificações, mesmo com deficiências físicas ou mentais. Essa preocupação inclui a utilização de rampas, elevadores, concepção de espaços mais livres para melhor locomoção, facilidade de acesso a banheiros, dimensões de aberturas de acessos, e também, pisos que possam guiar pessoas com deficiência visual. Para a concepção destes projetos acessíveis, existem normas específicas que auxiliam na elaboração e podem ser acessadas por todos os projetistas, sem restar dúvidas sobre o assunto, que dias atuais se torna cada vez mais indispensável nas novas edificações. (Ching e Binggeli, 2006)

Dentro de tecnologia da construção, é indispensável falar sobre importância da utilização de materiais adequados, que para Bertonilini:

Os materiais de construção são indispensáveis para a realização de estrutura e dos elementos construtivos. Muitas vezes, porém, seu papel é limitado à definição de poucos parâmetros, na fase de projeto, ligados principalmente às propriedades mecânicas, e se dedica menos atenção aos aspectos relativos à sua interação com o ambiente. Na verdade, o conhecimento do comportamento dos materiais quando em uso é importante em muitas fases que levam à construção de um edifício ou de uma estrutura, à sua gestão e até mesmo à sua demolição. [...] Na fase de projeto, é preciso escolher os materiais mais adequados aos diversos elementos estruturais ou construtivos para atender às funções que lhes são solicitadas. (Bertolini, 2010. p.13)

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Para escolha dos materiais mais adequados para cada ideia, é indispensável conhecer suas propriedades, as vantagens e deficiências, permitindo as melhores soluções possíveis e que atendam a necessidade de cada ambiente construído, técnica e economicamente. As propriedades variam para cada material como, cor, dimensões, manutenção e resistência, e devem ser escolhidos ainda na fase de projeto, para que não ocorra nenhum problema durante sua execução.

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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este capítulo tem a intenção de mostrar a importância da revitalização de espaços urbanos, para melhorar a qualidade de vida da população, minimizar os problemas sociais causados pela má conservação e ainda, ajudar a aprimorar o desenho urbano do município, melhorando a estética do local.

Nos três subcapítulos a seguir, serão apresentados conceitos e formas dos espaços livres urbanos e dos espaços revitalizados do mundo inteiro, que se tornaram de grande importância a partir do século XIX, devido a nova preocupação com a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade.

Também será vista a necessidade de utilização de mobiliários urbanos, vegetação e iluminação adequados, para que os usuários se sintam seguros e aconchegados, o que é a principal preocupação, e dificuldade, quando se trata de revitalização desses espaços.

E por último, serão abordados dados do município de Cascavel, onde está localizada a área a ser intervinda, abrangendo desde a preservação, cultura e vegetação. Será realizado um estudo de onde estão concentradas as praças e parques do município, os bairros que possuem maior concentração de arborização, entre outros assuntos, que são de grande importância para concepção da proposta projetual que será apresentada.

3.1 ESPAÇOS LIVRES URBANOS E REVITALIZADOS

A preocupação com o planejamento urbano no Brasil iniciou no final do século XIX, com a ordenação dos espaços públicos, o embelezamento da paisagem e as intervenções urbanas, devido à grande transformação urbana que ocorria na época. Começou com a reforma urbana, implementada por Pereira Passos no Rio de Janeiro, e depois com a necessidade do planejamento urbano de São Paulo, resultado de um acelerado crescimento.

Ambas foram inspiradas nos espaços livres, projetados em Paris, nas grandes avenidas deLondres com os jardins públicose nos edifícios de Berlim, entre outros. (Cohen, 2010)

Para Meneguetti, Rego e Pellegrino (2005), os espaços livres urbanos podem ser definidos como, os espaços onde possa haver encontros de pessoas como, praças, parques urbanos, vias públicas, passeios e estacionamentos. Ainda, segundo eles “uma área pavimentada e gramada com arborização esparsa, é, às vezes, mais facilmente defendida

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como espaço livre público, podendo sempre abrigar mais alguma edificação, de acordo com um legado modernista ainda em voga entre nós”.

Os espaços urbanos devem ser elaborados com base nas necessidades de uso da população. Segundo Gatti (2013), para concepção de espaços livres urbanos é preciso a análise do entorno, do terreno e dos usos que serão atribuídos a eles. Um projeto bem elaborado resulta em um bom relacionamento do espaço com os diferentes usos da cidade, e a população pode usufruir de um excelente local que tenha conforto, segurança, acessibilidade e prazer.

É importante lembrar que não basta projetar uma praça ou um parque. É preciso entender a dinâmica de uma cidade e a vida das pessoas no seu cotidiano, a fim de que os espaços públicos a serem projetados reflitam as necessidades e os anseios dos seus usuários, para só assim serem realmente utilizados. Um bom projeto de espaço público não depende apenas de uma boa execução técnica; também deve ser o espaço certo, no lugar certo e para as pessoas certas. A cidade precisa ser vista sob seus múltiplos aspectos, sejam eles físicos, sociais, econômicos ou culturais. E é este olhar múltiplo que deve ser absorvido pelas políticas públicas, que também precisam ser acompanhadas por políticas sociais que exerçam o controle do processo especulativo que envolve as melhorias urbanas, para que a população local, sobretudo a de baixa renda, possa usufruir das transformações e não seja expulsa de seu local de origem. (Gatti, 2013. p.9)

Com isso, vemos que para os espaços livres serem úteis à população é necessário que haja pessoas responsáveis por elaborar projetos que atendam às necessidades dos usuários e que estejam localizados em áreas que realmente precisem destes espaços que serão usufruídos por todos.

Conforme Macedo (2012), o Estado é o principal responsável pelos espaços livres na constituição, gestão e produção desses espaços como, praças, parques, avenidas e outros, que se tornam referência e progresso para o desenvolvimento da cidade por parte da população, e são os espaços definidos como públicos.

Também existem os espaços livres privados, que na visão de Macedo (2012), são interligados aos espaços livres públicos, porém não estão conectados entre si e não sâoacessíveis a toda a população, devido a utilização de cercas, muros e paredes, sendo de uso e acesso restrito aos seus proprietários, apenas acessíveis visualmente ao público passante.

A fluidez total, ao menos visual entre os espaços públicos e privados, só é possível em situações particulares, típicas de uma nação ou cidade. Este é, por exemplo, o caso do subúrbio americano padrão, no qual se é possível fluir, ao menos teoricamente, por entre as construções sem muros e cercadas por gramados, bosques e pisos de pedestres. Na realidade, mesmo nestes casos, a circulação do pedestre é restrita aos moradores da vizinhança e a seus convidados. [...] No Brasil, este tipo de

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relacionamento físico entre espaço público e privado praticamente não existe e quando existe ou existiu é de um modo muito mais restrito que em situações equivalentes àquelas da nação norte-americana. (Macedo, 2012. p.89)

Para Macedo (2012), a relação entre espaços públicos e privados é “complementar e funcional”. Possuem total dependência, compensando limitações e vantagens. Significativa parte da população reside em casas com reduzido espaço de jardins ou em apartamentos, o que torna atrativo o uso de um espaço urbano, se bem planejado.

Os espaços livres de uma cidade são todos os espaços vazios existentes na malha urbana, sejam eles públicos ou privados, incluindo os vazios restantes nos terrenos edificados.

Esses espaços são quase sempre ligados a áreas verdes, porém não são definidos por elas e sim, pela condição de liberdade que traz. (Macedo, 2012)

A ideia de área verde é frequentemente utilizada por arquitetos, urbanistas, paisagistas, geógrafos etc., como uma forma de identificação de certo tipo de espaços livres urbanos e para qualificar, ambiental e paisagisticamente, as cidades, sendo frequentemente associada a índices de origem duvidosa e claramente não comprovados em sua eficácia. Área verde é toda e qualquer área que contenha vegetação situada em solo permeável. Essas áreas são apenas parte de alguma categoria qualquer dos espaços livres de edificação, pois estão inseridas nos quintais, jardins, pátios, praças, parques etc., enfim, em praticamente todos os espaços livres da cidade brasileira. (Macedo, 2012. p.92)

Visando ir contra o crescimento exponencial das cidades, as iniciativas referentes às revitalizações urbanas foram tornando-se cada vez mais fortes, baseando-se em estratégias de reutilização de infraestruturas já existentes, comumente centralizadas em arredores relegados a abandono, devido ao seu pobre potencial para comércio. Com isto, as propostas de revitalizações urbanas tem tido grande parcela de sucesso em diversos países que a adotaram, representando assim uma forte tendência em escala global. (Ragazzo, 2015)

No entanto, toda iniciativa tem sua contrapartida. Atualmente as políticas urbanas tendem a focar mais em indicadores de sustentabilidade ambiental das áreas urbanas – ao contrário da lógica a respeito da proteção de patrimônios históricos degradados – o que acarretou em uma enorme complexidade e gama de soluções urbanas que as prefeituras, juntamente com os governos estaduais e federais, devem endereçar; especialmente ao levarem em consideração os prazos políticos a serem cumpridos. Sendo assim, a revitalização urbana constitui-se como uma política pública densa, que agrega agentes públicos e privados, ao lidar com uma série de instrumentos (outorga onerosa de direito de construir, até operações urbanas consorciadas entre outras) que, por sua vez, podem apresentar uma série de efeitos colaterais

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como, por exemplo, o próprio trânsito dentro da cidade, o processo de gentrificação (e seus respectivos impactos sociais), e o mercado imobiliário. (Bezerra e Chaves)

É importante que fique clara a compreensão que revitalização urbana não compreende apenas áreas de preservação histórica. Ela se faz sempre que é necessária a revitalização de uma área degradada, que apresenta uma subutilização ou começa a tornar-se obsoleta. Essas revitalizações, geralmente estão ligadas ao planejamento estratégico da cidade, bem como ao plano diretor, surgem como projetos de modernização da cidade, bem como embelezamento e também aos interesses imobiliários. E embora as revitalizações possam a priori parecer atender grandes metrópoles, ela também é um recurso utilizado por cidades de médio porte.

(Bezerra e Chaves)

As revitalizações urbanas trazem às cidades novas concepções de espaços urbanos, que cada vez possuem projetos melhores elaborados para atender à necessidade de usos da população e de cada tempo na história, se aprimorando cada vez mais. Com a diminuição destes espaços livres é preciso buscar sempre novos espaços e revitalizar aqueles que já não possuem mais usos e estão “abandonados” pela população.

3.3 INFRA-ESTRUTURA DA PAISAGEM

Neste subcapítulo serão vistos os principais fatores que influenciam na paisagem urbana, a vegetação, a iluminação e o mobiliário urbano. Dentro deles serão vistos conceitos, modos de uso, a influência na paisagem e a importância deles na qualidade do espaço revitalizado.

3.3.1 Vegetação

Para Mascaró (2005), a vegetação urbana é aquela que permite a integração dos parques, jardins e praças, com as construções. O que constrói a paisagem das cidades principalmente, nas regiões onde o clima é tropical ou subtropical. A composição da paisagem através de suas formas e da natureza são aproveitadas de maneira que o natural e o construído possam dar continuidade um ao outro, criando harmonia dentro da paisagem da cidade.

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