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a idEntidadE dos Fãs: “a VErdadEira lEGião urBana são VoCÊs”

A partir da análise das falas apresentadas no fórum da comunida-de do Orkut e no grupo focal, percebemos que os jovens começaram a formar seu gosto musical no contato com os pais, irmãos e amigos que escutavam/escutam a banda. É uma passagem entre gerações. Como considera Demarchi (2006), as gerações mais velhas transmitem heranças culturais paras as mais novas, sendo uma difusão automática.

Sofri a influência do meu irmão, foi ele quem me fez gostar da

Le-gião Urbana; adorava escutá-lo tocar violão.9

quando eu era pequeno, todos os meus amigos da rua detestavam a FM O Dia, mas adoravam a Rádio Cidade. Comecei a escutar por influências deles. Não entendia nada, só acha a voz do Renato muito bonita.10

O meu primeiro contato com a Legião Urbana foi quando ainda

era pequeno. quando eu ia jogar video game na casa de um

amigo, a mãe dele estava sempre escutando as músicas da Legião Urbana. Escutava, mais ainda não entendia o que as músicas que-riam dizer. Depois desse período, passei por um momento de ador-9 Discurso retirado do grupo focal realizado com alunos da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) em novembro de 2010.

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mecimento da Legião Urbana. Porém, foi na adolescência que vi a minha melhor amiga chorando ao escutar uma música da Legião Urbana, fiquei impressionado, intrigado, porque isso não acontecia comigo. Porém foi escutando na rádio “Pais e Filhos” que percebi que estava chorando “pra caramba”. Nesse momento, tive uma re-lação intensa com a banda, fui tomado de lembranças. Hoje, para mim, a Legião Urbana é lembranças, essa me traz lembranças de

amizades, conforto, amor.11

Meus pais ouviam, eu escutava quando era criança, e não vejo como os meus filhos e netos, independente das mudanças que ocor-ram, não gostem da Legião Urbana. Apesar de tudo estar em cons-tante mudança, as letras continuam sempre atuais, buscando iden-tificação. É isso que faz a figura dele ser eternizada. Essas músicas não serão ultrapassadas. O Renato conseguia juntar nas mesmas músicas o individual e o coletivo, e assim que ele conseguia provo-car a identificação.12

Os jovens argumentam que, mesmo sendo o rock um ritmo feito pela classe média e branca, a Legião Urbana conseguiu atingir qualquer classe social, etnia e gênero.

O interessante na Legião Urbana é o público que atinge, ela atinge jovem, pobre, rico, atende a todos os segmentos sociais. A forma que ele encontrou de expressar todos aqueles sentimentos, pois quando você está para baixo tem uma música, quando está feliz tem outra. Essa forma que ele encontrou é tão perfeita que se tor-nou “atemporal” e fácil de atingir vários grupos da sociedade. Essas músicas nos tocam sempre de forma diferente. Por isso, acho que

esse interesse pela Legião Urbana nunca vai se dissipar.13

Os jovens acreditam que o fato de a Legião Urbana ter um vas-to repertório favorece os investimenvas-tos por parte da indústria fonográfica em novos artigos que são consumidos pelos fãs. A indústria padroniza e difunde os produtos culturais para ter uma lucratividade maior no âmbito do capitalismo. É possível perceber que essa “aura” que constitui o mito é alimentada pelos meios de comunicação, que criam histórias ao redor do mito para transformá-lo num produto do capitalismo. A indústria cria uma pessoa comum em alguém notório da noite para o dia.

11 Idem.

12 Idem.

O mito é construído por inverdades, por misticismo, se editam as verdades. O Renato ainda está muito próximo, morreu há pouco tempo, por isso acho que ele é um tipo em construção, mas ainda

não está formado, finalizado.14

O papel da indústria cultural é fundamental. É claro que todo mun-do já escutou e gostou mun-dos Mamonas Assassinas. Eles têm uma aceitação muito grande, independentemente da classe social, só que os Mamonas Assassinas são pouco explorados pela indústria, até porque têm pouco repertório, ao contrário da Legião Urbana. Estamos ativos nessa situação. A indústria se aproveita da diversi-dade, do multiculturalismo para transformar a arte em produto para

o mercado.15

No entanto, no caso da Legião Urbana, os jovens defendem a qua-lidade da banda e afirmam que a Legião é merecedora do seu sucesso, mesmo com a manipulação que os meios midiáticos exercem sobre as pessoas. É evidente que a banda e Renato Russo, em especial, têm essa repercussão também pela identificação dos fãs com as letras e melodias.

Porque simplesmente as músicas falam do que a gente quer ouvir!16

A Legião, ao contrário dessas novas manifestações artísticas, não se vende ao mercado, o mercado é que se adaptou à Legião. Ela inaugura um momento e o mercado se apropria, por isso que de-pois nascem vários outros grupos com influência da Legião Urbana,

porém não conseguem fazer o mesmo sucesso.17

Suas melodias simples conquistam qualquer um, pois não é preciso um superouvido e conhecimento para entendê-las. As letras são mais elaboradas, pois o tempo vai passando e ficamos mais velhos, entendemos mais as letras e todo o conhecimento e a sabedoria do

Renato Russo vão se abrindo para nós.18

Renato Russo escreveu letras e poesias capazes de afetar qualquer pessoa, o que, por sua vez, gera um processo de identidade e de apro-priação subjetiva. As letras conseguem atingir as pessoas de forma

úni-14 Idem.

15 Idem.

16 Discurso de um membro da Comunidade Legião Urbana do Orkut num fórum sobre o intelecto dos fãs, que discutia a diferença entre os fãs atuais e os antigos de Renato Russo, em 27 de agosto de 2010.

17 Discurso retirado do grupo focal realizado com alunos da EPSJV em novembro de 2010.

42 Iniciação Científica na Educação Profissional em Saúde: articulando trabalho, ciência e cultura - vol. 7 ca, trazendo sensações diferentes em cada uma; tocam a alma, porque referem-se, especialmente, ao sentimento.

Toda música nasce de um contexto social, político, religioso, enfim, cultural. Renato conseguiu demonstrar tudo isso nas suas músicas. “O Filho da Revolução” conseguiu fazer o que poucos artistas conseguem: tocar a alma. Suas letras não eram apenas o modo de ele pensar e sentir, mas o que todos naquela época, ainda hoje e no futuro sentiram e sentirão. Basta ouvir “Teatro dos Vampiros”, “Pais e Filhos”, “Faroeste Caboclo”, entre outras. Existe sensibilidade, sentimento, verdade nas suas músicas, é isso que faz de Renato Russo eterno.19

A Legião tem uma música para cada situação específica. É como se ele [Renato Russo] tivesse passado e sentido tudo. Ele sentia com tanta intensidade que por isso ele conseguiu “letrar” suas emoções, sentimentos, vivencias.20

Ele [Renato Russo] expressa tudo o que o jovem pode sentir, é isso que o diferencia das demais bandas. Deve ser porque estamos na idade de conseguir enxergar as contradições do mundo, de

cons-truir o pensamento.21

O compositor Renato Russo incorporou informações simbólicas pre-sentes nos signos sociais e recuperou um ideário mito-poético, historica-mente representado. Observando as falas, podemos considerar que um dos seus temas centrais é o amor.

Ele fala sobre tudo, sobre amor, drogas, o mundo em que vivemos, as dores pelas quais passamos, a perda de alguém que amamos,

enfim, suas músicas são uma poesia e tiramos muitas lições delas.22

O Renato trata das relações amorosas de uma forma muito simples, muito humana, que às vezes nós banalizamos. Ele não queria te levar para “baixo”, e sim só expressar o que ele estava passando naquele momento, que às vezes a gente banaliza. Ele vai e joga na música e nos faz sensibilizar.23

19 Discurso de um membro da Comunidade Legião Urbana do Orkut num fórum sobre o intelecto dos fãs, que discutia a diferença entre os fãs atuais e os antigos de Renato Russo, em 10 de julho de 2010.

20 Discurso retirado do grupo focal realizado com alunos da EPSJV em novembro de 2010.

21 Idem.

22 Idem.

Os jovens também consideram que a Legião possuiu músicas de caráter intimista, muito sentimental, que enfatiza o particular e que pode cair numa perspectiva individualista.

É incrível, porque todo o lugar em que há um violão alguém toca Legião, mas as músicas tocadas são sempre as mais individuais pos-síveis, “Vento no Litoral”, “Ainda É Cedo”, muito do “eu” para den-tro. Isso reflete o individualismo, o “solitarismo” (...). A gente é muito do que ouve... isso acaba criando uma sinestesia... só fica no amor,

o que é muito comum em adolescentes.24

Os jovens percebem que Renato Russo conseguia fazer das letras um espaço de discussão política. Ele propunha que os jovens pensassem na sua realidade, no coletivo, no social, e lutassem pelos seus direitos. Ele queria que os seus fãs desenvolvessem um pensamento crítico, para mudar a realidade brasileira.

Gosto porque o Renato falava de coisas do nosso próprio cotidiano, de uma forma muito poética e inteligente. Além de expressar os sen-timentos, ele também tinha sempre uma forma de “protestar” contra a política e os costumes da sociedade na época. Suas composições

são simplesmente geniais.25

São letras que abordam a realidade a partir de uma análise sociológica e filosófica. Exemplo em “Fábrica”: “Nosso dia vai chegar/ Teremos nossa vez/ Não é pedir demais/ quero justi-ça/ quero trabalhar em paz/ Não é muito o que lhe peço/ Eu quero um trabalho honesto em vez de escravidão”. Essa canção já foi utilizada como hino de manifestação de trabalhadores na cidade de Salvador. “que País É Esse?” ou “Será”, onde Renato demonstra um olhar filosófico bastante reflexivo sobre a realidade: “Nos perderemos entre monstros da nossa própria criação”. Enfim, as letras da Legião abordam o amor, a política etc. de uma forma inteligente e sagaz, superagradável. Como diria Marcos Napolitano, para quem gosta não apenas de ouvir a música, mas “também pensar” a música. Além do mais, me identifico muito com os pensamentos de Renato expressos nas suas canções: “Sou um animal sentimental que me apego facil-mente ao que desperta o meu desejo, mas não tente me obrigar 24 Idem.

25 Discurso de um membro da Comunidade Legião Urbana do Orkut num fórum sobre o intelecto dos fãs, que discutia a diferença entre os fãs atuais e os antigos de Renato Russo, em 10 de julho de 2010.

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a fazer o que não quero”; “Consegui meu equilíbrio cortejando

a insanidade”.26

Os jovens se identificam porque o compositor conseguia retratar os anseios de toda uma geração e gerar sentimentos nos ouvintes. Ele tam-bém conseguia passar suas experiências.

O que ele fala na língua dos sentimentos, dos pensamentos, fala aquilo que a gente queria falar, da maneira que gostaríamos de falar, e não conseguimos. Isso surpreende a gente toda vez que escutamos. Fala de sentimentos, sem apelação, como se o único assunto que existisse fosse o amor entre um homem e uma mulher. Lembra que há o amor de amizade. Mostra a fúria de alguém que faz uma denúncia política e uma expressão de amor, e também, demonstra ver “minha nação soberana”. Ele geralmente parte de uma depressão de alguém muito sensível. Falando de coisas que poderiam não afetar grande parte das pessoas, mas vejo nele sem-pre uma esperança muito grande. E acho que isso tem a ver com os fãs... sensíveis, inteligentes e esperançosos.27

As letras foram escritas para a reflexão. É desse modo, mais pela letra do que pela sonoridade, que há a construção da identidade com o ídolo e também dos fãs entre si. A importância da letra para a constituição do “legionário” está expressa na grande quantidade de narrativas que atestam esse fato: “Me identifico com as músicas do Renato Russo porque me sinto dentro das mesmas. É como se fosse para mim o que ele canta. E ainda há letras que é como se eu estivesse dizendo aquilo. Me sinto dentro da banda. A Legião

Urbana faz parte de minha vida.”28

É impressionante o fascínio que alguns artistas são capazes de exer-cer, mesmo depois de mortos, sobre um exército de fãs. Isso faz de Renato Russo um mito, pois a adoração e as canções o tornam eterno. A todo momento, as canções ganham um novo significado, tudo depende do pe-ríodo pelo qual se esteja passando. As músicas demarcam determinados momentos da vida: desilusões amorosas, saudade, amores, revolta políti-ca, perda. As músicas fazem parte do registro da vida dos fãs.

26 Idem.

27 Idem.

28 Discurso de um membro da Comunidade Legião Urbana do Orkut num fórum sobre o intelecto dos fãs, que discutia a diferença entre os fãs atuais e os antigos de Renato Russo, em 8 de setembro de 2010.

Renato Russo e a Legião Urbana fizeram e fazem parte da minha vida desde que eu tinha 12 anos. Hoje tenho 37. Cada verso de suas músicas lembra uma fase da minha vida, alegria, tristeza, frus-trações, enfim, tudo que uma vida tem. Lembro que em todo Natal eu ganhava um vinil da Legião e sempre era lançado no Natal. Eu moro em Curitiba, e nessa época eu podia andar de ônibus sozinha e nada acontecia. Chorei compulsivamente com a morte do Renato, até hoje faço orações para ele e agradeço a Deus por ele ter feito

parte da minha vida.29

No entanto, os jovens questionaram o fato de Renato Russo ser um mito, demonstrando discordância, pois para alguns o mito perde sua “humani-dade” e o cantor conseguia manter um sentimento de “amizade” com os fãs.

Para mim o mito, não pode ser tocado, ele está tão longe, e o ser humano não pode alcançar. Por isso que acho que o Renato Russo não é mito, pois ele é humano, tem contradições e sente as mesmas coisas que eu.30

Essa questão do mito é muito subjetiva. Para mim o mito é o gran-de herói, grangran-de igran-deal, quase uma perfeição, só que isso faz com que o mito perca a sua humanidade e acaba tendo um caráter incontestável. Nessa lógica o Renato não se encaixa, e sim como um ídolo, um exemplo, “o crítico”. Ele não é incontestável, ele na verdade propõe uma conversa, algo mais humano. Ele para mim é um grande cantor, um grande letrista. Os fãs é que fazem uma aura sobre o Renato Russo. No passado o ídolo era algo coletivo, tinha uma questão religiosa, uma liberdade de pensamento maior, como

o Hércules. Hoje não, o ídolo é individual, cada um tem o seu.31

O mito pode até ser construído pelos meios de comunicação, mas quem o propaga, o mantém e alimenta as lembranças são os fãs. Estes que fazem Renato Russo ser um mito. Mas como o vocalista gostava de dizer: “a verdadeira Legião Urbana são vocês”.

29 Discurso de um membro da Comunidade Legião Urbana do Orkut num fórum sobre o intelecto dos fãs, que discutia a diferença entre os fãs atuais e os antigos de Renato Russo, em 21 de agosto de 2010.

30 Discurso retirado do grupo focal realizado com alunos da EPSJV em novembro de 2010.

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ConClusão: o sEGrEdo EstÁ nas lEtras!

A música é construtora de identidades, um produto da cultura de quem a escuta. Essa tem o poder de interferir no contexto social e na formação subjetiva do homem, seja ela instrumental ou não. As ondas sonoras não pedem permissão para invadir o canal auditivo, e mesmo contra nossa vontade os sons são decodificados. Escutar é um movimento involuntário, porém para refletir e entender os códigos e as letras é preci-so querer. As letras das canções são de fundamental importância para a construção da identidade dos fãs de Renato Russo e da Legião Urbana. O ídolo tem a capacidade de interagir com a subjetividade do ouvinte.

(...) o ídolo é visto como aquele que ensina a ser melhor ou, em

outras palavras, que contribui para a formação do indivíduo que está em contato com o produto artístico por ele elaborado. A música, portanto, não só acolhe, protege e abraça, nem tampouco apenas diz o que o indivíduo pensa. Ela faz mais do que isso: ela forma opinião, produz identidades e transforma o indivíduo. E ela produz tais efeitos principalmente através de seu elemento literário. É no movimento de cantar a letra que o artista se faz entendido para os fãs. Por outro lado, é no instante em que se ouve ou se lê a letra que o indivíduo se sente compreendido pelo artista. Nestes movimentos reside o poder da letra (e também do artista) em provocar mudanças na subjeti-vidade de quem à escuta. (DEMARCHI, 2006, p. 138; grifado no original).

A identificação não se dá somente com a imagem que os “legio-nários” atribuem a Renato Russo e à Legião Urbana, mas principalmente com o contato que estabelecem com suas letras. Talvez seja por isso o fanatismo com Renato Russo, pois é ele o autor de todas as letras da ban-da, seu porta-voz, o “porta-voz da juventude”. É comum andar pelas ruas e se deparar com jovens vestindo camisetas estampadas com o rosto dos integrantes e as letras das canções da Legião Urbana. Esses jovens não se contentam somente em fazer uso da imagem dos membros da banda, mas também das suas músicas, é como se as palavras significassem as pessoas. Para os “legionários”, o segredo da Legião está nas letras das músicas. Renato Russo tinha a facilidade de escrever em primeira pessoa, de forma

que os fãs escutassem e automaticamente se identificassem. Ele não utilizava referências geográficas para não permanecer preso somente a uma região, utilizava personagens juvenis, compunha letras universais porque eram pro-fundamente humanas. Os “legionários” demonstram re-conhecer o sujeito chamado Renato Russo; eles o vêem como amigo, irmão mais velho. Isso é devido às letras subjetivas compostas pelo vocalista. É dessa forma que a obra interfere nitidamente na formação como sujeito, fundamentando uma identidade juvenil em torno do amor, da esperança e da política.

Mesmo 14 anos após sua morte, o líder da Legião Urbana conti-nua influenciando e adquirindo seguidores. Os “legionários” permitem que Renato Russo seja um mito, pois eternizam sua obra, já que as letras estão gravadas na subjetividade e na memória de cada fã.

Chego ao final reafirmando as palavras de Demarchi:

Efetivamente, não se pode dizer que a obra da Legião Urbana está entre aquelas que sobreviverão a sucessivas gerações – o máximo que temos até aqui é sua propagação num intervalo de tempo de vinte anos,

com-preendendo duas gerações. Mas se a Urbana Legio escapar do mundo

sombrio das obras esquecidas, pode-se dizer que este trabalho contribui para lançar luz nessa tão intrigante questão ao acompanhar de perto o processo de seleção ainda nas primeiras gerações, demonstrando que, pelo menos no que diz respeito aos jovens situados nas grandes cidades brasileiras contemporâneas, a sobrevivência de uma dada obra está atrelada à construção de experiências e identidades por ela proporcio-nada. Caso isso não ocorra, um possível caminho alternativo seria in-vestigar as transformações que teriam levado essa obra, potencialmente duradoura, a perecer. (DEMARCHI, 2006, p. 178)

rEFErÊnCias BiBlioGrÁFiCas

ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Marx. A dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro : Jorge Zahar, 2006.

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48 Iniciação Científica na Educação Profissional em Saúde: articulando trabalho, ciência e cultura - vol. 7 DAPIEVE, Arthur. Renato Russo: o trovador solitário. Rio de Janeiro: Ediouro, 2006.

DEMARCHI, André Luis Campanha. Legionários do rock: um estudo sobre quem pensa, ouve e vive a música da banda Legião Urbana. 2006. Dissertação (Mestrado em Sociologia e Antropologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: http://www.bdae.org.br/dspace/ bitstream/123456789/1992/1/tese.pdf. Acesso em: 25 jan. 2011.

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