Neste capítulo a intencionalidade da pesquisa visa dar referências históricas e institucionais sobre a universidade em questão, necessárias para que se situe e identifiquem questões pertinentes à extensão universitária e suas práticas.
Apropriarse de conceitos que caracterizam a identidade da instituição, como: algo sobre a história da instituição e como ela se constitui administrativamente; o plano de desenvolvimento institucional; a metodologia de ensino institucionalizada; a avaliação institucional, no que se refere à extensão universitária; a constituição e funções da Próreitoria de extensão e assuntos comunitários e finalmente a caracterização dos programas de extensão escolhidos para a pesquisa.
Dessa forma, esperase que um contexto político e educacional se forme e forneça sentido ao trabalho extensionista que a instituição executa.
2.1. Identidade Legitimadora e Coletiva
Para a semiologia, identidade é o conjunto de marcas que estruturam o modo de ser dos indivíduos e, ao mesmo tempo, é um conjunto de senhas através das quais os indivíduos se permitem ser identificados e também se identificar. A identidade se define, portanto, na dinâmica das trocas, no intercâmbio entre crenças e construções simbólicas.
Referindose à identidade coletiva de instituições e empresas Gaudêncio Torquatto do Rego (1994, p.29), afirma que "por identidade devese entender a soma das maneiras que uma organização escolhe para identificarse perante o seu público. Imagem, por outro lado, é a percepção da organização por aqueles públicos".
Onde reside a identidade legitimadora e coletiva da instituição Universidade? Tomando a identidade como produto de uma construção e, diante da racionalidade de mercado, principalmente o mercado do Ensino Universitário, procede trazer para o cenário da instituição universitária atual as palavras de Mafesoli de que "um produto, seja qual for, só vale na medida em que saiba se
teatralizar" (1996, p.328). Entendase o teatralizarse como comunicarse de forma intencional e propor enunciados, tanto para o público interno como para o externo, os quais possam ser reconhecidos pelos mesmos. Como a mídia propõe constantemente modelos de identificação, teatralizarse, neste caso, seria também, participar da cena midiática, ou seja, utilizar a mídia como dispositivo de visibilidade para a legitimação da instituição universitária.
De acordo com Botomé:
A delimitação da identidade da Universidade é uma das condições para poder avaliar, examinar e realizar o que é chamado de extensão universitária. (...) A identidade de uma Universidade e o caráter dos vários tipos de atividades que realiza são constituídos pelo que ela faz e pelos resultados desse fazer. (1996. p.32)
Botomé ressalta que:
A extensão universitária, antes de ser extensão, é universitária. E, nesse sentido, sua definição é decorrência da concepção e da identidade da Universidade. O que é essencial fundamental na delimitação do que é peculiar na extensão universitária, como sua localização na estrutura e sua administração na organização da Universidade, depende de uma identidade bem estabelecida da instituição, uma identidade que a sustente, delimite e dê sentido. (Idem, p.25)
Dessa forma, observase que as dificuldades para distinguir os traços característicos de uma identidade e, o “fazer” de uma instituição, começam na própria definição da sua missão ou das suas “funções sociais”.
“É muito freqüente definir as atribuições institucionais por aspectos acidentais. Atividades, tarefas, características conjunturais, estruturais ou emergenciais das instituições tem sido propostas como “objetivos”, “missões”, “atribuições” ou “competências” das mesmas. No caso das universidades, definir suas atribuições como sendo fazer pesquisa, ensino e extensão é um equívoco desse tipo. Tais atuações não definem a Universidade. São atividades através das quais o conhecimento é produzido e pode ser acessível à sociedade. (Botomé, 1996, p.149)”
Fazse necessário, para o entendimento desta identidade a abordagem de informações de ordem histórica, estrutural e política sobre a universidade, objeto deste estudo, desta forma, singularizando a possibilidade de identificação e análise a que este trabalho se propõe.
2.2. A Universidade
A Universidade, objeto deste estudo, é uma instituição de ensino que já conta com mais de 30 anos de existência 10 , oferecendo à comunidade 29 (vinte e nove) cursos de Graduação e de Tecnologia (de curta duração) nas áreas de Humanas, Exatas e Biológicas. Na PósGraduação stricto sensu são três os mestrados recomendados pela CAPES e reconhecidos pelo CNE. De acordo com informações divulgadas pela universidade, existem 38 grupos de pesquisa cadastrados no CNPq (Conselho Nacional de Pesquisa), com 85 linhas de pesquisa docente; também são oferecidos cursos de PósGraduação latosensu de Extensão e de Atualização. Estas atividades se dividem em três campi distribuídos pela cidade de São Paulo. Atualmente a comunidade interna está em torno de 19 mil pessoas.
Os cargos de direção, Reitoria, PróReitoria de Graduação, PróReitoria de Extensão e Assuntos Comunitários e PróReitoria de PósGraduação e Pesquisa são exercidos por profissionais do ensino superior, sendo que a instituição desenvolveu um modelo de gestão compartilhada entre a “Mantenedora”, administrada pelos proprietários da instituição, e Mantida.
A administração moderna tem hoje como um dos pressupostos importantes para o desenvolvimento e sucesso de uma empresa a definição de sua Visão, Missão e Valores, afim de que seus talentos saibam onde a “empresa quer chegar”. A Missão é o que a empresa pratica hoje, é realmente as atividades atuais da empresa, as universidades do setor privado de ensino são acima de qualquer suspeita uma empresa.
Os administradores das IES privadas, em razão da acirrada concorrência praticada nos anos 1990, decorrência da mercantilização do setor, “vêemse
10 Iniciou seus trabalhos no ensino superior como faculdade, depois como faculdades integradas e
obrigados a tornar cada vez mais explícita no âmbito legal e administrativo sua natureza privada” (Silva Jr, 2001, p. 236). Como tendência geral, podese afirmar que houve acentuação na natureza privada das instituições e a busca de identidade singular diante da concorrência.
2.3. Plano de Desenvolvimento Institucional
Um documento essencial na identificação das políticas que a instituição pesquisada adota é o Plano de Desenvolvimento Institucional 11 PDI, no qual se define a missão da Universidade e, a partir do diagnóstico de um momento institucional, identifica seus objetivos e metas.
A missão da Universidade:
“Participar do processo de construção e difusão do conhecimento e da cultura, tornandoos acessíveis à sociedade e contribuindo para o desenvolvimento do ser humano em todas as suas potencialidades, promovendo, assim, mudanças na região e no país por meio do ensino, pesquisa e extensão”.
No PDI da referida instituição as finalidades que expressam o conjunto de valores presentes na Universidade, espelham sua filosofia e, devem reger as diretrizes e metas institucionais que estão fundamentadas: 12 : no desenvolvimento sustentável e contribuindo para a elevação da qualidade de vida do homem, priorizando a região em que a Instituição está inserida; e a busca permanente da excelência acadêmica, com objetivos voltados para a sociedade e para a construção humanística em seus conteúdos.
Quanto aos objetivos e metas estabelecidos 13 : envolver o corpo docente e o corpo discente nas atividades relativas ao trinômio ensino/pesquisa/extensão; gerar conhecimentos e serviços que garantam a atuação da Universidade na sociedade.
11
Este documento foi produzido com o intuito de planejar estrategicamente o futuro da instituição, sintetizando nele a missão, suas diretrizes e suas propostas políticas para o período de 20042008.
12
Os itens citados são os que estão em consonância com as atividades praticadas em Extensão Universitária.
13
Os itens citados são os que estão em consonância com as atividades praticadas em Extensão Universitária.
As metas construídas com base em tais objetivos são: revisão dos Planos Acadêmicos, Comunitários e de Extensão, de modo a atender as prioridades acadêmicas e orçamento da Universidade; alcance da excelência acadêmica no ensino de graduação e pósgraduação, na pesquisa e na extensão.
Um projeto institucional é um conjunto de interesses, necessidades, demandas, objetivos, diretrizes e ações planejadas pela IES, que são adotados de maneira a dar sentido, coesão e fundamentação ao desenvolvimento da organização, subsidiando a competição externa e incrementando a integração interna. “É, antes de tudo, a explicação clara dos grandes rumos a serem seguidos pela organização, das suas trajetórias e grandes decisões, dos seus limites e possibilidades de ação”. (Trigueiro, 2000, p.81)
Ehrdart argumenta em sua tese de doutorado que:
A universidade operacional, projetada nos anos 1990, difere das formas anteriores a ela porque está voltada diretamente para o mercado de trabalho, regida por contratos de gestão, avaliada por índices de produtividade, calculada para ser flexível e estruturada por estratégias e programas de eficácia organizacional e, portanto, pela particularidade e instabilidade dos meios e dos objetivos que envolvem a globalização. Isso faz com que a universidade deixe de ser uma instituição social para ser uma empresa organizacional e empresarial em contraposição à universidade tradicional. (2004, pg. 53)
2.4. Metodologia Institucional
A referida instituição adota como metodologia institucional, e também como uma das maneiras para identificarse perante o seu público, o slogan “Aprender na Prática”, que norteia suas ações, traduzindose na imagem e na percepção que a organização pretende que seu público conheça.
De acordo com informações que constam de um caderno de documentos 14 , produzido pela instituição de ensino pesquisada, foi no cenário de ampliação da oferta de vagas para o ensino superior, concentrada no setor privado, e adotada pela gestão do então presidente Fernando Henrique Cardoso, em meados da década de 90, que a universidade em questão começou a se preocupar com um novo posicionamento de mercado.
Sabese que o resultado desta política, adotada pelo governo federal, foi o aumento significativo do número de instituições credenciadas pelo MEC, que de 894, em 1995, passou a 1.859, em 2003, e do número de matrículas no ensino superior, que saltou de 1.759.703 para 3.887.771. Apenas as instituições privadas localizadas no Estado de São Paulo foram responsáveis por cerca de 25% desse total.
Foi nesse cenário de ampliação e, conseqüentemente, acirramento da concorrência no segmento de ensino superior privado que, no início de 2000, foi constituída, pela instituição objeto desta pesquisa, uma comissão que teria o objetivo de definir um posicionamento de mercado para a universidade. De acordo com Jardilino (1999) são muitos os defensores do desenvolvimento e uso na educação de estratégias de comunicação orientadas por uma visão de marketing 15 , principalmente por um segmento especializado dele – o marketing educacional.
14
Caderno Aprender na Prática. 2004.
15 A autora Helena Sampaio, em seu livro sobre o Ensino Superior no Brasil – O Setor Privado faz
esta referência que é pertinente ao assunto e posicionamento no mercado. “O marketing das instituições privadas de ensino superior não pode ser interpretado meramente como um fenômeno comercial e/ou como um produto de um aparato de comunicação específico. (...) reitera uma forma retórica difusa, que é a de uma cultura promocional cada vez mais arraigada nas sociedades de mercado de massa (Wernick, 1991). O marketing envolve, assim, a publicidade das instituições, suas atividades e a própria propaganda. Além de orientarse em função da equação oferta/demanda – que é o que faz a propaganda , o marketing deve captar sinalizações mais gerais. Tais sinalizações tanto podem partir das políticas globais de educação superior – incluindo a legislação que regulamenta o sistema , como das transformações da própria sociedade, considerandose as mudanças de padrões culturais”. (Sampaio, 200, p.319)
Após algum tempo de trabalho, foi proposto que a metodologia de ensino, voltada para o aprendizado na prática seria o diferencial mercadológico.
Aprovada pela Mantenedora, a metodologia passou a ser implantada, através de “workshops”, comissão de estudo, planejamento de ensino e finalmente com a elaboração de um documento que explicita o que é “aprender na prática”.
Alguns conceitos e procedimentos relativos da citada metodologia: Conceito:
“O aprender na prática focaliza a ação educativa na participação ativa e crítica do aluno em sua aquisição de conhecimentos práticos e teóricos, em seu desenvolvimento de habilidades e em sua formação de valores e atitudes, processos nos quais os conteúdos necessitam ser trabalhados de modo a constituírem os fundamentos para que os estudantes desenvolvam as competências necessárias ao exercício profissional e à sua participação crítica na sociedade atual. (...) a sala de aula será um espaço de rica interação e de criação e transformação de significados. (...) O ponto de partida para a aprendizagem deve ser o conjunto de significados (formas de interpretação) que emerge da classe. (...) contextualizar as tarefas de aprendizagem dentro da cultura em que os conteúdos/conhecimentos adquirem significados compartilhados à medida que são utilizados na prática cotidiana”.
Procedimentos:
“Organizar os estudos em torno de situações reais, atividades com situações problema, projetos, oficinas, jogos empresariais, atribuição de papéis (simulações), estudo de caso etc.; investir na epistemologia da curiosidade, incentivar e orientar a pesquisa técnicocientífica na elaboração de projetos etc.; o professor deve conscientizar o aluno da importância daquilo que esta sendo proposto e desenvolvido para o exercício futuro de sua profissão, o aluno também é responsável pelo êxito do processo de aprendizagem; o professor deve considerar a possibilidade de desenvolver um trabalho mais integrado, rumo à menor compartimentalização disciplinar; aproveitar a experiência da Instituição e dos alunos em projetos de extensão e atividades extramuros, que contribuam para a discussão de questões éticas, sociais e profissionais; praticar a avaliação formativa; entender o estágio supervisionado como um dos eixos curriculares que perpassa
todo o currículo e favorece a integração das disciplinas e da teoria com a prática; visitas técnicas orientadas”.
Tomandose em consideração a explicitação de conceito e dos procedimentos, relativos à metodologia institucional da instituição em questão, observamos que o docente é, na maior parte das colocações, o grande responsável pelo bom resultado da aplicação e concretização das ações visadas pela metodologia.
2.5. Próreitoria de Extensão e Assuntos Comunitários.
A PróReitoria de Extensão e Assuntos Comunitários PREAC, estrutura suas ações no tripé: Atenção ao Aluno, Programas Socioeducacionais e Relações Interinstitucionais. É um órgão executivo que supervisiona, coordena, orienta e acompanha as atividades referentes à integração da comunidade universitária com a comunidade externa, mediante cursos, parcerias e programas para o desenvolvimento dos alunos.
Nos programas de extensão as ações têm os seguintes objetivos: promover a interação transformadora entre Universidade, sociedade e o ambiente; contribuir para o desenvolvimento sustentável social, econômico e ambiental; incentivar a expressão da diversidade cultural, artística, científica e tecnológica; estimular e promover o respeito à diversidade cultural; contribuir para a formação acadêmica, fomentando atividades de extensão nos currículos.
Orientandose pelos objetivos estabelecidos, a gestão da PREAC tem pautado o desenvolvimento de um trabalho que garanta o cumprimento da metodologia institucional: Aprender na Prática.
Mais uma vez, em consulta ao PDI, encontramse referências sobre as Políticas de Extensão e Pesquisa e os itens que se relacionam diretamente com o trabalho de extensão são assim apresentados: comprometimento com a excelência acadêmica; apoio às atividades de pesquisa no ensino de graduação e pós graduação, integrada com atividades de intervenção social; compromisso com a qualidade e sintonia com a legislação da Educação Superior; geração e
transferência de conhecimento e inovação para a melhoria da qualidade de vida da região e do país.
As Áreas de Extensão contempladas com programas e que mantém programas oferecidos são: Socioeducação; Saúde; Cultura e Serviços.
Silva Jr e Sguissardi identificam que:
No atual contexto nacional e diante do enorme déficit social há muitos anos acumulado, quando o Estado brasileiro, por meio de reformas, restringe sua ação pública, especialmente no plano social, demandas das mais variadas naturezas aumentam e encontram eco nos programas de extensão institucionais. Esses programas são respostas privadas a tais demandas e muito convenientes para essas instituições, por legitimálas perante a opinião pública e por configurarem uma certa forma de pesquisa aplicada. Tratase de legitimação legal, administrativa e supostamente acadêmica, bem como forma de identificação institucional com determinado espaço geográfico e cultural de mercado ou com os traços da materialidade local. ( 2001, p.228)
2.6. Avaliação Institucional
De acordo com a instituição pesquisada: “A avaliação institucional é um processo de pesquisa e comunicação que visa proporcionar uma reflexão contínua para revisar permanentemente a atuação da Instituição, tendo em vista o alcance de sua missão, de objetivos e, ainda, o aprimoramento de sua atuação.
Este processo objetiva identificar fatores que interferem positiva ou negativamente no desempenho da Instituição, fornecendo subsídios para a compreensão da realidade institucional, favorecendo a gestão acadêmica e administrativa.
A avaliação institucional passou a ser uma exigência do Governo Federal, por meio da Lei n. 10.861, de 14/04/2004, que implantou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES. Este sistema é uma política de governo que coloca a avaliação institucional no centro do processo avaliativo e abrange todas as instituições de ensino superior, fazendo com que todos os agentes da comunidade institucional participem do processo de autoavaliação. É obrigatória a todas as instituições de ensino superior do País.
O próprio Fórum sugere que a avaliação da Extensão seja sistemática, contando com participação interna e externa da comunidade envolvida. Isso implica que a Extensão deva ter o mesmo nível de hierarquia das outras práticas acadêmicas. Assim, avaliação institucional deve ser um trabalho sistemático e uma prática de permanente reflexão do fazer universitário. Tratase de uma condição singular para a manutenção da qualidade, de maneira a assegurar a credibilidade da Universidade junto à Sociedade. (Sousa, 2000, p.110)
Um dos indicadores desta avaliação é referente à “vinculação das atividades de extensão com a formação e sua relevância com o entorno”, e as informações apresentadas por esta universidade neste relatório são:
Relato Descritivo Avaliativo – A PREAC aponta que a construção e o desenvolvimento da Política de Extensão da Universidade considera o envolvimento e a participação dos diversos segmentos e atores da sociedade: setor público, setor produtivo, sociedade civil e comunidade acadêmica, com o objetivo de produzir ações articuladas e convergentes à realidade dos grupos e/ou populações a serem atendidas em suas principais demandas sociais. A articulação desejada e planejada pela Instituição, gerida pela PREAC visa a superação de ações de cunho meramente assistencialista, além de buscar o estímulo à participação das comunidades no que se refere à proposição, estudo, criação e avaliação de políticas públicas sem, no entanto, se predispor a ocupar o lugar devido e ocupado pelo Estado.
Após análises e reflexões deste relato descritivoavaliativo, o sistema de avaliação proposto 16 permite a identificação de aspectos que se revelaram como potencialidades ou fragilidades.
As potencialidades identificadas:
Atendimento às comunidades em relação às diversas áreas sociais, que propicia um trabalho de intervenção qualificada, além das áreas atendidas pelas Linhas Programáticas já instituídas na Universidade;
Socialização dos saberes nas diversas áreas de conhecimento, por intermédio da divulgação dos resultados de diagnósticos voltados à realidade da população atendida pelos programas/projetos de extensão;
16
Fomento à formação e à geração de recursos humanos, técnicos e materiais para atividades sócioeducativas, de saúde, culturais e de serviços especializados.
As fragilidades:
A disseminação dos processos, critérios e resultados dos programas e projetos de extensão universitária em meio à comunidade acadêmica e demais segmentos da sociedade ainda não ocorre de forma plenamente satisfatória;
A discussão acerca dos limites e possibilidades da extensão universitária e da concepção de responsabilidade social que se desenvolve na universidade ainda não atingiu o nível ideal.
É necessário que se faça a observação das práticas dos projetos de extensão para a compreensão de como se manifestam as políticas extensionistas existentes nesta instituição, e também para o reconhecimento da ideologia pertinente, da instituição, e como esta se contextualiza através do “fazer”.
As áreas de conhecimento na universidade se posicionam de forma diferenciada em seus projetos de extensão.
2.7. Os Programas de Extensão
São 2 os referidos programas selecionados, em função de serem portadores de características teóricas e práticas muito diferenciadas, que podem de alguma forma, influenciar diretamente a concretização do trabalho extensionista, e assim, identificar a motivação pessoal ou institucional que lhe é permeável, contextualizada evidentemente na prática da extensão universitária.
Observase aqui, além destas informações meramente qualificativas, a intencionalidade adjacente, que se faz presente e necessária, para que se identifiquem os pressupostos da política de extensão, propostos teoricamente pela instituição, e como esta se pronuncia nos Programas de Extensão Universitária, como estão contextualizados e quais as práticas extensionistas que os legitimam.
2.7.1. Programa 1 P1
O programa, que será nomeado como P1, está relacionado à Educação de Jovens e Adultos – EJA, e objetiva a erradicação do analfabetismo, em nível local e regional, além do desenvolvimento de estudos e atividades educativas no campo da Educação de Jovens e Adultos.
Para isso, desenvolve suportes teóricos, pedagógicos, administrativos e políticos destinados às atividades de capacitação e ensino, incluindo diversas