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POLÍTICAS 

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3.1. A Interligação 

Pretende­se  neste  capítulo  trabalhar  com  a  categoria:  Políticas,  que  de  acordo com a metodologia utilizada, é na realidade, a junção de várias perguntas e  respostas,  que  estão  relacionadas  abaixo,  advindas  dos  três  eixos  principais:  Política  Institucional;  Extensão,  Pesquisa  e  Ensino;  e  Motivações,  que  foram  feitas  tanto  às  gestoras  do  Projeto  ou  Programa,  quanto  aos  alunos  extensionistas  participantes.  Alguns  momentos  do  depoimento  do  Pró­reitor  de  extensão  e  assuntos acadêmicos também são utilizados.  Categoria Políticas  1.  O que é extensão universitária? (alunos)  2.  Qual o objetivo deste programa de extensão universitária? (gestoras)  3.  Momento Pró­reitor de Extensão  4.  Qual o objetivo do programa? (alunos)  5.  Momento Pró­reitor de Extensão 

6.  Ativismo  político  social,  assistencialismo  ou  marketing  institucional?  (gestoras) 

7.  Ativismo  político  social,  assistencialismo  ou  marketing  institucional?  (alunos)  8.  Envolvimento pessoal dos alunos (gestoras)  9.  Envolvimento dos alunos (alunos)  3.2. As Nomenclaturas  Resumidamente, a partir deste momento, no capítulo a seguir e nos capítulos  seguintes, teremos as seguintes nomenclaturas, que identificarão:  Programa 1: P1

Programa 2: P2  Gestora do Programa 1: G1  Gestora do Programa 2: G2  Alunos do Programa 1: A1; A2; A3; A4; A5; A6  Alunos do Programa 2: B1; B2; B3; B4; B5; B6; B7  L.A.:  ONG atendida em um dos projetos do P2

3.3. O Fluxograma 

A  função  deste  fluxograma  é  a  de  viasualizar­se  e  entender,  de  forma  mais  simples  e  objetiva,  as  possíveis  interligações  entre  as  perguntas,  respostas  e  análises  dos  vários  eixos  apresentados,  mas  que  se  traduzem  nesta  categoria:  Políticas

OBJETIVOS  O QUE É  EXTENSÃO  UNIVERSITÁRIA?  CONCEPÇÃO?  ATIVISTA POLÍTICA  SOCIAL,  ASSISTENCIALISTA  OU MARKETING  INSTITUCIONAL  ENVOLVIMENTO  PESSOAL DO ALUNO  [VISÃO DA GESTORA]  ENVOLVIMENTO DO  ALUNO  [VISÃO DE ALUNO]  APOIO  INSTITUCIONAL  POR MEIO DE  BOLSA­AUXÍLIO

3.4. A Categoria: Políticas 

A pergunta: “O que é extensão universitária ?”, foi feita para os dois grupos de  alunos,  que  se  encontravam  em  plena  atividade  extensionista,  assim,  entende­se  que  ao  participar  deste  programa  ou  projeto  de  extensão  o  significado  desta  seja  alvo de curiosidade acadêmica, ou mesmo um aprendizado necessário. 

Ao interpretar, momentos das falas, dos alunos que pertencem ao P1 e ao P2  identificam­se  alguns  significados  que  traduzem  o  conhecimento  ou  a  idéia  que  estes alunos têm sobre o que é extensão.  A visão dos alunos sobre:  3.4.1.  Pergunta: O que é extensão universitária?  Quadro de depoimentos dos alunos do P1  Depoimentos  Significados  A1: O programa é extensão universitária,  onde nós alunos podemos realizar algumas  atividades que possam ser e contribuir de  alguma forma nas questões sociais.  Ø  Espaço onde se realizam  atividades que contribuem  nas questões sociais.  A2: Eu entendo assim: que você tem que  buscar alguma coisa acima do que você já  fez pra estar melhorando mais o seu  trabalho. No meu caso é isso eu estou  buscando, e me aperfeiçoando.  Pergt: Buscando dentro do que você já fez,  na graduação, ou num contexto de pós­  graduação?  Resp: Eu acho que hoje no contexto em  que estou seria na Pós­graduação, eu acho  que é isso, buscar materiais e  conhecimentos dentro do que eu gostaria  de fazer, que é educação especial.  Ø  Algo que aperfeiçoe o  trabalho.  A3: São programas que vão além do âmbito  da universidade e que atendem a  comunidade e nesse atendimento ele vai  Ø  Trabalhos que ultrapassam

desenvolvendo trabalhos que saem da  universidade. 

o espaço da universidade. 

A4:  Não  sei,  eu  acho  que  eu  não  tenho  muito  conhecimento,  mas  eu  acho  que  é  você  estar  num  curso  tendo  outros  conhecimentos,  para  ter  uma  visão  maior,  exercendo a função dentro da universidade  naquilo  que  você  faz.  Eu  sei  lá,  eu  não  entendo muito bem  Ø  É confusa sobre o conceito,  mas entende que  conhecimentos  diferenciados são  adquiridos e assim uma  visão e atuação mais  intensa nas funções que  exerce.  A5: É um programa que vai além da  universidade, ao mesmo tempo que esta  ligado, ele faz um pouco mais que a  universidade pode oferecer, além dos  alunos, para o pessoal da comunidade.  Ø Trabalhos que ultrapassam o  espaço da universidade e  vão à comunidade.  A6: Para mim extensão universitária é o  que você pode fazer de extra na faculdade,  na universidade, cursos ou o próprio  programa da alfabetização eu considero  como uma extensão, ou um processo que  você possa fazer que a universidade  proporciona aos alunos.  Ø  Atividades de  aprendizagem. 

Este  grupo  de  alunos  traduziu  sua  visão  sobre  extensão  universitária  como  sendo:  atividades  de  aprendizagem  que  ultrapassam  o  espaço  da  universidade  e  contribuem nas questões sociais. 

Na continuidade os depoimentos do P2: 

3.4.2.  Pergunta: O que é extensão universitária?  Quadro de depoimentos dos alunos do P2 

Depoimentos  Significados 

B1:  Eu  praticamente  não  sei,  mas  tenho 

curso e que também ajude na sua formação  acadêmica.  Algo  extra  a  faculdade,  uma  coisa fora que ajude na sua aprendizagem. 

seja um suporte de  aprendizagem. 

B2:  Extensão  universitária  para  mim  são  alguns  cursos  ou  atividades  que  estão  ligadas  à  universidade,  mas  estão  fora  do  currículo obrigatório de formação. 

Ø  Cursos extras a  graduação. 

B3:  Pra  mim  é  conhecimento,  porque  experiência  você  vai  adquirir  no  trabalho,  teoria também. 

Ø Conhecimento teórico. 

B4:  Logo  que  você  conclui  o  curso  você  almeja  planos  maiores,  quer  ter  um  conhecimento  maior  referente  a  algum  termo ao qual se identifica. 

Pergt:­  É  um  curso  de  especialização  então? 

Resp: ­ Sim. 

Ø  Curso após a graduação. 

B5:  Seria  uma  amplitude  do  que  você  tem  aqui  dentro,  alguma  coisa  onde  você  pode  crescer dentro do seu próprio curso, algo a  mais, incrementar. 

Ø  Atividade que acrescenta  algo a mais ao curso de  graduação. 

B6:  É  você  fazer  uma  extensão  nos  seus  domínios, fazer cursos, palestras. 

Ø  Participar de cursos e  palestras. 

B7:  Seria  um  braço,  além  do  curso  profissional. 

Pergt: Um braço que faz o que? 

Resp:  Eu  estou  pensando  nisso  agora,  eu  nunca  fiz  um  trabalho  de  extensão  universitária,  mas  eu  acho  que  é  um  procedimento, uma especialização.  Ø  Uma especialização.  Ø  Afirma nunca ter feito um  trabalho em extensão,  apesar de estar sendo  entrevistado porque  participa de um.

Este  grupo  de alunos traduziu  sua visão de extensão como: cursos  extras  à  graduação, um reforço de aprendizagem, mais especificamente após a graduação. 

Um  dos  entrevistados  cita  como  uma  especialização.  Mas  também  afirma  nunca ter feito um trabalho em extensão, apesar de estar sendo entrevistado porque  participa de um22   . 

É  pertinente  a  comparação  das  idéias  apresentadas  pelos  alunos  extensionistas com a representação institucional, isto é, um momento da fala do Pró­  reitor de Extensão e Assuntos Acadêmicos: 

Pergunta:  Como  são  caracterizados  os  trabalhos  de  extensão  na  Universidade, isto é, quais as formas de se “fazer” extensão? 

Resposta do Pró­reitor: “A universidade, hoje, ela adere a toda a conceituação  contemporânea de extensão no Brasil. Então a extensão é realizada, planejada  pedagogicamente, existe uma preocupação muito grande em situar o aluno, o  estudante, o educando na intervenção propriamente dita, no relacionamento desta  intervenção com a sua formação profissional (...). Estas intervenções estão  vinculadas a programas, são projetos vinculados a programas, programas  construídos segundo as linhas da extensão e as áreas temáticas da extensão, como  adotadas pelo ministério da educação”.  Na continuidade de exposição desta pesquisa, e seguindo os parâmetros  do fluxograma proposto, a questão a seguir é sobre objetivos:  A definição das gestoras sobre: 

3.4.3.  Pergunta:  Qual  o  objetivo  deste  Programa  (ou  Projeto)  de  Extensão  Universitária? 

Quadro de depoimentos das gestoras do P1 e do P2 

Depoimentos  Significados 

G1:  São  vários  objetivos,  o  primeiro  esta  em fazer um atendimento das pessoas que  não  são  alfabetizadas  nas  salas  de  Educação  de Jovens  e  Adultos;  tem  outros 

Ø Relação com a comunidade.  Ø Formação de professores. 

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objetivos,  pra  justificar  o  nome  que  ficou  Programa  de  Pesquisa  temos  também  a  questão  da  formação  dos  professores  alfabetizadores, esta é uma outra frente em  que  atuamos  dentro  do  PROEJA;  um  terceiro  objetivo  é  o  de  sistematizar  os  conhecimentos  relacionados  a  este  campo  da educação de jovens e adultos. 

Ø Sistematização de  conhecimento. 

G2:  Primeiro  fazer  o  aluno  fazer  parte  da  cidadania, mostrar a ele que a universidade  pode  também  fornecer  o  ensino  cidadão;  ele  deve  estar  disponível  com  o  aprendizado da cidadania, da solidariedade,  do  Terceiro  Setor,  da  Responsabilidade  Social. 

O  segundo  objetivo  é  integrar  o  aluno  ao  grupo,  fazê­lo  trabalhar  em  grupo,  fazer  com  que  o  aluno  aprenda  liderança,  organização,  enfim,  fazer  com  que  ele  consiga  ligar  o  que  tem  dentro  da  sala  de  aula com aquilo que está vendo na prática,  conseguindo  integrar  a  prática  com  a  sala  de aula.  Ø  Ensino da cidadania.  Ø  Trabalho em grupo.  Ø  Integração entre teoria e  realidade.  Pode­se observar que o P1, esta direcionado a metas amplas e significativas  dentro das políticas vigentes, em termos institucionais, em sua relação direta junto à  comunidade e em sua atuação sistemática junto aos alunos no tocante a formação  acadêmica e profissional. 

No  P2,  os  significados  são  pontuais  e  ligados  aos  objetivos  disciplinares,  quando  se  fala  de  trabalho  em  grupo  e  integração  entre  teoria  e  realidade,  a  proposta  é  claramente  contextualizada  no  espaço  da  universidade,  na  interação  entre o espaço da sala de aula e a prática realizada fora da universidade. 

Quanto  à  questão  do  ensino  da  cidadania  e  questões  de  responsabilidade  social 23  ambos  os  programas  tem  objetivos  políticos,  contextualizados  de  forma  diferenciada. 

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Responsabilidade social empresarial segundo o Instituto Ethos é a forma de gestão que se define  pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e  pelo  estabelecimento  de  metas  empresariais  compatíveis  com  o  desenvolvimento  sustentável  da

A  observação  dos  conceitos  dispostos  pelos  entrevistados  e  suas  análises  indicam  que  “a  atuação  do  aluno  na  sociedade  pode  ser  de  um  tipo  ou  de  outro  conforme  as  características  do  ensino  que  recebeu  (ou  a  que  foi  submetido)  na  Universidade”. (Botomé, 1996, p.85).  Na seqüência, o entendimento sobre o objetivo do Programa (ou Projeto)  desenvolvido, de acordo com o olhar dos alunos:  A visão dos alunos sobre:  3.4.4.  Pergunta: Qual o objetivo do Programa (ou Projeto)?  Quadro de depoimentos dos alunos do P1  Depoimentos  Significados  A1: Dar condições as pessoas que não  tiveram oportunidade de serem  alfabetizadas na idade correta.  Ø  Dar condições de  alfabetização a pessoas  não alfabetizadas. 

A2:  É  fazer  com  que  alunos  que  não  tiveram  a  chance  de  estarem  estudando  recuperem  o  tempo  perdido,  um  resgate,  e  fazer  com  que  eles  cheguem  naquilo  que  eles gostariam de ter chegado há um tempo  atrás.  Ø  Dar condições de  alfabetização a pessoas  não alfabetizadas.  Ø  Resgatar necessidades  pessoais.  A3: É alfabetizar adultos que não tiveram a  oportunidade  de  serem  alfabetizados  na  idade  correta,  e  não  só  alfabetizar  mais  também  torná­los  pessoas  letradas,  que  tenha  consciência  do  que  estão  fazendo  e  que  tenham  uma  visão  ampla  de  que  estudar não é simplesmente vir para escola  e que aquilo que se aprende fica lá mesmo.  Tem  que  saber  aplicar  na  vida  particular  o  que se aprende na escola.  Ø  Dar condições de  alfabetização a pessoas não  alfabetizadas.  Ø  Letrar, e ensinar sobre a  utilidade do conhecimento na  vida cotidiana. 

sociedade,  preservando  recursos  ambientais  e  culturais  para  as  gerações  futuras,  respeitando  a  diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais.( www.ethos.org.br)

A4: Alfabetizar jovens e adultos é a inclusão  social, incluindo as pessoas na sociedade,  numa sala só tem vários tipos de  deficiências.  Ø  Inclusão social através da  alfabetização.  A5: O “P1” é alfabetizar o pessoal da  terceira idade, no começo era alfabetizar os  funcionários aqui da universidade, aqui é  muito mais, além disso, é a participação da  comunidade que vem se alfabetizar.  Ø  Alfabetizar adultos.  Ø  Participação comunitária.  A6: O “P1” trabalha com jovens e adultos,  pessoas que não tiveram a oportunidade de  estudar por algum motivo, e a gente  trabalha com estas pessoas que não foram  alfabetizadas, nós alfabetizamos estas  pessoas.  Ø  Dar condições de  alfabetização a pessoas  não alfabetizadas. 

Para  os  alunos  do  P1  o  objetivo,  em  síntese,  é:  dar  condições  de  alfabetização a pessoas não alfabetizadas e resgatando o valor do conhecimento na  vida cotidiana, inclusão social e participação comunitária.  3.4.5.  Pergunta: Qual é o objetivo deste Programa (ou Projeto)?  Quadro de depoimentos dos alunos do P2  Depoimentos  Significados  B1: É fazer essa diferença para os alunos,  de outras universidades, e mostrar que a  Universidade “A” faz um trabalho fora, para  os seus alunos serem diferentes dos outros  e sair para o mercado de trabalho tendo  uma noção diferente e se destacar entre as  outras pessoas.  Ø  Diferencial de mercado,  para a universidade e  para o aluno, focado no  mercado de trabalho.  B3: Ajudar na administração das entidades,  Ø  Colaborar com as

colaborar pra melhorar, é o conhecimento,  levar ajuda comunitária. 

instituições; auxílio  comunitário. 

B4:  O  objetivo  é  que  você  possa  fazer  um  trabalho de  uma  forma voluntária  e através  desse trabalho você possa aprender utilizar  o  que  está  aprendendo  no  curso  de  administração; o aluno acaba aprendendo e  ajudando  uma  instituição.  O  trabalho  que  estou  fazendo  na  instituição  é  em  prol  da  instituição  e  também  em  prol  do  meu  conhecimento,  estamos  ajudando  a  instituição  e  aprendendo  um  pouco  com  isso. 

Ø  Fazer trabalho voluntário  e aprender através dele. 

B5: Seria ter mais conhecimento e prática.  Ø  Conhecimento e prática. 

B6:  Fazer  com  que  as  pessoas  trabalhem  no Terceiro Setor, com seus problemas.  Ø  Experiência vivenciada  através do trabalho com o  Terceiro Setor.  B7: Eu acho que é por em prática aquilo  que a gente aprende na faculdade.  Ø  Praticar o conhecimento  adquirido no curso.  Para os alunos do P2, o objetivo do projeto de extensão no qual atuam é uma  mescla  de  aquisição  de  conhecimentos  e  práticas  para  a  vida  profissional  e,  de  alguma forma, um trabalho assistencialista centralizado no Terceiro Setor. 

Atuar no Terceiro Setor foi citado por um aluno como “moda do momento”.  Alguns depoimentos atestam: 

Para o B1 o objetivo do projeto é: “é fazer essa diferença para os alunos, de  outras  universidades,  e  mostrar  que  a  Universidade  faz  um  trabalho  fora,  para  os  seus  alunos  serem  diferentes  dos  outros”.  Nuances  de  marketing  institucional  se  fazem presentes  nesta  fala.  Percebe­se  que  o  aluno  incorpora seu  papel  no  grupo  ao qual pertence, o grupo da Universidade . 

Também existe uma preocupação com a influência que este trabalho possa  vir a ter em seus currículos profissionais, esta é a fala de B2: “hoje as empresas  estão à procura de pessoas que tenham no seu currículo atividades ligadas ao

Terceiro Setor, mesmo como voluntários”. B1 comenta: “sair para o mercado de  trabalho tendo uma noção diferente e se destacar entre as outras pessoas”; e B5:  “seria ter mais conhecimento e prática”; enquanto B7 diz que: “eu acho que é por em  prática aquilo que a gente aprende na faculdade”. 

Um  olhar  sobre  o  trabalho  voluntário  se  apresenta  de  acordo  com  B4,  mas  sem  perder  a  praticidade  da  experiência vivida:  “o  objetivo  é  que você  possa fazer  um trabalho de uma forma voluntária e através desse trabalho você possa aprender  utilizar o que está aprendendo no curso de administração (...). O trabalho que estou  fazendo  na  instituição  é  em  prol  da  instituição  e  também  em  prol  do  meu  conhecimento, estamos ajudando a instituição e aprendendo um pouco com isso”. 

Para complementar estas falas é interessante relembrar a fala da gestora do  P2, afirmando que, institucionalmente o objetivo do projeto é: 

Gestora do P2: “Primeiro fazer o aluno fazer parte da cidadania, mostrar a ele  que  a  universidade  pode  também  fornecer  o  ensino  cidadão;  ele  deve  estar  disponível com o aprendizado da cidadania, da solidariedade, do Terceiro Setor, da  Responsabilidade Social. 

O  segundo  objetivo  é  integrar  o  aluno  ao  grupo,  fazê­lo  trabalhar  em  grupo,  fazer  com  que  o  aluno  aprenda  liderança,  organização,  enfim,  fazer  com  que  ele  consiga ligar o que tem dentro da sala de aula com aquilo que está vendo na prática,  conseguindo integrar a prática com a sala de aula”. 

Dessa forma, observa­se que o objetivo do programa, entendido pelos alunos  que participam deste e disposto pela gestora, parecem estar em posições similares,  mas quando o trabalho é levado para o exterior da sala nota­se que o entendimento  dos  objetivos  parece  transformar­se,  de  acordo  com  seus  interesses  pessoais.  Enquanto  o  objetivo  institucional  é  o  ensino  cidadão,  a  integração  da  teoria  com  a  prática e o trabalho em equipe, o objetivo do aluno é adquirir experiência, para que  esta  seja  incorporada  ao  seu  currículo  profissional  e,  de  alguma  forma,  assistir  a  instituição na qual esta sendo voluntário. 

Segue a representação institucional da Universidade , isto é, um momento da  fala do Pró­reitor de Extensão e Assuntos Acadêmicos: 

“Então,  há  diversas  pessoas  que  se  envolvem  na  extensão  por  ela  ter  uma  dinâmica  semelhante  ao  Terceiro  Setor.  Não  é  o  Terceiro  Setor,  mas  tem  uma

dinâmica muito semelhante, por sua metodologia de trabalho, na maneira como ela  trabalha a intervenção social, na maneira como ela, inclusive a extensão ela é uma  excelente  escola  para  a  formação  de  profissionais  para  o  Terceiro  Setor,  porque  toda a metodologia aplicada no desenvolvimento de um projeto, de um programa, de  uma  ação  extensionista  [ela]  é  adotada  também  no  Terceiro  Setor,  porque  as  preocupações  são  as  mesmas,  não  frustrar  a  comunidade,  atingir  as  metas,  satisfazer  o  teu  parceiro,  você  trabalhar  dentro  de  limitações  orçamentárias,  limitações  de  conhecimento,  de  intervenção,  limitações  políticas  de  intervenção.  Então, isso tudo se trabalha na extensão e o que a gente percebe é que o Terceiro  Setor [ele]  também  trabalha  segundo  esse  modelo,  então  a  extensão  acaba sendo  uma excelente escola”. 

É pertinente, neste momento, que se faça a observação sobre a definição das  gestoras  sobre  ativismo  político  social,  assistencialismo  ou  marketing  institucional,  lembrando que a pergunta se refere ao olhar do aluno sobre estas questões. 

3.4.6. Pergunta: Quanto à compreensão da concepção de extensão, dentro deste  Programa  (ou  Projeto),  como  você  acha  que  o  aluno  entende:  como  ativismo  político  social,  como  assistencialismo  ou  como  uma  forma  de  promover  o  marketing institucional? 

Quadro de depoimentos das gestoras do P1 e do P2 

Depoimentos  Significados 

G1:  Aqueles  que  permanecem,  por  1,  2,  3  anos  têm  um  envolvimento  enorme,  nós  vemos  que  eles  ficam  porque  gostam  do  programa,  da  forma  como  e  gerido  e  conseguem  visualizar  esta  relação  de  ensino­pesquisa­extensão,  são  pessoas  que  ficam  e  se  envolvem  por  conta  destas  questões.  Como  nós  temos  pessoas  que  iniciam  ficam  1  mês  ou  2  e  não  se  identificam e saem. 

Pergt: Você acha que este aluno que fica só  1  ou  2  meses  tem  uma  concepção  da  extensão  universitária  onde  ele  vê  o 

Ø  Permanência no programa  por opção pessoal. 

Ø  Entendimento e envolvimento  por conta da relação ensino­  pesquisa­extensão.

trabalho  como  ativismo  político  social,  assistencialismo ou marketing institucional?  Resp:  Aqui  nós  tivemos  muitos  momentos  diferentes.  Às  vezes  as  pessoas  não  ficam  porque acham que as bolsas demoram. Na  verdade elas demoram de 1 mês a 2 e tem  gente  que  não  aguarda  este  tempo.  Então  ele veio não tanto pelo vínculo da extensão,  da  discussão,  mas  muito  mais  relacionado  à  necessidade  que  ele  tem  de  pagamento  da  universidade,  da  sua  mensalidade,  de  um  desconto.  Então  o  interesse  dele  não  era  um  primeiro  interesse,  então  esta  e  a  minha visão, como  nos  não  temos  nenhum  estudo  que  mostre  exatamente  quais  os  motivos,  mas  eu  sinto  que  assim  quando  não vem a sua necessidade primeira de um  desconto  na  mensalidade,  ou  uma  bolsa  para  pagar  o  curso,  eles saem.  Então  eles  têm uma primeira necessidade que vem em  primeiro  lugar,  antes  do  interesse  pelo  próprio  tema  da  Educação  de  Jovens  e  Adultos  ou  pela  Extensão.  Porque  todos  eles  chegam  sem  saber  exatamente  o  que  e extensão, eles vêm sem saber muito bem  o  que  e  o  programa,  eles  querem  entrar,  aquele  que  der  um  retorno  mais  rápido  no  sentido de resolver o problema aqui, porque  eu  tenho  alunos  que  participam  aqui,  na  brinquedoteca, então eles ficam assim, vão  pulando,  se  der  para  participar  de  todos  eles  participam,  mas  eu  vejo  que  e  muito  mais  assim,  resolveu  o  meu  problema,  que  era  a  minha  primeira  preocupação  e  não  necessariamente  o  trabalho  com  a  extensão. 

E  aqueles  que  dão  um  tempo,  querem  aprender  mais,  que  ‘e  a  sua  verdadeira  preocupação, eles ficam. 

Pergt: Você acha que o aluno que vem para  a  extensão  tem  uma  característica  voluntária, de ser voluntário? 

Resp:  Eu  acho  que  alguns  que  permanecem  até  tem  essa  visão,  que  eu  não  sei  se  é  de  voluntariado,  mesmo  porque  a  gente  não  defende  muito  essa  linha, de um trabalho voluntário, mas é mais  Ø  Necessidade financeira da  bolsa de auxílio determina  permanência ou não no  programa.  Ø  Não conhecem o trabalho,  mas se inscrevem para  receber a bolsa auxílio.  Ø  Quem se mantém no  programa entende que ele tem  características de um trabalho  de compromisso político com a  educação.

um trabalho de compromisso político com a  questão  da  educação,  eu  acho  que  quem  fica  é  quem  tem  essa  característica.  Isso  arremete  aquela  outra  questão,  quem  vem  interessado  somente  na  bolsa,  no  pagamento  esses  ficam  até  seis  meses,  depois  desaparecem  e  não  tem  mais  um  vínculo,  uma  discussão,  eles  perdem.  Eu  cheguei a ter um aluno da Geografia, muito  interessante, ele foi um alfabetizador que a  gente  percebe  que  estava  envolvido,  ele 

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