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Nesta etapa é realizado um levantamento de evidências que inique a existência de vulnerabilidades no sistema, assim como indicadores de ameaça de um ataque externo.

No caso dos reservatórios são realizadas fiscalizações de forma a verificar o estado da instalação. Como ferramenta de auxilio para uma análise mais completa, que transmita a informação mais próxima da realidade, recorreu-se ao preenchimento de Fichas de Verificação de Segurança (Anexo IV) e registo fotográfico.

No caso da rede de distribuição é feito ainda um levantamento das vulnerabilidades tendo em conta o número de reclamações e incidentes registados, assim como em contacto com testemunhos de trabalhadores.

3.2.3 Avaliação de Riscos

A avaliação de riscos é realizada utilizando uma adaptação da metodologia da Águas de Gaia SA, EM (anexo III). Esta metodologia tem em conta os seguintes parâmetros do que se observa, tendo em conta o risco de ataque terrorista:

 Grau de deficiência;  Exposição a um risco;

 A probabilidade de ocorrência;  A severidade dos danos caso ocorra.

A partir destes parâmetros é possível determinar o nível de ameaça a um ataque terrorista (tabela 10, anexo III).

3.2.3.1 Identificação de Pontos Críticos de Controlo

Os pontos críticos de controlo (PCC) estão associados a vulnerabilidades identificadas, cuja probabilidade de ocorrência e dano se traduz numa possível ameaça a um ataque terrorista. Os PCC são pontos sensíveis da rede de abastecimento onde há obrigatoriedade de aplicação de medidas de prevenção/proteção.

A identificação dos pontos críticos de controlo (PCC) é realizada de forma sistemática e estruturada recorrendo a uma árvore de decisão, figura 10.

Figura 10 - Árvore de decisão para a definição de PCC.

O nível de aceitabilidade é o limite que define se uma determinada vulnerabilidade se encontra num nível de contro aceite ou não aceite. O nível de aceitabilidade definido é de 240, sendo os níveis de contro V e IV aceites e os níveis de controlo III, II e I não aceites (anexo III, tabela 11).

Redução de vulnerabilidades

A redução de vulnerabilidades é realizada através do estudo aprofundado dos PCC identificados. A partir da analise dos pontos sensíveis consegue-se propor medidas de controlo adequadas, que poderão ser de prevenção, proteção ou monitorização.

Após a proposta das medidas estas devem ser estudas de forma a verificar se estas são viáveis de serem aplicadas tendo em conta a situação económica, social da entidade gestora.

Validação da metodologia

A etapa final tem como objetivo verificar se o nível de ameaça a uma atividade terrorista diminui após a implementação das medidas de controlo. Para além disso as medidas aplicadas tendo em vista a diminuição de vulnerabilidade a um ataque de externo deve ser compatível com o PSA a implementar pela empresa.

É necessário verificar se as medidas propostas não comprometem a segurança da água, ou são incompatíveis com a implementação de outras medidas de controlo que asseguram a entrega de água segura e de qualidade à população.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Contextualização da EG

4.1.1 Enquadramento local

A entidade Águas de Gaia EM, SA situa-se no município de Vila Nova de Gaia, pertencente ao distrito do Porto e à grande área metropolitana do Porto (GAMP).

Segundo o PDM de Vila Nova de Gaia, 19% da população da GAMP, reside em Vila Nova de Gaia, sendo este concelho mais populoso, com 288749 habitantes. As freguesias mais populosas são Mafamude e Santa Marinha onde se situa 24% da população residente em Vila Nova de Gaia. Vila Nova de Gaia é dos concelhos mais populosos do país, ocupando o terceiro lugar a nível nacional16.

Este concelho apresenta-se atrativo para a população jovem em idade ativa, com aumento de trabalhadores no sector terciário, muitos que se deslocam ao Porto para o seu emprego.

Sendo um concelho bastante populoso, este apresenta diversas infraestruturas criticas que criam impacto no dia-a-dia da população, como: hospitais, infraestruturas de distribuição de eletricidade, infraestruturas de distribuição de gás, infraestruturas de distribuição de água, infraestruturas de telecomunicações, linha férreas, linha metropolitana, shoppings.

4.1.2 Enquadramento da rede

A Águas de Gaia EM, SA abastece as 24 freguesias (9 uniões de freguesia) do concelho, sendo o seu sistema adutor, emalhado, alimentado por 32 reservatório cuja capacidade total de reserva garante o abastecimento durante 48h. Em 2015 foi registado um abastecimento a 132542 clientes, cujo consumo médio anual foi de 97 m3/ano. Os reservatórios existentes e a sua respetiva capacidade, estão apresentadas na tabela 6.

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Tabela 6 - Reservatórios, e respetiva capacidade, existentes na rede (passar a anexo)

Reservatório Capacidade (m3) Reservatório (m3) Capacidade (m3)

Portelinha 900 Rasa III 20000

Hortas 500 Fojo 6000

Carvalhos 2000 Alheira 2000

Jaca 2000 Outeiro 2500

Canelas Alta 2000 Olival 2500

Canelas Baixa 2000 S. Miguel-O-Anjo 750

Oliveira do Douro 7500 Cabeço 5000

Vila d’Este 3000 Loureiro 1500

Avintes 3000 Madalena 3000

Póvoa Alta 350 Alto Marquinho 6000

Póvoa Baixa 3000 Vilar de Andorinho 5000

Corvo 4500 General Torres 6000

Gulpilhares 7800 Monte Grande 4000

Perosinho 3000 Valadares 240

Espinho 3000 Francelos 120

Aguda/Granja 3000 Miramar 120

A extensão total da rede, em 2015 foi de 1493km, sendo 90% da população do concelho abastecida com água da entidade enunciada.

A água que alimenta o sistema em baixa é fornecida pela AdDP, entidade gestora em alta, Anexo I.

4.1.2.1 Sistema em Baixa

O sistema em baixa tem inicio no reservatório de Seixo Alvo, sendo a água transportada até um dos 32 reservatórios intermédios, e depois distribuída por condutas e sistemas adutores até à torneira dos consumidores de Vila Nova de Gaia.

Descrição do sistema de abastecimento em baixa

A Águas de Gaia EM, SA apresenta uma divisão em três subsistemas fundamentais de adução que compõe a rede de abastecimento do Município, o mapa da rede de abastecimento encontra-se apresentada no anexo II.

 Subsistema Norte – Tem inicio no Reservatório de Seixo Alvo e se desenvolve para Norte e Oeste do concelho servindo a zona de maior densidade populacional até ao reservatório da Rasa;

 Subsistema Litoral – Tem inicio no reservatório da Rasa e dirige-se para Sul, abastecendo a zona do concelho próximo da orla marítima até Espinho;

 Subsistema Centro Sul – Ligado à conduta principal do Subsistema Norte e desenvolve-se ao longo da zona interior da metade sul do concelho, e está interligado ao Subsistema litoral para garantir uma alternativa de abastecimento.

A água abastecida no reservatório de Seixo Alvo apresenta uma maior concentração em cloro, pois durante a distribuição da água na rede a concentração diminui e é necessário garantir a concentração mínima de cloro na entrega ao consumidor.

O nível de cloro nos reservatórios deve estar compreendido entre 0,4 e 1,0 mg//L, e na torneira das instalações pretende-se que tenha uma concentração de cloro residual entre 0,2 e 0,6 mg/L17. De forma a garantir o cumprimento dos parâmetros da concentração de cloro, a Águas de Gaia EM, SA realiza medição dos níveis de cloragem nos reservatórios intermédios, sendo gerado uma resposta da entidade quando os níveis estão acima ou abaixo do limite estipulado, ilustrado na figura 11.

Figura 11 - Ações em caso de incumprimento de VL de cloro nos reservatórios.

A qualidade da água que é abastecida no sistema em baixa, está dependente do sistema em alta, uma vez que o tratamento da água é prévio á sua distribuição da rede. No entanto é necessário monitorizar toda a rede, pois as condutas de transporte podem sofrer fugas ou ficar sobre influência

Incumprimento do limite de cloro nos reservatórios

Abaixo do VL mínimo Injeção de hipoclorito de sódio até VM Acima do VL máximo Ação da equipa de monitorização Verificação de equipamento Comunicação com AdDP

de fatores externos, que comprometam a qualidade da água que é entregue ao consumidor. Na figura 12 está apresentado o diagrama de etapas da distribuição de água no sistema em baixa.

Figura 12 - Diagrama de etapas de distribuição de água no sistema em baixa.

Na tabela 7 estão descritas as diferentes fases do sistema de abastecimento em baixa, realizado pela EG.

Tabela 7 - Descrição do sistema em baixa.

Etapa Descrição

Reservatório Seixo Alvo Transição do sistema em alta para o sistema em baixa, com transporte de água tratada;

Reservatórios intermédios Reserva de água para abastecimento da população;

Distribuição Distribuição da água através de condutas e ramais;

Consumidor Utilização da água distribuída.

Controlo operacional

O controlo operacional no sistema de adução e distribuição da água é fundamental para garantir uma água segura nas suas características físicas, químicas e microbiológicas.

Os reservatórios apresentam um sistema de telegestão que contempla dispositivos de transferência de informação dos níveis de água e de cloro e consumo de agua aduzida. Estes apresentam uma leitura automática e continua dos níveis de cloro. É realizado um controlo do volume de água saída em cada reservatório, especialmente em regime noturno (2h-5h), de forma a detetar possíveis fugas.

Os sistemas adutores recebem uma atenção especial da entidade gestora, em comparação com as condutas de distribuição, visto não apresentarem uma reserva ativa, sendo que quando há a paragem do equipamento, ocorre interrupção no sistema de abastecimento de água, até ao restabelecimento do sistema adutor.

Os reservatórios são alvo de higienização uma vez por ano por uma empresa externa certificada, ocorrendo a desinfeção e desincrustação, sendo apenas reposto o abastecimento após verificação dos parâmetros físicos e químicos. Durante a limpeza dos reservatórios, a rede é abastecida a partir de outros.

O tempo de retenção é mínimo nas condutas e reservatórios de forma a diminuir a perda de qualidade organolética, havendo um fluxo continuo da água de forma a evitar o decaimento do desinfetante residual livre, diminuindo a probabilidade de aumento de atividade microbiológica.

Normas de qualidade da água relevantes

A Águas de Gaia, EM, SA em 2015 foi distinguida pelo segundo ano consecutivo com o “Selo de Qualidade Exemplar da Água para Consumo Humano – 2015”, estando certificada com a ISO 9001:2001, ISO 14001:2004, OSHAS 18001:2007. Durante o ano 2017 há a atualização destas normas para a versão mais recente.

Como medida de monitorização da qualidade da água na rede são efetuadas diariamente análises à água da rede predial, sendo analisada a qualidade a água que sai diretamente da torneira do consumidor, e á água da rede publica. Os parâmetros analisados nas análises diárias são os obrigatórios por lei, sendo semanalmente realizados análises mais completas.

Para além da análise dos parâmetros que se encontram normalizados no DL 306/2007, a entidade realiza, desde abril de 2008, análise da presença da bactéria legionella pneumophil e, desde 2016, o parâmetro glifosato por prevenção a pedido da ERSAR.

Em caso de identificação de um valor não conforme com os parâmetros legislados, a Águas de Gaia EM, SA têm a obrigação de informar a AS e a ERSAR desse incidente. É realizada uma contra-análise de forma a verificar se os resultados são realistas e ver a sua proporção e impacto na rede. Em caso de perigo para a saúde pública, é realizado um comunicado a partir da AS para a população.

Informações a considerar

Apesar de haver constante controlo e monitorização da qualidade de água que é abastecida à população de Vila Nova de Gaia, existe possibilidade de alteração da mesma nas seguintes situações:

 Ligação ilegal entre um poço privado e a rede pública. Caso a pressão da água de um poço privado seja superior à da rede, haverá passagem de água do furo para o abastecimento público, cuja qualidade não está analisada;

 A variação do valor do cloro depende da época do ano, extensão da rede, do empo de residência no reservatório, idade da água e do estado de conservação da rede.

Avaliação do sistema

Durante o período de estágio foi realizado o reconhecimento dos reservatórios em estudo (General Torres, Monte Grande e Rasa), de forma a identificar as vulnerabilidades presentes nos mesmos. A rede de distribuição foi analisada através do acompanhamento das operações realizadas na mesma, assim como o estudo das ocorrências e avarias durante o ano de 2016, de forma a verificar quais os pontos críticos da mesma.

Visto o sistema de telegestão, estar implementado em todos os reservatórios e se ter iniciado o processo da sua instalação na rede de distribuição recentemente, é importante ver a relevância do mesmo para a EG. Esta tecnologia que permite a aquisição de dados e gestão remota das instalações, foi analisada de forma a identificar as vulnerabilidades da messma, assim como os seus pontos fortes.

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