3.3 GERENCIAMENTO DE RISCOS
4.1.2 Fase de Execução
4.1.2.1 Identificação dos Riscos
A Fase de Execução foi dividida em apenas três etapas, sendo elas:
Autorização de Inicio de Objeto, execução e envio da documentação ao agente financeiro.
Após a divisão das fases, similar à fase de licitação, o gerenciamento dos riscos foi feito
com base no Guia PMBOK®, seguindo também as etapas de identificação, análise
qualitativa, planejamento e implementação de respostas e monitoramento dos riscos. O
Quadro 10 demonstra quais os itens identificados nesta fase.
Quadro 12 – Identificação dos riscos na fase de execução
Nº FASE DE EXECUÇÃO
1.0 Autorização de Início de Objeto
1.1 Falta de Aprovação da SPA no Ministério devido
1.2 Demora na Emissão da Ordem de Serviço
1.3 Após emissão da OS, atraso no início da obra pela empreiteira
2.0 Execução
2.1 Contratação de empresa de qualidade duvidosa
2.2 Problemas de projeto que divergem da realidade
2.3 Necessidade de utilização de materiais que divergem do previsto
2.4 Intempéries climáticas
2.5 Atraso no pagamento
2.6 Retrabalho após fiscalização
2.7 Glosa Financeira
2.8 Materiais da planilha de referencia não encontrados no mercado
2.9 Atraso na entrega dos pedidos de materiais
2.10 Engº Fiscais com excesso de demanda
2.11 Atraso no cronograma físico-financeiro previsto
2.12 Vencimento da licença ambiental antes do prazo de conclusão
3.0 Envio da documentação ao agente financeiro
3.1 Longo período de análise para autorizar saque
3.2 Constatação de pendências administrativas que impossibilitem a autorização
3.3 Constatação de erros nos cálculos dos quantitativos medidos
Fonte: Autoria Própria (2018).
A despeito de ter tido metade do número de etapas da fase de licitação, isto
não significa que seja uma fase que possui menos riscos, na verdade a etapa anterior
possuía riscos de caráter estritamente administrativo e burocrático, porém aqui, além
destes, temos os riscos da fase operacional do processo, como por exemplo, atraso nas
entregas dos pedidos ou dificuldade de encontrar os materiais solicitados no mercado
local.
Esta fase apresentou uma quantidade de riscos similar à fase anterior, sendo
um total de dezoito riscos subdivididos de forma desigual, sendo três na etapa de AIO, três
no envio da documentação ao agente financeiro e os demais doze riscos na fase de
execução, o que corrobora com a ideia de que aqui esta é uma etapa delicada do processo
como um todo.
As categorias e subcategorias dos riscos foram determinadas e agrupadas na
Estrutura Analítica dos Riscos – EAR, conforme a Figura 9.
Figura 9 – Estrutura Analítica dos Riscos na fase de execução
Depois de identificados, foram analisadas as causas e os efeitos de todos os
riscos, para assim pensar na melhor forma para minimizá- los e combatê- los, como pode-se
observar no Quadro 11.
Com relação ao primeiro risco identificado, sobre a homologação da Síntese
do Projeto Aprovado - SPA, o efeito é o atraso na AIO e sua causa está atrelada a alta
demanda do ministério responsável pela análise do projeto. Esse risco é uma peculiaridade
que ocorre apenas para contratos de repasse firmados até 2016, que por não terem sido
executados em tempo hábil, necessitaram de reprogramação financeira e consequente
mudança no projeto inicial, tendo que novamente ser submetido à aprovação do
ministério. Para contratos firmados após esse período, atendendo à portaria interministerial
nº 424, de 30 de Dezembro de 2016, tendo decorrido certo tempo, caso a obra não inicie, o
recurso é perdido.
A prefeitura ao final de cada ano fecha seu orçamento para fazer o balanço
final de suas contas e durante este período algumas vezes pode se encerrar o processo
licitatório e contratar uma empresa para executar a obra, porém a Ordem de Execução de
Serviços só poderá ser dada após a reabertura do orçamento no ano seguinte, isto pode
acarretar certo prolongamento no tempo total do processo.
Quadro 13 – Causa e efeito na fase de execução
IDENTIFICAÇÃO DOSRISCOS EFEITO CAUSAS
Autorização de Início de Objeto Falta de homologação da
SPA no Ministério devido
Atraso na AIO pela instituição mandatária
Alta demanda do Ministério; Baixo nº de pessoal.
Demora na Emissão da
Ordem de Serviço Atraso no tempo de processo
Alta demanda do setor financeiro; Não abertura do orçamento anual; Após emissão da OS,
atraso no início da obra pela empreiteira
Atraso no tempo de processo
Empresa de pequeno porte com dificuldades financeiras; Falta de documentação de algum
órgão licenciador;
Motivos individuais da empresa. Execução
Contratação de empresa de qualidade duvidosa
Frequente acometimento a problemas diversos; A obra terá qualidade duvidosa também;
Possibilidade de distrato futuro.
Falta de concorrentes melhores no processo licitatório; Legislação rigorosa.
Problemas de projeto que divergem da realidade
Aumento do valor previsto; Aumento do tempo de execução previsto.
Falta de visitas técnicas na fase de projeto;
Alterações no ambiente de execução devido a intempéries climáticas
Quadro 14 – Causa e efeito na fase de execução
IDENTIFICAÇÃODOS RISCOS EFEITO CAUSAS
Utilização de materiais que divergem do previsto
Diminuição na qualidade da obra; Erros futuros nas planilhas de medição de serviços executados.
Necessidade de readequação financeira, caso tenha ocorrido um gasto maior imprevisto; Utilização de material de qualidade inferior ao previsto pela empresa contratada.
Intempéries climáticas
Retrabalho; Aumento do tempo
de execução previsto. Imprevistos, chuvas, dentre outros.
Atraso no
pagamento
Diminuição no ritmo da obra, ou até paralisação.
Falta de planejamento; Demora na autorização de saque pela instituição mandatária.
Retrabalho após fiscalização
Aumento do tempo de execução previsto
Trabalho executado com qualidade duvidosa ou divergindo do que seria necessário
Glosa Financeira Diminuição no ritmo da obra.
Serviço executado fora do período em que deveria ou de forma diferente do previsto.
Materiais da planilha de referencia não encontrados no mercado
Obra paralisada por falta de material
Falta de planejamento dos materiais; Mercado em escassez de produtos; Desatualização das especificações do orçamentista;
Atraso na entrega dos pedidos de materiais
Obra paralisada por falta de material
Falta de organização e planejamento da empresa; Questões meteorológicas; Falta de comunicação com os fornecedores; Irresponsabilidade do fornecedor.
Engº Fiscais com excesso de demanda
Maior liberdade para erros por parte da empreiteira executora; Demora na elaboração das planilhas de medição enviadas à instituição mandatária
Engº com grande número de obras sob sua fiscalização; Atrasos em outras obras, aumentando a demanda naquele momento.
Atraso no
cronograma físico-financeiro previsto
Valores de referência inutilizados pela mudança de valor do dinheiro no tempo.
Falta de planejamento; Má elaboração de cronograma.
Vencimento da licença ambiental antes do prazo de conclusão
Suspensão das autorizações de saque até que a obra esteja regular
Falta de planejamento em solicitar a renovação da licença; Demora na renovação por parte do órgão licenciador.
Envio da documentação à instituição mandatária Longo período de
análise para autorizar saque
Atraso no tempo de execução previsto
Alta demanda da instituição mandatária; Complexidade das planilhas de medição enviadas; Baixo nº de pessoal.
Pendências
administrativas que impossibilitem a autorização
Atraso no tempo de execução previsto
Documentação faltosa no que foi encaminhado à instituição; Erros acumulados de outros períodos; Constatação de erros
nos cálculos dos quantitativos
medidos
Solicitação de encaminhamento de nova planilha retificada; Retrabalho; Atraso no tempo de execução previsto.
Falta de atenção na elaboração da planilha; Engº com grande número de obras sob sua fiscalização.
Outros riscos identificados têm como causa principal a contratação de
empresas sem grande capital, ou de qualidade duvidosa, que posteriormente acarretam
inúmeros outros problemas no andamento da obra, fazendo com que muitas vezes a obra
seja distratada, gerando reprogramações financeiras e necessidade de novo processo
licitatório e deixando a população mais tempo sem os benefícios das obras, ou mesmo que
não ocorra isso, pode acarretar retrabalho de serviços executados incorretamente após a
fiscalização do agente financeiro. Isto se justifica muitas vezes porque existem poucas
empresas de boa qualidade na região que se interesse por obras públicas, ou ainda que
existam boas empresas nas concorrências licitatórias, a legislação pode ser rigorosa de
forma a eliminar as mesmas por preço em detrimento de qualidade.
Durante a fase inicial da licitação, as empresas têm a oportunidade de fazerem
visitas técnicas para conhecer o local onde se situará o empreendimento pretendido, porém
muitas vezes estas se abstêm desse direito, apresentando declaração de que abre mão disto
na fase habilitação, fato este que futuramente pode ocasionar problemas, tendo em vista
que seus projetos (orçamento, arquitetônico e outros) foram feitos com base apenas nos
projetos de referência da prefeitura e não com base em uma análise própria do local da
obra. Isto pode tanto onerar a obrar, quanto prolongar seu tempo de execução, fazendo
necessário elaborar aditivos contratuais e outros problemas.
Alguns outros riscos já não ocorrem por culpa da empresa, mas de outros
agentes como as intempéries climáticas, atrasos no paga mento e glosa financeira, que é
quando o agente financeiro por alguma razão resolve não pagar todos os serviços
executados durante aquele período, adicionando o valor referente aos serviços não pagos
em períodos futuros, conforme deseje.
4.1.2.2 Realização da análise qualitativa dos riscos
Logo após a identificação dos riscos existentes, foi levantado o grau dos riscos
da fase de execução, de maneira análoga à fase de licitação.
Nesta análise, apontam-se: quatro riscos de grau considerado alto, quatro de
grau baixo e dez riscos de grau médio. Constitui-se uma fase onde deve se ter uma atenção
especial, tendo em vista que apenas quatro riscos foram considerados baixos dos dezoito
riscos identificados, com relação à probabilidade e impacto, conforme o Quadro 12.
Quadro 15 – Grau do risco da fase de execução
IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS Probabilidade
de Ocorrência
Grau de
Impacto
Grau de
Risco
Autorização de Início de Objeto
Falta de Aprovação da SPA no
Ministério devido
Provável
(2)
Alto
(3)
Alto
(6)
Demora na Emissão da Ordem de
Serviço
Pouco Provável
(1)
Médio
(2)
Baixo
(2)
Após emissão da OS, atraso no início da
obra pela empreiteira
Provável
(2)
Médio
(2)
Médio
(4)
Execução
Contratação de empresa de qualidade
duvidosa
Pouco Provável
(1)
Alto
(3)
Médio
(3)
Problemas de projeto que divergem da
realidade
Provável
(2)
Médio
(2)
Médio
(4)
Utilização de materiais que divergem do
previsto
Provável
(2)
Médio
(2)
Médio
(4)
Intempéries climáticas Pouco Provável
(1)
Alto
(3)
Médio
(3)
Atraso no pagamento Muito Provável
(3)
Alto
(3)
Alto
(9)
Retrabalho após fiscalização Provável
(2)
Médio
(2)
Médio
(4)
Glosa Financeira Provável
(2)
Médio
(2)
Médio
(4)
Materiais da planilha de referencia não
encontrados no mercado
Pouco Provável
(1)
Alto
(3)
Médio
(3)
Atraso na entrega dos pedidos de
materiais
Provável
(2)
Médio
(2)
Médio
(4)
Engº Fiscais com excesso de demanda Muito Provável
(3)
Baixo
(1)
Baixo
(3)
Atraso no cronograma físico-financeiro
previsto
Muito Provável
(3)
Alto
(3)
Alto
(9)
Vencimento da licença ambiental antes
do prazo de conclusão
Pouco Provável
(1)
Médio
(2)
Baixo
(2)
Envio da documentação à instituição mandatária
Longo período de análise para autorizar
saque
Muito Provável
(3)
Alto
(3)
Alto
(9)
Constatação de pendências
administrativas que impossibilitem a
autorização
Provável
(2)
Médio
(2)
Médio
(4)
Constatação de erros nos cálculos dos
quantitativos medidos
Pouco Provável
(1)
Médio
(2)
Baixo
(2)
É importante enfatizar, que a análise foi feita com base na matriz de
probabilidade e impacto, e os riscos considerados de grau médio e baixo podem ter um
impacto bastante significativo, porém foram assim classificados por terem tido baixa
ocorrência.
4.1.2.3 Planejar as respostas aos riscos
De maneira análoga à fase de licitação, os riscos de grau alto foram
classificados como urgentes, tendo em vista que são riscos frequentes de impacto
significativo no andamento dos repasses. O Quadro 13 demonstra as respostas a esses
riscos, quais ações devem ser tomadas no intuito de evitar que ocorram.
Quadro 16 – Planejamento de respostas aos riscos de grau alto na fase de execução
Risco Estratégia Urgência Ações Necessárias
Falta de
Homologação da
SPA no Ministério
devido
Prevenção Sim
1 - Envio do novo projeto com mais
antecedência;
2 - Cobrar mais agilidade do
ministério;
3 - Iniciar processo licitatório apenas
quando houver previsão da
homologação do SPA.
Atraso no
pagamento Prevenção Sim
1 - Estipular prazos para análise de
documentação que viabiliza a
Autorização de Saque do agente
financeiro, para que não ultrapasse 30
dias;
Atraso no
cronograma
físico-financeiro previsto
Mitigação Sim
1 - Fazer estimativas realistas sobre o
empreendimento pretendido;
2 - Buscar a maior eficiência em todos
os processos, evitando retrabalhos e
imprevistos.
Longo período de
análise para
autorizar saque
Transferência Sim
1 - Desenvolvimento de sanções para o
caso de atraso na autorização;
2 - Incitar a concorrência entre as
instituições que atuam como agente
financeiro para que seja prestado um
melhor serviço à PMM;
Fonte: Autoria Própria (2018).