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5. Mapeamento e categorização da informação dos projetos em análise

5.1.1. Identificação e estruturação formal dos processos

A fase de estruturação formal dos modelos de processos passou por várias etapas. O momento das entrevistas com os investigadores possibilitou a formulação de um esquema preliminar relativo à estruturação do ciclo de vida dos dados contribuindo para a posterior realização dos modelos de processos, disponível para visualizar com mais detalhe no Anexo G.

Formalmente os processos do P1, P2 e P3 estão estruturados da seguinte forma: No P1, foi pertinente considerar apenas o teste do bem-estar animal, mais propriamente do estudo dos comportamentos de stress. Este processo, disponível para ver com mais detalhe no Anexo H, inicia-se com a investigadora principal a percorrer os critérios de seleção das escolas participantes previamente definidos. Quando determinada escola corresponde a esses critérios inicia-se a comunicação com a mesma através dos contactos disponíveis online.

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De forma contínua, a investigadora desloca-se à escola para reunir com o treinador e observar se as metodologias usadas são realmente adequadas ao estudo, onde definem o método de contacto com os clientes da escola. Aqui ocorre uma decisão exclusiva: ou o treinador contacta diretamente o dono do cão ou é agendado um dia para que o investigador se desloque à escola e se encontre com determinados clientes.

A seguir, ocorre a fase em que são percorridos os critérios de seleção - que determinavam a inclusão ou a exclusão no estudo - dos cães adequados para continuarem na investigação. Sucede-se, novamente, a necessidade de uma decisão exclusiva onde caso os cães correspondam aos critérios de exclusão é terminado aqui o contacto com eles. Em contrapartida, se pertencem aos critérios de inclusão segue-se para a recolha de assinaturas do consentimento informado onde se verifica a ocorrência de uma decisão paralela e, por isso mesmo, paralelamente, são solicitados os dados e a autorização para a participação nos treinos. Simultaneamente, são facultados os dados pessoais dos donos dos cães e também os dados do animal e é agendada a presença do investigador no próximo treino.

Na escola, o investigador inicia as filmagens - onde repete o processo ciclicamente em 3 dias de treino - e, já no fim do primeiro treino, o investigador faz uma demonstração de uma recolha de saliva ao animal que serve de exemplo para os tutores dos cães. Assim sendo, os tutores dos cães recolhem uma amostra após o treino (valores pós-treino) e uma amostra, em casa, em dias em que não há treino (valores de linha base). Este processo de recolha das amostras de saliva, repete-se ciclicamente 3 vezes, entregando, por fim, a recolha dos dados ao investigador onde, para cada cão, temos três amostras após o treino e três amostras retiradas em casa, com o intuito de, posteriormente, comparar as primeiras com as segundas.

O investigador, por intermédio da utilização de um serviço web necessário para completar a tarefa, envia os dados, através de um processo que exige comunicação com um evento de mensagem por e-mail, para a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação da Universidade de Coimbra (FCDEF) que procederá à análise dos dados, onde ocorre um subprocesso que necessita de 20 dias para realizar a tarefa.

Seguidamente, no teste de cognitivo que é realizado no ICBAS ciclicamente conforme a fase do projeto e o cão a ser alvo de estudo, assim como todas as tarefas realizadas em seguida, acontecem de forma periódica. Neste seguimento, inicia-se o teste cognitivo onde ocorrem decisões paralelas. O próprio teste necessita de duas pessoas para percorrer duas fases paralelas: 1. a pessoa prepara as gamelas com a comida, 2. a pessoa controla o cão e solta-o quando a primeira pessoa dá o sinal e regista o tempo de reação do cão, registos esses, realizados em papel. Estas tarefas são repetidas várias vezes

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ao longo da realização do teste. Já no fim, é apresentado um questionário aos donos dos cães que respondem aos mesmos, fornecendo dados demográficos e dados sobre o animal.

Seguidamente, são desenvolvidos os etogramas22 com as listas de comportamentos

dos animais e procede-se à própria análise de todo o conjunto de dados recolhidos através de decisões exclusivas onde, num momento, se segue apenas um dos caminhos do fluxo sequencial: 1. Dados das filmagens onde é realizada a anotação, por tempos, tendo em conta todos os comportamentos e os próprios etogramas anteriormente desenvolvidos e 2. Análise dos testes cognitivos. A fase seguinte baseia-se nas transcrições dos momentos anteriores para os ficheiros em Excel. Entretanto, o investigador recebe os resultados das análises às amostras de saliva, através de um processo que exige comunicação com um evento de mensagem por e-mail e o investigador recebe a mensagem de e-mail com os dados analisados. De seguida, procede à realização de comparações e avaliações dos dados. O processo é terminado com a publicação de artigos científicos dos resultados processados, dando por findado o evento.

Iniciamos o processo do P2, exposto no Anexo I, com os protagonistas que são, naturalmente, os investigadores. Em tom de enumeração podemos ver os processos deste modelo de forma organizada.

1) Os investigadores dão início à recolha dos dados das instituições, neste caso, perante a Instituição Y onde o investigador tem acesso virtual à base de dados da instituição, escolhe os dados que lhe são úteis na fase em que decorre a investigação e processa o

download dos dados com que vai trabalhar seguindo para a fase de tratamento desses

dados. Tudo isto através do uso de um serviço necessário para completar a tarefa. 2) De seguida, no caso da Instituição X, a recolha de dados passa por definir o tipo de

conteúdos necessários - tendo em conta o decorrer da investigação - onde ocorre uma decisão paralela e, simultaneamente, são reunidas as listas dos dados quer por estirpe23 quer por tipo de ambiente. O investigador solicita, através de uma

mensagem por e-mail, os dados à Instituição X que após receção do mesmo gera relatórios, de forma exclusiva, ou em Excel ou em csv, prosseguindo para a fase de envio, por mensagem em e-mail, dos dados anteriormente requeridos. O investigador trata de obter os dados em relatórios.

22 É um inventário ou lista de comportamentos usado na etologia.

23Conjunto de descendentes da mesma origem genética que apresentam semelhanças morfológicas ou fisiol

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3) No caso dos dados históricos do i3S, o processo é semelhante no nível em que cabe ao investigador definir o tipo de conteúdos necessários - tendo em conta a fase em que decorre a investigação - quer por estirpe quer por tipo de ambiente por intermédio de uma decisão paralela. O investigador, através de um serviço web necessário para completar a tarefa, acede ao sistema do i3S, visualiza os dados, seleciona os dados que necessita e requisita os dados, através de mensagem por e-

mail, ao técnico responsável do i3S que ao receber o e-mail, trata de gerar relatórios

com a utilização de um serviço web e enviar, por mensagem, os dados requeridos pelo investigador. O investigador confirma a receção dos dados e avança para a fase de armazenamento na cloud, prosseguindo de seguida para o seu tratamento. 4) No caso dos dados da necropsia24 do i3S, o investigador - que tem acesso à sala

restrita - dá entrada na sala com as folhas de registos que tem a capacidade de registar dados - processo que acontece várias vezes - durante 1 mês. Segue para a contagem de mortalidades por caixa onde se sucede a troca de dados, faz a anotação manualmente na folha de registos e cada vez que se completa a folha, por caixa, inicia-se a transcrição das folhas para Excel onde, simultaneamente, se armazena manualmente os dados em bruto no arquivo físico e na cloud, através de um serviço

web, passando para o tratamento dos dados.

Encontrando-se a (1.) Instituição Y, a (2.) Instituição X, os (3.) dados históricos do i3S e os (4.) dados recolhidos na necropsia do i3S, todos na fase de tratamento, a fase seguinte dedica-se à análise dos dados recolhidos.

Assim, podem avançar, por um lado, para análise dos dados da necropsia e pela partilha dos dados na base de dados. Contudo, por outro lado, se se tratar da análise dos dados do ambiente, armazena-se os dados em bruto na cloud, acede-se aos conteúdos dos sensores (retirados das caixas dos murganhos) e prossegue-se para a reprodução dos conjuntos de dados (organizados com médias, temperaturas, mínimos e máximos). Seguidamente, é necessário um código de acesso para entrar e usar o software.

No caso dos dados históricos, recolhidos até ao momento, de todas as instituições participantes, procede-se para a análise e avança-se para a fase de comparações.

Após as fases de análises - quer dos dados da necropsia, do ambiente e dos dados históricos dos colaboradores - seguem para as comparações entre todos os aglomerados de dados recolhidos até então. Por fim, são realizadas comparações estatísticas, os dados

24 É uma autópsia ou exame ao cadáver. Designado como um procedimento médico que consiste em

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processados são armazenados na cloud e, posteriormente, espera-se a publicação dos resultados do projeto de investigação.

No caso do P3, detalhado no Anexo J, primeiramente, são selecionados e recrutados os participantes que melhor correspondem às ideologias da investigação e que, acima de tudo, estudaram e detêm de uma opinião sobre o tema correspondendo aos critérios de inclusão na investigação. O investigador responsável entra em contacto com os participantes explicando o âmbito e os demais detalhes da investigação. Aqui sucede-se uma decisão exclusiva pelo que, se for da sua vontade, dá por terminado o contacto ou então dá seguimento à sua participação na investigação onde, desde logo, fica agendada a entrevista.

De seguida, ainda antes de dar início à entrevista, é assinado o consentimento informado, prosseguindo então para a entrevista. Nesta fase, ocorrem deliberações paralelas e, paralelamente, estabelece-se o contacto via Skype - através do uso de um serviço web -, inicia-se a gravação no programa - tarefa realizada pelo investigador - e, simultaneamente, no telemóvel. Os dados da entrevista são armazenados.

Aquando da transcrição dos dados verifica-se, primeiramente, se os registos no programa ficaram corretamente gravados. Decorre uma decisão exclusiva e no caso de não terem sido bem gravados pelo programa mantém-se a gravação no telemóvel e procede-se às transcrições usando o backup do telemóvel ou, então, se se verifica que a gravação no programa ficou corretamente gravada procede-se à eliminação da gravação

backup do telemóvel fazendo a transcrição através da gravação no programa. Depois de

realizadas as transcrições - e se a gravação no telemóvel ainda não foi eliminada - confirma-se se ainda se mantém a gravação, procedendo-se de forma exclusiva para eliminação ou, verificado que já não se mantém a mesma, para a fase seguinte.

Seguidamente, procede-se à transferência dos dados para o software Nvivo e avança- se para a análise dos dados. Nesta fase ocorre uma decisão exclusiva, os dados são codificados ou de forma manual ou através do programa e segue-se para a publicação (embora esta fase ainda não tenha sido pensada e detalhada).

Numa fase final, onde decorre uma decisão paralela, prevê-se a eliminação das gravações de áudio, muito embora, sem planeamento do momento em que este ato se realizará. Conjuntamente, serão preservados os documentos das transcrições, ainda que, sem especificidade e detalhes face ao período de preservação dos mesmos.

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Estes modelos enfrentaram vários cenários de validação. O primeiro e principal aconteceu junto dos investigadores em dois momentos diferentes, para obter um modelo completo e vasto, no que toca às suas atividades. Imediatamente a seguir, foram validados junto de indivíduos que não detinham de muita informação sobre os projetos em si, permitindo alcançar uma estruturação dos processos percetível por qualquer um, tornando-se um modelo realmente padronizado como a própria linguagem assim o requer.