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2 INSTALAÇÃO DAS UNIDADES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

2.2 O Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia Farroupilha – IFFar

2.2.1 IFFar – campus São Borja

Conforme site oficial do IFFar (2015) a implantação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha campus São Borja, criado pelo Plano de Expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica – Fase II, vem preencher um vazio regional de ensino técnico, principalmente na área de tecnologia e serviços no município, contribuindo para o desenvolvimento da região e o estancamento do êxodo dos jovens que partem em busca de oportunidades de profissionalização em outras regiões do estado e do país.

A ideia de uma “escola técnica” em São Borja surgiu de uma demanda local e regional apresentada pela Prefeitura em resposta à chamada pública MEC/SETEC n° 01/2007. Tal escola seria uma Unidade de Ensino Descentralizada (UNED) da então Escola Agrotécnica Federal de Alegrete (EAFA). As tratativas foram conduzidas pela direção da EAFA e autoridades políticas de São Borja, em consultas populares na região da fronteira oeste e das missões. Dessas consultas, surgiu a opção pelo município de São Borja, que ficou sob a responsabilidade de atender às demandas regionais, proporcionando estímulo ao crescimento da região (IFFar, 2015).

O IFFar – campus São Borja, foi vinculado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha, a partir da Portaria do Ministério da Educação n° 4, de 06 de janeiro de 2009. Assim, em 15 de março de 2010, houve o início das atividades acadêmicas, com servidores: docentes e técnico-administrativo em educação, provisoriamente nas dependências da Escola Sagrado Coração de Jesus. Em 2011, houve a mudança para a sede definitiva (IFFar, 2015).

município e na região o campus São Borja focou sua área de atuação em dois eixos tecnológicos “Informação e Comunicação” e “Turismo, Hospitalidade e Lazer”; visando proporcionar à comunidade qualificação de qualidade no setor de tecnologia e serviço. Ainda buscando atender as demandas na área educacional, o campus São Borja tem ofertado cursos de licenciatura, com vistas a suprir a carência de professores nas áreas de física e da matemática.

Atualmente, no nível da Educação Básica, o campus oferta cursos Técnicos Integrados ao Ensino Médio, Cursos Técnicos Integrados Proeja e Cursos Técnicos Subsequentes. No nível do Ensino Superior são oferecidos cursos de Licenciatura (física e matemática), Tecnólogo (Gestão de Turismo e Gastronomia) e de Bacharelado (Sistemas de Informação). Ainda, há cursos de pós-graduação.

O ensino superior obtinha no segundo semestre de 2015 nos cursos de Licenciaturas em Física e Matemática (166 matriculados), Bacharelado em Sistemas de Informação, Tecnólogo em Gestão de Turismo (149 matriculados), Tecnólogo em Gastronomia (35 alunos) o qual foi implantado no primeiro semestre de 2016. No ano de 2013 e 2014 o campus ofertava duas pós-graduações, Proeja e em Docência na Educação Técnica e Tecnológica, cada um com 35 vagas. Em 2015 Proeja à distância, hoje o campus oferta uma pós-graduação em Informática na Educação, iniciada no primeiro semestre (IFFar, 2015).

A instituição formou 15 alunos, oriundo do curso de Tecnólogo em Gestão de Turismo, nos cursos de licenciatura foram 2 no curso de Física e 8 no curso de Matemática.

Conforme a Diretoria de Pesquisa, Extensão e Produção – DPEP, o campus de São Borja conta com 27 projetos de extensão, 10 projetos de pesquisa e 26 de ensino. Esta diretoria organiza e divulga a produção científica do campus, desenvolve uma política pesquisa, produção e pós-graduação, de acordo com a Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFFar. Também desenvolve uma política de extensão de acordo com a Pró-reitoria de Extensão.

2.2.1.1 Plano de Carreira e Regime de Trabalho

A Lei 12.772/2012 dispõe sobre a estrutura do Plano de Carreira e Cargos do Magistério Federal. O ingresso ocorre no nível 1 da Classe DI e, dependendo da titulação, tempo de exercício e avaliação de desempenho, o servidor docente pode se desenvolver na carreira, conforme estrutura das classes (DI a DV) e professor titular.

Conforme o artigo 18 desta lei os ocupantes de cargos da Carreira de Magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico, para fins de percepção de Retribuição por Titulação

(RT), será considerada a equivalência da titulação exigida com o Reconhecimento de Saberes e Competências – RSC.

O RSC poderá ser concedido pela respectiva instituição de lotação do servidor, em 3 (três) níveis. A equivalência do RSC com a titulação acadêmica, exclusivamente para fins de percepção da RT, conforme § 2° do art.18 da Lei 12.772, ocorrerá da seguinte forma:

I – diploma de graduação somado ao RSC-I equivalerá a titulação de especialização; II – certificado de pós-graduação somado ao RSC-II equivalerá ao mestrado; e

III – titulação de mestre somada ao RSC-III equivalerá ao doutorado.

Para obter a concessão do RSC, se faz necessário, criar um Conselho Permanente para Reconhecimento de Saberes e Competências no âmbito do Ministério da Educação. A composição do Conselho e suas competências serão estabelecidas em ato pelo Ministro da Educação. No Instituto Federal Farroupilha o Conselho é composto pelos membros da Comissão Permanente de Pessoal Docente – CPPD.

Conforme o art. 19, o RSC, em nenhuma hipótese, poderá ser utilizado para fins de equiparação de titulação para cumprimento de requisitos para a promoção na carreira.

Os integrantes da carreira possuem regime de trabalho de 40 horas ou 20 horas semanais e 40 horas semanais com dedicação exclusiva.

2.1.1.2 Expansão do quadro de docentes do IFFar campus São Borja

A expansão do quadro de docentes é estabelecida através do Banco de professores Equivalentes. Quando ocorre a liberação de vagas para a instituição através de Portaria publicada no Diário Oficial da União é realizada a alocação de vagas aos campi. Essa alocação é feita por uma comissão – CPPD (Comissão Permanente de Pessoal Docente), que realiza um estudo considerando dados de cada campus, tais como carga horária das disciplinas, número de alunos e número de docentes. A alocação passa a ser válida após a aprovação do Consup, Conselho Superior. A partir daí se inicia o processo de realização do concurso.

Ocorreu uma evolução no número de docentes ao longo dos anos, um fator que se pode relacionar com o aumento do número de cursos e alunos matriculados. Isso será possível analisar com mais ênfase o gráfico 8, que mostra o número de docentes no período de 2010- 2015.

Fonte: Dados da pesquisa

No ano de 2010, eram poucos professores, somente 18 (gráfico 8), pois havia somente o curso técnico de nível médio no campus, mas conforme foi à demanda de alunos e cursos o quadro foi aumentando, conforme pode-se constatar no gráfico 18. No sexto ano de funcionamento da instituição já contava com 59 docentes o evidencia um crescimento de mais de 228%, sendo todos os docentes efetivos em regime de 40 horas com dedicação exclusiva (DE).

2.1.1.3 Expansão do quadro de técnico-administrativos em educação do IFFar São Borja

O Plano de carreira dos técnicos-administrativo em educação é o mesmo de instituições superiores e tecnológica de educação. Em virtude disso, fala-se somente da evolução do quadro efetivo no período de 2010-2015.

Gráfico 9: Evolução dos TAEs do IFFar São Borja - 2010-2015.

Fonte: Dados da pesquisa (elaboração própria)

Percebe-se que o aumento do quadro efetivo dos técnicos seguiu em percentuais próximos aos da evolução que dos docentes, pois no ano 2010, o instituto começou as suas atividades com 15 técnicos (gráfico 9), no ano seguinte quase que dobrou o quadro, posterior a esse período, se manteve praticamente inalterado durante por mais dois anos, já no ano de 2014

0 10 20 30 40 50 60 70 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Núm er o de Docent es Ano 15 27 27 29 50 53 0 10 20 30 40 50 60 2010 2011 2012 2013 2014 2015

em 2015 houve o seu maior acréscimo em relação ao início das atividades.

Conforme Relatório da Diretoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional – DPDI, do campus tem-se o histórico da matriz orçamentária com previsão até o ano de 2016, mas não necessariamente este valor é repassado como previsto. Pois, no ano de 2015, estava previsto o valor de R$ 2.747.311,00 no decorrer do ano houve corte de 20% da matriz orçamentária. Os números que estão no gráfico a seguir dos anos de 2010 a 2015 foram repassado, mas 2016 é previsão podendo haver cortes. Logo, abaixo mostra-se o gráfico do Histórico da Matriz Orçamentária do IFFar, campus São Borja, no período de 2010-2016.

Gráfico 10: Matriz orçamentária – campus São Borja no período de 2010-2016

Fonte: DPDI

Conforme o gráfico 10 repassado pelo departamento do DPDI os anos iniciais de funcionamento (2010-2011) da instituição o orçamento manteve-se estável. No terceiro ano de funcionamento (2012) teve um crescimento significativo de aproximadamente de 70% em relação ao ano anterior. O mesmo fenômeno ocorreu no ano de 2014 em relação a 2013, mas com o percentual acima de 70% de investimento.

Como citado anteriormente, o ano de 2015 teve um corte de orçamento, com uma queda de 20% do valor orçado, se houvesse ficado o valor previsto, mantinha-se conforme o planejamento. Pois, várias obras foram postergadas em virtude destes corte do orçamento.

O campus conta com uma área territorial de 10,4 ha, desse total tem 10.103,02 m² de área construída, com projeção de aumentar para 18.000 m² conforme o PDI (2014-2018), essa área corresponde a 24 salas de aula, com 10 laboratórios, a biblioteca conta com uma área de 810 m² com acervo de livros, periódicos e jornais, com salas de estudos, salas com computadores com internet para pesquisas, a área de convivência 450 m², a casa do estudante conta com 124 vagas, ginásio poliesportivo tem 1.114,41 m², salas administrativas 350 m², salas

1828543,00 1814730,00 2492556,83 2081317,92 2730996,00 2197848,80 2456380,00 R$ - R$ 500.000,00 R$ 1.000.000,00 R$ 1.500.000,00 R$ 2.000.000,00 R$ 2.500.000,00 R$ 3.000.000,00 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

de trabalhos docentes 10m², sala de convivência dos servidores 250 m².

No plano de Desenvolvimento Institucional (2014-2018), tem uma projeção para ser feito um campo de futebol/pista de atletismo com 8.000m² e um anfiteatro com capacidade para 500 pessoas (cadeiras). Mostra-se a seguir a imagem atual da área do campus.

Figura 9: imagem área do campus.

Fonte: https://www.facebook.com/saoborjadoalto/fotos

Conforme figura (9) imagem aérea do campus de São Borja ficou numerada para melhorar elucidar, no prédio 1 está localizado a direção geral do campus e os seus respectivos diretores: ensino, planejamento e administração, com seus departamentos. A sala dos servidores e gabinete dos docentes. No andar superior deste prédio (1) está a biblioteca.

No prédio 2 é conhecido como “prédio de ensino” pois, tem as salas de aula, laboratório de informática, laboratório de eventos, os coordenadores de cursos, área de saúde, assistência, e o diretor de pesquisa e extensão. No prédio 3 é a gastronomia onde tem salas de aula, cozinhas, restaurante modelo, sala do coordenador da gastronomia e sala dos professores e técnicos da área.

Na figura denominada 4 é o prédio do refeitório. Onde são servidas as refeições diárias para os alunos. Na figura 5 é o almoxarifado. O 6 é a casa do estudante, ainda não está em funcionamento. O 7 está o ginásio, com uma quadra e vestiários. O 8 é a usina de tratamento de esgoto.

Alega-se que o desenvolvimento deve ser visto como uma mudança qualitativa. As características sociais, culturais, políticas, econômicas e ambientais de um país ou de uma região são essenciais para a compreensão do seu desenvolvimento e para a elaboração de projetos de expansão/crescimento a partir de potencialidades e de limites específicos. É evidente que a educação de qualidade impacta em várias dimensões econômicas e sociais, tais como desenvolvimento local e crescimento econômico, maior acesso ao mercado de trabalho, ampliação da inclusão social, redução da criminalidade, diminuição das desigualdades sociais, aumento de salários e fortalecimento da democracia. Para tanto, as IES atuam com foco na indissociabilidade do tripé ensino, pesquisa e extensão. Estas funções evidenciam que a finalidade destas instituições é a apreensão do conhecimento por meio da teoria aliada à prática. Isto para que, a partir do alargamento de saberes e, por meio da práxis, os cidadãos em sua participação ativa como tal (seja em seus espaços sócio ocupacionais, em arenas políticas e/ou quaisquer outros âmbitos de afirmação de seus direitos), concorram para a materialização da educação enquanto um dos pilares concretos do desenvolvimento.

Assim, pode-se verificar que, no caso da Unipampa e do IFFar, para além da natureza democrática conferida à instituição pelo funcionamento e representação política por meio de colegiados, pode-se verificar em algumas iniciativas efetivas que oportunizaram a participação em espaços de decisão, tais como assembleias e fóruns de discussão acerca de demandas da comunidade discente, elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional (mediante utilização de metodologia presencial e/ou on line).

Destaca-se também, além dos dados já explicitados acerca do caso analisado, por meio da análise de notícias publicadas em diversos meios de comunicação, a receptividade dos municípios que sediam os campi da Unipampa e do IFFar que, em sua maioria, tentam apoiar e dar suporte aos investimentos e demandas da instituição, ainda que muitas vezes as soluções e retornos pareçam (ou sejam, de fato) morosos. Percebe-se que há, de ambas as partes, a disponibilidade em buscar o desenvolvimento dos municípios, favorecendo com isso, o desenvolvimento de muitas ações em parceria com as secretarias e outras instituições municipais.

Compreende-se que as instituições têm alcançado resultados positivos por meio de sua atividade fim, conseguindo, em curto espaço de tempo, já contribuir para algumas transformações físicas, sociais e culturais nos municípios em que está instalada. É importante, obviamente, frisar que, em função da adesão da instituição ao SiSU – como já fora mencionado- , essas transformações deverão estar disseminadas em todo o país, considerando a diversidade da proveniência de seu alunado. Nesse sentido, muitos “reflexos” sociais, econômicos, culturais

e ambientais (dentre outros) ainda poderão ser percebidos – processualmente - a partir da inserção dos seus egressos nos mais diversos contextos, espaços de trabalho, nas diversas regiões/localidades em que residem/residirão ou atuarão profissionalmente e/ou como cidadãos. Nesse sentido, as instituições federais contribuíram para reverter os desequilíbrios econômicos e sociais nos municípios. A interiorização do ensino superior de qualidade para uma região carente desse nível de ensino vem a colaborar para que o Estado de um salto quantitativo e qualitativo na educação superior e propicie desenvolvimento, não só local, mas regional e nacional.

3 AS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR E O PROCESSO DE