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2. O Alto Sertão da Bahia: um território em transformação

2.5 Os três municípios que contemplam o Masb: contextualização política um

2.4.2 Igaporã

O município de Igaporã segundo dados do IBGE (2010) foi fundado no ano de 1958, está localizado na mesorregião do Centro Sul da Bahia, pertencente à microrregião de Guanambi, próximo a Chapada Diamantina, distante a 802 quilômetros da capital do Estado. O censo demográfico de 2015 apontou uma faixa de população estimada de 16. 225 habitantes. Situado numa região de planalto espinhado, a 762 metros de altitude, o município de Igaporã estende-se por 832,5 km², próximo a Chapada Diamantina. Limita-se ao norte com Tanque Novo e Macaúbas, ao leste com Caetité, ao sul com Guanambi, a oeste com Matina e Riacho de Santana. Dista de Salvador 802 km

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Possui distritos importantes como Tamboril, Cana Brava dos Farias, Gameleira, Guarantã e Lagamar.

Figura 17: Mapa regional do município de Igaporã.

Fonte: Google maps, 2017.

De acordo com dados do último senso geográfico do IBGE (2010), o município de Igaporã está inserido numa a região do polígono da seca, onde a escassez de chuva provoca o êxodo rural e a saída de grande parte da população sede para outros estados como São Paulo, Mato Grosso e Paraná. Essa migração é motivada por melhores oportunidades de trabalho. No geral, muitos desses trabalhadores são direcionados ao corte de cana-de-açúcar ou as fazendas de soja.

De acordo com o Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil (2013), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de Igaporã é 0,614, em 2010, o que situa o município na faixa de Desenvolvimento Humano Médio (IDHM entre 0,600 e 0,699. O mapa abaixo mostra um quadro de evolução baseado nos quesitos longevidade, renda e educação.

Os dados do IBGE mostram, ainda, que o índice religioso do município de Caetité que aponta a presença de três categorias religiosas, que no quadro abaixo, nos mostra que a população é predominantemente católica, cerca de 10% da população é evangélica e menos de 5% é espírita.

Figura 18: Índice religioso do município de Igaporã.

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Figura 19: Evolução do Índice de desenvolvimento Humano do Município de Igaporã.

Fonte: Atlas Brasil, (2013).

Além das informações sobre desenvolvimento humano, a biblioteca do IBGE apresenta um breve panorama histórico do município. No caso de Igaporã conta que o município de Igaporã começou a ser formado com a vinda do fazendeiro Bernardo de Brito e sua família onde habitaram a Casa de Pedra na Fazenda Santo Antônio também a famílias Pimenta de Azevedo e Pinheiro de Azevedo que ali se estabeleceram desenvolvendo a agropecuária, em 1884 Igaporã recebeu a categoria de Villa e se chamava Bonito, em 1º de Janeiro de 1944 por força do decreto nº 12.978 que trocou o nome da então Villa para Igaporã, que em Tupi-Guarany significa Água Bela.

Os relatos históricos da região apontam que o município de Igaporã iniciou seu processo de povoamento entre 1870, nas regiões de fazenda das famílias Brito e Pimenta de Azevedo, que desenvolviam uma produção econômica com base na agropecuária. Mediante a esse processo de desenvolvimento construíram a capela Nossa Senhora do Livramento, formando o povoado de “Bonito”. Somente no ano de 1943, recebeu o nome de Igaporã15 devido a uma disputa judicial que perdurou até 1953, desvinculando a região do município de Caetité. Em 1954 foi emancipada, e, apenas no ano de 1960 dá-se a criação do município, Igaporã deixando de ser distrito de Caetité. O nome Igaporã segundo dicionário tupi significa rio bonito (IBGE, 2010).

Assim como o município de Guanambi, Igaporã teve uma forte produção agrícola, que em 1955 foi responsável pela arrecadação de milhares de cruzeiros, devido a produção de algodão, mandioca, cereais, cana-de-açúcar, mamona e frutas, principalmente a manga, cultivados até os dias de hoje, porém sem o mesmo valor de tempos atrás (ENCICLOPÉDIA DOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS, 1958).

Dentre os acontecimentos importantes para o desenvolvimento do município conta na descrição histórica do IBGE (cidades/Igaporã), que em 30 de dezembro de 1954, Igaporã foi emancipada pela lei 638 Do Governo da Bahia, Nomeado o prefeito Orozimbo Ribeiro até que se foi feita a primeira eleição elegendo Alípio Cardoso. Porém, em 07 de Fevereiro de 1958 o município recebeu um mandato judicial do estado da Bahia, que considerou inconstitucional sua criação, obrigando-o a retornar como distrito do município de Caetité.

Somente 01 de setembro de 1960, por meio da à Lei nº 2308, se restaura a independência do município de Igaporã, que deixou de pertencer ao município de Caetité. Os principais responsáveis e que lutaram pela separação de Igaporã do município de Caetité foram Silêncio Fernandes, Dr. João Archanjo e José Antonio Fagundes, então ficou considerada a data oficial da emancipação de Igaporã o 1º de setembro de 1960 devido a força da lei nº 01/1985 de autoria do então vereador Lucílio Fagundes Neves.

15

Bonito para Igaporã, alterado pelo decreto-lei estadual nº 141, de 31de dezembro de 1943, confirmado pelo decreto estadual nº 12978, de 01 de junho de1944.

A formação do município de Igaporã – Bahia deixou vestígios históricos e culturais, tanto no âmbito material quanto imaterial. Os principais destaques históricos do município de Igaporã é a Casa de Pedra da Fazenda Santo Antônio onde morou o fazendeiro Bernado de Brito o qual deu Origem a cidade, A Casa Grande da Praça da Igreja e a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Livramento construída em 1871. Outra característica que se manteve foram os costumes, saberes e tradições populares como o Reisado, o festejo de São Pedro (padroeiro da cidade) e as produções artesanais.

Figura 20: Casa de pedra da fazenda Santo Antônio em Igaporã, Bahia.

Fonte: Portal do Masb.

No ano de 2009 o município de Igaporã passou a ingressar o conjunto de municípios baianos que agregam a estrutura de parques eólicos no Alto Sertão da Bahia. O empreendimento eólico trouxe consigo uma intensa transformação para o território, tanto no impacto visual como ambiental.

Anterior à implantação dos parques eólicos são realizadas pesquisas arqueológicas nesse tipo de empreendimento. De acordo com o Programa de gestão do patrimônio arqueológico nos parques eólicos da Renova Energia, do período de 2010/2011, foram evidenciados no município de Igaporã, 108 sítios arqueológicos e históricos, em destaque para as evidências de uma calçada de pedra, também conhecida como estrada Real.

Outra questão de destaque do município de Igaporã é a presença de comunidades negras e rurais quilombolas, que sua maioria está situada na zona rural do município, próximo às áreas de implantação dos parques eólicos.