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Aula 11 Biomecânica Ocupacional

12.1 Iluminação

Para Iida (2005, p. 476):

O correto planejamento da iluminação e da utilização das cores contribui para aumentar a satisfação no trabalho, melhorar a produtividade e reduzir a fadiga e os acidentes. Três são os fatores que são julgados importantes e controláveis em nível de projeto em locais de trabalho e que importam na capacidade de discriminação visual, a saber: quantidade de luz, tempo de exposição e con- traste entre figura e fundo.

Para Guimarães et al (2000), o fluxo luminoso é emitido por uma fonte como o Sol e o céu como visto pelo olho humano. Sua unidade de medida é o “lúmen”. A eficiência luminosa, da luz do dia, é particularmente alta. Os lumens emitidos por um watt de potência radiante atingem 100 lumens/ watt. A luz artificial, por outro lado, tem uma eficiência luminosa de, aproxi- madamente, 15 lumens/watt (lm/W).

A iluminação, em um ponto particular de uma superfície, é a quantidade de fluxo luminoso uniformemente distribuído sobre a superfície, dividido pela área da superfície. Um fluxo luminoso de 1 lúmen, que incide sobre uma área de 1m2, produz uma iluminância de 1 lux. Já a luminância é mensurada em candela por m² e corresponde a quantidade de luz emitida por uma su- perfície e percebida pelo olho humano (IIDA, 2005).

A quantidade de luz necessária em um espaço de trabalho depende do tipo de trabalho que será realizado no local, ou seja, depende do grau de precisão do trabalho a ser realizado. Na Tabela 12.1, se encontra alguns exemplos de quantidade de iluminação(lux) necessárias para diferentes locais de trabalho.

Tabela 12.1: Valores ótimos de iluminância para diferentes locais de trabalho

Espaço de Trabalho Lux

Corredor 100

Depósitos, escadas, bomba de gasolina 120 Cozinha, lavatório, plataforma de caldeira, plateia 150 Quarto, refeitório, saguão, sala de recepção 150 Central telefônica, portaria, sala de máquinas 200

Sala de aula 250

Arquivo 300

Guichês, laboratório químico, torno de precisão 500

Sala de leitura, escritório (geral) 500

Ambiente de digitação, biblioteca, bilheteria 500 Escritório de registro/cartografia, ferramentaria 1000 Relojoaria, ourivesaria, fabricação de comp. Eletrônicos 3000 Fonte: GUIMARÃES, L. B. de M; SATTLER, M. A.; AMARAL, F. G.

O ofuscamento é o principal fator para o condicionamento de iluminação natural ou artificial. A distribuição da luz no espaço deve ser tal que as dife- renças excessivas de luz e sombra sejam evitadas, pois elas podem perturbar os ocupantes dos espaços, impedindo a percepção visual adequada. Porém, o contraste é necessário para a diferenciação dos objetos no espaço. As aberturas das janelas e as fontes de luz artificial devem ser colocadas de maneira a minimizar o ofuscamento. Assim sendo, o ofuscamento é causa- do pela introdução de uma fonte luminosa muito intensa dentro do campo visual, produzindo no ocupante do ambiente uma sensação de desconforto e fadiga (GUIMARÃES et al, 2000, p.3-39). Os autores, ainda mencionam, que o ofuscamento pode ser decorrente dos fatores:

• Ofuscamento Direto - ocorre quando uma fonte de luz, natural ou artifi- cial, com uma alta luminância, entra direto no campo visual do operador.

• Ofuscamento Indireto - ocorre quando o nível de luminância das paredes é muito alto.

• Ofuscamento Refletido - é causado por reflexão especular vinda de fontes de luz sobre superfícies interiores polidas (brilho).

A má iluminação causa fadiga à vista, prejudica o sistema nervoso, concorre para a má qualidade do trabalho e é responsável por razoável parcela de acidentes. Um sistema de iluminação, para Chiavenato (2002), deve possuir os seguintes requisitos:

Ser suficiente de modo que cada foco luminoso forneça toda a quanti-

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Aula 12 - Iluminação, Música e Cores nos ambientes de trabalho

Ser constante e uniformemente distribuído de modo a evitar a fa-

diga dos olhos, decorrente das sucessivas acomodações em virtude das variações da intensidade de luz.

O contraste é a diferença entre a aparência visual de um objeto e aquela do fundo imediato. O contraste deve ser expresso em termos de luminância, ilu- minância ou refletividade entre as superfícies. O contraste entre áreas gran- des (como paredes, portas e mobiliário) não se comporta da mesma forma que entre áreas pequenas (maçanetas e puxadores).

Como regra geral, Guimarães et al. (2000), recomendam que se deva usar co- res claras nas grandes superfícies e as brilhantes nas superfícies menores. Isto é importante para garantir uma boa acuidade visual. Peças grandes não devem ser pintadas de cores puras ou em tinta fluorescente para evitar sobrecarga na retina. As cores preta e amarela são muito usadas, pois são os contrastes extre- mos em cromaticidade e luminância. O princípio oposto é o de camuflagem.

Figura 12.1: Iluminação natural

Fonte: http://digomes.wordpress.com

A luz natural proporciona ambientes mais agradáveis do que a iluminação artificial. A luz natural ajuda a criar melhores condições de trabalho porque promove a percepção dos objetos pela cor e contrastes naturais. As janelas proporcionam relaxamento dos olhos quando oferecem a possibilidade de visão de longas distâncias do ambiente exterior. A presença da luz natural pode trazer uma sensação de bem estar e consciência de um ambiente am- plo no qual o homem vive, além do benefício que a luz natural traz à saúde, ela também conserva o calor absorvido e economiza energia elétrica.

Já a iluminação artificial busca a uniformidade do fluxo luminoso sobre o plano horizontal de forma homogênea. Para tal, se faz necessário o uso de luminárias que devem ser distribuídas no espaço físico de forma tal, que garantam a uniformidade do fluxo luminoso. As luminárias se caracterizam por serem fontes de luz com uma variedade muito grande na forma, textura e cor, gerando variação na distribuição da iluminação.

As lâmpadas elétricas são divididas em dois grupos: incandescentes e de des- carga (fluorescentes). As lâmpadas incandescentes caracterizam-se por apre- sentarem baixo rendimento luminoso, entre 10 e 25 lm/W; vida útil cerca de 1000 horas e, por ressaltarem as cores quentes como o vermelho, o amarelo e o laranja. As lâmpadas de descarga ou fluorescentes caracterizam-se pela geração de luz por emissão contínua em gases ou vapores ionizados, tem maior durabilidade e não geram calor (luz fria).

No documento Ergonomia, Saúde e Segurança do Trabalho (páginas 75-78)