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4.2 Redu¸c˜ ao de dados

4.2.3 Imageamento

A etapa de imageamento consiste inicialmente na realiza¸c˜ao de opera¸c˜oes de ordena- ¸c˜ao e interpola¸c˜ao das visibilidades (THOMPSON; BRACEWELL, 1974) para que seja poss´ıvel resolver as equa¸c˜oes 2.25, 2.26 e2.27 atrav´es da aplica¸c˜ao de um algoritmo de FFT. As imagens podem ser obtidas a partir de todas as distˆancias uv que com- p˜oem o conjunto de dados em todos os instantes de observa¸c˜ao, bem como a partir de quaisquer subconjuntos destes.

Por exemplo, podem ser obtidas imagens a cada instante de observa¸c˜ao (imagens instantˆaneas ou “snapshots”) ou limitadas a qualquer subconjunto do intervalo de tempo total das observa¸c˜oes. Por outro lado, tamb´em podem ser obtidas imagens de qualquer subconjunto da cobertura uv do arranjo durante as observa¸c˜oes.

Ap´os a realiza¸c˜ao da FFT e consequente obten¸c˜ao da imagem suja, aplica-se um m´e- todo de deconvolu¸c˜ao para remover os efeitos de replica¸c˜ao provocados pela amostra- gem incompleta das visibilidades, conforme discutido no Cap´ıtulo 2, onde tamb´em se afirma que o m´etodo mais utilizado ´e o CLEAN e suas variantes, por exemplo (STEER et al.,1984) e (WAKKER; SCHWARZ,1988). A implementa¸c˜ao do CLEAN uti- lizada para produzir os mapas apresentados neste trabalho ´e a principal dispon´ıvel no AIPS, referente ao algoritmo de Schwab(1984).

melhorar a precis˜ao da calibra¸c˜ao em fase, o que aumenta a precis˜ao da posi¸c˜ao das fontes nas imagens. O refinamento da posi¸c˜ao ´e alcan¸cado atrav´es da utiliza¸c˜ao das visibilidades associadas `a imagem modelo como referˆencia de fase. O processo ´e iterativo, de modo que um modelo (uma imagem) com maior precis˜ao em posi¸c˜ao leva a melhores solu¸c˜oes de calibra¸c˜ao, implicando uma imagem onde a precis˜ao em posi¸c˜ao ´e ainda maior do que na primeira.

A auto-calibra¸c˜ao fornece ainda uma melhor resposta do sistema em fluxo, j´a que maior precis˜ao na posi¸c˜ao das fontes implica uma determina¸c˜ao mais precisa da distribui¸c˜ao de brilho observada, associada a uma melhor resposta do sistema em amplitude. O processo ´e normalmente interrompido quando o aumento do fluxo das componentes principais da imagem resultante de uma itera¸c˜ao de auto-calibra¸c˜ao ´e menor do que o n´ıvel de ru´ıdo nas imagens.

O m´etodo de imageamento por s´ıntese de rota¸c˜ao foi aplicado para a obten¸c˜ao de todos os mapas resultantes das observa¸c˜oes deste trabalho realizadas com o GMRT, exceto no caso de 26 de Novembro de 2005, quando foi necess´ario fazer imagens do tipo “snapshot” devido `a ocorrˆencia de uma explos˜ao solar, j´a que a compara¸c˜ao entre diversas imagens sequenciais ´e interessante para o estudo deste tipo de evento, permitindo a determina¸c˜ao da localiza¸c˜ao da sua principal fonte de emiss˜ao, assim como o estudo da dinˆamica desta fonte.

O m´etodo de auto-calibra¸c˜ao implementado no AIPS foi aplicado a todas as imagens obtidas atrav´es de s´ıntese de rota¸c˜ao, sendo respons´avel por um aumento da faixa dinˆamica dos mapas correspondente a um fator maior ou da ordem de 2.

No caso dos dados de 26 de Novembro de 2005, foram obtidas imagens a cada segundo, utilizando os dados com resolu¸c˜ao temporal de 0,528 s. Estas imagens foram reunidas em um cubo, a partir do qual foi obtida a curva de luz associada `a explos˜ao observada, conforme descrito no Cap´ıtulo 5. O m´etodo de auto-calibra¸c˜ao n˜ao foi aplicado a estas imagens pois n˜ao ´e esperada uma melhora significativa em imagens do tipo “snapshot” atrav´es da sua aplica¸c˜ao.

As imagens produzidas a partir das observa¸c˜oes com o GMRT s˜ao apresentadas no Cap´ıtulo 5, juntamente com os resultados obtidos da an´alise destas imagens e uma discuss˜ao a respeito destes resultados.

Figura 4.3 - Resultados de calibra¸c˜ao dos dados da fonte 3C286 em observa¸c˜oes com o GMRT em 26/11/2005. As figuras representam as amplitudes e fases das visibilidades como fun¸c˜ao da distˆancia uv. (Acima, `a esquerda) Amplitude das visibilidades antes da calibra¸c˜ao; (Acima, `a direita) Amplitudes das visibilidades ap´os a calibra¸c˜ao; (Abaixo, `a esquerda) Fases das visibilidades antes da calibra¸c˜ao; (Abaixo, `a direita) Fases das visibilidades ap´os a calibra¸c˜ao.

Figura 4.4 - Resultados de calibra¸c˜ao dos dados da fonte 3C298 em observa¸c˜oes com o GMRT em 26/11/2005. As figuras representam as amplitudes e fases das visibilidades como fun¸c˜ao da distˆancia uv. (Acima, `a esquerda) Amplitude das visibilidades antes da calibra¸c˜ao; (Acima, `a direita) Amplitudes das visibilidades ap´os a calibra¸c˜ao; (Abaixo, `a esquerda) Fases das visibilidades antes da calibra¸c˜ao; (Abaixo, `a direita) Fases das visibilidades ap´os a calibra¸c˜ao.

5 RESULTADOS DAS OBSERVA ¸C ˜OES SOLARES COM ALTA RESO- LU ¸C ˜AO ESPACIAL

Este cap´ıtulo ´e destinado a apresentar os resultados obtidos a partir das observa¸c˜oes solares realizadas com o GMRT nos dias 03 e 04 de Junho, 26 de Novembro e 10, 12 e 17 de Dezembro de 2005. Os principais resultados apresentados s˜ao provenientes das observa¸c˜oes da contrapartida em r´adio (157 MHz) de um Buraco Coronal (“Coronal Hole” - CH) localizado no Hemisf´erio Norte Solar nos dias 03 e 04 de Junho de 2005, e tamb´em das observa¸c˜oes da contrapartida em r´adio (244 e 611 MHz) da explos˜ao Solar que ocorreu por volta das 07:00 UT (com pico em Raios-X Moles registrado `

as 07:05 UT) do dia 26 de Novembro de 2005.

Como o objetivo ´e realizar um estudo multi-espectral dos fenˆomenos, visando a sua melhor caracteriza¸c˜ao, foi feito um levantamento dos dados de imageamento e curvas de luz dispon´ıveis em diferentes faixas do espectro eletromagn´etico, o que possibilitou a amostragem, atrav´es de imagens da emiss˜ao r´adio em 115 MHz do “Gauribidanur Radio Heliograph” (GRH) (RAMESH et al.,1998;RAMESH et al.,2006) e 157, 244 e 611 MHz do GMRT, em Ultra Violeta Extremo (UVE – 195 ˚A) do “Extreme ultra-violet Imaging Telescope” (EIT) (DELABOUDINIERE et al.,1995) e Raios-X Moles (RXM – 6 – 65 ˚A), do “Solar X-Ray Imager” (SXI) a bordo do sat´elite GOES-12 (HILL et al.,

2005;PIZZO et al., 2005).