• Nenhum resultado encontrado

3 Caso de Estudo – Implementação de um SGA na ArqPais

3.7 Integração do SGA no SGQ da ArqPais

3.7.7 Implementação e operação

3.7.7.1 Recursos, atribuições, responsabilidades e autoridade

Como foi referido no início do capítulo, a organização deve assegurar a disponibilização dos recursos necessário para o bom funcionamento do SGA.

Deve ainda definir e comunicar as atribuições, responsabilidades e a autoridade de cada colaborador envolvido no sistema, bem como definir o responsável ambiental, o qual tem o compromisso de informar a gestão de topo sobre o desenvolvimento do sistema.

A ArqPais nomeou um colaborador para assegurar as funções de responsável da qualidade e ambiente e o desenvolvimento do SGQA. Foram efetuadas alterações ao

52

organograma já existente para definir quais os colaboradores com novas responsabilidades ligadas ao SGQA (Anexo XIV).

3.7.7.2 Competência, formação e sensibilização

É da responsabilidade da organização garantir que todos os colaboradores que executam tarefas para a organização ou em seu nome, os quais sejam suscetíveis de causar impactes ambientais significativos identificados pela organização, têm a devida competência (escolaridade, formação e experiência). Deve ainda reconhecer as necessidades de formação associadas aos seus aspetos ambientais e ao seu SGA, dispondo de ações de formação e sensibilização no sentido de responder às necessidades existentes.

As necessidades de formação e competência de quem trabalha na organização ou em seu nome são variadas e devem ser identificadas e antecipadas. Os colaboradores devem ser sensibilizados para a importância da conformidade com a política ambiental, os procedimentos e todos os requisitos do SGA, os aspetos ambientais significativos e respetivos impactes, as suas atribuições e responsabilidades, e as consequências dos potenciais desvios aos procedimentos especificados.

Toda a formação ministrada deve ser registada, devendo incluir informações sobre quem a ministrou, quem assistiu, os conteúdos ministrados e a data de realização. Ao efetuar este registo poderá também ser atualizado o registo de cada colaborador, havendo para tal uma listagem de todas as ações de formação ministradas a cada colaborador.

É importante planear a formação de acordo com o plano da organização, de modo a que os colaboradores possam implementar eficazmente os procedimentos e o controlo operacional e as restantes alterações introduzidas pelo SGA.

Este requisito foi integrado no âmbito do SGQ, onde existe um procedimento para estabelecer as responsabilidades e os requisitos para o recrutamento e acolhimento de novos colaboradores, para a identificação, planeamento e resolução das necessidades de formação dos colaboradores da empresa e para avaliação da eficácia das ações de formação realizadas. A codificação deste documento é PQA.GE.02 - Recursos humanos é apresentado no Anexo V. Os documentos associados a este procedimento encontram- se no Anexo V e correspondem a: IP.GE.01 – Descrição de Funções, IP.GE.02 – Necessidades de formação, IP.GE.03 – Plano de formação, IP.GE.04 – Lista de

53

presenças, IP.GE.05 - Avaliação da eficácia da formação, IP.GE.06 – Histórico de Formação.

Deste modo, foram atualizados alguns documentos, como a descrição de funções por forma a incluir as novas responsabilidades da área ambiental e o desenvolvimento de questões ambientais a implementar no plano de formação.

3.7.7.3 Comunicação

Neste ponto pretende-se estabelecer, implementar e manter procedimentos para a comunicação interna (entre os vários níveis e funções da organização) e externa (receber, documentar e responder a comunicações relevantes de entidades externas).

Quando se recorre à comunicação, esta pode ser realizada no sentido ascendente, ou seja, dos colaborares para a gestão de topo, ou no sentido descendente, da gestão de topo para os colaboradores, sendo neste caso utilizada para transmitir a missão, valores e padrões de comportamento.

A comunicação interna deve ser realizada de forma a manter o interesse e o envolvimento no SGA por parte dos colaboradores e a mantê-los motivados para que se possam atingir níveis de satisfação benéficos para a organização.

A comunicação externa pode ser de carácter obrigatório ou voluntário. São exemplos de comunicações de carácter obrigatório o registo anual de resíduos, os relatórios bianuais da medição de efluentes gasosos ou os trimestrais da monitorização em contínuo. Por outro lado, a comunicação pode ser realizada voluntariamente quando se dá resposta por exemplo a pedidos das partes interessadas ou se decide comunicar os aspetos ambientais, etc.

Em relação aos seus aspetos ambientais significativos a organização deve decidir se os pretende comunicar para o exterior; caso decida a sua comunicação, deve estabelecer a metodologia para os transmitir.

Para cumprir com este requisito é necessário implementar uma estratégia de comunicação que considere os procedimentos e práticas existentes na ArqPais.

A ArqPais realiza a maioria das suas comunicações por correio eletrónico, no entanto muitas comunicações são realizadas através da sua página da internet, de reuniões, de ações de formação, por telefone, entre outros meios.

Elaborou-se um procedimento para definir a realização das comunicações designado por PQA.GQA.10 – Comunicação, apresentado no Anexo VI, onde também se apresenta

54

o documento IP.GQA.25 - Registo de Comunicações que, como o nome indica, tem como objetivo registar todas as comunicações realizadas, indicando o tipo de comunicação, o remetente/ destinatário e as ações/ resposta adotadas.

Em relação aos documentos do SGQA, sempre que sejam solicitadas informações serão disponibilizadas pela Gestora da Qualidade e Ambiente (GQA). A política ambiental será disponibilizada na página da internet e será afixada nas instalações da organização.

3.7.7.4 Documentação

O SGA deve conter os seguintes documentos: política ambiental, os objetivos e metas, uma descrição dos principais elementos do sistema de gestão ambiental bem como as suas interações e referências a documentos relacionados, documentos e registos requeridos pela Norma, documentos e registos definidos como necessários pela organização para assegurar o planeamento, a operação e o controlo eficazes dos processos relacionados com os seus aspetos ambientais significativos.

A estrutura dos documentos deve seguir o princípio da hierarquização de modo a evitar sobreposições de conteúdos ou falhas. A estrutura documental do SGQA da ArqPais encontra-se de acordo com a pirâmide que se apresenta na Figura 2.

Figura 2- Estrutura documental do SGQA da ArqPais.

O Manual de gestão ambiental é o documento aglutinador do Sistema de Gestão Ambiental implementado na ArqPais e foi integrado com o manual da qualidade sendo suportado por um conjunto de documentação relevante, nomeadamente a que descreve os procedimentos existentes ao nível dos Processos identificados pela organização. Este

55

Manual define as principais características dos elementos do SGQA através da divulgação da Política da Qualidade e Ambiente da organização, os objetivos e dos meios ao seu dispor. Constitui assim parte do suporte documental para a implementação, manutenção e desenvolvimento do SGQA.

Ao longo do projeto foram desenvolvidos procedimentos, impressos, instruções de trabalho e folhetos para cumprir os requisitos exigidos pela norma, encontrando-se descritos ao longo do relatório.

Um procedimento é um documento onde se estabelecem as linhas de orientação e os métodos para realizar e gerir as atividades necessárias, de modo a suportar o SGQA.

Uma instrução de Trabalho consiste num documento onde se estabelecem as linhas de orientação e os métodos para realizar e gerir atividades específicas dos vários departamentos.

Um impresso é o meio de suporte para levar a cabo o registo.

Um registo é um documento que apresenta os resultados atingidos ou que providencia evidências de atividades que foram executadas.

3.7.7.5 Controlo dos Documentos e Registos

Todos os documentos devem ser identificados e controlados em termos de elaboração e aprovação, localização de arquivo, tempo de retenção, controlo dos obsoletos, distribuição e revisão, de modo a assegurar o seu manuseamento eficiente quando acedidos pelos colaboradores.

Relativamente aos registos, a organização para além de os identificar e controlar, deve ainda definir uma metodologia para os proteger e evitar a sua degradação e perda. É importante que se efetue a retenção dos registos durante o tempo necessário, quer por imposição legal ou outros requisitos, quer por necessidade de manter evidências para demonstrar a conformidade com os requisitos do seu sistema de gestão ambiental. Após término do tempo de retenção, os registos podem ser eliminados.

Fez-se a integração dos elementos do SGA no SGQ no procedimento Gestão Documental, PQA.GQA.01, descrito no Anexo VII.

O procedimento de gestão documental foi estabelecido em concordância com a empresa e tem como objetivo estabelecer orientações e responsabilidades para

56

elaboração, atualização, aprovação, controlo, distribuição, revisão, recolha, arquivo e eliminação dos documentos do Sistema de Gestão de Qualidade e Ambiente.

No que respeita ao controlo dos documentos internos do SGQA da ArqPais, estabeleceu-se uma codificação que identifica o documento por código, departamento, número (sequencial a partir de 01) e revisão. Assim, quando se elabora um novo documento este deve seguir esta codificação. Quando se efetuam alterações a documentos deve ser mantido, como obsoleto, o documento da revisão anterior com a indicação das alterações efetuadas e deve ainda ser efetuado controlo da data da alteração.

3.7.7.6 Controlo operacional

No controlo operacional a organização deve identificar e planear as operações que estão associadas aos seus aspetos ambientais significativos consistentes com a sua política ambiental e os seus objetivos e metas, estabelecendo e implementando um ou mais procedimentos documentados para controlar as situações nas quais a sua inexistência possa levar a desvios quer ao nível do compromisso assumido na política ambiental, quer ao nível do cumprimento dos objetivos e metas. Estes procedimentos devem incluir critérios operacionais.

Devem ainda ser criados e implementados procedimentos de controlo operacional para todas as atividades desenvolvidas por fornecedores e subcontratados que sejam suscetíveis de gerar impactes ambientais significativos.

Na elaboração de um procedimento deve ter-se em conta não só a proteção ambiental mas também o modo como a atividade vai ser executada. Na realização de uma atividade existem meios de mais fácil execução ou maior rendimento que outros e com a igual eficácia na proteção do ambiente. É importante a opinião dos colaboradores que executam as tarefas pois podem apresentar pontos de vista e soluções não imediatas para quem elabora o procedimento, podendo-se chegar a um compromisso entre a proteção ambiental e o carácter prático de aplicabilidade e execução do procedimento.

Os procedimentos de controlo operacional podem desenvolver-se através de procedimentos, instruções de trabalho, disposições para a medição, avaliação e determinação do cumprimento de requisitos de controlo, etc, sendo designados de procedimentos operacionais.

57

Para dar resposta a este requisito na ArqPais elaboraram-se quatro procedimentos operacionais onde se definiram as medidas para controlar os aspetos ambientais significativos e alguns não significativos, permitindo avaliar a conformidade legal e o cumprimento dos objetivos e metas.

O primeiro procedimento operacional elaborado foi uma instrução de trabalho, IT.GQA.02. – Gestão de Resíduos, no qual se define a metodologia a utilizar na ArqPais para a minimização da produção de resíduos e para a sua alocação adequada com o intuito de reduzir os impactes ambientais. Neste documento é referido o método para realização da separação dos vários resíduos produzidos pela ArqPais, é indicado o local e procedimento para deposição do resíduo, é referido o método de armazenamento, e definido quem são os responsáveis pela realização da separação e encaminhamento para o destino final designando também a pessoa responsável pela verificação da correta separação dos resíduos.

Posteriormente, foram elaborados três procedimentos operacionais em formato de folheto. Dois deles foram concebidos para definir as medidas a adotar para a redução de energia e para a redução do consumo de papel. O terceiro foi elaborado com o objetivo de reduzir as emissões atmosféricas através da adoção de boas práticas para uma condução automóvel mais eficiente e preventiva.

Para além destes quatro documentos, foi integrado no âmbito do SGQ o controlo operacional dos fornecedores recorrendo a inquéritos ambientais, quer para a seleção de novos fornecedores quer para a avaliação dos fornecedores existentes. Estes inquéritos correspondem, respetivamente, aos documentos IP.GE.08. - Questionário Ambiental para seleção de Fornecedores e IP.GE.09. - Questionário para avaliação de fornecedores.

Foi ainda desenvolvido um documento para o controlo dos recursos, IP.GQA.16. – Registo de Consumos.

Todos os documentos mencionados anteriormente são apresentados no Anexo VIII.

3.7.7.7 Preparação e capacidade de resposta a emergências

A organização deve estabelecer e implementar procedimentos para identificar as situações de emergência, bem como acidentes que possam ter impactes no ambiente e deve responder eficazmente a cada uma das situações. Também é importante desenvolver um procedimento de identificação de novas situações de emergência, por exemplo quando são implementados novos produtos, atividades ou serviços.

58

Periodicamente as organizações devem estudar e rever os procedimentos de preparação e resposta a emergências, em especial após a ocorrência de situações de emergência de modo a minimizar riscos futuros. Para que os processos de revisão sejam eficazes todos os incidentes devem ser registados, comunicados e investigados.

A formação dos colaboradores para as potenciais situações de emergência é importante podendo ser testada em simulacros. Ao registar o desempenho dos colaboradores em formulários próprios de avaliação de exercícios durante o simulacro é possível determinar a eficácia da resposta às situações de emergência e a necessidade de formação.

Para assegurar o cumprimento deste requisito elaborou-se um procedimento designado de gestão de emergência, PQA.GQA.09., onde se define a metodologia para identificar e responder às possíveis situações de emergência, que possam afetar o ambiente, relacionadas com as atividades e serviços da ArqPais com o intuito de minimizar os impactes ambientais. Este procedimento é apresentado no Anexo IX.

Elaborou-se também uma instrução de trabalho, IT.GQA.03. - Resposta a situações de emergência, apresentado no Anexo IX, que indica o modo de atuar face às situações de emergência identificadas (incêndio nas instalações, incêndio no veículo e acidente de viação). De modo a avaliar a eficácia das medidas propostas para dar resposta às situações de emergência elaborou-se um plano de realização de simulacros, o IP.GQA.24 - Plano de Realização de Simulacros. Desenvolveu-se ainda um documento designado Registo de emergência, IP.GQA.26 no qual é registada a ocorrência de uma situação real de emergência ou simulacro com o intuito de avaliar a capacidade de resposta, isto é, verificar a necessidade de implementar ações corretivas e/ou preventivas. Os documentos anteriormente descritos são apresentados no Anexo IX.

Documentos relacionados