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Implementação de um sistema de gestão ambiental na ArqPais

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Tânia Amaral

Implementação de um Sistema de Gestão

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Ano 2013

Tânia Amaral

Implementação de um Sistema de Gestão

Rodrigues

Ambiental na ArqPais

Relatório apresentado à Universidade de Aveiro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Engenharia do Ambiente, realizado sob a orientação científica da Doutora Maria Helena Gomes de Almeida Gonçalves Nadais, Professora Auxiliar do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro

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o júri

presidente Professor Doutor Mário Miguel Azevedo Cerqueira

Professor Auxiliar, Departamento de Ambiente e Ordenamento - Universidade de Aveiro.

Professor Doutor José Manuel Gaspar Martins

Professor Auxiliar, Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território - Universidade de Aveiro.

Professora Doutora Maria Helena Gomes de Almeida Gonçalves Nadais

Professora Auxiliar, Departamento de Ambiente e Ordenamento - Universidade de Aveiro.

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agradecimentos

 À Professora Doutora Helena Nadais pela disponibilidade em orientar este projeto com sugestões e críticas construtivas.

 Ao gerente da Empresa Vexillum, Alexandre Gonçalves, por ter permitido a realização do estágio na empresa, bem como à orientadora da Vexillum, Ana Seara pela motivação e disponibilidade prestada em todo o decorrer do projeto. Também à Filipa Costa pelas suas sugestões.

 A todos os colaboradores da ArqPais, com quem tive o privilégio de trabalhar em especial à arquiteta Rita Batista e à arquiteta Otília Freire.

 Aos meus pais que estiveram sempre do meu lado em todas as minhas escolhas estimulando e compreendendo todas as fases do meu percurso académico.

 Ao meu irmão, cunhada e sobrinho que apesar de estarem longe, me transmitiram sempre apoio nas minhas decisões.

A todos os meus amigos em especial à Cátia, à Patrícia, à Ana, ao Toninho, à Mimi, ao Hugo, ao Paulo pelo seu apoio e amizade.

Ao meu namorado Ricardo, pela sua ajuda, paciência e persistência ao longo do mestrado, e claro, por todo o seu amor e dedicação.

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palavras-chave ISO 14001, Sistemas de Gestão Ambiental, Sistemas de Gestão da

Qualidade, Sistemas de Gestão Integrados.

Resumo Este projeto teve como objetivo a implementação de um Sistema de Gestão

Ambiental (SGA), na empresa ArqPais de acordo com a norma ISO 14001:2012.

A empresa ArqPais tem sede em Lisboa e presta serviços de consultoria e projeto nas áreas de arquitetura paisagista e ambiente.

O projeto iniciou-se com a pesquisa dos conceitos teóricos no âmbito dos sistemas de gestão e especificamente Sistema de Gestão Ambiental e Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) bem como dos requisitos dos referenciais normativos ISO 14001:2012 e ISO 9001:2008, respetivamente, visto que paralelamente à implementação do SGA a ArqPais estava também a implementar um SGQ. Foram avaliadas as semelhanças entre as normas para se efetuar a integração entre os dois sistemas.

Seguiu-se o desenvolvimento e implementação do SGA na ArqPais. Neste sentido o trabalho desenvolvido consistiu no levantamento dos aspetos e impactes ambientais das atividades da ArqPais, bem como dos seus subcontratados. Para a avaliação dos aspetos ambientais aplicaram-se 4 metodologias de avaliação de aspetos ambientais, estas metodologias foram desenvolvidas em folhas de cálculo, cujos resultados permitiram escolher a metodologia mais adequada ao caso de estudo. Tendo em conta os aspetos ambientais significativos e os requisitos das partes interessadas definiu-se a política ambiental. Com base nos aspetos ambientais significativos foi ainda desenvolvido o programa de gestão ambiental da ArqPais, onde se definiram os objetivos e metas para a minimização dos aspetos ambientais significativos. De seguida efetuou-se o levantamento dos requisitos legais ambientais aplicáveis à organização. O Sistema de Gestão Ambiental seguiu a estrutura documental definida no Sistema de Gestão da Qualidade e integraram-se todos os requisitos comuns às normas ISO 14001:2012 e ISO 9001:2008, nomeadamente recursos, atribuições, responsabilidades e autoridade; competência; formação e sensibilização; comunicação.

O trabalho englobou ainda o desenvolvimento de procedimentos operacionais para a realização do controlo operacional e documentos associados. Implementaram-se ainda procedimentos para descrever a metodologia de atuação em possíveis situações de emergência ambiental.

Por fim, depois da realização da auditoria interna e da revisão pela gestão realizou-se a auditoria externa. As constatações que surgiram durante a auditoria externa foram registadas e relatadas num relatório e após o envio do plano de ações corretivas para a resolução das constatações a ArqPais obteve a certificação.

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Keywords ISO 14001, Environmental Management Systems, Quality Management

System, Integrated Management Systems

Abstract This project aimed to implement an environmental management system (SGA) in

the company ArqPais, according to norm ISO 14001: 2012.

The company ArqPais is based in Lisbon and provides consulting services in the areas of design and landscape architecture and environment.

The project began with the research of theoretical concepts in the context of the management systems, specifically Environmental Management System and Quality Management System (QMS), as well as the requirements of the normative references ISO 14001: 2012 and ISO 9001: 2008, respectively. In parallel to the implementation of the SGA, the ArqPais was additionally implementing a QMS. The similarities between the norms were evaluated to make the integration between the two systems.

This was followed by the development and implementation of the SGA at ArqPais. To this end, the work consisted in the survey of aspects and environmental impacts of the activities of the ArqPais, as well as its subcontractors. For the assessment of environmental aspects were applied 4 environmental aspects assessment methodologies. These methodologies were developed in spreadsheets, whose results enabled to choose the more appropriate methodology to the study case. Taking into account the significant environmental aspects and requirements of interested parties, was defined the environmental policy.

Based on the significant environmental aspects, was also developed the ArqPais environmental management program, where the objectives and goals were defined, to minimize the significant environmental aspects.

Afterwards it was performed a survey of environmental legal requirements applicable to the organization. The Environmental Management System followed the document structure defined in the Quality Management System, integrating all common requirements to norms ISO 14001:2012 and ISO 9001:2008, including resources, tasks, responsibilities and authority, competence, training and awareness, and communication. The work encompassed the development of operational procedures for the conduct of operational control and associated documents. It also implemented procedures to describe the methodology of action on possible environmental emergencies.

At last, after the realization of internal audit and management review, external audit took place. The findings that emerged of external audit were resolved and described in a report and after sending the corrective action plan for resolving the resolution of findings, ArqPais obtained certification.

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i

Índice

Índice ... i

Índice de Figuras ... ii

Índice de Tabelas ... iii

Lista de Siglas ... iv

1 Introdução ... 1

1.1 Âmbito e Objetivos ... 1

1.2 Metodologia do trabalho ... 2

1.3 Estrutura do Relatório ... 3

2 Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Ambiente ... 4

2.1 Sistema de Gestão da Qualidade ... 4

2.2 Sistema de Gestão Ambiental ... 5

2.2.1 Benefícios da implementação do SGA ... 7

2.2.2 Metodologias de avaliação de aspetos ambientais ... 8

2.3 Sistemas de Gestão Integrados ... 10

2.4 Semelhanças entre ISO 9001 e ISO 14001 ... 12

3 Caso de Estudo – Implementação de um SGA na ArqPais ... 16

3.1 Apresentação do local de Estágio ... 16

3.2 Papel do Engenheiro do Ambiente na Organização ... 17

3.3 Motivação da ArqPais para implementação do SGQA ... 18

3.4 Metodologia ... 19

3.5 Diagnóstico Ambiental ... 20

3.6 Identificação e avaliação de aspetos ambientais ... 21

3.7 Integração do SGA no SGQ da ArqPais ... 46

3.7.1 Compromisso da gestão de topo ... 48

3.7.2 Requisitos gerais ... 48

3.7.3 Política Ambiental ... 48

3.7.6 Planeamento ... 49

3.7.6.1 Requisitos legais e outros requisitos ... 49

3.7.6.2 Objetivos, metas e programas ... 50

3.7.7 Implementação e operação ... 51

3.7.7.1 Recursos, atribuições, responsabilidades e autoridade ... 51

3.7.7.2 Competência, formação e sensibilização ... 52

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ii

3.7.7.4 Documentação ... 54

3.7.7.5 Controlo dos Documentos e Registos ... 55

3.7.7.6 Controlo operacional ... 56

3.7.7.7 Preparação e capacidade de resposta a emergências ... 57

3.7.8 Verificação ... 58

3.7.8.1 Monitorização e Medição ... 58

3.7.8.2 Avaliação da conformidade ... 59

3.7.8.3 Não conformidades, ações corretivas e ações preventivas ... 59

3.7.8.4 Auditoria Interna ... 60

3.7.9 Revisão pela Gestão ... 61

3.7.10 Auditoria Externa ... 61

4 Conclusão ... 63

5 Bibliografia ... 67

Anexos ... 73

Anexo I – Política da Qualidade e Ambiente Anexo II – Identificação e avaliação de aspetos ambientais Anexo III – Requisitos legais e conformidade ambiental Anexo IV – Programa de Gestão Ambiental Anexo V – Recursos Humanos Anexo VI – Comunicação Anexo VII – Gestão documental Anexo VIII – Controlo operacional Anexo IX – Gestão de emergências Anexo X – Monitorização e medição Anexo XI - Não conformidades, ações corretivas e ações preventivas Anexo XII – Auditorias Anexo XIII – Revisão pela gestão Anexo XIV – Organograma Anexo XV – Certificado

Índice de Figuras

Figura 1 – Ciclo de melhoria contínua (Fonte: ISO 14001:2012). ...47

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iii

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Semelhanças entre ISO 14001 e ISO 9001. ...12

Tabela 2 - Magnitude do impacte ...23

Tabela 3 - Nível de extensão dos impactes ambientais ...24

Tabela 4 - Frequência do aspeto ambiental (situação de ocorrência normal ou anormal). ...25

Tabela 5 - Probabilidade do aspeto ambiental (situação de emergência). ...25

Tabela 6 - Significância dos aspetos ambientais. ...26

Tabela 7 - Critério requisitos legais. ...26

Tabela 8 - Critérios de avaliação dos aspetos ambientais...27

Tabela 9 - Frequência/ Probabilidade de ocorrência do aspeto ambiental. ...30

Tabela 10 - Severidade do impacte ambiental. ...30

Tabela 11 – Critério Requisitos Legais aplicáveis. ...31

Tabela 12 – Critério Opinião das Partes Interessadas. ...31

Tabela 13 - Exemplo de critérios de avaliação baseado no método ABC. ...36

Tabela 14 - Atribuição de uma pontuação aos resultados da análise de contribuição do aspeto no impacte ambiental global (ISO 14044:2006). ...40

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iv

Lista de Siglas

ACV Análise do Ciclo de Vida

AICV Avaliação de Impactes de Ciclo de Vida

APCER Associação Portuguesa de Certificação

BMU German Federal Ministry for the Environment

CML 2001 Centro de Ciências Ambientais da Universidade de Leiden, 2001

DL Decreto-Lei

EPFL Instituto Federal de Tecnologia da Suíça

EMAS Sistema Comunitário de Auditoria e Ecogestão (Eco-Management and

Audit Scheme)

ET Ecotoxicidade

GQA Responsável da Qualidade e Ambiente

HT Toxicidade Humana (Human Toxicity)

ICV Inventário de Ciclo de Vida

ISO Organização Internacional para a Normalização (International

Organizational for Standardization) IT Instrução de trabalho

NP Norma Portuguesa

ODP Potencial de Depleção de Ozono Estratosférico (Ozone Deplection

Potential)

OE Oportunidades estratégicas para a organização

PA Potencial de Acidificação

PAG Potencial de Aquecimento Global

PDA Potencial de Depleção de Recursos Abióticos

PE Potencial de Eutrofização

PFOF Potencial de Formação de Oxidantes Fotoquímicos

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v

PML Produção mais limpa

PQA Política da Qualidade e Ambiente

RPI Reclamações efetuadas pelas partes interessadas

SCE Sistema de Certificação Energética

SG Sistema de Gestão

SGA Sistema de Gestão Ambiental

SGI Sistema de Gestão Integrado

SGQ Sistema de Gestão da Qualidade

SGQA Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Ambiente

SIRAPA Sistema Integrado de Registo da Agência Portuguesa do Ambiente

UBA Agência de Proteção Ambiental Alemã (German Federal Environmental Agency – Umweltbundesamt)

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1 Introdução

1.1 Âmbito e Objetivos

O presente relatório descreve a experiência de um estágio realizado no âmbito do Mestrado de Engenharia do Ambiente, pretendendo criar uma ligação na aprendizagem de uma vertente mais prática, com os conhecimentos teóricos adquiridos na fase escolar do Mestrado de Engenharia do Ambiente.

O projeto consistiu no desenvolvimento e integração de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) num Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), que estava a ser desenvolvido em paralelo com o SGA da ArqPais, empresa de Arquitetura paisagista. Neste projeto salienta-se a fase de avaliação de aspetos ambientais através da aplicação de várias metodologias de avaliação de aspetos ambientais, com o intuito de comparar e averiguar a metodologia de avaliação mais adequada. De um modo geral, o Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Ambiente (SGQA) consiste numa ferramenta de gestão, que tem por finalidade organizar e controlar uma empresa para atingir a qualidade estabelecendo ainda metas para redução dos seus impactes ambientais.

Assim, o SGQA procura aumentar, comprovar e demonstrar a qualidade do produto/serviço prestado aos clientes e demonstrar a preocupação com questões relacionadas com o ambiente.

Este trabalho pretende analisar e explorar todas as fases de Gestão da ArqPais nomeadamente ao nível da gerência, administração, produtos, serviços, colaboradores e fornecedores de, modo a melhorar a organização interna da empresa bem como o seu desempenho ambiental.

Como referido anteriormente, o SGA foi integrado no SGQ e a base para o seu desenvolvimento consistiu nas seguintes questões:

 O que é um SGA?

 Qual a evolução histórica do SGA?

 Quais os benefícios da implementação de um Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Ambiente?

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2

 Quais as metodologias de avaliação de aspetos ambientais mais adequadas para o caso de estudo?

 Quais as motivações da ArqPais para a implementação do SGQA?

1.2 Metodologia do trabalho

Este trabalho divide-se em 4 fases. A primeira fase foi dedicada à pesquisa bibliográfica de artigos científicos para obter uma base científica teórica dos conceitos e motivações de SGQ, SGA, bem como das metodologias de avaliação de aspetos ambientais aplicadas em SGA’s.

A segunda fase teve por base a análise da norma ISO 14001:2012 e de manuais guia da referida norma. Esta fase permitiu compreender cada requisito da norma para posterior desenvolvimento do SGA na ArqPais.

A terceira fase consistiu na pesquisa e análise de artigos científicos com o propósito de selecionar várias metodologias de aspetos ambientais, para posterior adaptação e aplicação ao caso de estudo.

A quarta fase teve por base o desenvolvimento do SGA. Para tal foram identificados os aspetos ambientais, seguindo-se a sua avaliação através da aplicação de 4 metodologias de avaliação de aspetos ambientais, recorrendo a folhas de cálculo. Através da análise destas folhas de cálculo foi possível escolher a metodologia mais adequada para o caso de estudo. Nesta fase foi ainda integrada a política ambiental na política da qualidade. Elaborou-se também o levantamento dos requisitos legais ambientais. Desenvolveram-se ainda os objetivos e metas, tendo em conta os aspetos ambientais da empresa. Esta fase englobou também a integração dos requisitos comuns às normas ISO 14001:2012 e ISO 9001:2008. Dos requisitos comuns fazem parte recursos, atribuições, responsabilidades e autoridade, competência, formação e sensibilização, comunicação, documentação e controlo dos documentos e registos. De seguida implementaram-se procedimentos operacionais para realização do controlo operacional, para que desta forma se possam controlar as operações que estão associadas aos aspetos ambientais significativos. Desenvolveram-se ainda os procedimentos para descrever a metodologia de atuação em possíveis situações de emergência ambiental. Por fim, depois da realização da auditoria interna e da revisão pela gestão realizou-se a auditoria externa, da qual resultou um relatório de auditoria

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3

externa com as constatações detetadas. Após o envio do plano de ações corretivas para a resolução destas constatações a ArqPais obteve a certificação.

1.3 Estrutura do Relatório

Este relatório encontra-se dividido em 4 capítulos.

No primeiro capítulo, Introdução, é apresentado o enquadramento e objetivos e explica-se, de um modo geral, o trabalho desenvolvido.

O segundo capítulo, intitulado por Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Ambiente, encontra-se dividido em 4 partes: Sistema de Gestão da Qualidade; Sistema de Gestão Ambiental; Sistemas de Gestão integrados; e Semelhanças entre ISO 9001 e ISO 14001.

Nas duas primeiras secções do segundo capítulo pretende-se compreender o que é um SGA e quais são as razões e motivações para a sua implementação. Nestas secções descreve-se também a evolução histórica dos SGA’s e faz-se referência, de um modo geral, às metodologias de avaliação de aspetos ambientais. A avaliação dos aspetos ambientais é um ponto crucial na implementação de um SGA, visto que é a partir deste ponto que se identificam quais os aspetos ambientais significativos da organização para posteriormente serem desenvolvidas metas e objetivos para redução dos impactes da organização.

Na terceira secção evidenciam-se os benefícios que resultam da integração do SGA no SGQ.

A quarta parte do capítulo apresenta as semelhanças entre a ISO 9001 e 14001, esta fase é importante para se compreender quais os requisitos da norma ISO 14001 que podem ser integrados na ISO 9001.

No terceiro capítulo, caso de estudo – Implementação de um SGA na ArqPais, é descrito o trabalho prático desenvolvido na empresa ArqPais. Este capítulo engloba a apresentação da empresa onde foi desenvolvido o estágio e a apresentação da empresa onde se integrou o SGA. Faz-se uma breve reflexão sobre o papel do Engenheiro do Ambiente na implementação de um SGQA.

Seguidamente refere-se a metodologia adotada para a implementação do SGQA. Nesta fase são apresentados os elementos chave para Integração do SGA com o SGQ.

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2 Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Ambiente

O SGA pode ser integrado no SGQ, trazendo benefícios quer ao nível da gestão, visto que os requisitos básicos das normas ISO 14001:2012 e ISO 9001:2008 são comuns, quer ao nível da redução de custos associados aos recursos humanos; ao tempo gasto na implementação e à documentação necessária.

Para compreender a importância da implementação do sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Ambiente é necessáriodefinir os conceitos de SGA e SGQ. A secção que se segue tem por finalidade responder a essas questões.

2.1 Sistema de Gestão da Qualidade

Um SGQ é um sistema complexo que engloba todas as fases de gestão de uma organização, onde se lida com a qualidade dos processos e dos produtos. Este pode ser definido como um sistema de gestão das responsabilidades, dos procedimentos, dos processos bem como dos recursos para a implementação das ações necessárias que conduzam aos objetivos da qualidade das organizações (CERCO, 2000).

A terminologia mais recente (ISO 9001:2008) considera que a gestão da qualidade diz respeito à coordenação das atividades de dirigir e controlar uma organização com vista a obter o nível de qualidade desejado. Para tal é necessário estabelecer a política da qualidade, os objetivos de qualidade, o planeamento para atingir a qualidade, a garantia de qualidade e a melhoria contínua da qualidade.

Assim um SGQ tem como finalidade assegurar o cumprimento dos requisitos legais e regulamentares aplicáveis ao produto e o cumprimento de requisitos que podem afetar a conformidade do produto/serviço nomeadamente requisitos pré-definidos pelo cliente, prazos de entrega, entre outros. Para tal, a norma estabelece através dos seus capítulos, os requisitos que serão cumpridos nos sistemas de gestão da qualidade para alcançar este objetivo (Blanco, 2005).

A certificação de produtos e serviços começou durante a década de 1960 na indústria de transformação, como uma ferramenta para controlar e garantir a qualidade e a conformidade dos produtos e dos serviços prestados pelos fornecedores aos consumidores (Santos et al., 2011).

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A série ISO 9000 é um conjunto de normas internacionais de gestão da qualidade. Desde a sua publicação inicial em 1987, as normas ganharam uma reputação mundial e devido à sua natureza genérica, é possível aplicá-las em diferentes ramos de atividade (Celik, 2009).

As normas ISO 9001 são caracterizadas pela criação de um sistema interno de organização e controlo das empresas, sendo auditadas e certificadas por entidades externas.

Os sistemas de gestão da qualidade podem ser implementados em qualquer área de negócio. A aplicação de vários métodos e ferramentas de qualidade demonstra o espírito inovador das organizações, trazendo benefícios ao nível da organização interna, da satisfação por parte do cliente, do aumento da qualidade do produto e da prevenção de riscos.

2.2 Sistema de Gestão Ambiental

A gestão ambiental consiste na gestão das atividades da empresa que têm, tiveram ou poderão ter impacte ambiental, tendo como objetivo preservar os recursos naturais, minimizar a emissão de poluentes e os riscos ambientais.

A implementação de Sistemas de Gestão Ambiental é a ferramenta que tem vindo a ser utilizada pelas organizações para atingir a melhoria do seu desempenho ambiental.

Um SGA pode ser definido como uma parte do sistema global de gestão de uma organização que visa o controlo dos seus aspetos ambientais, em todas as suas vertentes, que envolve toda a estrutura da organização, englobando todas as atividades, produtos e serviços que provocam ou podem vir a provocar danos ambientais, implementando um processo de melhoria contínua (Pinto, 2005).

Disterheft et al. (2012) definem um SGA como um sistema transparente, corporativo e sistemático, que tem como finalidade implementar metas ambientais, políticas ambientais, responsabilidades ambientais aos colaboradores e auditorias regulares ao sistema de modo a melhorar o seu desempenho ambiental.

A norma internacional ISO 14001 preconiza um sistema cíclico de planeamento, implementação, revisão e melhoria das ações de uma organização de modo a atingir a melhoria contínua do desempenho ambiental.

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Ao longo dos anos é notável a preocupação crescente das empresas relativamente ao Ambiente. Esta preocupação surgiu fundamentalmente após a revolução industrial, fruto do crescimento de infraestruturas, que levou ao aparecimento de problemas ambientais associados ao rápido crescimento da economia.

A intensidade deste interesse pela temática ambiental sofreu inúmeras oscilações, destacando-se, no entanto, um acentuado crescimento a partir da década de 90, resultado da emissão do relatório Brundtland apresentado em 1987 e da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Alguns dos motivos responsáveis pelo despoletar deste crescimento estão relacionados com o processo da integração europeia, com a internacionalização dos mercados e ainda com o aparecimento de problemas ambientais graves, nomeadamente a drástica redução da disponibilidade de recursos naturais, o aumento do buraco da camada de ozono e o aquecimento global (Welford, 1998).

Segundo Walker et al. (2008) para além dos problemas ambientais verificados, as preocupações reveladas relativas ao ambiente podem ter surgido no contexto do aparecimento de legislação cada vez mais restritiva, do desenvolvimento de princípios que estimulam a proteção ambiental e do aparecimento de taxas, visando assim atribuir responsabilidades às empresas pelas suas ações.

No entanto, a preocupação ambiental manifestada ao longo dos anos pela sociedade e pelas empresas, prende-se também com o aumento da competitividade entre as empresas, com a procura de produtos fabricados de forma ambientalmente consciente, com a consciencialização da população, com a necessidade de preservação de recursos naturais e com questões relacionados com o desenvolvimento sustentável.

Os SGA’s começaram a ser desenvolvidos nos anos de 1980-1990. Nesta época as empresas começaram a sentir necessidade de implementar novas ferramentas de gestão para cumprir a legislação ambiental e melhorar o seu desempenho ambiental.

A literatura tem revelado evidências de que um SGA proporciona vantagens competitivas às empresas, visto que as questões ambientais deixam de ser encaradas como um custo passando a ser encaradas como benefício. Destes benefícios enumeram-se, por exemplo a redução de consumos e o reaproveitamento de recursos.

Deste modo, as organizações foram incentivadas a implementar SGA’s, os quais podem ser implementados seguindo os requisitos do regulamento EMAS e da norma ISO 14001. O regulamento EMAS e a norma ISO 14001 têm vindo a ser melhoradas ao longo

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dos anos, nomeadamente quando as relações multidisciplinares entre a vertente ambiental e o homem são tomadas em consideração (Hui et al., 2001).

A implementação de um SGA segundo o regulamento EMAS e a norma ISO 14001 é voluntária, no entanto as empresas que implementam um SGA podem, a médio e longo prazo, melhorar o controlo dos seus processos, dos seus produtos e dos seus serviços levando deste modo à redução dos custos e aumento dos lucros (Epstain e Roy, 1997). Isto é particularmente importante quando se considera que a implementação de um SGA pode afetar a capacidade da empresa em exportar os seus produtos a nível mundial, visto que com a implementação do SGA se garante que a empresa tem preocupações ambientais e apresenta uma imagem verde aos clientes (Slater e Angel, 2000).

Segundo Shrivastava (1995) e Westley & Vredenburg (1996) a gestão eficaz das organizações tendo em consideração a vertente ambiental exige uma mudança fundamental nas linhas orientadoras de gestão. Isso inclui a ponderação da renovação dos processos de produção, a avaliação do impacte ambiental, a averiguação das tecnologias utilizadas e escala de operações, e uma reavaliação geral do desenvolvimento através do crescimento.

Para a implementação de um SGA as empresas devem nomear um Responsável Ambiental interno que assuma o controlo, realizando a análise da organização e diagnosticando o seu sistema. Posteriormente, o consultordeve realizar o planeamento e implementação e por fim, verificar e avaliar os resultados da implementação (Cummings e Worley, 2008).

2.2.1 Benefícios da implementação do SGA

A literatura revela vários estudos que demonstram os benefícios relativos à implementação de um SGA. Estes benefícios verificam-se não só na melhoria do desempenho ambiental mas também na melhoria das relações empresariais, visto que com a implementação do SGA se minimiza o risco de uma empresa ter a sua marca associada a outra empresa sem preocupações ambientais.

Os motivos para a implementação de um SGA podem variar de organização para organização. A maior parte dos motivos está relacionada com fatores externos, como a melhoria da imagem da organização, as vantagens relacionadas com o mercado, as exigências por parte dos mercados ou por parte dos clientes e uma melhor comunicação com as partes interessadas (Hillary, 2004; Potoski e Prakash, 2004). No entanto, há fatores internos, como a resposta a situações de emergência, a melhoria da comunicação

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interna (Potoski e Prakash, 2004; Gavronski et al., 2008), a motivação dos funcionários, a redução de resíduos, o aumento da eficiência operacional (Boudouropoulos e Arvanitoyannis, 1999), bem os como benefícios financeiros e organizacionais (Hillary, 2004).

Segundo Melnik et al. (2003) uma organização procura a implementação de um SGA quando:

 Há exigências económicas ou exigências dos mercados;

 Quando a certificação não exige muito esforço por parte da organização devido à sua conformidade ambiental;

 Quando a empresa vê a certificação como uma ação estratégica para a sua organização.

2.2.2 Metodologias de avaliação de aspetos ambientais

Vários estudos indicam que o elemento fundamental para a implementação e manutenção de um SGA está associado à fase de planeamento, mais concretamente às etapas de identificação e avaliação de aspetos ambientais (Seiffert, 2008). Os aspetos ambientais derivam das atividades, produtos ou serviços de uma organização que podem interagir com o meio ambiente. Estes determinam o objetivo do SGA e deste modo é essencial a sua correta identificação e avaliação (Whitelaw, 2008; Zobel e Burman, 2004).

Assim, tendo em conta que a norma ISO 14001, não exige nenhuma metodologia específica para determinar os aspetos ambientais, pode-se considerar que esta é uma das questões com maior grau de incerteza na implementação de um SGA (Põder, 2006).

A ISO 14001:2012 não define rigorosamente o termo aspetos ambientais significativos e afirma que "Não existe uma metodologia única para determinar os aspetos ambientais significativos. No entanto, a metodologia utilizada deverá fornecer resultados consistentes e incluir a definição e a aplicação de critérios de avaliação, como sejam os relativos às questões ambientais, às questões legais e às preocupações das partes interessadas internas e externas”. Define ainda meio ambiente como " envolvente na qual uma organização opera, incluindo o ar, a água, o solo, os recursos naturais, a flora, a fauna, os seres humanos, e as suas inter-relações". Deste modo, «Ambiente» e «impacte ambiental" têm um significado amplo no contexto de gestão ambiental, abrangendo os ambientes biofísicos e socioeconómicos (Põder, 2006). Posto isto, a ISO 14001:2012

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recomenda ainda que se tenha em conta a opinião das partes interessadas para a avaliação dos aspetos ambientais.

De acordo com o mencionado anteriormente, o mais comum nas organizações é identificar os aspetos ambientais relacionados com as suas atividades, produtos ou serviços que podem ser controlados diretamente pela organização (aspetos diretos) e aqueles sobre os quais pode ter influência (aspetos indiretos) e avaliá-los tendo em conta critérios ambientais (ex: magnitude, frequência/probabilidade, severidade, etc.), e/ou critérios empresariais (ex: requisitos legais, opinião das partes interessadas).

No que respeita à identificação dos aspetos ambientais, a ISO 14001:2012 refere que se devem ter em consideração os aspetos relacionados com as atividades, produtos e serviços da organização, nomeadamente:

 Conceção e desenvolvimento;  Os processos produtivos;  A embalagem e o transporte;

 Desempenho ambiental e as práticas dos subcontratados e fornecedores;  A gestão de resíduos;

 A extração e distribuição de matérias-primas e de recursos naturais;  A distribuição, a utilização e o fim de vida de produtos;

 A fauna, a flora e a biodiversidade.

Em relação à avaliação dos aspetos ambientais, Woodside et al. (1998) sugerem que os métodos de avaliação disponíveis podem ser divididos em três abordagens diferentes: 1) a consideração de critérios documentados sem recorrer a fatores de ponderação, ou seja, todos os critérios são selecionados se ter em conta outros indicadores, 2) a consideração de critérios documentadas recorrendo a fatores de ponderação, isto é selecionando critérios de avaliação de aspetos ambientais tendo em conta outros indicadores, por exemplo para o critério magnitude pode estar dependente da escala espacial onde ocorre a alteração e 3) análises realizadas por técnicos de ambiente.

De acordo com Whitelaw (1997), o mais utilizado é o método baseado em critérios com fatores de ponderação, no qual é considerada a avaliação do risco. Os critérios de avaliação mais sugeridos são:

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10  A extensão do impacte;

 A severidade do impacte;  A probabilidade de ocorrência;  A permanência de impacte;

 A legislação aplicável aos aspetos ambientais;  A dificuldade em alterar os impactes ambientais;  As preocupações das partes interessadas.

Na questão da avaliação de aspetos ambientais, os autores encontram-se claramente divididos em dois grupos: os que apenas sugerem preocupações ambientais ao avaliar os aspetos ambientais e os que também sugerem questões empresariais (ex: opinião das partes interessadas).

A subjetividade da avaliação dos aspetos ambientais torna o resultado do processo dependente das pessoas que o efetuam, este ponto, é na maioria das vezes deixado em aberto. Schoffman e Tordini (2000) afirmam que "É importante não assumir que a administração de topo deve identificar os aspetos ambientais de uma organização". Em vez disso, estes autores sugerem que todos os diferentes níveis da organização devem intervir para uma identificação adequada dos aspectos ambientais. Schoffman e Tordini (2000); Whitelaw (1997) sugerem a utilização de questionários. Woodside et al. (1998) sugerem que a determinação dos aspetos significativos deve ser realizada com base na apreciação do Diretor de Operações Ambientais e dos Coordenadores Ambientais e com pareceres de outros profissionais, quando necessário.

2.3 Sistemas de Gestão Integrados

A integração de sistemas de gestão pode ser definida como "o desenvolvimento de diferentes sistemas com funções específicas de gestão num sistema único e mais eficaz" (Beckmerhagen et al., 2003).

Tradicionalmente, as organizações têm desenvolvido sistemas de gestão focando-se no cumprimento dos requisitos de cada norma individualmente, muitas vezes de forma

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isolada, e podendo gerar conflitos entre elas (Karapetrovic e Willborn, 1998; Zeng et al, 2007).

No entanto, os sistemas integrados de gestão que têm como finalidade cumprir os objetivos de cada sistema em simultâneo, são cada vez mais populares (Beckmerhagen

et al., 2003). Atingir esse objetivo pode ser benéfico para a eficácia e eficiência da

organização, reduzindo aindaos custos de gestão de cada sistema (Tari e Molina-Azorín, 2010).

Nos últimos anos tem-se verificado uma proliferação na implementação de sistemas de gestão, o que levou a uma alteração na estrutura e conteúdo das normas ISO tornando-as cada vez mais semelhantes entre elas, tendo como finalidade melhorar a sua compatibilidade e facilitar a sua implementação em simultâneo (Karapetrovic, 2002; López-Fresno, 2010).

As normas ISO referentes a sistemas de gestão incorporam elementos comuns, tais como o controlo dos documentos e registos, auditorias internas, ações corretivas e preventivas, revisão pela gestão e a melhoria contínua (Asif et al., 2010). O ciclo de melhoria contínua Plan, Do, Check, Act (PDCA) (Deming, 1982), tornou-se assim a base das normas de sistemas gestão (Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho, Segurança Alimentar etc.) (Labodova, 2004; López-Fresno, 2010).

Relativamente à ordem de implementação dos sistemas de gestão, Salomone (2008) e Karapetrovic e Casadesus (2009) mostram através dos seus estudos que a maioria das organizações implementa primeiro o SGQ e posteriormente o SGA.

No que diz respeito à integração de sistemas de gestão, Karapetrovic e Willborn (1998) definem três elementos principais que podem ser integrados em diferentes níveis, nomeadamente metas, processos e recursos. Karapetrovic et al. (2006) realizaram um estudo, tendo por finalidade analisar o grau de integração desses elementos. Os autores verificaram que grande parte da integração diz respeito aos recursos humanos, à política da empresa, aos objetivos, ao manual do sistema de gestão, aos processos de controlo de documentos, ao controlo de registos, às auditoria e à revisão pela gestão. Por outro lado, os autores evidenciaram que não houve integração em aspetos como os registos integrados, as instruções, os procedimentos, o planeamento, a realização do produto e de outros processos internos de negócio.

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2.4 Semelhanças entre ISO 9001 e ISO 14001

A integração do SGA no SGQ, como já foi referido anteriormente, possibilita a redução de tempo e de custos se for implementada de uma forma coerente e sistemática face às necessidades de cada área, beneficiando a organização e evitando deste modo conflitos de interesse entre os sistemas. Para tal, é importante conhecer as semelhanças e as principais diferenças dos sistemas de gestão.

As principais semelhanças entre as normas ISO 9001 e ISO 14001 encontram-se na tabela seguinte (Tabela 1).

Tabela 1 – Semelhanças entre ISO 14001 e ISO 9001.

ISO 14001 ISO 9001 Observações

 Política Ambiental  Política da Qualidade A Política é um elemento comum entre as normas; nela é definida a orientação da organização relativamente à qualidade e ambiente, sendo facilmente integradas. É de salientar que a norma ISO 14001 exige que a política esteja acessível ao público.

 Recursos, atribuições, responsabilidades e autoridade.  Comprometimento da gestão  Responsabilidade e autoridade  Representante da gestão  Provisão de recursos  Infraestrutura

Estes são elementos comuns entre as normas. A atribuição de responsabilidades permite garantir que o funcionamento da organização é efetuado de forma controlada.

Na prática, a gestão de topo deve disponibilizar recursos para a implementação do sistema. Na atribuição de responsabilidades, a gestão de topos deve ter em conta as atividades com influência na qualidade do produto ou serviço e no ambiente.  Competência, formação e sensibilização  Recursos humanos Generalidades  Competência, formação e consciencialização

Tanto na norma ISO 9001 como na norma ISO 14001 é referido que a organização deve verificar as necessidades de formação dos seus colaboradores e a sua competência para as tarefas atribuídas.

Segundo a norma 14001 todos os intervenientes têm de ser sensibilizados para a importância dos aspetos ambientais identificados pela organização e segundo a norma 9001 têm de ser sensibilizados para os requisitos da qualidade do produto.

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ISO 14001 ISO 9001 Observações

 Comunicação  Comunicação interna  Comunicação com o

cliente

Em ambas as normas, a comunicação interna deve ser conseguida para que os colaboradores tenham conhecimento dos aspetos ambientais, da gestão da qualidade e ambiente de forma a garantir a eficácia dos sistemas. Deve-se facilitar a comunicação com os clientes e as partes interessadas.

A principal diferença reside na ISO 14001 que refere que a organização deve decidir quanto à comunicação externa sobre os seus aspetos ambientais significativos, devendo documentar a sua decisão.  Controlo dos

documentos

 Controlo dos documentos

As duas normas indicam que deve ser estabelecido pela organização um procedimento que garanta o controlo dos documentos. Assim, os documentos podem ser facilmente localizados na revisão correta poupando tempo e assegurando o seu manuseamento eficiente.

Este ponto também permite à organização efetuar a retenção dos registos durante o tempo necessário, quer por imposição legal ou outros requisitos quer por necessidade de manter evidências para demonstrar a conformidade com os requisitos do seu SGA.

 Monitorização e medição  Controlo dos dispositivos de monitorização e medição  (Medição, análise e melhoria) Generalidades  Monitorização e medição dos processos  Monitorização e medição do produto

Ambas as normas referem que devem ser monitorizadas e medidas as operações que possam ter um impacte significativo no ambiente ou na qualidade e devem garantir a conformidade do produto.

A organização deve avaliar o desempenho do sistema e implementar medidas com vista a atingir a melhoria contínua. Para tal, deve recolher informação sobre a satisfação dos clientes, os problemas da qualidade, os acidentes ambientais, os resultados de auditorias internas e externas e os resultados de monitorização (produto, ambiente e emissões para o exterior).

A análise dos dados da monitorização permitem à organização verificar o funcionamento do SGA, analisando o cumprimento do compromisso descrito na política ambiental, nos objetivos e metas.

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ISO 14001 ISO 9001 Observações

 Não conformidades, ações corretivas e ações preventivas  Controlo do produto não conforme  Ações corretivas  Ações preventivas

As normas referem que se deve garantir a implementação ações corretivas ou preventivas para as não conformidades e potenciais não conformidades detetadas, tanto ao nível dos impactes ambientais como da qualidade do produto/serviço.

A organização deve avaliar as causas das não conformidades para implementar ações corretivas e preventivas, para corrigir as não conformidades e atingir a melhoria contínua.

A análise dos dados permite verificar se as ações corretivas e preventivas foram eficazes.

 Controlo dos registos

 Controlo dos registos Em ambas as normas, é referido que se deve efetuar o controlo dos registos para evidenciar a conformidade dos requisitos do SGQ e do SGA. A ISO 9001 exige um procedimento documentado para definir os controlos necessários para identificação, armazenamento, proteção recuperação, retenção e destino dos registos.  Auditoria interna  Auditoria interna Segundo ambas as normas devem ser realizadas

auditorias internas para verificar se os requisitos planeados pela gestão da qualidade e ambiente estão a decorrer como previsto, e garantir que os requisitos planeados são mantidos (podem ser realizadas em conjunto).

A única diferença neste ponto é que a norma ISO 9001 exige um procedimento documentado para definir responsabilidades e requisitos para planear e conduzir uma auditoria, estabelecer registos e reportar resultados.

 Revisão pela Gestão  Comprometimento da gestão

 Revisão pela gestão  Generalidades  Entrada para a

revisão

 Saída da revisão  Melhoria contínua

As duas normas indicam que a gestão de topo deve analisar o SGQ e ambiente para assegurar que se mantém adequado e eficaz e deve avaliar as oportunidades de melhoria.

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Existem ainda semelhanças entre as duas normas que não são claramente identificáveis, como é o caso da definição de objetivos/metas referentes aos aspetos ambientais significativos segundo a norma ISO 14001, e o caso do planeamento da qualidade que normalmente recorre à definição de objetivos de qualidade segundo a norma ISO 9001.

Em relação aos elementos que não apresentam semelhanças podem-se referir a identificação de aspetos ambientais e a preparação e resposta a situações de emergência na ISO 14001.

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3 Caso de Estudo

– Implementação de um SGA na ArqPais

3.1 Apresentação do local de Estágio

O desenvolvimento e a implementação do SGA na ArqPais surgiram por intermédio da empresa Vexillum, Lda. A Vexillum onde foi realizado o estágio curricular, é uma empresa de consultoria na área da Qualidade. Segue-se a apresentação de ambas as empresas.

A empresa Vexillum tem sede em Odivelas e presta serviços de consultoria de apoio à Gestão nos domínios da Qualidade, Ambiente, Saúde e Segurança e Responsabilidade Social.

Áreas de atividade da Vexillum

A Vexillum atua em três áreas de negócio que se complementam entre si, sendo estas:

 Consultoria de Sistemas de Gestão (Implementação de Sistemas de Gestão de Qualidade, Ambiente, Saúde e Segurança, Responsabilidade Social e outras áreas normativas);

 Formação (Desenvolvimento de planos de formação e sua implementação);  Satisfação do cliente (Realizando auditorias a fornecedores, Monitorização da

Satisfação por parte do cliente).

A ArqPais, Consultores de Arquitetura Paisagista e Ambiente, Lda., iniciou a sua atividade em 1995. É uma sociedade por quotas, constituída por escritura pública em Fevereiro de 1995, com alterações ao pacto social em Maio de 1996.

A ArqPais é uma PME Portuguesa, tem sede em Lisboa e presta serviços de consultoria e projeto nas áreas de arquitetura paisagista e ambiente.

Atualmente é constituída por 10 colaboradores permanentes, contando com o apoio de consultores (subcontratados). Assenta numa estrutura organizacional com 4 departamentos, nomeadamente o departamento Gestão da Qualidade e Ambiente, Administrativo e Secretariado, Direção de Estudos e Projetos e Direção Comercial.

Recentemente, a ArqPais foi distinguida como PME Líder pelo IAPMEI. Principais Ramos de atividade da ArqPais

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A atividade desenvolvida pela ArqPais tem abrangido uma ampla e diversificada participação, tanto ao nível do projeto como ao nível da consultadoria especializada, nas áreas de arquitetura paisagista e ambiente, destacando-se os seguintes tipos de estudos e projetos:

 Área Ambiental

- Estudos de Impacte Ambiental

- Relatórios de Conformidade Ambiental de Projetos de Execução (RECAPE’s) - Estudos de Incidências Ambientais

- Estudos de Viabilidade Ambiental

- Monitorização e Acompanhamento Ambiental de Obras

- Planos de Prevenção e Gestão de Resíduos de Construção e Demolição  Área de Projeto

- Projetos de Arquitetura Paisagista em Espaços Exteriores em zonas urbanas - Projetos de Integração Paisagística de Projetos Rodoviários

- Projetos de Recuperação e Integração Paisagística de Pedreiras e outras áreas degradadas

- Estudos de Planeamento e Ordenamento do Território: Planos de Pormenor, Estudos de Ordenamento, Projetos de Urbanização

- Planos de Mobilidade e Acessibilidade

- Assessoria técnica à fiscalização de obras na área de arquitetura paisagista

3.2 Papel do Engenheiro do Ambiente na Organização

Para a implementação de um SGA, um Engenheiro do Ambiente necessita de adquirir aptidões como comunicar com clientes, reconhecer as necessidades das organizações, avaliar e interpretar todas as fases de Gestão das mesmas, identificar os aspetos e impactes ambientais associados às suas operações, desenvolver alternativas para mitigação dos impactes e conseguir garantir o equilíbrio dos negócios com a preservação do meio ambiente. Para tal, é necessário ter o domínio das metodologias de investigação e conhecimentos teóricos nos temas de qualidade e meio ambiente.

Enquanto Engenheira do Ambiente, o trabalho passou por conhecer a função de um Engenheiro do Ambiente no âmbito da implementaçãode Sistemas de Gestão ambiental, visando a implementação de práticas inovadoras para minimização de custos e impactes ambientais.

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O Engenheiro do ambiente é responsável pela coordenação da implementação do SGA, que inclui estrutura organizacional, atividades de planeamento, responsabilidades, procedimentos, processos produtivos, sendo deste modo o elo de ligação entre a hierarquia de topo e os operadores técnicos.

Na empresa ArqPais implementaram-se políticas e recursos para a proteção domeio ambiente em ações concretas e resultados mensuráveis, tendo por base todo o conhecimento adquirido ao longo do mestrado de Engenharia do Ambiente, dando enfase aos requisitos legais e à norma ISO 14001.

Analisaram-se os serviços internos e os serviços prestados pela ArqPais, nomeadamente estudos de impacte ambiental, estudos de viabilidade ambiental, relatórios de conformidade ambiental de projetos de execução, monitorização e acompanhamento ambiental de obras, projetos de arquitetura paisagista em espaços exteriores em zonas urbana e projetos de integração paisagística de projetos rodoviários. Efetuou-se o planeamento de todas as fases de gestão inerentes aos serviços referidos de modo a: organizar a documentação referente a esses processos, atribuir responsabilidades e autoridades aos colaboradores cuja atividade esteja relacionada com os aspetos ambientais, efetuar o levantamento dos requisitos ambientais aplicáveis à organização, reduzir os impactes significativos, através do estabelecimento de objetivos e metas; implementar ações para minimizar possíveis situações de emergência ambiental; implementar ações de monitorização para verificar o cumprimento dos objetivos e metas bem como do planeamento do sistema.

3.3 Motivação da ArqPais para implementação do SGQA

A motivação para a implementação e desenvolvimento do Sistema Integrado de Gestão da Qualidade e Ambiente na ArqPais teve por base o aumento das exigências dos mercados, a melhoria da sua imagem perante os clientes.

A ArqPais pretende destacar-se relativamente à sua concorrência e cumprir exigências dos mercados nomeadamente em concursos públicos, podendo ganhar vantagem competitiva com a certificação.

A mobilidade dos mercados, também é um fator a considerar, a qual exige às empresas uma constante revisão e atualização dos seus produtos, de modo a ajustá-los a novas exigências e expectativas dos clientes.

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Nos dias que correm, a imagem da organização é um fator primordial, uma vez que os clientes estão cada vez mais exigentes. Sendo a ArqPais uma empresa que presta serviços a nível ambiental é fundamental que esta comprove, demonstre e ateste a qualidade do seu produto e a proteção do ambiente, mostrando assim credibilidade aos seus clientes.

3.4 Metodologia

A metodologia aplicada paraintegração do SGA rege-se pelo modelo estabelecido na norma ISO 14001:2012 bem como na análise de todos os requisitos legais aplicáveis e tem como suporte o SGQ baseado na norma ISO 9001:2008.

Ciclo de ações para a Integração do SGA no SGQ

1. Diagnóstico da situação inicial – levantamento ambiental

Nesta fase pretende-se conhecer o estado atual da organização em matéria de ambiente, analisar o que faz, como faz e com o quê (equipamentos; materiais; matéria prima e energia), identificando todas as suas atividades.

Verificam-se as principais atividades da empresa de modo a identificar as matérias-primas utilizadas, os processos de produção, os produtos e as emissões.

2. Identificação dos requisitos do SGA

É importante analisar os requisitos do SGA para que sejam claramente compreendidos e para poderem ser aplicados à ArqPais.

3. Identificação dos requisitos do SGQ

A análise dos requisitos do SGQ é essencial para se compreenderem os requisitos que vão ser implementados na ArqPais e para se poderem identificar os requisitos que vão ser a base para a integração de alguns requisitos do SGA.

4. Comparação com os requisitos do SGQ

Elabora-se um inventário dos procedimentos do SGA que se vão realizar, bem como políticas, impressos, instruções e outros documentos que indicam o modo como os colaboradores vão atuar, conduzir os negócios e desempenhar as atividades dentro da organização. Após o levantamento dos documentos referidos anteriormente, identificam-se quais os que podem identificam-ser integrados nos procedimentos e impressos do SGQ.

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20 5. Definição da política ambiental

Tendo por base a realidade da organização em matéria de ambiente e os recursos que a mesma disponibiliza para o projeto, define-se uma política ambiental formalizando o compromisso de proteção e promoção ambiental, sendo esta integrada na política da qualidade.

6. Planeamento

Nesta fase são identificados os aspetos ambientais e determinada a sua significância, conhecendo deste modo os impactes ambientais associados às atividades, produtos e serviços da ArqPais. Tendo em conta os aspetos ambientais, são elaboradas medidas para minimizar os impactes negativos e promover os aspetos ambientais positivos.

Neste ponto realiza-se ainda a pesquisa dos requisitos legais aplicáveis à organização e estabelece-se o mecanismo para atualização dos mesmos.

Nesta etapa também se elabora o Manual da Qualidade e Ambiente da organização. 7. Implementação e operação:

Nesta fase definem-se os recursos, as atribuições de responsabilidades e autoridades de todos os colaboradores. São implementados os procedimentos, instruções de trabalho, e são efetuados os registos.

8. Verificação e ações corretivas:

Nesta etapa realiza-se a análise crítica do SGQA relativamente ao alcance dos objetivos estabelecidos, o que inclui a realização de uma auditoria interna, a criação de métodos que permitam o controlo sistemático e permanente de forma a agir pró-ativamente sobre o sistema para correção de erros, e para a atualização constante dos procedimentos.

Após a implementação e verificação dos requisitos do SGA e SGQ é alcançada a integração do sistema. Posteriormente devem realizar-se auditorias contínuas para assegurar a conformidade do sistema.

3.5 Diagnóstico Ambiental

O diagnóstico ambiental indica o estado atual da organização, nesta fase são identificados os aspetos ambientais da organização, bem como os possíveis impactes ambientais derivados desses aspetos.

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Esta análise é a base para o desenvolvimento do trabalho, deste modo recolheram-se informações sobre:

 A localização geográfica;  O número de trabalhadores;  O organograma;

 As atividades e os serviços prestados pela ArqPais;

 As atividades e os serviços prestados pelos subcontratados;  Serviços existentes (refeitório, instalações sanitárias, escritório);

 Tipos de equipamentos existentes (ar condicionado, frigorifico, lâmpadas, impressoras, etc.);

 Tipo de consumos (energia, água, combustível, papel, etc.);

 Tipo, quantidade e destino dos resíduos (papel, indiferenciados, pilhas, toners, REEE, etc.);

A análise da informação mencionada anteriormente teve como objetivo verificar os

inputs (consumos) e outputs (resíduos, emissões, entre outros) da organização,

identificando deste modo os seus aspetos ambientais e os impactes respetivos, bem como averiguar o desempenho ambiental da organização.

3.6 Identificação e avaliação de aspetos ambientais

Esta fase é crucial para a implementação do SGA necessitando de uma atenção reforçada para a compreensão de toda a informação recolhida.

Com a realização do diagnóstico ambiental da organização foi efetuado o levantamento de todas as atividades e serviços com impactes/ interações ambientais. Neste ponto foram consideradas não só as atividades de funcionamento normal mas também as atividades de funcionamento anormal (situações de paragem e de arranque) e as situações de emergência.

O levantamento dos aspetos ambientais diretos foi realizado tendo em conta as atividades desenvolvidas em cada um dos setores da empresa: escritório, instalações sanitárias, refeitório, manutenção das instalações, deslocações, elaboração de projeto. No que respeita aos aspetos ambientais indiretos, o levantamento foi realizado de acordo com os diferentes serviços prestados pelos subcontratados.

Para cada setor foram indicadas as atividades desenvolvidas associando-se os aspetos ambientais e os respetivos impactes ambientais. Os aspetos ambientais são

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obtidos sobre a forma de entradas (consumos) e saídas (produções e emissões). Para facilitar a identificação dos aspetos ambientais recorreu-se a fluxogramas, onde para cada setor foram descritas as entradas e saídas. Nesta fase identificam-se também as possíveis situações de emergência.

Todos os aspetos ambientais identificados, bem como os impactes ambientais associados foram inseridos numa folha de registo, IP.GQA.12. – Registo de Aspetos Ambientais, que é apresentada no Anexo II, metodologia de avaliação de aspetos ambientais de Pires (2012).

Atendendo a que cada aspeto ambiental e respetivo impacte têm um peso diferente em matéria de contaminação ambiental, os aspetos ambientais devem ser avaliados relativamente à sua significância.

No requisito 4 da norma ISO 14001 não é indicada uma metodologia a adotar para a avaliação dos aspetos ambientais, tendo por essa razão sido analisadas várias metodologias possíveis.

De seguida são apresentadas algumas das metodologias de avaliação de aspetos ambientais existentes. Esta exposição é fruto de uma pesquisa extensa, recorrendo a artigos científicos e manuais de SGA’s. São apenas apresentadas as metodologias que foram consideradas mais adequadas para adaptação ao caso de estudo. A seleção das metodologias de avaliação de aspetos ambientais baseou-se nos seguintes critérios:

 Apresentarem critérios de avaliação de aspetos ambientais gerais, isto é que se podem aplicar a qualquer tipo de organização;

 Apresentarem a aplicação das metodologias em organizações com serviços semelhantes à ArqPais;

 Apresentarem um método de avaliação que mesmo sendo específico pode ser adaptado à ArqPais.

Metodologias de avaliação de aspetos ambientais 1. Métodos baseados em critérios definidos

1.1. Seiffert (2008) – Este método foi utilizado na Implementação de SGA’s em

pequenas e médias empresas. O estudo teve por base a análise de quatro empresas com ramos de atividade diferentes, nomeadamente na hotelaria, na produção de mobiliário para exportação, na extração de substâncias minerais e na transformação de granito, e produção de telhas.

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De acordo com esta metodologia a identificação dos aspetos ambientais deve ter em consideração as entradas e saídas de todas as atividades da empresa, bem como os seus processos, indicando a sua ocorrência (passado, presente e futuro).

Após a identificação dos aspetos ambientais é essencial identificar a situação operacional em que o aspeto ocorre, ou pode ocorrer (situação normal, anormal ou de emergência); é ainda indicada a sua incidência (direta, controlada diretamente pela empresa ou influenciado pela empresa) e é referido também o tipo de impacte (adverso ou benéfico).

Relativamente à avaliação da significância dos aspetos ambientais, a metodologia segue um método quantitativo, isto é, a avaliação dos aspetos ambientais é realizada tendo por base vários critérios com uma escala de pontuações definida.

Um dos critérios considerados para a avaliação dos aspetos ambientais é a magnitude do impacte ambiental, sendo deste modo possível identificar os danos do impacte ambiental, como descrito na Tabela 2.

Tabela 2 - Magnitude do impacte

Descrição

Magnitude (pontuação) Severidade Extensão

Local Regional Global Impacte ambiental de magnitude negligenciável Baixo 20 25 30 Danos ambientais sem consequências para a imagem da empresa

ou para o negócio, reversível recorrendo a ações de controlo. Impacte ambiental que embora não seja classificado como baixo ou elevado, é capaz de alterar a qualidade ambiental.

Médio 40 45 50

Dano ambiental, com consequências para o negócio e imagem da empresa, reversível através de ações de controlo / mitigação. Aumento de reivindicações por parte das partes interessadas.

Impacte ambiental de magnitude elevada. Elevado 60 65 70 Impacte ambiental, com consequências irreversíveis para a

empresa quer ao nível financeiro quer para a sua imagem, mesmo recorrendo a ações de controlo.

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24

Para a determinação da magnitude é fundamental conhecer a extensão do impacte (local, regional ou global). Contudo, indicar a extensão do impacte ambiental pode suscitar dúvidas, assim sendo para facilitar esta seleção é apresentada a Tabela 3, onde se indica o nível de extensão dos impactes ambientais. Sabendo a extensão do impacte pode-se selecionar a magnitude através da Tabela 2.

Tabela 3 - Nível de extensão dos impactes ambientais

Global: impacte que pode ultrapassar os limites de um estado ou país, com potencial para afetar a

qualidade ambiental a nível global.  Depleção da camada de Ozono;  Chuvas ácidas;

 Aquecimento global;

 Poluição atmosférica derivada às emissões dos veículos.

Regional: Impacte que ocorre dentro de um estado ou na região.

 Deflorestação;

 Redução da biodiversidade;  Consumo de recursos naturais;  Contaminação da água potável;

 Poluição da água devido a resíduos industriais;

 Poluição da água devido a estações de tratamento de resíduos;  Poluição da água devido a estações de tratamento;

 Contaminação da orla marinha.

Local: Ultrapassa os limites da organização, causando incómodo por parte da comunidade.

 Deflorestação;

 Redução da biodiversidade;  Consumo de recursos naturais;  Erosão dos solos;

 Poluição da água devido a derrames de óleos;

 Contaminação dos solos devido a resíduos provenientes da agricultura (herbicidas, pesticidas, etc.);

 Poluição de áreas devido a descargas de resíduos (ativos, inativos);  Descarte de resíduos não perigosos;

 Radiação de resíduos nucleares;

 Alterações da qualidade do ambiente interior devido a ruídos e vibrações;  Poluição atmosférica devido à emissão de partículas.

A metodologia recorre ainda aos critérios Frequência e Probabilidade para avaliação dos aspetos ambientais. A Frequência está associada às situações de funcionamento de atividade normal ou anormal, à qual é atribuída uma pontuação descrita na Tabela 4.

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Quanto ao critério Probabilidade, que corresponde às situações de emergência, foi atribuída uma pontuação que se apresenta na Tabela 5.

Tabela 4 - Frequência do aspeto ambiental (situação de ocorrência normal ou anormal).

Frequência Descrição Pontuação

Baixa

- Ocorre uma vez por mês ou menos;

- Poucos aspetos ambientais relacionados com o impacte ambiental.

10

Média

- Ocorre mais de uma vez por mês;

- Número considerável de aspetos ambientais relacionados com o impacte ambiental.

20

Alta

- Ocorre diariamente;

- Elevado número de aspetos ambientais relacionados com o impacte ambiental.

30

Tabela 5 - Probabilidade do aspeto ambiental (situação de emergência).

Probabilidade Descrição Pontuação

Baixa

- Ocorre uma vez por mês ou menos;

- Existem procedimentos/ controlos/ medidas de gestão para os aspetos ambientais.

10

Média

- Ocorre mais de uma vez por mês;

- Não existem procedimentos/ controlos/ medidas de gestão para os aspetos ambientais.

20

Alta

- Ocorre diariamente;

- Não existem procedimentos/ controlos/ medidas de gestão para os aspetos ambientais;

- Elevado número de aspetos ambientais relacionados com o impacte ambiental.

30

Para finalizar determina-se a significância dos aspetos ambientais, somando-se os valores atribuídos ao critério magnitude e ao critério frequência para situações normais ou anormais, ou somando-se os valores atribuídos ao critério magnitude e ao critério probabilidade para situações de emergência, o resultado é posteriormente comparado com os dados apresentados na Tabela 6.

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26

Tabela 6 - Significância dos aspetos ambientais.

Significância do aspeto Pontuação

Negligenciável (N) Pontuação obtida < 50

Moderado (M) Pontuação obtida entre 50 e 70

Crítico (C) Pontuação obtida > 70

No entanto, para avaliação da significância dos aspetos ambientais é também necessário ter em conta a legislação aplicável a cada um deles (Tabela 7), isto é, é essencial verificar se existe legislação aplicável e se existem não conformidades; caso existam, os aspetos ambientais correspondentes são considerados significativos independentemente do resultado do cálculo descrito anteriormente.

Tabela 7 - Critério requisitos legais.

Requisitos Legais (RL) Classificação

Cumpre a Legislação S

Possibilidade de não cumprimento, ocasionalmente N

Não existe NA

São também considerados significativos os aspetos ambientais:

 Cuja produção relacionada ao aspeto ambiental ofereça uma oportunidade de produção mais limpa (PML);

 Que sejam alvo de reclamações efetuadas pelas partes interessadas (RPI);

 Que ofereçam opções estratégicas para a organização (OE).

1.2. Ljubas e Sabol (2011) – Este artigo aborda uma metodologia para identificação e

avaliação de aspetos ambientais aplicada na universidade de Zagreb.

Os aspetos ambientais da Faculdade de Engenharia Geotécnica foram identificados combinando quatro metodologias de identificação de aspetos ambientais, nomeadamente:

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