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Considera-se que os instrumentos utilizados, NEO-FFI e PID-5, poderão ser úteis na avaliação da personalidade patológica, com especial destaque para o último. O PID-5, além de poder ser eventualmente utilizado para o diagnóstico, dá uma caracterização da personalidade que poderá ser relevante na estruturação do tratamento.

O presente estudo sugere que, para além de uma componente impulsiva marcada, instabilidade emocional e afetos negativos, os doentes com PPB apresentam também uma forma de pensamento um pouco bizarra, com eventuais sintomas psicóticos. Pensa-se que, na prática clínica, esta característica deverá ser avaliada e tida em conta, uma vez que poderá dificultar o processo terapêutico (Altamura & Goikolea, 2008).

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Considera-se ainda importante que, tendo em conta os resultados da presente investigação, o clínico investigue sobre a possibilidade de vivências traumáticas na infância e, em particular, do abuso sexual infantil.

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CONCLUSÕES

O presente estudo suporta a existência da PPB como uma entidade nosológica capaz de se diferenciar de outras perturbações mentais.

Muito embora os resultados encontrados sejam apenas parcialmente consistentes com as propostas dimensionais para a conceptualização da PPB, sugere-se que os domínios/dimensões e facetas propostas são relevantes na caracterização da PPB, sendo que os resultados suportam também a ideia de que conjuntos de traços são uma forma alternativa de caracterizar esta perturbação. Ou seja, estudo parece fornecer suporte para a validade de construção de um perfil de traços para a PPB, assim como sugerido na Seção III do DSM-5. Os resultados encontrados também parecem associar-se aos sintomas tradicionais da PPB. Encontrou-se também que o domínio Psicoticismo poderá também ser relevante para a caracterização desta perturbação, o que é consonante com outros estudos (Sellbom, Sansone, Songer, & Anderson, 2014).

A elevação no Domínio Psicoticismo sugere ainda que poderá ser necessário proceder a algumas modificações na operacionalização da Secção III do DSM-5 no que diz respeito à PPB. Ainda assim, são necessárias mais investigações dentro desta linha que poderão responder à questão de quais os traços mais relevantes na caracterização desta PP.

De uma forma mais genérica, mais investigações poderão ainda responder a uma questão mais central, que é a de perceber se reinventar as categorias problemáticas do DSM-IV/ Secção II do DSM-5 utilizando traços é realmente a estratégia ideal.

Este estudo encontrou ainda que os doentes com PPB parecem apresentar uma maior prevalência de abuso sexual na infância do que os doentes com outras perturbações, o que vai de encontro à literatura (Bandelow, et al., 2005) e que pode voltar a acender o debate sobre a importância do papel do trauma nesta perturbação.

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Anexo I. Descrições das dimensões do FFM

Dimensões Descrição

Neuroticismo O Neuroticismo refere-se ao ajuste emocional e instabilidade ao nível crónico. Elevado Neuroticismo identifica indivíduos que são propensos a angústia psicológica. Elevado Neuroticismo inclui afetos negativos, como a hostilidade, a depressão, a ansiedade e a volatilidade. Mas o Neuroticismo inclui também, em geral, a vulnerabilidade ao stress, autoconsciência e desejo excessivo, impulsos e dificuldade em tolerar a frustração causada por não agir sobre impulso.

Extroversão A Extroversão refere-se à quantidade e intensidade de interações preferenciais, nível de atividade, necessidade de estimulação e capacidade de experimentar alegria/felicidade. As pessoas que pontuam alto em Extroversão tendem a ser sociáveis, ativas, falantes, orientadas para pessoas, otimistas, divertidas e carinhosas, enquanto que as pessoas com baixa Extroversão tendem a ser reservadas (mas não necessariamente hostis), sóbrias, distantes, independentes e tranquilas. Os introvertidos não são pessoas infelizes ou pessimistas, mas não experimentam os espíritos exuberantes que caracterizam os extrovertidos.

Abertura à Experiência A Abertura à Experiência é menos bem estudada do que o Neuroticismo ou a Extroversão e, de facto, muitas vezes é interpretada de forma diferente, como sugere o rótulo

alternativo “Intelecto”. No entanto, a Abertura à Experiência difere da capacidade e da inteligência e envolve a busca e apreciação activa das experiências por sua própria conta. Os indivíduos abertos são curiosos, imaginativos e dispostos a diversão, ideias e valores não convencionais. Eles

experimentam toda a gama de emoções de forma mais vívida do que indivíduos fechados. Em contraste, indivíduos fechados (aqueles que apresentam resultados baixos em Abertura à

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Experiência) tendem a ser convencionais nas suas crenças e atitudes, conservadores nos seus gostos e dogmáticos e rígidos nas suas crenças; costumam ter um comportamento rígido e são emocionalmente insensíveis.

Amabilidade A Amabilidade, tal como a Extroversão, é uma dimensão interpessoal e refere-se aos tipos de interacções que uma pessoa prefere ao longo de um continuum, da compaixão ao

antagonismo. As pessoas que pontuam alto em Amabilidade tendem a ser amorosas, de bom humor, confiantes, úteis, indulgentes e altruístas. Com vontade de ajudar os outros, eles tendem a ser receptivos e empáticos e acreditam que a maioria das outras pessoas quer e se comportará da mesma maneira. Aqueles que pontuam baixo na Amabilidade (também

designados por “Antagonistas”) tendem a ser cínicos, grosseiros ou mesmo abrasivos, costumam suspeitar das intenções dos outros, tendem a não cooperar e são irritáveis, podendo ser manipuladores, vingativos e implacáveis.

Conscienciosidade A Conscienciosidade avalia o grau de organização, persistência, controle e motivação no comportamento dirigido para objetivos. As pessoas conscienciosas (que pontuam alto em

Conscienciosidade) tendem a ser organizadas, confiáveis, trabalhadoras, autodirigidas, escrupulosas, ambiciosas e perseverantes, enquanto que aqueles que pontuam baixo neste domínio tendem a ser sem objetivos, não confiáveis,

preguiçosos, negligentes e hedonistas.

Nota. Adaptado de Widiger, T., & Costa, P. (2013). Personality Disorders and the Five-Factor Model of Personality: Rationale for the Third Edition In Widiger, T., & Costa, P. (Eds.), Personality Disorders and the Five-Factor Model

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Anexo II. Definições das facetas e domínios de acordo com o DSM-5

Domínios (vs. polos opostos)

e facetas Definição

Afetividade negativa

(vs. Estabilidade emocional)

Experiência frequente e intensa de um largo espectro de emoções negativas (e.g., ansiedade, depressão, raiva) e manifestações comportamentais e interpessoais associadas.

Labilidade emocional Instabilidade de experiências emocionais e do humor; emoções facilmente despertáveis, intensas e/ou desproporcionais relativamente às situações.

Ansiedade Sentimentos de nervosismo, tensão ou pânico em relação a várias situações; preocupação frequente sobre os efeitos negativos de experiências passadas desagradáveis e eventos negativos futuros; sentir-se com medo e apreensivo perante a incerteza, por vezes, esperando que aconteça o pior.

Insegurança de separação Medo de ficar só devido a separação e/ou rejeição por outras pessoas significativas baseado na falta de confiança na sua capacidade de cuidar de si próprio, física e emocionalmente.

Submissão Adaptação do comportamento aos interesses e desejos efetivos ou percebidos de outro, mesmo quando isso é contrário aos próprios interesses, necessidades ou desejos.

Hostilidade Sentimentos de raiva ou irritabilidade frequentes, por vezes em resposta a pequenos desrespeitos ou insultos, havendo a adoção de um comportamento maldoso, desagradável ou vingativo.

Perseveração Persistência em tarefas ou formas particulares de fazer as coisas, mesmo após o comportamento ter deixado de ser funcional e eficaz; manutenção do mesmo comportamento,

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apesar de falhanços repetidos ou de haver razões suficientes para parar.

Desprendimento (vs. Extroversão)

Evitamento de experiências socioemocionais, incluindo o afastamento de interações interpessoais (de relações

superficiais a relações íntimas e de amizade), com experiência e expressão afetiva restrita, sendo limitada sobretudo a

capacidade hedónica.

Afastamento Preferência por estar sozinho em vez de estar com os outros; reticência em situações ou atividades sociais, com ausência de iniciação de contacto ou evitamento deste.

Evitamento da intimidade Evitamento de relações interpessoais próximas ou românticas e de relações sexuais íntimas.

Anedonia Falta de satisfação, envolvimento ou energia relativamente a experiências da vida, ou seja, deficiência na capacidade de sentir prazer e de ter interesse nas coisas.

Depressividade Sentimentos de estar em baixo, de se sentir miserável e/ou desesperançado, havendo dificuldade em recuperar desses humores; pessimismo sobre o futuro; vergonha invasiva e/ou culpa; sentimentos de menos-valia do próprio, podendo haver pensamentos de suicídio e ideação suicida.

Suspeição Expectativa de – e sensibilidade a – sinais de má-intenção ou maldade interpessoal, podendo haver sentimentos de ser maltratado, usado e /ou perseguido pelos outros; dúvidas sobre a lealdade e fidelidade dos outros.

Afetividade restrita Experiência e expressão emocional constrangidas face a situações que despertam emoções, podendo haver indiferença ou desinteresse nas mesmas.

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Antagonismo (vs. Agradabilidade)

Comportamentos que põem o indivíduo em desacordo com os outros, incluindo um sentido exagerado de autoimportância e uma expectativa concomitante de tratamento especial, além de uma antipatia insensível para com os outros que abrange tanto uma falta de consciência das necessidades e dos sentimentos dos outros como uma prontidão em os usar ao seu serviço.

Manipulação Uso de subterfúgios, incluindo o charme, a sedução, a loquacidade ou a bajulação, para influenciar ou controlar os outros, com fim a atingir os próprios objetivos.

Falsidade Representação errónea do próprio, através da desonestidade e do engano e/ou do embelezamento e fabricação ao relatar eventos.

Grandiosidade Acreditar que se é superior a outros e que se merece um tratamento especial (sentimentos de superioridade), associado a um egocentrismo e a uma condescendência face aos outros.

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