• Nenhum resultado encontrado

A IMPORTÂNCIA DA NATUREZA DA CIÊNCIA NO ENSINO DE CIÊNCIAS

Segu nd o M attheu s (1 995 ) , o ensin o d e ciênc ias d e ve ser , sim u ltaneam ente, em e so bre ciências. N es se sentid o , a Natu r eza d a C iência, isto é, o co nhe cim ento so b r e a p r óp r ia ciên cia, inc lu i t anto a d iscu ssão d inâm ica d a ativ id ad e cie ntí fica q u anto d a ju st if ic ação , va lid aç ão , d ivu lgaç ão e aceit ação do co nhecim ento c ientí f ico p rodu zid o .

Sob re a im p o r tância d a His tó r ia e F ilo so fia d as C iênc ias no E ns ino , M atthews ( 1 995 ) afir ma q u e e m u m a co nf er ência r ea lizad a no M IT , em 1 9 70 , co nd u zid a po r Step hen Br u s h e Alle n King, fo ram ap r ese nt ad as ju stif icat iva s qu e r efo r çam a co ntr ib u ição d a Histó ria e F ilo so f ia d as Ciê ncias p ar a o E ns ino d e Ciê ncias:

( 1 ) mot i va e at r ai os al u n o s ; (2 ) hu man i za a mat éri a; ( 3) pr o mo v e u ma c ompr e ens ã o mel h or d os c on cei t os ci en t í f i cos por t r a çar s eu d es en vol vi ment o e a per fei ç oame nt o; ( 4) há u m val or i nt r í n se c o e m s e co mpr een d er cer t os e pi s ód i os fun d a m en t a i s n a h i st ó r i a d a ci ên ci a – A r evol u çã o ci ent í fi c a, o d ar wi n i s mo et c. ; ( 5) d emo ns t r a q ue a ci ên ci a é mu t ável e i ns t á ve l e qu e, p or i s so, o pen s a men t o ci ent í fi c o at u al es t á su j ei t o a t r an s f or ma çõ es qu e ( 6 ) s e o põ em a i deol o gi a ci ent i fi ci s t a; e fi n al men t e, ( 7) a hi s t ó ri a per mi t e u ma c o mpr een s ã o mai s pr ofí cu a do mét od o ci ent í fi c o e apr es ent a o s p adr õ es d e mud an ça n a met od ol ogi a vi gen t e ( M at t h ews , 1 99 5, p. 1 72 ) .

O ensino d a Natu r eza d a Ciê ncia ap ar ece cad a vez m a is asso ciad o à alf ab etização c ientí f ica e tec no ló g ica d a so cied ad e. Vár io s e sp ecia lista s em d id ática d as ciê ncias ar gu m entam q u e u ma m elho r co mp r eens ão d a Natu r eza d a Ciênc ia p er m ite to m ar d ecisõ es ma is r ef let id as so b r e qu estõ es

tec no cie ntí f icas d e inter es se so c ial, o qu e co ntr ib u ir ia p ar a to r nar m ais po ssí vel a p ar ticip ação na c id ad ania (Dr iver et al. , 1 996 ).

Gil-P ér ez e Vilches ( 2 0 06 ) d efend em q u e a Alf ab etização Cie ntí fica é necessár ia p ar a to r nar a C iênc ia acessí ve l ao s cid ad ã o s, r eo r ie ntar o E ns ino d e Ciências tam b ém p ar a o s fu tu r o s cie nt ista s, mo d if icar co ncep çõ es er rô nea s d a Ciê ncia fr eq ü entem e nte ace itas e d ifu nd id as e to rn ar p o ssí vel a ap r end iza gem s ig nif icat iva d e co nceito s.

As d iscu s sõ es atu a is so b r e a alfab et ização cie ntí f ica vão além d a trad icio nal im p o r tância co nced id a a ed u cação cientí f ica e tec no ló g ica p ar a to r nar po ssí vel o d esen vo lvim ento fu tu ro e, co nver teu - se, na o p in ião d o s esp ec ialistas, nu m a e xigê ncia, nu m fato r essenc ial d o d esen vo lvim ento d a so cied ad e, a cu r to pr azo . Tod o s nó s nece ss itamo s u tilizar a in fo rm ação cie ntí fic a p ar a r ealizar o p çõ es qu e no s d e p ar am a c ad a d ia e, necessit amo s ser cap azes d e p ar ticip ar em d iscu ssõ es p úb lic as so b r e assu nto s imp o r tantes q u e se r elac io nam co m a c iênc ia e co m a tecno lo gia ( CAC HAP UZ et a l., 2 005 ).

As sim , d ist ingu ind o - se d e u m ensino vo lt ad o p r edo mina nt em ent e p ar a

fo rma r cien tista s , q u e não só d ir ec io no u o E ns ino d e C iênc ias, m as a ind a é

fo r teme nte p r esente nele, ho je é imp erat ivo ter co mo pr essu po sto a meta d e u ma ciên cia p a ra to do s ( DE LIZ OI CO V, A NGOT T I e P ERNAM B UC O, 20 0 2) .

O E ns ino d e Ciênc ias não d eve t er co m o ob jet ivo p r inc ip al a fo rm ação d e cie nt ista s, mas u ma fo r mação cie ntí fic a q u e p er m ita ao s cid ad ão s p ar ticip ar n a to mad a d e d ecisõ es fr ente á assu nto s re lacio nad o s á ciê ncia e tec no lo gia.

P or t r ás d a i d éi a d e al f abet i za ção ci ent í f i ca nã o d eve ver -s e, poi s, u m “ des vi o” ou “r eb ai x ament o” par a t or n ar ac es s í vel a ci ên ci a à g ener al i d ad e d os ci dad ã os , mas an t es u ma re or i en t aç ã o d o en si n o a bs ol ut ament e n ec ess ár i a t a mb é m par a os fut u r os ci ent i s t a s; n eces sár i a par a mod i fi car a i ma ge m d e f or m ad a da ci ên ci a h oj e s o ci al ment e a c ei t e e l ut ar cont r a os mo vi ment os ant i - ci ên ci a qu e d aí d eri va m; n ece ss ár i a, i n cl us i va men t e, par a t or n ar pos s í vel u m a aq ui s i ç ão si gni fi c at i va d o s c on c ei t o s ( C AC HA P U Z et al . , 20 05 , p. 3 2) .

Segu nd o Cac hap u z et a l. ( 2 0 0 5 , p . 38) , “visõ es em p ob r ecid as e d isto rcid as q u e cr iam o d esint er es se, qu and o não a r eje ição , d e m u ito s estu d antes e se co nver tem nu m ob stácu lo p ar a a ap r end izagem ” e a

ep ist em o lo gia é necessár ia p ar a o ens i no d e c iênc ia, p r inc ip alm e nte p ar a aju d ar o pr o fesso r ref let ir so b re su a visão d e ciê nc ia :

A epi s t emol ogi a aj u da os pr of es s or es a mel h or ar em as s u as pr ó pr i a s c onc ep çõe s d e ci ên ci a e à fun d a ment a çã o d a su a ac çã o ped a gó gi c o - d i d áct i c a. Qu es t i on ar , d i s cut i r e r e fl ect i r ac er ca da p er t i nên ci a d e c one xõ es en t r e ci ên ci a/ epi s t emo l ogi a/ ed u c aç ã o e m ci ên ci a é u m e xer cí ci o n ec es s ár i o a os pr o f e ss or es par a pod er e m fu nd a men t ad ament e f azer s ua s op çõ e s ci en t í fi c o - ed uc aci on ai s ( C ach a pu z et al . , 2 00 5, p. 73 ).

A imp o r tânc ia d a Natu reza d a Ciên cia vem send o r eco nhecid a na ár ea, co m tant a em er gê ncia, q u e o Pro grama Nac io na l d o Livr o d o E nsino M éd io ( PNLE M ) tr az co m o critér io d e a va liaçã o d o livro d id át ico a co nstr u ção do co n hec ime nto cie ntí f ico .

1.3. CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO COMO CRITÉRIO DE