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Importância económica e o papel do turismo nos países em

No documento Amarildo Maurício Lopes Alexandre (páginas 48-68)

PARTE I – DEFINIÇÃO DE CONCEITOS RELACIONADOS COM A ATIVIDADE

Capítulo 2 Importância económica e o papel do turismo nos países em

No presente capítulo faremos uma abordagem sobre a importância do turismo para o crescimento económico, onde procurar-se-á perceber de que forma o turismo pode impactar o PIB e o crescimento económico. No mesmo seguimento, procurar-se-á perceber como o efeito multiplicador do turismo pode contribuir para dinamização da economia nacional. Faz-se, igualmente, uma abordagem ao papel do turismo em contexto de crise económica e financeira e perceber a definição genérica dos países em desenvolvimento para caraterizarmos com mais fundamento a maneira como o turismo pode ser uma mais-valia para os países em desenvolvimento. A pobreza é uma das caraterísticas dos países em desenvolvimento. Neste sentido, procuramos discorrer sobre o conceito de pobreza e o impacte do turismo como possibilidade de aliviar ou reduzir a pobreza.

Terminamos o capítulo com uma abordagem sobre o contexto de Angola e em particular a província do Cuando Cubango que na realidade, procurar-se-á retratar seus aspetos sociais, demográficos, económicos, suas infraestruturas de apoio a atividade turística e seus projetos para que deste modo, tenhamos mais elementos no sentido de contribuir na abordagem mais empírica que faremos nos próximos capítulos.

2.1 - A importância do turismo para o crescimento económico

O turismo tem sido cada vez mais apontado como um dos principais catalisadores do desenvolvimento económico na generalidade dos países. A importância do turismo para o crescimento económico tem sido a principal tónica quando se trata de diversificação económica. Cunha (2017), argumenta que os critérios para se avaliar a importância económica do turismo entre os países recetores ocorreu no século XX, antes desse período, a visão que os países tinham sobre os impactes económicos do turismo era quase inexistente.

Cunha (2017) realça que, pese embora o turismo tenha alcançado uma dimensão mundialmente reconhecida, ainda é desconhecido pelo público em geral. De acordado com o autor, muitos governantes ainda não concedem ao turismo o devido estatuto de fator estratégico de desenvolvimento.

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De acordo com os dados dos relatórios apresentado pela UNWTO tendo por base um espaço temporal de 2000 e 2017, pode-se constatar que os países que mais se destacam, quer a nível de chegada de turista e, quer a nível de receitas são os que mais investem no setor e os que mais têm benefícios, ou seja, contributo do turismo no que se refere ao crescimento económico. Portanto, é necessário que se invista no setor para que haja maior contributo ao crescimento económico.

Brida & Risso (2010) referem que a importância do turismo para o crescimento económico dá-se quando a contribuição do turismo for significativa na economia de um de terminado país, ou seja, quando turismo desencadeia um efeito positivo sobre a renda, o emprego e o total de ganhos em divisa, neste sentido, o seu contributo é significativo ao crescimento económico.

Na realidade, a contribuição do turismo para economia de um país pode incidir-se aos aspetos microeconómicos (como a diversificação da economia local ou a posição económica dos comerciantes locais) e aos aspetos macroeconómicos (como impostos, a balança de pagamentos e empregos – Matias et al., 2016).

Uma das maneiras de descrever a importância do turismo para o crescimento económico parte das relações de interdependência entre o turismo e a economia. Assim, Cunha e Abrantes (2013) fundamentam que o turismo e a economia estabelecem uma relação em que ambos se influenciam. Para o autor, por um lado, o turismo influencia o sistema económico-financeiro criando riqueza e emprego. Por outro lado, do ponto de vista económico o turismo ocorre quando há disponibilidade económica e financeira do viajante.

De igual forma, Barretto (2014) realça que o turismo sob o ponto de vista financeiro e tendo como pressuposto a estrutura económica do país considerado, pode ser uma atividade económica que gera riqueza. No entanto, para esta autora, a importância do turismo para o crescimento económico de um país depende da sua estrutura económica, ou seja, o planeamento do turismo tem de ser eficaz ao ponto de gerar riqueza.

Assim, estudos realizados evidenciam que a importância do turismo para o crescimento económico varia muito entre os países, dependendo quase sempre de fatores como, o estádio de desenvolvimento em que se encontram, a estrutura económica e a sua dimensão populacional (Cunha, 2017).

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2.1.1 – A importância do planeamento em turismo

Para que o turismo contribua ao crescimento de uma economia, torna-se fundamental o planeamento. A transformação do planeamento designadamente seus princípios nucleares para o âmbito do turismo, visa fundamentalmente salvaguardar recursos, envolver as populações locais, criar e distribuir benefícios (Carvalho, 2012).

Na realidade, considera-se planeamento turísticos toda uma atividade programada para o cumprimento dos objetivos preconizados. Sharpley (2008) refere que o planeamento turístico é um processo que, em princípio, garante que os resultados desejados do desenvolvimento do turismo sejam alcançados.

A razão de ser do planeamento em turismo fundamenta-se pela necessidade de se ordenar as ações da atividade tendo por base os objetivos traçados, ou seja, o desenvolvimento do turismo (Ruschmann, 2016). Carvalho (2012), na mesma linha argumentativa fundamenta que a necessidade de pensar o planeamento turístico deriva de alguns pressupostos:

• A importância crescente da dimensão territorial no quadro das políticas públicas;

• O reconhecimento do turismo como eixo vertebrado do desenvolvimento sustentável;

• A dimensão espacial do turismo e em particular as suas externalidades negativas;

• O forte crescimento do número de turistas (nacionais e estrangeiros) e a expressão urbanística do lazer e do turismo.

Tendo por base o desenvolvimento sustentável nomeadamente as vertentes socioculturais, económicas e ambientais torna-se fundamental planear o turismo, ou seja, organizar e viabilizar sustentabilidade da atividade turística. (Carvalho, 2012). Segundo Gunn (1994, citado por McLoughlin & Hanrahan, 2016) referem que a principal caraterística do planeamento turístico é gerar renda e emprego, garantir a conservação dos recursos e a satisfação dos viajantes. Portanto, a importância do planeamento em turismo passa fundamentalmente pela sua principal caraterística.

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Sharpley (2008) destaca dois aspetos fundamentais nas abordagens do planeamento turístico tendo por base alguns autores (Jenkins, 1991; Gunn, 1994; Jenkins, 1998; Timothy, 1998; Buhalis, 2000; Hall, 2000; Hall, 2005). Em primeiro lugar, tendo como pressuposto as realidades sociais, políticas e económicas de cada destino. A intervenção do governo em algum grau é fundamental durante todo o processo de planeamento, promovendo e definindo agenda para o desenvolvimento do turismo.

Em segundo lugar, prende-se pelo facto das abordagens contemporâneas e integradas serem limitadas em países menos desenvolvidos face a falta de experiência em planeamento, recursos económicos, uma economia diversificada e um setor privado desenvolvido, ou seja, em quanto nos países ocidentais os governos exercem um papel muitas vezes mais limitado, nos países menos desenvolvidos o papel do governo é ou devida ser mais ativo. Portanto, para o desenvolvimento do turismo os governos em países menos desenvolvidos são obrigados a estabelecer políticas e planos, apoiar e gerir todo o processo Sharpley (2008).

2.2- Contribuição do turismo para o Produto Interno Bruto

Em primeiro lugar torna-se fundamental tecermos breves considerações relativamente ao Produto Interno Bruto (PIB) e deste modo, discorrermos sobre a contribuição do turismo para o PIB.

O PIB é um indicador económico de um país ou região que representa o bom ou mau desempenho da economia em um período específico normalmente um ano e permitindo a mensuração da sua produção interna (Ramos, 2013).

De acordo com Campos e Todashi (2014), o PIB é definido como sendo “a soma de todos os serviços e bens produzidos em um país durante um período específico (mês/ano)”. Ainda realçam que, o PIB revela a riqueza produzida no país.

A contribuição do turismo para o PIB resulta da produção “de bens e serviços de outras atividades intermédias, que permitem aos fornecedores diretos de bens e serviços turísticos produzir para o consumo turístico; os respetivos valores são imputados à sua própria contribuição ao PIB” (Cunha, 2017, p. 55). Isto significa que a contribuição do turismo para o PIB resulta do consumo turístico produzido por fornecedores diretos de bens e serviços.

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Barretto (2014) defende que o dinheiro que entra no PIB como consequência da atividade turística é resultado do efeito multiplicador do turismo, tal como veremos no próximo item.

Assim, entendemos que a contribuição do turismo para o PIB resulta do aumento de serviços bens produzidos diretos para o consumo turístico, ou seja, quanto maior for o consumo turístico maior será o contributo do turismo para o PIB como resultado do efeito multiplicador do turismo.

A nível mundial tal como já referimos o turismo contribuiu, em 2017, com 10,4 % do PIB mundial e 313 milhões de empregos, ou 9,9% do total de empregos (WTTC, 2018). Ou seja, o turismo representa números significativos quando se trata de seu impacte ao PIB mundial. Entretanto, estes números revelam um forte investimento a nível das empresas e dos governantes que proporcionam um ambiente favorável, no sentido de se catapultar cada vez mais a atividade turística.

Em termos regionais, em 2017, a contribuição total de viagens e turismo em África foi de USD 177,6 milhares de milhões, o que representa 8,1% do PIB. A Europa contribuiu num total de USD 2.098,7 milhares de milhões representando deste modo 9,9% do PIB, enquanto a Ásia assumiu USD 2.686,1 milhares de milhões, o que representa 9,8% do PIB. Já o norte e o sul da América contribuíram com USD 2.199 milhares de milhões representando 8,3% do PIB, enquanto que, o Médio Oriente, contribuiu com USD 224,2 milhares de milhões, representando 8,9% do PIB (WTTC, 2018).

Entretanto, as perspetivas de crescimento do PIB no plano regional até ao ano de 2028 para Europa é de USD 6.8873 milhares de milhões, ou seja, 10,7% do PIB. Por seu turno, África deu o seu contributo em USD 278,2 milhares de milhões, ou seja, 8,1% do PIB, ficando abaixo da Ásia (USD 4.846,7 milhares de milhões - 11,5% do PIB), das Américas (USD 2,939.8 milhares de milhões - 9,0% do PIB) e do Médio Oriente (USD 365,7 milhares de milhões - 9,7% do PIB) (WTTC, 2018).

Para algumas regiões como é o caso de África, estás perspetiva de crescimento será possível, através de adoção de medidas concretas que visam o desenvolvimento de um turismo sustentável (Cunha, 2017). Trata-se da criação de um ambiente favorável aos negócios, à construção de adequadas infraestruturas, à facilitação dos movimentos turísticos, à adoção de informação e comunicação eficientes, a formação profissional e a opção pelo desenvolvimento sustentável.

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2.3- O efeito multiplicador do turismo

O efeito multiplicador é definido como sendo um índice que mede o crescimento do PIB causando um aumento na receita turística” (Santos & Kadota, 2012).

Santos & Kadota (2012) realçam que é de grande importância o cálculo do coeficiente, sendo que permite descrever o estudo do impacte económico do turismo e consequentemente facilita o crescimento do consumo turístico.

Deste modo o efeito multiplicador do turismo decorre de uma cadeia sistémica, ou seja, a indústria turística carateriza-se pela interação de diversos setores económicos (Nascimento, 2017). Nascimento (2017) referencia que esta interação de setores económicos se processa quando o aumento da procura de serviços e bens produzidos por um setor possibilita, por sua vez, o crescimento da procura de serviços e bens de outros setores que são necessários para a produção dos anteriores.

De igual modo Cunha (2017) refere que, os turistas efetuam despesas que, por sua vez, constituem rendimentos aos fornecedores de bens e serviços. Estes adquirem outros bens e serviços com a finalidade de materializarem as suas produções, que por sua vez, servem de rendimentos para outras empresas que são aplicados em novas aquisições. Barretto (2014) realça que o efeito multiplicador do turismo tem origem no gasto do turista, que passa por uma sucessão de despesas que são benéficas para os setores ligados diretamente e indiretamente à atividade turística, nomeadamente o setor privado (as empresas) e o setor público (o Estado).

Os setores ligados diretamente à atividade turística são os profissionais de turismo, de transportes, de alimentação e os locais de alojamento. Por sua vez, os setores ligados indiretamente ao setor de turismo são os profissionais liberais, as clínicas, os bancos e os correios (Barretto, 2014).

O efeito multiplicador do turismo é uma componente indispensável aos estudos ligados ao turismo, sobretudo por explicitar o processo sistémico da atividade turística, desde a despesa feita pelo turista, até ao seu impacte na economia e contribuindo deste modo para a diversificação económica.

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2.4- O papel do turismo na recuperação das crises económica e financeira

O turismo tem exercido um papel preponderante na recuperação das crises económicas e financeiras. O setor do turismo não é imune às crises económicas e financeiras, mas tem demonstrado desempenhar um papel de resiliência nos períodos de crises económicas e financeiras (Cunha, 2017).

Em tempos de crise o comportamento dos consumidores muda e consequentemente a procura turística diminui, logo as empresas tende a ser mais criativas e reinventam-se proporcionando recursos turísticos atrativos de modo a atrair os turistas.

Num estudo em que foi analisado a situação do setor turístico espanhol em um momento de crise socioeconómica pelos pesquisadores Gómez, Medina & Puyuelo, (2015) destacam que em decorrência de uma crise torna-se fundamental aproveitar as oportunidades para se por em ação os mecanismos necessários que uma reorientação do setor. No entanto, é importante saber como aproveitá-las adequadamente e garantir que os cortes de gastos levem em conta fatores humanos e sociais e a perceção da qualidade do produto oferecido, já que ambos os aspetos resultam na experiência do cliente final, que é o que definitivamente influencia tanto o retorno e a lealdade quanto a subsequente recomendação do serviço.

Deste modo julga-se fundamental a adoção de algumas medidas que podem contribuir para em momentos de crise na recuperação Gómez, Medina & Puyuelo, (2015):

• Deve-se apostar no específico, nas experiências e abandonar a imagem mais genérica do turismo pois a qualidade é considerada como o principal objetivo a ser alcançado;

• Melhorando a infraestrutura pode ser possível gerar maior demanda, embora levando em conta sua sustentabilidade em todos os sentidos;

• Considera-se necessário também implementar das administrações, certos aspetos que favorecem a imagem e consolidando destinos como ajudar a garantir a segurança e os direitos dos turistas contra más práticas, motivando a população residente para se tornar embaixadores local, promover a sustentabilidade no consumo, melhorar os prazos na concessão de licenças, etc.;

• Chama-se a atenção para a necessidade de maior coordenação externa e interna em relação à Administração. Da mesma forma, também é necessária a integração

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coordenada dos diferentes produtos turísticos nos destinos, em um diálogo fundamentado que permita construções específicas e adequadas aos interesses de cada pessoa;

• Da mesma forma, considera-se que a Administração deve promover medidas fiscais e medidas legislativas para estimular a economia em geral, intermediárias para facilitar o crédito e o financiamento, promover novas estratégias de marketing on-line e favorecer a comunicação;

• O planejamento do turismo sustentável deve ser dinâmico para se adaptar à crise, com uma abordagem proativa, aceitando riscos e tornando as populações locais diretamente envolvidas, beneficiários e conscientes dos benefícios obtidos;

• A diversificação e a especialização em determinados segmentos de mercado são fundamentais para serem mais eficazes e se posicionarem melhor.

O turismo já demonstrou a sua capacidade de resiliência em situações difíceis. Estudos indicam (Chon, K. et al., 2010; Boukas & Ziakas, 2012; Gómez Patiño, Medina & Puyuelo, 2015; Beirman, 2016; Sonaglio, 2017) que em situações de crise económica e financeira verifica-se uma recuperação do turismo e o seu contributo para o crescimento económico.

Portanto, tal como podemos verificar, o setor turístico pode recuperar-se de uma crise económica e financeira, contribuindo no aumento de renda, diminuição do desemprego e no crescimento económico desde que as políticas gizadas sejam as mais assertivas.

2.5- Caraterização genérica dos países em desenvolvimento

Dada a nossa linha de investigação tratar-se de uma província angolana em vias de desenvolvimento, procuramos neste item tecer algumas considerações sobre caraterísticas genéricas dos países em desenvolvimento.

A caraterização dos países em desenvolvimento parte de um contexto pós-guerra, ou seja, após a Segunda Guerra Mundial, onde se considerava os países em vias de desenvolvimento aqueles que possuíam economias atrasadas. Niederle & Radomsky (2016) argumentam que o adjetivo “subdesenvolvido” foi introduzido pela primeira vez em 1949, num contexto de grande circulação, aquando do discurso de tomada de posse

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do presidente Norte-Americano Harry Truman, onde fez referência às regiões economicamente atrasadas.

Assim, o termo não perdeu o seu sentido ao longo do tempo. Neste sentido, para classificar os países em desenvolvimento, o Comité do Desenvolvimento Político de Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (CNUCED) tendo por base o índice de vulnerabilidade faz recursos a cinco fatores: concentração das exportações, instabilidade da produção agrícola, instabilidade das exportações, proporção das manufaturas e serviços no PIB e dimensão da população. Além destes a referida instituição considera outros elementos como, o índice de ativos humanos – em que pode ser determinado pelo PIB per capita, nutrição e saúde, literacia dos adultos e educação (Cunha, 2017).

Cunha (2017) ainda refere que, tal como já é de conhecimento comum, os países em desenvolvimento apresentam caraterísticas distintas em relação aos países com as economias desenvolvidas como, níveis do PIB e rendimento per capita baixo, baixos níveis de escolaridade por parte da população, insuficiência alimentar, níveis de desenvolvimento humano baixo ou médio, esperança média de vida a nascença baixa. Pese embora, os países em desenvolvimento apresentam este conjunto de caraterísticas mencionadas, por outro lado, possuem condições favoráveis que possibilitam o desenvolvimento turístico como, recursos naturais (e.g., praias, paisagens, flora e fauna e recursos culturais particulares, com fortes tradições) (Loloum et al., 2017).

Angola sendo um país em desenvolvimento enquadra-se muito bem nas caraterísticas referidas, desde a instabilidade das exportações até a manufaturas e serviços no PIB, ou seja, em termos de manufatura e serviços em relação à contribuição ao PIB é insignificante. De igual modo, apresenta condições favoráveis ao desenvolvimento turístico (Minhotur, 2011).

Assim, podemos constatar em relação aos países em desenvolvimento um grande contraste entre as suas distintas caraterísticas e as suas condições favoráveis ao desenvolvimento turístico. Uma vez impulsionadas podem servir de mais-valia na capitação de moedas estrangeiras, contribuindo deste modo no aumento do PIB.

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2.6- Evolução do turismo nos países em desenvolvimento

A evolução do turismo nos países em desenvolvimento não se verificou no mesmo período em relação aos países com uma economia industrializada. Cunha (2017), refere que, durante décadas os países em desenvolvimento estiveram fora do circuito mundial do turismo. Entretanto, foi na década de 1980 que os países em desenvolvimento começaram a emergir na arena dos grandes circuitos turísticos.

De acordo com os relatórios da OMT, a evolução do turismo nos países em desenvolvimento tem sido positiva a nível das chegadas de turistas e das receitas. Regiões como África, o Sul da Ásia, médio oriente e América do Sul particularmente registam crescimentos positivos que de certa forma tem contribuído para o crescimento económico e a redução do desemprego (UNTWO, 2014; UNTWO, 2015; UNTWO, 2016; UNTWO, 2017; UNTWO, 2018).

Em termos de chegadas de turistas nas regiões de África, Sul da Ásia e Américas particularmente o Sul, os dados estatísticos são animadores. Se os analisarmos no espaço temporal entre 2000 e 2010 verificar-se-á que em termos de chegadas de turistas o número tem crescido. Tendo por base os dados da OMT em 2000 as regiões como a África subsariana e o Sul da Ásia registaram 18,2 milhões e 6,415 milhões de turistas. De acordo com os dados mais recentes, em 2017, essas mesmas regiões registaram 41,005 milhões e 26, 578 milhões de turistas (UNTWO, 2000 e UNTWO, 2017).

Cunha (2017) descreve um grupo de 20 países distribuídos por todos os continentes entre os anos de 2000 a 2014, mais de metade deste conjunto apresentaram crescimento acima da média mundial, destacando-se os países do Quirguistão, de Mianmar e do Iémen revelaram uma taxa de crescimento de 1000% em termos de entradas de turistas.

Portanto, podemos verificar que a evolução do turismo nos países em desenvolvimentos ainda não é a ideal, Pese embora se ter dado passos concretos, ainda a muito por se fazer para que de facto se possa assistir o desenvolvimento turístico nesses países, capaz de

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