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4. Análise e Discussão dos Dados Coletados: Categoria e Percurso

4.2 Eixos de Reflexão

4.2.4 A importância de tratar sobre as TIC’s e redes sociais online na escola

Consta nos relatos aqui dados referentes as vivências dos sujeitos sejam S1, S2 e S3, o quanto está sendo inovador e curioso incluir em suas práticas pedagógicas as tecnologias digitais/redes sociais online, e principalmente o facebook como ferramenta auxiliadora em suas aulas, para oportunizar seus estudantes ao ensino e aprendizagem em um outro formato, e mostrar aos mesmos que esta ferramenta não era apenas para algo fútil. É perceptível na fala do S1 o quanto as redes sociais online tornaram-se, em suas aulas um ambiente de construção de conhecimento e interação:

houve a popularização da tecnologia, a tecnologia hoje é acessível a 90% da nossa clientela, mas não existe uma educação para tal, para o uso devido por parte do estudante... Então quando a gente está fazendo isso (o projeto), a gente está mostrando que aquilo que ele (o estudante) achava que era só lazer, era apenas para expor suas fotos, seu dia-a-dia, é um ambiente de construção de conhecimento, de interação para construir conhecimento, e não só interação para falar do outro, para críticas, ou só lazer, não só futilidades. (Sujeito S1)

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uso dos dispositivos móveis nas práticas de literacia, que foi criado exatamente com o objetivo de utilizar as TIC’s e as redes sociais para construir conhecimento, e esse projeto tem sido exitoso. [...] essa rede social faz parte do dia-a-dia deles, então, por que não usar esse meio de comunicação para construir conhecimento? Para facilitar a comunicação entre professor e aluno? Disponibilizar materiais? (Sujeito S1)

As redes sociais digitais, é um meio de informação, não é? Então é importante que a gente acesse as redes sociais digitais para gente está informado, certo? E quando a gente vai postar as atividades nas redes sociais digitais, a gente procura postar utilizando a linguagem do aluno, música que são do interesse do aluno, entendeu? Textos que estão de acordo com o universo do aluno. É isso. (Sujeito S1)

Weber (2013) aponta que o uso do facebook como potência comunicacional pode somar-se à sala de aula, ampliando as relações de um determinado grupo social, como afirma Santaella (2010), “sem substituir as formas mais tradicionais de comunicação organizacional, as redes sociais virtuais podem a elas se somar, incrementando sobre maneira as relações coletivas que fundamentam as organizações, pois a internet constitui-se em uma via alternativa bastante eficaz para o envolvimento em grupos sociais”.

O S1 ainda enfatiza que o facebook pode ser um ambiente de aprendizagem, além de estreitar uma relação afetiva entre professores e estudantes, a mesma cinta isso por várias vezes em sua entrevista:

o facebook pode ser um ambiente de aprendizagem sim, e é importante que os professores tenham esse contato, essa integração com os alunos através da rede social... uma forma também da gente acompanhar, da gente ver, conhecer os nossos alunos, construir vínculos afetivos.

O S2 reafirma a fala do sujeito S1 quando menciona o quão é importante o uso das TIC’s, das redes sociais online na sala de aula, e ainda afirma que há uma aprendizagem siginificativa, e que a relação do estudante com estas tecnologias digitais perpassa ao que está proposto nos currículos:

então o uso da tic’s é de fato assim... um ponto muito importante para o aprendizado e essa troca de conhecimento, porque eu aprendo demais com meu estudante, então ele está ali e na verdade, enquanto eu estou ainda conhecendo timidamente as redes sociais online, ele (o estudante) está bem avançado, bem adiante, então é um trabalho onde eu ensino e também aprendo. (Sujeito S2)

a gente tem que pensar que o nosso estudante, em alguns momentos, ele não absorve o conteúdo que está sendo abordado na sala de aula, e aí quando ele tem uma atividade extra, então ele se propõe a fazer, e o resultado a gente percebe, que há de fato uma aprendizagem significativa. (Sujeito S2)

nós temos as TIC’s como um apoio fundamental para que a gente possa desenvolver as nossas práticas e melhorar cada vez mais a compreensão de mundo de nossos estudantes. [...] a gente cumpra com o que está vigente na LDB e BNCC, mas aí a gente observa também que as ferramentas, que os

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conhecimentos eles são interligados, porque a gente não pode deixar de fazer o que o currículo está propondo, mas aí a gente percebe que tudo isso seja vivenciado no contexto da escola, que eles precisam interagir com as TIC’s. (Sujeito S2)

Nós sabemos que existe, e que o currículo está ali posto, mas a gente precisa ampliar esse conhecimento, e esse conhecimento vindo com o uso das TIC’s. (Sujeito S2)

Alencar (2013) diz que o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação está se tornando uma realidade nas escolas brasileiras, porém vários profissionais não estão preparados para inserir tais tecnologias em suas aulas. Silva e Vieira (2010) dizem que “a tecnologia não subestima nem o educador, nem o educando, ela apenas modifica as relações entre os envolvidos, proporcionando assim um novo ambiente de compartilhamento de conhecimentos onde o domínio sobre a máquina e sobre o ciberespaço se faz imprescindível”. Para colaborar com o uso das TIC em sala de aula, as instituições de ensino devem desenvolver projetos que capacitem os educadores a utilizarem tais ferramentas durante suas aulas.

Segundo Ferreira (2014), o uso das TIC atrelado ao processo de ensino e aprendizagem pode funcionar como um caminho para um aprendizado mais real, dinâmico e inovador, pois tais instrumentos permitem que o aluno seja capaz de relacionar sua vivência cotidiana e real com os possíveis aprendizados e construções de conhecimento que acontecem no ambiente da escola. E a mesma ainda enfatiza que a utilização de grupos no Facebook pode sistematizar o que se deseja abordar em relação ao processo de ensino aprendizagem e a análise de conteúdos e temas diversos, já que permite que os alunos sejam alocados, em conjunto, em um ambiente com interesse de discussão, reflexão, análise e argumentação em comum.

O S3 enfatiza a importância do uso da ferramenta tecnológica digital, no caso aqui, a plataforma facebook, para auxiliar nas aulas de História, e a mesma destaca o quanto facilitou o acesso aos assuntos de sua disciplina, resultando forma positiva em seu trabalho pedagógico, e por conseguinte oportunizando o estudante de História em acessar o assunto, os slides, as atividades a qualquer hora de qualquer lugar, dos seus smartphones:

O quanto acrescentou no meu trabalho, foi muito bom, eu percebi após esta formação de grande grupo dos estudantes de 2º ano para aprender História, o quanto eu perdia de tempo fazendo postagem para cada grupo de estudantes por salas diferentes, logo percebo que tudo que veio foi para acrescentar de forma positiva, e que eu e os estudantes estamos tirando proveito desta ideia. (Sujeito S3)

E é interessante Mércia, que na hora que eu estou postando, eles começam logo a curtir, então eu acho que ficou um espaço maior de convivência, porque História só são duas aulas de 50 min., e eu sinto necessidade de mais aulas, então aí as tic’s, no caso esta plataforma que a gente está trabalhando agora, o facebook, é... facilita demais o meu trabalho, muito bom. (Sujieto S3)

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A essa plataforma pelo facebook, que é uma nova forma de aprender história, e a gente está aprendendo história diferente. Olha Mércia, eu quero até pedir permissão a você pra gente não se desfazer deste grupo do facebook, e que ele fique para outras turmas. (Sujeito S3)

Colocaria apenas uma vez a postagem e iria atingir as 6 turmas de 1º ano e as 4 turmas de 2º ano, ou seja, quase 460 estudantes, e isso é uma prova que deu mais que certo com a primeira turma que você propôs essa ideia de usar o facebook para estudar história. (Sujeito S3)

Gallana (2013) afirma que a educação passa por uma profunda transformação tecnológica, numa época em que se voltam os olhares para os processos de ensino. A escola se vê ultrapassada e pressionada a acompanhar as novas tecnologias que se impõem e interpõem, entre ela e o aluno. Estamos cientes de que somente através da educação podemos transformar a sociedade em que vivemos e a adequação com o uso das tecnologias se faz mais que necessário, é urgente e seu uso cotidiano, dentro e fora da escola, é uma realidade. As escolas já se deram conta do poder destas ferramentas e começam a incorporar em seus projetos pedagógicos o uso das tecnologias digitais criando situações para que os alunos adotem-nas como mais uma forma de promover a aprendizagem. A partir da introdução de blogs, wikis e redes sociais torna-se possível conectar alunos e professores e, desse modo, favorecer a participação colaborativa, integrando funcionalidades e conteúdos.

É emocionante quando o sujeito S3 agradesce de forma efetiva o trabalho desenvolvido para a disciplina de História, onde facilitou e ampliou o ensino e a aprendizagem, deixando claro a importância do uso dessas ferramentas tecnológicas digitais em suas aulas de História, assim como para outras disciplinas que fizessem desta rede social online, o facebook.

Quero só agradecer o quanto acrescentou no meu trabalho, foi muito bom, eu percebi após esta formação de grande grupo dos estudantes de 2º ano para aprender história, o quanto eu perdia de tempo fazendo postagem para cada grupo de estudantes por salas diferentes, logo percebo que tudo que veio foi para acrescentar de forma positiva, e que eu e os estudantes estamos tirando proveito desta ideia. (Sujeito S3)

Gallana (2013) enfatiza que a rede social produz conhecimentos compartilhados. É nesta experimentação social que ocorrem as trocas, interações sociais, a dialética entre cooperação e desenvolvimento, onde se dá a aprendizagem.

Martins (2017) aponta que o sentido da aprendizagem em rede está presente na célebre afirmação de Paulo Freire, “Ninguém educa ninguém. Ninguém educa a si mesmo, os Homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” (Freire, P. 1987, p 36). É bom lembrar que as

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redes de aprendizagens sempre existiram. É no processo educativo familiar ou na comunidade que se constitui rede que ensina e aprende. Portanto, não é uma criação das tecnologias digitais de informação e comunicação, embora se considere que na educação formal tradicional o sentido de rede de aprendizagem seja pouco explorado. É preciso direcionar a educação, em particular a educação online, para a valorização do diálogo pedagógico mais facilmente constituído nas redes de aprendizagem, porém, mais difícil quando o processo for centralizado no professor ou nas redes hierarquizadas que não permitem que as informações e as interações fluam em todos os circuitos.

Vê-se nas falas de Martins, o quanto se assemelha as várias falas dos sujeitos, quando por vários momentos enfatizam que mesmo o currículo direcionando determinados assuntos em suas respectivas disciplinas, mas que a experiência com as redes sociais online lhes traz uma nova perspectiva de ensino e aprendizagem, quando tornam o estudante também protagonista de sua construção didática, e com estes aprendentes, as professoras também aprendem, em um formato dialético de construção de aprendizagem. Se faz necessário enfatizar o quanto é importante as redes sociais online, e estão dentro das escolas, e que também se faz necessário uma nova forma de encarar esta realidade, pois não se pode mais em pleno século XXI está com currículos cristalizados, e que ainda tratem as tecnologias digitais de forma velada em seus documentos que alimentam a forma pedagógica nas instituições educacionais no Brasil.