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4. Análise e Discussão dos Dados Coletados: Categoria e Percurso

4.2 Eixos de Reflexão

4.2.2. O papel do professor diante das redes socais online e currículo no âmbito escolar numa

As respostas dos sujeitos sobre o trabalho com acesso as redes sociais online e até mesmo o uso das TIC’s na escola e a possível relação com o currículo escolar, demonstra-se de forma simples ainda, pois em diversas falas ainda não tem a devida atenção com formações para que os docentes aprendam a usar as novas tecnologias digitais no âmbito escolar, mesmo tendo em vários documentos educacionais no Brasil.

Na página oficial da BNCC/MEC, pode-se ter a informação que “a BNCC é constituída pelos conhecimentos fundamentais aos quais todo/toda estudante brasileiro/a deve ter acesso para que seus Direitos à Aprendizagem e ao Desenvolvimento sejam assegurados. Esses conhecimentos devem constituir a base comum do currículo de todas as escolas brasileiras embora não sejam, eles próprios, a totalidade do currículo, mas parte dele”. Assim como nos PCN’s avaliam que, “a estruturação por área de conhecimento justifica-se por assegurar uma educação de base científica e tecnológica, na qual conceito, aplicação e solução de problemas concretos são combinados com uma revisão dos componentes socioculturais orientados por uma visão epistemológica que concilie humanismo e tecnologia ou humanismo numa sociedade tecnológica” Brasil (2000).

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Para os sujeitos S3 e S2 ainda há uma defasagem no que diz respeito a formação dos professores em relação ao contato com as tecnologias digitais:

Como eu disse anteriormente há um diferencial na minha escola porque o professor, a maioria dos professores, não é? Eles se preocupam em descobrir, ir atrás, em se atualizar, porque eles querem acompanhar o mundo atual, mas assim, não há uma preocupação do estado ainda em repassar, mas está na LDB, na BNCC, mas não uma preocupação do estado de preparar este professor, então nós temos... enquanto temos professores que estão a frente, e tem professores que tem uma dificuldade enorme em ligar um Datashow (projetor de imagens). As secretarias querem que os professores saibam lidar com essas mudanças tecnológicas, mas não dão condição. (Sujeito S3)

nós gostaríamos muito que houvesse capacitações específicas para o uso das TIC’s, porque a gente não pode de forma nenhuma “deixar de lado” (deixar esquecido) este uso, porque o nosso aluno, ele fica o tempo todo online, então nós precisamos sim, ter essa visão e esse direcionamento para estas novas tecnologias. Mas ainda deixa a desejar a capacitação para a utilização das TIC’s. (Sujeito S2)

Para o S1 muitas vivências diárias contemplam conhecimentos práticos e que os docentes, ainda tem muito a aprender:

os próprios estudantes, eles postam obras que eles leram, por exemplo: ficção, literatura contemporânea, que não faz parte do currículo oficial, mas faz parte do currículo oculto, e que é importante para eles incentivarem entre si, a prática de leitura, porque eles partilham sua experiência literária” (...) “nós lidamos no dia-a-dia com alunos que são os nativos digitais... então eu diria que o conhecimento prático, eles (os estudantes), tem muito mais do que nós professores... (Sujeito S1)

O S2 acentua o quanto seria importante se o currículo já viesse com a possibilidade de ampliar as discussões acerca das tecnologias digitais na sala de aula:

e que o currículo está ali posto, mas a gente precisa ampliar esse conhecimento, e esse conhecimento vindo com o uso das TIC’s, faz com que... eu como professora de Língua Portuguesa, tire de fato proveito dessa habilidade que o meu estudante tem, não é? (Sujeito S2)

forma em que as professoras encontraram para aliar a questão do currículo com a prática da língua portuguesa com o acesso as redes sociais, com as TIC’s, então eu só tenho a elogiar, porque acredito que quando a gente faz um trabalho, e esse trabalho, é bem produzido e bem produtivo, e bem dinâmico, então a gente pode dizer que esse trabalho de pesquisa, ele veio para ficar, porque nós sabemos que o uso dessas tecnologias, elas estão a todo vapor, então o professor, ele não pode ficar alheio a essa situação, é isso. (Sujeito S2)

Segundo Silva M. (2009), os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) estão ganhando espaço nos currículos escolares. Embora as instituições nem sempre tenham optado por ambiente especialmente planejado para fins educacionais. É bastante comum encontrarmos

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sites de escolas que tenham instrumentos de comunicação com os aprendentes e até mesmo com os pais. Outras vezes a escola ou alguns professores utilizam das redes sociais ou blogs para iniciação de atividades escolares no ciberespaço.

Há um ponto que é importante citar sobre o trabalho docente no que diz respeito ao trabalho que é feito com auxílio das redes sociais online, pois o S1 menciona que essas redes sociais em especial o facebook, lhes permite ir além do que o currículo oficial planeja, além de ter uma perspectiva emancipadora, desde à própria professora, assim como ao estudante:

o trabalho que é feito nas redes sociais, ele fortalece o processo de ensino-aprendizagem, ele é a continuidade do trabalho que a gente faz em sala de aula, mas as redes sociais me permitem ir além do currículo oficial... rede social me permite é... planejar as atividades dentro desta perspectiva emancipadora, que nem sempre o currículo oficial nos permite, [...] e isso é uma aprendizado colaborativo, e outro detalhe importante, é... quando o aluno deixa a resposta, o facebook, nos dá a condição de saber quem postou primeiro, então, se houver uma cópia/cola, a gente sabe quem colou de quem... é então, eles podem ler as respostas dos outros, mas eles tem que fazer suas próprias respostas. (Sujeito S1)

Quando Martins (2017), cita Paulo Freire, o mesmo enfatiza que a formação dos sujeitos na sociedade não é dialógica porque não é estruturada, sendo a dialogicidade um aspecto não natural, mas um aspecto da racionalidade presente na comunicação educativa. Portanto, a dialogicidade que qualifica a gestão da aprendizagem deve ser objeto da aprendizagem docente. Não havendo distinção entre conteúdos e tecnologias que propiciam ou não a dialogicidade, mas a postura pedagógica assumida pelo educador.

Morgado (2011) coloca que, nesses processos de reforma, tem sido consignado um papel especial aos professores, que continuam a ser vistos como agentes efectivos de mudança, deles dependendo, em grande parte, tanto as transformações que urge imprimir na escola e no ensino, quanto o sucesso educativo dos estudantes e a sua realização como pessoas. Apesar disso, a profissão docente atravessa uma fase difícil e não consegue adquirir o estatuto social que lhe é devido.

A semelhança entre falas de autores e dos sujeitos se embricam quando em dado momento são enfatizadas a necessidade de acentuar na formação do(a) professor(a) em relação ao uso e conhecimento das redes sociais online, e o que estas podem trazer de melhor para o ensino e a possível aprendizagem dos estudantes. Assim como a fala dos docentes quando relatam que ampliam suas práticas a partir das redes sociais online, e que estas ampliam os

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assuntos do currículo escolar, dando condições de autonomia aos estudantes para um aprendizado colaborativo.

4.2.3 A aprendizagem a partir das redes sociais online com o Facebook na