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4 NA CONTRAMÃO NO ESQUECIMENTO: AS MEMÓRIAS DE

4.2 INÉS SUÁREZ: MEMÓRIAS DE UMA CONQUISTADORA

“Crónicas de doña Inés Suárez” é como a obra literária de Isabel Allende aparece definida em suas primeiras páginas. Não há dedicatórias, no entanto, há essa interessante estratégia de transformar o texto escrito em documento com valor histórico. Desde esse momento inicial, identificamos a preocupação da escritora chilena em dar estatuto de veracidade aos fatos narrados em seu livro Inés del alma mía, conduzindo-nos a um olhar criterioso e atento aos eventos contados pela própria personagem Inés Suárez, que figura como narradora-personagem. Inés, por meio do texto literário, consegue o poder de contar sua história e de escrevê-la também, garantindo o registro de sua presença no mundo e de sua atuação na conquista e construção do Reino do Chile. Uma vez convertida em documento histórico, a narrativa de Inés contribui para a luta contra o esquecimento de sua memória. Essas escolhas não são aleatórias, assim como também não são aleatórios os outros aspectos da memória presentes na obra.

É a esse conjunto de traços memorialísticos presentes nessa narrativa de extração histórica que nos deteremos em nossa análise, verificando algumas das formas como eles aparecem no texto de Allende e como o todo da obra se constitui em uma proposta de escrita da história de Inés Suárez.

Na obra Inés del alma mía são vários os aspectos da memória abordados no processo de “reavivamento” da existência e da atuação de sua protagonista na conquista da América – Inés Suárez – que de acordo com Jaime Delgado (1987, p. 31), “[...] fue el alma y, en más de una oportunidad, la salvación de la empresa”.

Nas palavras de Inés Suárez: “Empecemos por el principio, por mis primeiros recuerdos” (ALLENDE, 2011, p.17)27

. A protagonista da obra, na condição de narradora- personagem, estabelece o ponto de partida de sua narrativa, mas ela mesma se limita às suas

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primeiras lembranças, ou seja, aos primeiros acontecimentos entendidos por ela como sendo passados, considerando a demanda da memória por buscar essas informações e trazê-las à tona no presente em que se quer resgatá-las.

Ainda nesse primeiro momento, no qual a narradora está definindo a partir de que ponto das suas lembranças ela irá construir seu relato, lemos o seguinte trecho:

De la fecha exacta de mi nacimiento no estoy segura, pero, según mi madre, nací después de la hambruna y la tremenda pestilencia que asoló a España cuando murió Felipe el Hermoso. [...] Cuando yo vine al mundo, ya la infortunada reina, loca de atar, estaba recluida en el Palacio de Tordesillas con el cadáver de su consuerte; eso significa que tengo por lo menos setenta inviernos entre pecho y espalda y que antes de la Navidad he de morir (p. 13).

No fragmento, notamos uma estratégia interessante de Inés para recuperar a informação sobre sua idade: ela não sabe ao certo a data de seu nascimento, precisa de um dado de outra pessoa, no caso a própria mãe, e de informações sobre acontecimentos históricos de seu país para deduzir a idade que tem. Dessa forma, verificamos que o nascimento de Inés está atrelado a outras pessoas, a um contexto social e a um determinado tempo. Essas conexões fornecem a ela dados que a sua própria memória não pode dar com precisão, processo natural para composição de sua memória individual.

Essa memória, entretanto, não é a única claramente destacada por Inés Suárez, como sendo constituída dessa maneira. Ao longo da obra, há momentos nos quais a narradora apresenta uma série de lembranças não necessariamente dela, mas de outras pessoas, sobretudo de Pedro de Valdivia, espanhol responsável pela empreitada de conquista do território hoje conhecido como Chile. Por ter sido amante desse homem por alguns anos, ouviu muitas de suas histórias e compartilhou várias de suas decisões e, embora ele já esteja morto no momento em que inicia a construção de seu relato, ela é capaz de reviver memórias pertencentes a ele e que, ao tomar conhecimento, passam a compor também seu conjunto de lembranças:

Le pareció que ella irradiaba seguridad y fuerza de carácter, condiciones que él exigía de sus capitanes pero que nunca pensó que apreciaría en una mujer. Hasta entonces sólo le habían atraído las muchachas dulces y frágiles que despertaban el deseo de protegerlas, por eso se había casado con Marina. Esa Inés nada tenía de vulnerable o inocente, era más bien intimidante, pura energía, como un ciclón contenido; sin embargo, eso fue lo que más le llamó la atención en ella. Al menos así me lo contó después” (p. 106-107).

A narradora faz uma construção remetendo-se a uma lembrança referente a uma opinião revelada por Valdivia, a um pensamento dele, mas que Inés compartilha. No início do fragmento ela se distancia, como se surgisse brevemente um narrador em terceira pessoa revelando a opinião de Valdivia sobre Inés, provavelmente em uma tentativa de dar credibilidade à fala do conquistador apresentada, não por ela, mas por outra pessoa. Inés usa novamente essa estratégia ao iniciar a frase “esa Inés nada tenía...” e finaliza dizendo ter sido Pedro de Valdivia o responsável por emitir essa opinião e compartilhar com ela posteriormente. Observando essas construções, entendemos ser possível identificar uso do discurso difuso do outro para inserir uma memória compartilhada entre a espanhola e seu amante. Ela não estava presente no momento exato da produção dessa memória, mas a conhece por ter ouvido de seu amante e a divide agora com a filha.

Essa mesma estratégia é utilizada no trecho com a fala de Pedro: “„¿Por qué les cuesta tanto a los castellanos ser uno más del montón? ¡Todos quieren ser generales!‟, se lamentaba con frecuencia Valdivia.” (p. 174). O lamento era feito pelo conquistador, mas ao ser compartilhado com outra pessoa, no caso a amante Inés, esta passa a ser também detentora da lembrança podendo, inclusive, decidir sobre relatá-la ou não.

Outro aspecto possível de ser observado na obra, diz respeito à confiabilidade da memória tratada por Paul Ricoeur e ao comportamento narrativo no processo de recuperação das lembranças. Inés explica à filha a necessidade de contar os fatos na sequência na qual ocorreram como uma forma de não “se perder pelo caminho”, pois justifica que “una crónica ha de seguir el orden natural de los acontecimientos, aunque la memoria sea un revoltijo sin lógica.” (p. 17). Em outras palavras, Inés chama a atenção para o fato de as memórias surgirem aleatoriamente, cabendo ao indivíduo ou ao grupo organizá-las segundo alguma lógica, sobretudo se o objetivo é fazer um relato para leitura e conhecimento de outros que não compartilham dessas memórias, como é o caso da protagonista da narrativa, tratando seu texto como “crónica”. Ainda sobre essa linha de pensamento, temos a reflexão de Inés Suárez:

En este relato, escribo muchos años después de los hechos, deseo ser lo más fiel a la verdad posible, pero la memoria es siempre caprichosa, fruto de lo vivido, lo deseado y la fantasía. La línea que divide la realidad de la imaginación es muy tenue, y a mi edad ya no interesa porque todo es subjetivo. La memoria también está teñida por la vanidad (p. 55-56).

É possível notar na fala da protagonista o reconhecimento das possíveis falhas na memória, devido, sobretudo, ao tempo já transcorrido desde os acontecimentos, até o

momento de serem relatados, reconhecendo o tempo como elemento complicador, por assim dizer, do processo de rememoração. Além disso, ressalta os caprichos da mente e a subjetividade das lembranças, considera os desejos e a imaginação como sendo capazes de interferir nessas memórias recriando fatos, enfatizando detalhes que outrora tenham passado despercebidos. Admite a influencia da afetividade na delimitação e no processo de recriação das lembranças, remetendo-nos, assim como no tópico anterior, às abordagens teóricas de Halbwachs e Bergson. Nesse ínterim, a protagonista fala em subjetividade, considerando o individuo como agente direto de reelaboração de suas memórias, ou seja, tratando do aspecto inventivo do ato mnemônico. Somos capazes de recriar nossas lembranças intencionalmente ou não, de acordo com o momento em que as retomamos e dependendo de com quem as compartilhamos. E temos ainda a atualização da memória proposta por Bergson, em virtude da mudança de referências pessoais, por exemplo, se compararmos o momento em que ocorreu o evento e o instante no qual o rememoramos.

Outros fragmentos corroboram essa percepção: “„También te he aguardado siempre‟, parece que me dijo. O tal vez no lo dijo. Supongo que en el transcurso de la vida, embellecemos algunos recuerdos y procuramos olvidar otros.” (p. 110-111). Inés se refere aqui a uma fala de Pedro de Valdivia, quem ela afirma ter amado intensamente e, mesmo com a mágoa da separação, considera possível que a vida embeleze as lembranças com o tempo e com novas vivências, assim como leva ao esquecimento ou apagamento de outras, revelando, desse modo, o caráter de seletividade da memória, afinal, como nos esclareceu Halbwachs, quanto maior a afetividade, maior é a tendência de fixar aquela lembrança e recuperá-la posteriormente. Soma-se a isso, o desejo de ter vivido algo como agente de criação da memória e ainda a dúvida em relação à existência ou não da lembrança, havendo nesse trecho o questionamento da confiabilidade da memória.

Em outra passagem, na qual Inés fala de Juan de Málaga, podemos notar novamente traços dessa seletividade: “las únicas virtudes de mi marido que puedo recordar eran su instinto para darme contento en el lecho y su empaque de torero, que no me cansaba de admirar.” (p. 24). Nesse momento da narrativa, a personagem nos leva a crer serem essas as únicas características positivas que ela é capaz de lembrar, talvez não porque sejam de fato somente essas, mas porque os defeitos se sobressaíram de modo a ocultar na memória as coisas boas relacionadas a esse homem, lançando a maior parte ao esquecimento.

Outro momento da narrativa interessante de observarmos os traços de seletividade, confiabilidade e falha da memória está na ação de Inés de decapitar caciques que estavam

como prisioneiros dos espanhóis como forma de defender a cidade em construção de um ataque massivo de indígenas na ausência de Pedro de Valdivia:

–¡Matadlos a todos! –ordené a los guardias en un tono imposible de reconocer como mi voz.

Tanto los presos como los centinelas quedaron pasmados. –¿Que los matemos, señora? ¡Son los rehenes del gobernador! –¡Matadlos, he dicho!

–¿Cómo queréis que lo hagamos? –preguntó uno de los soldados, espantados.

–¡Así!

Y entonces enarbolé la pesada espada a dos manos y la descargué con la fuerza del odio sobre el cacique que tenía más cerca, cercenándole el cuello de un solo tajo. El impulso del golpe me lanzó de rodillas al suelo, donde un chorro de sangre me saltó a la cara, mientras la cabeza rodaba a mis pies. El resto no lo recuerdo bien. Uno de los guardias aseguró después que decapité de igual forma a los otros seis prisioneros, pero el segundo dijo que no fue así, que ellos terminaron la tarea. No importa. El hecho es que en cuestión de minutos había siete cabezas por tierra. […]

Transcurrió un tiempo infinito, o tal vez sólo un instante. El agobio me vino de golpe y los huesos se me deshicieron en espuma, entonces desperté de la pesadilla y pude darme cuenta del horror cometido (p. 224-225).

Inés declara não lembrar com precisão o ocorrido após a primeira decapitação, precisando recorrer aos soldados presentes no local para saber. Sua memória falha, não dando dados precisos sobre o evento e a continuidade da narrativa reforça a ideia de trauma intenso, elemento que, segundo Ricoeur, pode interferir no armazenamento de lembrança e provocar seu esquecimento. A espanhola destaca ter a sensação de estar despertando de um pesadelo, após o transe que se seguiu às ações de decapitação e lançamento das cabeças dos caciques na praça. Dá-se conta da situação, mas afirma não compreendê-la bem. Nesse sentido, para além das características do texto literário, é relevante destacarmos dois pontos: o registro desse evento nos dados históricos e a intencionalidade da escritora chilena ao usar esse mecanismo de falha da memória nessa ocasião.

Esse evento é descrito brevemente por Toribio Medina (1906, p. 840):

Oyó estas voces doña Inés Juárez, que estaba en la misma casa donde estaban presos, y tomando una espada en las manos se fue determinadamente para ellos, y dijo á los dos hombres que los guardaban, llamados Francisco Rubio y Hernando de la Torre que matasen luego á los caciques antes que fuesen socorridos de los suyos, y diciéndole Hernando de la Torre, más cortado de terror que con bríos para cortar cabezas: señora, ¿de qué manera los tengo yo de matar? respondió ella: desta manera, y desenvainando la

espada los mató á todos, con tan varonil ánimo como si fuera un Roldán ó Cid Ruy Díaz.28

Como podemos notar, o registro histórico do Diccionario Biográfico Colonial de Chile, confirma a ação de Inés Suárez, destacando inclusive que todos os caciques foram decapitados por ela com bastante ímpeto. O mesmo documento também assegura a quantidade de caciques: sete, todos prisioneiros de Valdivia na ocasião do evento ocorrido em 1541. Em posse desse dado, refletimos sobre as razões que teriam levado Isabel Allende a inserir a dúvida da memória de Inés Suárez ao narrar o fato. De acordo com a própria Isabel Allende em entrevista sobre a obra, a falha da memória foi a forma encontrada por ela para solucionar o problema de haver mais de uma versão para o acontecimento29. Mas além dessa explicação, segundo nossa análise, consideraríamos outro elemento somado a esse, que seria uma tentativa de amenizar a violência do ato de Inés, ou seja, uma forma de manter a imagem de mulher corajosa, mas que não se excede, que realiza suas ações conforme a necessidade.

Diante dessas relações entre lembrar e esquecer, entre a seletividade da memória e sua falta de confiabilidade, faz-se necessário adentrarmos no campo das discussões sobre a necessidade do registro dos eventos e como esse aspecto se desenvolve na obra em análise e o papel que desempenha na proposta da escritora chilena.

Em determinada circunstância, a narradora-personagem se dirige à filha, Isabel, justificando sua preocupação em fazer esse relato de sua vida, evidenciando mais uma vez o processo de seleção de suas memórias, além de sinalizar sutilmente a relevância do registro:

Hay cosas que no he tenido ocasión de contarte, por estar demasiado ocupada en tareas cotidianas, y si no las escribo me las llevaré a la tumba. A pesar de mi afán de exactitud, he omitido bastante. He debido seleccionar sólo lo esencial, pero estoy segura de no haber traicionado la verdad (p. 114).

Inés Suárez admite ter selecionado o que contar, embora desejasse relatar tudo com precisão, destacou as partes consideradas essenciais e acredita ter dado ênfase à realidade, apesar de admitir em outros momentos da narrativa, conforme observamos, a falta de confiabilidade da memória. O fragmento parece deixar implícito ainda que esse ato de selecionar pode não ter sido totalmente intencional, mas em parte, um trabalho da memória

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Transcrevemos o texto conforme original no documento, não atualizando segundo as regras vigentes de pontuação e ortografia da língua espanhola.

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As informações são da entrevista intitulada “Inés (de) Suárez fue víctima de la pacatería”. Sua fonte está disponível no site Memoria Chilena, com endereço especificado em nossas referências.

em julgar o que naquele momento precisa ser registrado. Outro elemento possível de ser extraído da citação se refere à necessidade do registro. Inés afirma saber da proximidade de sua morte e ressalta a importância de seu relato, pois caso não o faça, levará consigo lembranças que ninguém mais terá acesso por se tratarem de momentos compartilhados apenas por ela e Valdivia, principalmente.

Diante disso, recordamos Paul Ricoeur quanto à discussão da busca pela lembrança como um dos objetivos principais da memória: a tentativa de fugir do esquecimento e evitar o que ele chama de “sepultamento no esquecimento”. Nesse sentido, a instituição dos arquivos aparece apontada pelo autor como forma de lutar contra esse esquecimento, contra a ameaça do apagamento. Por essa perspectiva de pensamento, destacamos o seguinte fragmento de Inés da minha alma:

Me asombra el poder de esos versos de Alonso, que inventan la Historia, desafían y vencen el olvido. Las palabras sin rima, como las mías, no tienen la autoridad de la poesía, pero de todos modos debo relatar mi versión de lo acontecido para dejar memoria de los trabajos que las mujeres hemos pasado en Chile y que suelen escapar a los cronistas, por diestros que sean. Al menos tú, Isabel, debes conocer toda la verdad, porque eres mi hija del corazón, aunque no lo seas de sangre. Supongo que pondrán estatuas de mi persona en las plazas, y habrá calles y ciudades con mi nombre, como las habrá de Pedro de Valdivia y otros conquistadores, pero cientos de esforzadas mujeres que fundaron los pueblos, mientras sus hombres peleaban, serán olvidadas (p. 80).

Os registros escritos figuram como estratégia fundamental no processo de criação de arquivos e na fuga do esquecimento. É algo concreto, pode ser reproduzido e armazena informações que não se quer esquecer. Evidentemente, como vimos, são elaborados à luz da seletividade da memória e da intencionalidade daqueles que o fazem, sendo preciso estarmos atentos a sua leitura e interpretação. Mas o que também gostaríamos de começar destacando no trecho extraído da obra ficcional de Allende é uma nova menção ao texto de Alonso de Ercilla. No capítulo anterior, identificamos o uso da intertextualidade como forma de dar credibilidade ao texto literário. Agora, a protagonista faz referência aos versos rimados de Ercilla como criadores da História e capazes de vencer o esquecimento, fato comprovado pela importância assumida por esse texto até a atualidade. Inés admite o poder das rimas de serem guardadas mais facilmente na memória, mas segue firme em seu intento de também deixar sua marca, seu registro, sua crônica, já que os cronistas não o fariam.

Inés defende a necessidade do registro não somente para que sua filha saiba de fatos nunca antes mencionados, mas para assegurar que sua figura não seja enterrada no passado e

apagada da memória. As figuras masculinas têm sua existência gravada nos documentos históricos, todavia o mesmo não ocorre com as mulheres que de fato participaram da conquista da América, não somente no Chile, mas em outras partes do continente. É para lutar contra esse apagamento que a narradora se propõe a fazer seu relato da forma “mais próxima possível da verdade” e considerando que os cronistas da época, por mais detalhistas que fossem, costumavam deixar “escapar” de seus documentos a atuação feminina.

Nesse ponto, podemos notar claramente uma crítica ao ocultamento das mulheres participantes da conquista nos textos dos cronistas, pois embora as expedições fossem de caráter predominantemente masculino, isso não implica na inexistência de figuras femininas, visto que, na realidade, elas estiveram presentes e participaram ativamente na construção e defesa de cidades. Inés Suárez, por exemplo, era a única espanhola da expedição de Valdivia, mas havia várias outras mulheres – indígenas – acompanhando o grupo e que contribuíram na construção da cidade de Santiago.

Parece-nos evidente um traço de seletividade dos fatos escolhidos para serem narrados pelos cronistas da época, assim como os personagens a serem enfatizados e, consequentemente, comporem a memória histórica chilena. Uma vez mais, nos é conveniente

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