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2. Um Início Frio

Na cosmologia atual, a tem p eratu ra do universo (radiação de fundo) :em sido outro fator fundam ental na avaliação da sua idade. A questão de : .m o foi o início do universo, se extrem am ente quente ou se extrem am ente frio. implica diretam ente o cálculo da sua idade.

Nos gráficos acima, podemos visualizar as duas propostas quanto à -rigem do universo, sendo que as linhas retas dos gráficos são para ilustrar 1 direção da alteração da tem peratura e não para sugerir um a linearidade de rrocesso. No gráfico da esquerda, tem os a proposta da teoria do big bang,

c no da direita, um a das propostas criacionistas.37

A cosmologia do big bang diz que o calor referente à tem peratura inicial

início com calor extremo) foi dissipado durante aproximadamente os últimos I - bilhões de anos, atingindo um a tem peratura atual de cerca de 3 Kelvins. Portanto, a tem peratura do universo teria passado por um a alteração.

Esta alteração da tem peratura tam bém aparece na cosmologia criacio- r.ista, a qual propõe que o universo foi criado num elevado estado energético,

Hermann L. F. von Helmholtz

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altamente estruturado e organizado, porém frio.

A proposta do universo ter sido criado altamente estruturado e or­ ganizado é o mesmo que dizer que o universo foi criado com uma idade aparente, com estrelas e galáxias “prontas” e em pleno funcionamento, dando um a aparência de que muito tempo havia se passado. Esta proposta possui evidência científica, como foi visto na seção anterior.

A baixa tem peratura inicial também vem das considerações da term o­ dinâmica, que propõe baixas temperaturas no início de um processo, até que este atinja uma tem peratura de equilíbrio com o meio ou uma tem peratura de equilíbrio de funcionamento.

Uma analogia seria comparar o universo com um motor a explosão. A partir do momento que o motor começa a funcionar, sua tem peratura aumenta. Conhecendo a variação da tem peratura (e outros fatores rela­ cionados), seria possível calcular a quanto tempo o motor estaria em fun­ cionamento. A analogia com o motor é m uito apropriada, pois o universo assemelha-se a um motor gigantesco. Como num m otor a explosão, a tem peratura inicial seria inferior a uma outra tem peratura após o motor ter sido acionado, assim também o universo teria uma tem peratura inicial

Motor à explosão inferior à tem peratura encontrada hoje.

Se soubermos qual era a tem peratura inicial e a taxa de aquecimento, poderemos calcular a quanto tempo o universo está “funcionando”. Se o universo foi criado pronto e funcional, como já discutimos, então, o tempo de funcionamento seria igual ao tempo de existência, pelo menos em teoria.

Neste caso, a temperatura inicial que teria sido registrada pela radiação de fundo no instante to da criação seria de 0 Kelvin. No instante t o + t, a tem peratura já não seria de 0 Kelvin.

O cálculo da idade do universo, nesta proposta criacionista, também está relacionado com o tempo envolvido para que a temperatura do universo se alterasse de um valor inicial até o valor de 3 Kelvins medidos hoje. Em outras palavras, quanto tempo demorou para que o universo aquecesse 3 Kelvins desde a sua criação? Obviamente não teriam sido os bilhões de anos propostos pela teoria do big bang.

A tem peratura e o estado de organização no instante do surgimento do universo são diferenças cruciais dos dois modelos cosmológicos, com resultados diametralmente opostos.

0 calor medido no universo através da radiação de fundo pode, assim, ter duas interpretações distintas. Em ambas, o universo atua como um corpo negro. (1) O universo começou extremamente quente e está esfrian­ do (devido ao big bang) ou (2) o universo começou extremamente frio e

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galáxias e matéria-gases superaquecidos).

Para o cálculo da idade do universo no modelo criacionista proposto, a tem peratura hipotética inicial é de 0 Kelvin e não haveria necessidade de incluir m atéria escura e fria, nem energia negra.

A exclusão desses elementos hipotéticos tem um aspecto de grande importância. A necessidade encontrada pela cosmologia do big bang da

chamada massa faltante está num universo que supostam ente teria bilhões de anos. Num período tão longo de tempo como este, os efeitos decorrentes da gravidade atuando na massa visível (galáxias e grupos de galáxias) teria produzido um a distorção tal, que o universo não teria mais a estrutura organizada que ele apresenta. Daí a necessidade de um a grande quantidade de massa não visível que pudesse, m esmo com os bilhões de anos, ainda ter mantido o universo com um a distorção tão pequena.

Mas, se o universo tiver apenas alguns m ilhares de anos, como o cal­ culado, a sua estru tu ra observada é perfeitamente coerente com a idade. Não teria havido tem po suficiente para que forças e campos gravitacionais produzissem um a distorção no universo, desestruturando-o. Como exemplo, podemos m encionar as galáxias espirais. Devido à rotação que elas apresen­ tam, os “braços” de estrelas já deveriam ter desaparecido há m uito tempo por conta da atuação das forças centrípeta e gravitacional exercidas em cada estrela. Em outras palavras, as estrelas, devido à velocidade de rotação da galáxia, já deveriam ter saído “voando” pelo espaço afora.

Uma criação recente é cientificam ente provável e coerente com a observação:

1. Aquecimento decorrente da energia dissipada pelas estrelas 2. Estruturas ainda definidas devido ao curto espaço de tempo 3. Galáxias com um a m esm a idade aparente

NGC 628 (M74)

Movimento das estrelas no braço de uma galáxia espiral (movimento espiralado contrário ao da água entrando num ralo). Após alguns bilhões de anos, a galáxia não existiria, pois suas estrelas já teriam se dispersado.

(Foto NASA/HST)

F

a t o r e s

L

i m i t a n t e s

Se o universo é ainda jovem, então a Terra deve ser jovem também, pois a mesma não poderia ser mais velha que o próprio universo. Se este for o caso,

1. Como explicar os bilhões de anos atribuídos às rochas da Terra? 2. Como explicar os milhões de anos atribuídos aos fósseis?

Se os milhões e bilhões de anos atribuídos a estes fenômenos estiverem corretos, então, a proposta criacionista de um universo jovem não faria o menor sentido, e, sem dúvida, a idade do universo, avaliada à luz da proposta apresentada, seria totalm ente inválida.38

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