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A entrada no mercado de trabalho é um passo importante para a pessoa com deficiência. Reconhecer-se como parte do mundo do trabalho fortalece o sentido de cidadania de jovens e adultos. O artigo 27 da convenção da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência estabelece que todos têm direito a oportunidades iguais de trabalho, conforme se observa na integralidade do texto:

Artigo 27

Trabalho e emprego

Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência de trabalhar, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas. Este direito abrange o direito à oportunidade de se manter com um trabalho de sua livre escolha ou aceito no mercado laboral em ambiente de trabalho que seja aberto, inclusivo e acessível a pessoas com deficiência. Os Estados Partes deverão salvaguardar e promover a realização do direito ao trabalho, inclusive daqueles que tiverem adquirido uma deficiência no emprego, adotando medidas apropriadas, incluídas na legislação, com o fim de, entre outros:

. Proibir a discriminação, baseada na deficiência, com respeito a todas as questões relacionadas com as formas de emprego, inclusive condições de recrutamento, contratação e admissão, permanência no emprego, ascensão profissional e condições seguras e salubres de trabalho;

. Proteger os direitos das pessoas com deficiência, em condições de igualdade com as demais pessoas, às condições justas e favoráveis de trabalho, incluindo iguais oportunidades e igual remuneração por trabalho de igual valor, condições seguras e salubres de trabalho, além de reparação de injustiças e proteção contra o assédio no trabalho;

. Assegurar que as pessoas com deficiência possam exercer seus direitos trabalhistas e sindicais, em condições de igualdade com as demais pessoas;

. Possibilitar às pessoas com deficiência o acesso efetivo a programas técnicos gerais e de orientação profissional e a serviços de colocação no trabalho e de treinamento profissional e continuado;

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. Promover oportunidades de emprego e ascensão profissional para pessoas com deficiência no mercado de trabalho, bem como atendimento na procura, obtenção e manutenção do emprego e no retorno a ele;

. Promover oportunidades de trabalho autônomo, empreendedorismo, desenvolvimento de cooperativas e estabelecimento de negócio próprio; . Empregar pessoas com deficiência no setor público;

. Promover o emprego de pessoas com deficiência no setor privado, mediante políticas e medidas apropriadas, que poderão incluir programas de ação afirmativa, incentivos e outras medidas;

. Assegurar que adaptações razoáveis sejam feitas para pessoas com deficiência no local de trabalho;

. Promover a aquisição de experiência de trabalho por pessoas com deficiência no mercado aberto de trabalho; e

. Promover reabilitação profissional, retenção do emprego e programas de retorno ao trabalho para pessoas com deficiência.

Os Estados Partes deverão assegurar que as pessoas com deficiência não serão mantidas em escravidão ou servidão e que serão protegidas, em igualdade de condições com as demais pessoas, contra o trabalho forçado ou compulsório.

Percebe-se o quanto amplo e abrangente é o referido artigo 27, a preocupação da ONU em fazer com que os Estados Partes tratem de maneira igualitária as pessoas, estabelecendo meios de que sejam implantadas políticas de acesso ao mercado de trabalho.

Ainda sobre esta Convenção, ela e seu protocolo facultativo foram incorporadas ao direito brasileiro em 2008 com equivalência de emenda constitucional, através do Decreto 6.949/2009, é composta por cinquenta artigos que abrangem os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais das pessoas com deficiência. No artigo 1º ocorre a sua definição, como sendo:

Aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Como já visto o Brasil tem legislação ampla ligada à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho vai desde cotas até subsídios para as empresas contratarem. Há programas governamentais e outras articulações institucionais em prol das pessoas com deficiência.

Quando se fala em inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho não se deve confundir com integração, apesar de parecerem sinônimas não a são. É este o entendimento dos doutrinadores Luiz Alberto David Araújo e Vidal

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Serrano Nunes Júnior em sua obra “Curso de Direito Constitucional” (2016), em que citam a integração corresponde à mera contratação para cumprir a lei de cotas, ao passo que inclusão equivale à modificação da sociedade para acolher a pessoa com deficiência, favorecendo com isso o seu desenvolvimento pessoal e o exercício da cidadania, através do trabalho ou outras formas de inserção social.

Ainda, neste contexto, trazem a seguinte observação acerca do acesso ao trabalho e sua relação com dignidade da pessoa humana:

A pessoa com deficiência quer mental (quando possível) quer física, tem direito ao trabalho, como qualquer indivíduo. Nesse direito está compreendido o direito à própria subsistência, forma de afirmação social e pessoal do exercício da dignidade humana. O trabalho pode tanto se desenvolver em ambientes protegidos (como as oficinas de trabalho protegidas), como em ambientes regulares, abertos a outros indivíduos. (ARAUJO; NUNES JÚNIOR, 2003. p. 26).

A pessoa com deficiência precisa se sentir confiante para que possa se desenvolver. Já em 1999 a OIT observava as precariedades brasileiras, a vulnerabilidade do mercado de trabalho a este grupo de pessoas, conforme João Baptista Cintra Ribas (2005, p. 2):

O relatório da última conferência da OIT (junho de 1999), além de chamar a atenção para a falta de percepção pública do Brasil do que constituem as políticas econômicas sociais sustentáveis, ainda firma que os portadores de deficiência continuam sendo um grupo “particularmente vulnerável no mercado de trabalho”.

Isso pode ser mais nítido quando os dados advêm da Procuradoria do Trabalho, segundo Eliza Dieko Oshiro Tanaka e Eduardo José Manzini (2005, p.274):

Dados de levantamento realizado por 21 Procuradorias Regionais do Trabalho, entre os anos 2000 e 2002, sobre ações em relação à inserção de pessoas com deficiência no trabalho, mostraram que o Ministério Público do Trabalho instaurou 2591 processos investigatórios, conseguiu firmar 1495 termos de compromisso de ajustamento e ingressou com 99 ações civis públicas junto a empresas que não estavam cumprindo com a lei de cotas.

Percebe-se neste levantamento que o número de empresas que não cumprem a lei é alto, sendo que uma boa parte sofre com ação civil pública, e este termo de compromisso não foi suficiente para a sua adequação à lei.

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Dados do Censo Demográfico de 2000, realizado pelo IBGE, demonstram que, no quesito “mercado de trabalho”, dos 66,6 milhões de pessoas de dez anos ou mais de idade (faixa etária considerada em idade ativa) que compõem a população ocupada no País, nove milhões são pessoas com alguma deficiência. A taxa de empregabilidade para homens em idade ativa, com algum tipo de deficiência, é de 51,8%, enquanto para homens em idade ativa sem nenhum tipo de deficiência a taxa é de 63%, ou seja, uma diferença maior que 10%. Diferença semelhante é observada entre as mulheres: a proporção de ocupadas varia entre 27,3% para mulheres com alguma deficiência e 37,2% para mulheres sem nenhuma deficiência (IBGE/Censo, 2000).

Cabe aqui salientar que no decorrer dos anos os dados são interpretados de maneiras distintas, sofrendo alterações de acordo com os conceitos de deficiência, que também vêm mudando no tempo, desta forma não se permite uma comparabilidade exata e direta entre diferentes levantamentos. Desta forma, nos dados do Censo Demográfico de 2010, também realizado pelo IBGE, verifica-se que o Brasil havia 45,6 milhões de pessoas com alguma deficiência, o que representava 23,91% da população nacional. Deste total, 84,36% encontrava-se em área urbana, enquanto 15,64% em áreas rurais. Já relativo à idade, o relatório de 2010 aponta os seguintes dados:

Em relação à proporção de pessoas com pelo menos uma das deficiências investigadas segundo os grupos de idade, constatou-se que 7,5% das crianças de 0 a 14 anos de idade apresentaram pelo menos um tipo de deficiência. A prevalência de pelo menos uma das deficiências investigadas foi maior (24,9%) na população de 15 a 64 anos de idade e atingiu mais da metade da população de 65 anos ou mais de idade (67,7%).

Tal aumento gradativo conforme a idade se verifica pois são fenômenos do próprio envelhecimento, onde a perda auditiva, visual e motora é, na grande maioria das vezes, inerente ao ser humano no passar do tempo.

Na questão do mercado de trabalho o Censo de 2010 utilizou como indicador a taxa de atividade, ou seja, mesmo critério do Censo de 2000. O nível ocupacional das pessoas com deficiência foi de 46,2% enquanto que, para aquelas sem

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deficiência foi de 53,3%. Quando investigados os dados separados por gêneros, observa-se que o nível de ocupação masculina com algum tipo de deficiência foi de 57,3% enquanto que o da feminina de 37,8%. Já para os que não têm deficiência declarada o nível de ocupação foi de 65,2% para homens e 46,5% para mulheres.

No aspecto da remuneração, verificou-se que 46,4% da população com pelo menos uma deficiência ganhava até um salário mínimo ou não obtinha rendimento algum.

Ainda, segundo o relatório das Nações Unidas no Brasil (ONUBR), publicado em dezembro de 2013, traz números do contexto mundial:

Cerca de 10% da população mundial, aproximadamente 650 milhões de pessoas, vive com alguma deficiência. Destes, cerca de 80% vive em países em desenvolvimento. Ainda pelos dados da ONU, cerca de 30% dos meninos ou meninas de rua têm algum tipo de deficiência e, em países em desenvolvimento, 90% das crianças com deficiência não frequentam a escola.

Isto sem contar das outras inúmeras condições de vulnerabilidade, a critério de exemplificação pode-se citar os hipossuficientes (além dos citados no trecho acima), as pessoas com dificuldades de locomoção ou de verbalização, entre outras formas de deficiência, isso as torna ainda mais sujeitas ao preconceito e a discriminação, ficando a par do convívio social.

Esses dados ilustram também as dificuldades de empregabilidade que a pessoa com deficiência sofre. Regina Célia Fernandes Teixeira (2003, p.7-8) diz que “a redução da oferta de trabalho e também das possibilidades de exercer a empregabilidade, devido às crises das condições de produção capitalista, contribui para agravar as tendências de exclusão social dos menos aptos”. No entanto, em uma sociedade que se diz igualitária e com ampla legislação inclusiva deve propiciar ações e condições de trabalho para todos, sem preconceitos ou discriminações.

A RAIS nos fornece uma radiografia do número absoluto (ou “estoque”) de empregos ocupados por pessoas com deficiência no mercado formal num determinado período (último dia do ano), no conjunto total das empresas

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(independentemente do seu porte). Segundo os dados apresentados pela RAIS, do último relatório encontrado no site do Ministério do Trabalho e Emprego, o estoque de empregos formais das pessoas com deficiência cresceu 3,8% em 2016, isso representa aproximadamente 15,3 mil vínculos empregatícios. O total de pessoas com deficiência empregadas em 2016 formava um contingente de 418,5 mil vínculos empregatícios. De acordo com tais dados, os subconjuntos mais representativos são: Deficiência Física: 204,6 mil empregos, 48,9% do estoque de pessoas com deficiência empregadas; Deficiência Auditiva: 80,4 mil empregos, 19,2% do estoque; Deficiência Visual: 53,4 mil vínculos, 12,8% do estoque; Reabilitados: 38,7 mil empregos, 9,2% do estoque; Deficiência Intelectual (mental): 34,2 mil vínculos, 8,2% do estoque e Deficiência Múltipla: 7,3 mil postos, 1,7% do estoque.

Em comparação com o ano anterior, 2015, houve um aumento dos postos de trabalho em quase todos os conjuntos, exceto o de deficiências múltiplas.

Analisando um hiato de tempo maior, de 2010 a 2016, a tabulação seguinte representa, em números absolutos, o número de empregos de acordo com o tipo de deficiência em tal período.

Tipo de Deficiência: 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Variação 2015/16 Física 166.690 174.207 170.468 181.464 192.432 200.794 204.554 1,9% Auditiva 68.819 73.579 74.385 78.078 78.370 79.389 80.390 1,3% Visual 17.710 21.847 26.119 33.505 39.580 46.913 53.438 13,9% Intelectual (mental) 15.606 18.810 21.317 25.332 29.132 32.144 34.168 6,3% Múltipla 3.845 4.144 4.696 5.490 6.708 8.108 7.287 -10,1% Reabilitado 33.343 32.704 33.311 33.928 35.100 35.907 38.684 7,7% Portador de Deficiência 306.013 325.291 330.296 357.797 381.322 403.255 418.521 3,8% Fonte: RAIS.

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Segundo este mesmo relatório, o mercado de trabalho brasileiro alcançou o ponto mais baixo da série histórica justamente em 2016, fato este que deve ser levado em consideração, houve redução de 1,6 milhão de postos de trabalho somente no setor privado, isso se representa na tabela:

Tipo de Deficiência 2015 2016 Variação %

Física 200.794 204.554 3.760 1,87% Auditiva 79.389 80.390 1.001 1,26% Visual 46.913 53.438 6.525 13,91% Intelectual (Mental) 32.144 34.168 2.024 6,30% Múltipla 8.108 7.287 -821 -10,13% Reabilitado 35.907 38.684 2.777 7,73% Total de Deficientes 403.255 418.521 15.266 3,79% Não Deficientes 47.657.552 45.641.677 -2.015.875 -4,23% Total 48.060.807 46.060.198 -2.000.609 -4,16% Fonte: RAIS.

Também houve redução no número de estabelecimentos declarantes, em quantidade de 108,3 mil estabelecimentos a menos, representando um decréscimo de 1,3%, como mostra o gráfico seguinte.

Fonte: RAIS.

Tudo isso leva a valorizar ainda mais o crescimento da empregabilidade das pessoas com deficiências, o que representou, conforme tabela acima, um incremento de 15.266 novos vínculos de trabalho. Já no contexto da série histórica,

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tem-se que há oscilação da participação destes no mercado de trabalho, em 2010 representava 0,7% e em 2016 era de 0,9% do total de postos de trabalhos brasileiros.

Cabe ressaltar que incremento verificado em 2016 pode ser atribuído a vigência do Estatuto da Pessoa com Deficiência. Enquanto o país vive uma resseção econômica, onde os índices de desemprego aumentam, verificou-se que não acontece o mesmo na classe das pessoas com deficiência, e é devido a isso que se pode chegar a esta conclusão, da efetividade das regras do Estatuto em disciplinar as empresas a contratarem esses funcionários para seu quadro.

Média de desempregados por ano:

Fonte: IBGE

Sabe-se que esta inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho é algo difícil, ainda que legislação obrigue as empresas a lhe reservarem um percentual de vagas. Mesmo assim, há vários entraves que barram a inclusão efetiva. Trata-se de um tema complexo, sistêmico, onde sua explicação se dá sob diversos olhares. Envolve a discussão de práticas de gestão das organizações, pois as mesmas estão, em sua maioria, estritamente focadas no lucro, sem atinar-se em um olhar ético, moral, de responsabilidade social, pautando suas condutas na efetiva inclusão, não mera integração, com meros fins de cumprimento legal.

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CONCLUSÃO

A legislação brasileira de proteção aos direitos das pessoas com deficiência inclui-se entre as melhores do mundo. Não basta, contudo, legislar para obter os resultados socialmente desejáveis: é de rigor cumprir e fazer cumprir as leis. Existe um hiato considerável entre o que estipula a lei e o que é realizado no campo da inclusão.

Observou-se que, apesar de esforços e da rica legislação existente, não basta apenas obrigar a empresa a contratar, se faz necessário dar subsídios para que ocorra uma efetiva inclusão social. De outro lado, notou-se que, apesar de tímida, há um índice crescente na empregabilidade de pessoas com deficiência, muitas das empresas fazem isso apenas para fugir das multas e cumprir estritamente o que está na legislação, mas deve-se considerar isso como uma evolução na inserção social, ainda longe de equilibrar o número de pessoas com deficiência existentes no Brasil com seu respectivo percentual de empregabilidade. Essa inserção na atividade laboral ajudará ao combate a exclusão dessa classe social.

Por meio da capacitação profissional das pessoas com deficiência, as empresas implementam os direitos fundamentais, atendem à função social do trabalho e, em última consequência, materializam a incidência do princípio da dignidade humana. Percebe-se, deste modo, que não basta apenas a capacitação das pessoas com deficiência, mas também, a qualificação dos profissionais de recursos humanos, na perspectiva de se disseminar informações sobre as deficiências, potencialidades e capacidades das pessoas.

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Em algumas empresas o reconhecimento do trabalho da pessoa com deficiência é positivo, pois percebem que ela, apesar de algumas limitações, pode trazer muitos benefícios para a empresa, possui qualidades intelectuais, comunicativas, expressivas, que acabam por ajudar a contagiar o restante do grupo.

Percebe-se um aumento na contratação de pessoas com deficiência nos últimos tempos, isso é um grande avanço, mas ainda tímido em relação ao total de possíveis contratações a serem feitas, mais longe ainda quando se compara o universo de pessoas sem deficiência e pessoas com deficiências incluídas no mercado de trabalho. Muitos empregadores alegam a peculiaridade de suas atividades, a dificuldade em alteração da planta da empresa para atender as necessidades destas pessoas. Não bastasse isso, a dificuldade encontrada pela pessoa com deficiência vai desde a sua formação educacional que na maioria das vezes não o prepara para enfrentamento da competitividade do trabalho.

Nota-se que não basta apenas o simples cumprimento legal se deve buscar uma relação saudável, ética, onde se possa alcançar a realização pessoal de todos e, através do trabalho a qualidade de vida almejada, a inclusão social sonhada, desenvolvendo a cidadania da população como um todo, promovendo saúde, bem- estar e responsabilidade social.

Para que uma efetiva inclusão aconteça de fato se precisa pensar em mecanismos de ciclo, com transições entre família, escola, trabalho e vida adulta, e não de maneira segmentada com políticas voltadas a áreas específicas como educação, acessibilidade, saúde, mas em um todo maior. Para isso, faz-se necessário o envolvimento de toda a comunidade como ente acolhedor das pessoas com deficiência, ou seja, um foco local. Desta forma se possibilitará uma verdadeira inclusão social.

O Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Lei de Cotas ajudaram muito na inserção destes no mercado de trabalho, como pode ser visto nos gráficos e tabelas apresentados, mas uma efetiva inclusão social ainda está longe do ideal imaginado.

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Assim, é de competência Estatal manter, dar continuidade, às políticas públicas de promoção de ações afirmativas, além de fiscalizar o seu cumprimento. Às empresas cabe dar oportunidades a todos, desta forma encontrará na diversidade humana o que precisa para prosperar, capacitar e contratar todos os tipos de pessoas. Por fim, cabe à sociedade participar ativamente do processo de inclusão social. Precisa-se desmistificar o estigma de que a pessoa com deficiência não possui competência para o mercado de trabalho, deve-se pensar na inclusão como uma necessidade da organização e não como uma mera obrigação legal.

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