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INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – PESSOA JURÍDICA

No documento RDJ 109 n. 1 (páginas 138-140)

Conforme entendimento do TJDFT pacificado pela Súmula 227 do STJ, a pessoa jurídica pode sofrer dano moral, haja vista que – apesar de não possuir honra subjetiva, caracterizada pela dignidade, pelo decoro e pela autoestima – é titular de honra objetiva.

Assim, os Desembargadores têm decidido que a reparação dos danos morais somente será devida, se a pessoa jurídica comprovar efetiva lesão à sua honra objetiva, o que se verifica, quando o nome, a reputação, a credibilidade ou a imagem da empresa são abaladas a ponto de prejudicar sua atividade comercial.

Acórdãos representativos:

Des. Josaphá Francisco dos Santos Com relação à compensação por danos morais, é entendi- mento pacífico na doutrina e na jurisprudência que as pes- soas jurídicas são passíveis de sofrer dano moral. A pessoa jurídica é portadora de honra objetiva, representada pelo julgamento que terceiros fazem a seu respeito, de maneira que a ofensa a esse atributo é passível de reparação. É o que preconiza a Súmula nº 227 do STJ, segundo a qual “a pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. (TJDFT, 5ª Turma Cível, Acórdão n. 1057347, APC 20160110586358, Relator Des. Josaphá Francisco dos Santos, DJe de 16/11/2017.)

Des. Alfeu Machado Ainda que a autora seja pessoa jurídica de direito privado, como proclama a Súmula n. 227 do Superior Tribunal de Justiça (“A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”), é cediço que esta pode vir a sofrer dano moral, decorrente do abalo de sua honra objetiva (bom nome e/ou reputação, crédito, probidade comercial etc.). Isso porque a honra é encarada sob dois aspectos: o subjetivo (ou interno) e o objetivo (ou externo). A honra subjetiva é exclusiva do ser humano, pois decorre da dignidade, do decoro e da autoestima. Lado outro, a honra objetiva, refletida na reputação, no bom nome e na imagem perante a sociedade, é comum à pessoa natural e à jurídica. Daí porque a pessoa jurídica, embora não seja passível de sofrer dano moral em sentido estrito (ofensa à dignidade), pode sofrer o dano moral no sentido amplo, porque é titular de honra objetiva, fazendo jus a indenização sempre que seu bom nome, credibilidade ou imagem forem atingidos por algum ato ilícito[1]. (TJDFT, 6ª Turma Cível, Acórdão n. 1046452, APC 20150710079856, Relator Des. Alfeu Machado, DJe de 19/9/2017.)

Desª. Simone Lucindo A pessoa jurídica pode experimentar dano moral em si- tuações que ensejem a violação de sua honra objetiva, isto é, em circunstâncias aptas a produzir abalo em seu

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nome, sua imagem e reputação frente ao mercado. Assim, se o inadimplemento con- tratual acarretar negativação da pessoa jurídica junto a cadastros de proteção ao crédito, mostra-se cabível a compensação por danos morais. (TJDFT, 1ª Turma Cível, Acórdão n. 1040757, APC 20150710108323, Relatora Desª. Simone Lucindo, DJe de 28/8/2017.)

Des. Teófilo Caetano Assim é que a ocorrência de dano moral atingindo a pessoa jurídica está plasmada na no- ção da honra objetiva, que está inserida no conceito e prestígio que a criação jurídica eri- gira e usufrui perante a praça em que desenvolve suas atividades, transmudando-se em nítido diferencial e fator determinante do sucesso do empreendimento que integra seu objeto social, na medida em que o conceito de qualquer empresa é fator preponderante para a formação de sua clientela, passando, pois, a integrar o fundo de comércio que detém. Por conseguinte, o ato ilícito que redunda em ofensa ou desprestígio desses pre- dicados, notadamente ao conceito e prestígio detidos pela pessoa jurídica, consubstancia ofensa à sua honra objetiva, que, ressalve-se, contrapõe-se ao conceito de honra subje- tiva, a qual, de sua parte, é privilégio exclusivo da pessoa natural, [...]. Em conformidade com essas singelas considerações resta, pois, apurado que a sociedade empresarial, como ente destinado ao fomento de atividades humanas volvidas para o lucro, é passível de ser atingida em sua honra objetiva, sofrendo danos de ordem moral, e inclusive patrimonial, diante da circunstância de que, abalado o seu prestígio e reputação angariados junto à praça, sua clientela e fornecedores, sofrerá nítido abalo em seu patrimônio jurídico in- trínseco e integrante do seu fundo de comércio. Esse entendimento, ademais, restara estratificado pela egrégia Corte Superior de Justiça [...]. (TJDFT, 1ª Turma Cível, Acórdão n. 1040194, APC 20160110923332, Relator Des. Teófilo Caetano, DJe de 24/8/2017.)

Des. Diaulas Costa Ribeiro A honra objetiva das pessoas jurídicas é passível de ser maculada, ocasião em que o res- ponsável pelo ato danoso deve ser condenado ao pagamento de valor suficiente à repa- ração do prejuízo acarretado. Tal questão é sedimentada tanto na doutrina, quanto na jurisprudência que se manifesta quanto à temática (Súmula 227 do STJ). A valoração do dano moral deve considerar a extensão do prejuízo, a repercussão social advinda com o ato lesivo e as condições individuais e econômicas das partes. Ademais, faz-se necessá- rio observar as circunstâncias fáticas em que o ato foi praticado, assim como o grau de culpa dos envolvidos. Por outro lado, para se imputar a responsabilidade de reparar o prejuízo decorrente de suposto dano moral, é imprescindível a demonstração dos requi- sitos caracterizadores do instituto. Logo, é preciso comprovar a ilicitude da ação, o dano decorrente do ato praticado e o nexo de causalidade entre a conduta do agente ofen- sor e o prejuízo suportado pela vítima. (TJDFT, 8ª Turma Cível, Acórdão n. 1038322, APC 20161410010345, Relator Des. Diaulas Costa Ribeiro, DJe de 16/8/2017.)

NoTAs dE JUrIsPrUdÊNcIA

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