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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.2 INDICADORES ENCONTRADOS A PARTIR DA ANÁLISE DE CONTEÚDO

Esta seção do capítulo “Resultados e Discussões” apresenta a organização dos resultados encontrados nas entrevistas semi-estruturadas realizada a partir da análise de conteúdo.

É importante destacar esse processo de análise, pois, nesse caminho, tem-se detalhadamente apresentados os dados encontrados com as entrevistas semi- estruturadas, sendo que essa técnica foi a que deu mais possibilidade para os adolescentes falarem sobre suas experiências laborais; uma vez que é o instrumento menos estruturado, permitindo, então, que os adolescentes falassem de seus sentimentos, pensamentos e vivências mais livremente.

Além disso, diferentemente dos resultados dos questionários, que foram organizados em categorias de acordo com o teor das questões (e não das respostas), e dos resultados das associações livres a partir das figuras, que foram organizados em eixos – respeitando-se a temática das imagens – os resultados das entrevistas precisaram ser profundamente analisados para se chegar nas categorias e subcategorias que são apresentadas e discutidas nos blocos de análise a partir da técnica de triangulação de métodos.

Dessa forma, todas as 23 entrevistas realizadas foram lidas diversas vezes com o objetivo de se verificar os conteúdos que se repetiam nas falas dos adolescentes. Essa repetição de conteúdo foi nomeada como “indicador”, ou seja, como um conteúdo relevante para os adolescentes pesquisados e que, portanto, oferecem a base da organização das categorias que foram posteriormente construídas e discutidas, como apresentado na terceira seção deste capítulo.

Nesse processo foram encontrados 20 indicadores, sendo que alguns se repetiram diversas vezes no discurso de um mesmo sujeito. É importante apontar que esses indicadores reúnem palavras e expressões que transmitem um significado semelhante. Todos esses indicadores levantados podem ser observados na figura 17.

Figura 17 – Indicadores encontrados na primeira etapa da análise de conteúdo.

Oportunidade

Independência / Poder comprar / Dinheiro / Não precisar pedir nada

para ninguém Aprendizagem Conhecimento / Conhecer coisas diferentes / Conhecer pessoas novas

Senti falta do serviço / Não consigo mais viver sem trabalhar /

O trabalho é tudo / Maravilhoso / Incrível

Tira os adolescentes

de outros caminhos Responsabilidade / Comprometimento Experiência

As pessoas reconhecem o seu

trabalho

Ajudar a mãe / Ajudar a família

Não fazia nada antes de trabalhar / Só estudava / Tédio

/ Folga

Com o trabalho é uma correria / Vivo sem tempo / Rotina pesada / Rotina cansativa Desenvolvimento / Amadurecimento / Crescimento Necessidade / Dificuldades / Questão financeira Conquista / Tudo o que tenho foi por causa do trabalho

Visão para o futuro / Faculdade / Futuro melhor / Estudo Mais chances no mercado de trabalho / Trabalho em equipe Atitude / Postura / Respeito / Escuta / Convívio / Iniciativa / Lidar com problemas

Honestidade Batalha / Luta

A partir do estabelecimento desses indicadores, foi realizada a segunda etapa da análise de conteúdo que é a exploração do material. Nessa etapa, são definidas as categorias de análise que sintetizam e reúnem os conteúdos das entrevistas em unidades de registro, permitindo as discussões e interpretações da próxima etapa da análise de conteúdo.

Foram criadas quatro categorias: (1) Mudanças na vida do adolescente a partir do trabalho; (2) Motivos para o adolescente começar a trabalhar; (3) Trabalho ideal e;( 4) Concepção de trabalho.

A categoria “Mudanças na vida do adolescente a partir do trabalho” reúne todos os conteúdos das entrevistas que se referem às representações dos adolescentes trabalhadores a respeito das alterações no modo de vida desses jovens a partir da experiência do trabalho. Os indicadores que foram considerados nessa categoria estão representados na figura a seguir.

Figura 18 – Indicadores relacionados com a categoria “Mudanças na vida do

adolescente a partir do trabalho”.

Mudanças na vida do adolescente a partir do

trabalho

Independência / Poder comprar / Dinheiro / Não precisar pedir nada para ninguém

Aprendizagem

Conhecimento / Conhecer coisas diferentes / Conhecer pessoas novas

Responsabilidade / Comprometimento Experiência

As pessoas reconhecem o seu trabalho Não fazia nada antes de trabalhar / Só estudava /

Tédio / Folga

Com o trabalho é uma correria / Vivo sem tempo / Rotina pesada / Rotina cansativa

Desenvolvimento / Amadurecimento / Crescimento Conquista / Tudo o que tenho foi por causa do trabalho

Atitude / Postura / Respeito / Escuta / Convívio / Iniciativa / Lidar com problemas

Ao analisar os indicadores reunidos nessa categoria, verificou-se que eles poderiam ser organizados conforme o tipo de mudanças que o trabalho proporcionou para a vida dos adolescentes pesquisados, isto é, os indicadores ora se referiam a uma mudança na rotina dos adolescentes ou se referiam a aspectos de desenvolvimento e conquistas na vida pessoal e profissional.

Dessa forma, optou-se por criar duas subcategorias para a categoria “Mudanças na vida do adolescente a partir do trabalho” que pudessem expressar essas particularidades, assim, foram criadas, respectivamente: (1) “Mudanças na rotina do adolescente” e (2) “Desenvolvimento e conquistas pessoais e profissionais”.

Por sua vez, a categoria “Motivos para o adolescente começar a trabalhar” reúne as falas dos sujeitos que se referem às razões que levaram os adolescentes a se inserirem no mercado de trabalho. Essas razões foram transmitidas pelos indicadores apontados na figura 19.

Figura 19 – Indicadores relacionados com a categoria “Motivos para o adolescente

começar a trabalhar”.

Motivos para o adolescente começar a

trabalhar

Ajudar a mãe / Ajudar a família

Necessidade / Dificuldades / Questão financeira Visão para o futuro / Faculdade / Futuro melhor / Estudo

Com esses indicadores, percebeu-se que a categoria “Motivos para o adolescente começar a trabalhar” abordava falas que se referiam ao incentivo para os adolescentes começarem a trabalhar; à necessidade e ao interesse financeiro como algo que motivou o início da atividade laboral; ao trabalho como algo que lhes permitiria ter um futuro melhor e; à curiosidade em relação ao dia-a-dia de trabalho. Assim, criou-se quatro subcategorias que discutissem essas falas dos adolescentes, respectivamente: 1) “Incentivo”; 2) “ uestão financeira”; 3) “Preocupação com o futuro” e; 4) “Curiosidade em relação ao trabalho”.

A categoria “Trabalho ideal” sintetizou as falas dos adolescentes trabalhadores que indicam a visão deles a respeito de uma situação perfeita de trabalho. Essas falas foram ilustradas nos indicadores presentes na figura 20.

Figura 20 – Indicadores relacionados com a categoria “Trabalho ideal”.

Trabalho ideal

Senti falta do serviço / Não consigo mais viver sem trabalhar / O trabalho é tudo / Maravilhoso / Incrível Mais chances no mercado de trabalho / Trabalho em

equipe

Por fim, a categoria “Concepção do trabalho” abrange todos os conteúdos das entrevistas que apontavam a visão dos adolescentes trabalhadores a respeito do que é o trabalho e o que significa trabalhar. A figura a seguir sintetiza os indicadores considerados nessa categoria.

Figura 21 – Indicadores relacionados com a categoria “Concepção de trabalho”.

Concepção de trabalho

Oportunidade

Tira os adolescentes de outros caminhos

Honestidade

Batalha / Luta

É importante ressaltar que esses indicadores deram as bases para que as categorias também fossem analisadas em subcategorias, possibilitando, assim, uma discussão mais abrangente e aprofundada de todos os conteúdos trazidos pelos sujeitos de pesquisa.

Com isso, passa-se para a apresentação e discussão de todos os dados obtidos com a pesquisa, reunidos em blocos de análise a partir da triangulação.