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INFORMAÇÕES CONTÁBEIS E SEU PONTECIAL SUPORTE NO

No documento GABRIELA LOUISE DE VASCONCELOS RIBEIRO (páginas 17-22)

Atkinson et al. (2000) demonstraram em seu livro que a contabilidade gerencial possui quatro principais funções: O controle operacional, que irá prover dados a respeito da eficiência e qualidade da operação da empresa; o Custeio do Produto e do Cliente, que é quem vai medir quanto custa cada recurso utilizado numa produção, na venda e na entrega de um produto/serviço; Controle administrativo, que municia a respeito de informações do desempenho de gerentes e unidades operacionais; e o Controle estratégico, que propicia os dados a respeito do desempenho financeiro.

Fernandes, Klann, Salmeron e Figueredo (2009) fizeram um levantamento sobre a opinião de gestores em relação ao grau de importância da informação contábil, estabelecendo notas de 0 a 5. O gráfico do resultado trouxe o seguinte quadro:

Fonte: Fernandes, Klann, Salmeron e Figueredo (2009, p. 8)

É possível notar um posicionamento satisfatório da parte dos gestores, já que as notas apontadas foram todas acima de 4, sendo o fluxo de caixa a informação mais valiosa na opinião dos mesmos.

Para Padovezi (2010) a contabilidade gerencial oferece vantagem competitiva para as empresas, já que esta fornece informações que dão suporte na área de controle, planejamento e tomada de decisão.

Silva, Miranda, Freire e Anjos (2009), constataram em seu estudo que 87,3% dos respondentes confiam nas informações fornecidas pelos seus contadores, o que torna maiores as chances da contabilidade se tornar uma forte ferramenta no processo decisório.

No ano de 2000, no Reino Unido, Mitchell, Reid e Smith realizaram uma pesquisa com gestores a respeito da utilização da contabilidade gerencial.

Nesse estudo foi possível enxergar um ponto de vista mais gerencial, porém já na pesquisa de Silva, Miranda, Freire e Anjos (2009) realizada em Pernambuco, Brasil, a visão dos gestores era mais restrita, onde uma parcela considerável dos entrevistados (34,5%) sentia dificuldade de interpretar os dados apresentados pela contabilidade.

Em sua conclusão, Mitchell, Reid e Smith (2000) trouxeram a capacidade que a contabilidade gerencial tem de crescer, porém afirmaram que ainda se trata de um estágio embrionário e Silva, Miranda, Freire e Anjos (2010) destacaram que existe uma necessidade mudança de postura do profissional contábil quanto a geração das informações, para que, somente assim, possa se mudar a visão de que a contabilidade exerce função apenas para o fisco (fiscal) e para a obrigatoriedade trabalhista.

Ainda no estudo de Silva, Miranda, Freire e Anjos (2010) foi possível enxergar uma maior utilização de ferramentas mais complexas por empresas de maior porte, enquanto as pequenas estão mais habituadas à utilização do Balanço Patrimonial semestralmente. Um agravante é que essas empresas são as que maior apresenta desconfiança a respeito das informações contábeis recebidas pelos seus contadores. Concluíram também que a “Demonstração do Resultado do Exercício, Balanço Patrimonial e Conciliação Bancária” são as demonstrações mais frequentemente fornecidas.

2.3.1 Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é o demonstrativo contábil que fornece a posição patrimonial e financeira de uma organização, conforme definido por Marion (2012). Ele afirmou ainda que “o balanço servirá como elemento de partida indispensável para o conhecimento da situação econômica e financeira da empresa”.

Este está dividido em três parte principais: ativo, passivo e patrimônio líquido, onde cada um desses irá apresentar suas contas patrimoniais específicas, que serão ordenadas e posicionadas conforme sua ordem de liquidez (para o ativo) e de exigibilidade (para o passivo).

Marion (2012) monstra que essa demonstração se origina através do equilíbrio destas partes, formando a identidade contábil:

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 + 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

O CPC 00 define com ativo um recurso que é controlado pela organização, originada de eventos passados, onde se tem expectativas que irão gerar benefícios para a mesma. Como passivo, o pronunciamento define como uma obrigação que a entidade possui, que é resultante de eventos passados que tem capacidade de gerar benefícios, onde sua liquidação espera-se irá, possivelmente, gerar uma saída de recursos. Patrimônio Líquido é o resíduo resultante do ativo da entidade, após a dedução de seu passivo.

Ou seja, essa demonstração expressa a posição patrimonial das empresas, demonstrando quanto esta possui de recursos e obrigações.

2.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício

Já a Demonstração do Resultado do Exercício por sua vez, objetiva a apuração do resultado econômico da empresa em um determinado período, sendo esse lucro ou prejuízo (os quais, em seguida, são transferidos para o patrimônio líquido). Essa apuração se dá pelas receitas, custos e despesas que incorreram no exercício social, conforme dito por Marion (2012), e devem ser sempre registrados conforme o fato gerador, ou seja, através do regime de

competência, independente do pagamento e/ou recebimento dos valores registrados.

Através dessa demonstração é possível identificar que tipo contas contribuíram para o resultado econômico e qual foi a sua evolução em relação a anos anteriores.

2.3.3 Análise Vertical e Horizontal

O CPC 00 exige que a informação contábil tenha a características qualitativa da Comparabilidade. Esta proporciona que o usuário reconheça e entenda as semelhanças e diferenças entre as informações.

Assaf Neto (2010) afirma que o a análise de balanços é norteada pela comparação, já que um grupo patrimonial, se analisado de forma isolada, não representa de forma adequada a situação da mesma, mas que a comparação gera maior clareza, dinamismo e elucida as demonstrações contábeis, concordando com o que é proposto pelo CPC. Desta forma e nesse contexto, as análises verticais e horizontais atendem essas necessidades.

Ainda citando o mesmo autor, este mostra que a Análise Vertical é feita comparando ou relacionando contas ou grupo, numa mesma demonstração, ou seja, o gestor consegue identificar qual o grupo ou conta que mais evoluiu ou regrediu de um ano para outro numa determinada demonstração. Essas informações são necessárias na identificação de geração de risco para empresa.

Marion (2012) define que a Análise Vertical faz uma divisão de uma conta por outra de forma vertical (𝑥𝑦 ↓), levando em consideração apenas dados de um mesmo período. Ou seja, divide-se, por exemplo, uma conta que de Banco pelo total do ativo da empresa em um mês X, para demonstrar quanto ela representa no grupo. Dessa forma, é possível apurar a participação de cada conta contábil em relação ao ativo, passivo ou demonstração de resultado.

Já a Análise Horizontal compara informações de um determinado espaço de tempo, podendo identificar, por exemplo se a empresa está sendo afetado por operações passadas, ou a tendência de se refletir em períodos futuros, já que ela permite “que se analise a tendência passada e futura de cada valor contábil”, ASSAF NETO (2010, p. 97).

2.3.4 Planejamento Tributário

Vey e Bornia (2010) definiram como planejamento instrumento utilizado pelas entidades, onde são buscadas práticas que venham a economizar impostos de forma lítica, de modo que estas possam minimizar os efeitos da carga tributária sob a empresa, sendo isso feito através de estudos e análises, onde o profissional contábil irá, por exemplo, utilizar-se de incentivos fiscais, enquadra-las em formas de tributação mais adequadas.

Orsino (2016) traz que essa prática envolve uma combinação de ações tanto jurídicas quanto econômicas, onde estas venham a gerar redução ou até eliminação do ônus tributários. Ainda segundo Orsini (2016, p. 5):

“elencam-se os seguintes aspectos a serem analisados: A interpretação da lei quanto a hipótese de incidência dos tributos, ou seja, a situação abstrata apresenta na lei; A aplicação da hipótese ao caso concreto, em outras palavras, a fato gerador; O gerenciamento do planejamento; O acompanhamento do mesmo ao longo de sua execução; A defesa prévia e os riscos envolvidos na mesma quanto ao montante que se pretende economizar.”

Ou seja, é possível através do planejamento tributário que a empresa obtenha uma economia das suas obrigações tributárias de forma lícita, apenas através do estudo e interpretação da legislação do país.

2.3.5 Planejamento Estratégico

Mauss e Santos (2006) entenderam por Planejamento Estratégico uma ferramenta que auxilia na gestão da organização, que tem o propósito de ordenar o processo, elaborar ações para que se atinja um determinado objetivo e, conforme as mudanças ocorrem no ambiente em que esse instrumento está

sendo aplicado há uma forma de controle e readequação nas metas e objetivos propostos.

Alguns anos antes, Crozatti (1997, p. 4) definiu como “um processo de gestão e deve ser desenvolvido em fases de modo a garantir a obtenção do melhor conjunto de diretrizes estratégicas, capazes de aproveitar as oportunidades e pontos fortes, bem como arrefecer o impacto das debilidades e pontos fracos encontrados no ambiente da empresa. ”. A partir dessa afirmação, é possível dar-se uma grande importância ao planejamento estratégico, enxergando como uma grande ferramenta que pode ser utilizada como diferencial para a organização.

No documento GABRIELA LOUISE DE VASCONCELOS RIBEIRO (páginas 17-22)

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