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GABRIELA LOUISE DE VASCONCELOS RIBEIRO

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Academic year: 2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

GABRIELA LOUISE DE VASCONCELOS RIBEIRO

ANÁLISE SOBRE A TOMADA DE DECISÃO BASEADA EM RELATÓRIOS E FERRAMENTAS CONTÁBEIS E GERENCIAIS: ESTUDO DE CASO COM

EMPRESAS/CLIENTES DE UM ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE DE NATAL/RN

NATAL/RN 2017.2

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GABRIELA LOUISE DE VASCONCELOS RIBEIRO

ANÁLISE SOBRE A TOMADA DE DECISÃO BASEADA EM RELATÓRIOS E FERRAMENTAS CONTÁBEIS E GERENCIAIS: ESTUDO DE CASO COM

EMPRESAS/CLIENTES DE UM ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE DE NATAL/RN

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Daniele da Rocha Carvalho

Natal/RN 2017.2

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Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Ribeiro, Gabriela Louise de Vasconcelos.

Análise sobre a tomada de decisão baseada em relatórios e ferramentas contábeis e gerenciais: estudo de caso com empresas/clientes de um escritório de contabilidade de Natal/RN / Gabriela Louise de Vasconcelos Ribeiro. - Natal, 2017.

46f.: il.

Orientador: Prof. Me. Daniele da Rocha Carvalho.

Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Contábeis.

1. Contabilidade Gerencial - Monografia. 2. Pequenas e médias empresas - Monografia. 3. Suporte Gerencial - Monografia. I. Carvalho, Daniele da Rocha. II.

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FOLHA DE APROVAÇÃO

GABRIELA LOUISE DE VASCONCELOS RIBEIRO

ANÁLISE SOBRE A TOMADA DE DECISÃO BASEADA EM RELATÓRIOS E FERRAMENTAS CONTÁBEIS E GERENCIAIS: ESTUDO DE CASO COM

EMPRESAS/CLIENTES DE UM ESCRITÓRIO DE CONTABILIDADE DE NATAL/RN

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciências Contábeis, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Apresentado e aprovado em: ______/__________/______.

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________________________

Prof. Me. Daniele da Rocha Carvalho Orientadora

____________________________________________

Prof. Drº Ridalvo Medeiros Alves de Oliveira Membro da Banca

____________________________________________

Prof. Me. Luiz Vieira de Oliveira Sobrinho Membro da Banca

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AGRADECIMENTOS

A Deus. O primeiro responsável por minha força, meu primeiro acalento e minha fonte de fé. Aos dias sempre melhores que Ele me proporcionou, às pessoas maravilhosas que colocou no meu caminho. A Nossa Senhora da Candelária, por sua intercessão pela minha vida.

Aos meus pais, Gricélia e Walfredo, que tudo fizeram para que até aqui eu chegasse. Obrigada pelos esforços tão suados e tão verdadeiros. Vocês são minha base, onde me inspiro para batalhar por um futuro melhor.

Aos meus avós, Geraldo, Ana e Antônia, os braços que me acolheram sempre que foi possível e necessário, ao amor que me foi dado de maneira incondicional sempre. Às minhas tias: Girlene, Girleide, Gilvaneide, Gilma e Gilka, que sempre que puderam me impulsionaram para frente, que fizeram muito mais do que precisavam por mim, vocês têm um pedaço dessa vitória.

Aos meus primos que me acompanharam da formação infantil até a acadêmica, que possamos crescer sempre juntos. Em especial, Matheus Vasconcelos, mais irmão que primo. Obrigada por sua amizade, irmandade.

Você é um exemplo em que me espelho como pessoa e profissional.

Ao meu namorado Danq, por sua presença tão perto, pelo parceiro de profissão tão inspirador. Deus foi muito generoso por ter escolhido logo você para estar comigo nessa construção de vida.

Aos amigos de faculdade: Adrianne Torquato, Yasmin Silva, Alan Pereira, Andrei Rolemberg, Kleberson Lopes e Vinícius Santana, pela parceria durante os 5 anos de cursos, pelas conversas aperreadas, pelas angustias compartilhadas e pelos momentos felizes.

Aos amigos de vida: Anna Luiza Raves e Renan Silva pelas cervejas e melhores e mais loucos momentos que passamos juntos. Às amigas do dia todo, de todo dia: Pedrita e Laura. A caminhada foi mais leve ao lado de vocês, obrigada pelos choros e risadas, pelo tão grande companheirismo, por fazerem de mim uma pessoa melhor.

Aos mestres que me instruíram da infância à academia, principalmente à minha orientadora, Daniele Rocha, que me ensinou (ressalto que quase do

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zero) a elaborar este trabalho. Obrigada pela paciência, por compartilhar do seu dom e pelo amor que você transmite pela sala de aula. Desejo encontrar mais profissionais como você pela minha jornada.

Aos que não foram citados diretamente, mas que contribuíram de qualquer forma para minha construção profissional: meu MUITO obrigada!

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RESUMO

Esse trabalho teeve como objetivo analisar quais as ferramentas vêm sendo utilizadas na tomada de decisão de pequenas empresas. Motivada pelo alto potencial gerencial que a contabilidade possui e a aparente baixa utilização dessa ferramenta, foram selecionados e estudados, quatro clientes de um escritório de contabilidade localizado em Natal/RN, com o intuito de entender a forma que essas empresas estão sendo geridas e se a contabilidade está atendendo as necessidades das mesmas. Quanto à metodologia a pesquisa se classificou como sendo descritiva e explicativa, sendo uma amostra de quatro clientes defina por conveniência. As empresas selecionadas possuem ramos diferentes (duas delas supermercados, uma comercializa equipamentos industriais e outra presentes e cosméticos em geral) e faturamentos que variam entre R$ 4.863.462,28 (na menor delas) e R$ 16.757.851,55 (na maior), sendo todas tributadas pelo Lucro Real. Foi possível concluir que a ferramenta mais consultada, no momento em que se é necessária para tomar decisões, é o software financeiro utilizado internamente em cada empresa, sendo esse a principal fonte de informações para a elaboração da contabilidade e apuração de impostos da empresa. Foi visto também que há uma grande carência de conhecimento das ferramentas contábeis, onde nem o Balanço Patrimonial (ferramenta muito citada nas pesquisas relacionadas) vem sendo utilizado. Foi nítida a importância dada à DRE, isso porque, segundo os gestores entrevistados, a demonstração (seja do mês, análise vertical ou horizontal) é de fácil entendimento, o que atende à exigência do CPC da informação ser compreensível para seu usuário. Outro ponto citado, foi o fato da DRE ser utilizada como base para apuração de IRPJ e CSLL, antes do livro LALUR.

Constatou-se, por fim, a necessidade de atenção que esse grupo de empresas apresenta (conforme referencial teórico e análise de dados) para que a contabilidade ser torne útil a eles não somente para apuração de impostos, mas uma ferramenta de suporte para gerência das entidades.

Palavras-chave: Contabilidade gerencial. Pequenas e médias empresas.

Suporte Gerencial.

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ABSTRACT

This paper aims to analyze which tools are being used in the decision making of small companies. Motivated by the high managerial potential that accounting has and the apparent low utilization of this tool, four clients of an accounting office located in Natal / RN were selected and studied in order to understand the way these companies are being managed and if accounting is meeting their needs. The selected companies have different branches (two of them supermarkets, one commercialises industrial equipment and another presents and cosmetics in general) and invoices that range between R$ 4,863,462.28 (in the smallest of them) and R$ 16,757,851.55 higher), all of which are taxed by Real Profit. It was possible to conclude that the most consulted tool at the moment when it is necessary to make decisions is the financial software used internally in each company, being this the main source of information for the elaboration of the accounting and tax calculation of the company. It was also seen that there is a great lack of knowledge of the accounting tools, where neither the Balance Sheet (tool very cited in related research) has been used. It was clear the importance given to the DRE, because according to the managers interviewed, the demonstration (whether of the month, vertical or horizontal analysis) is easy to understand, which meets the requirement of the CPC of the information to be comprehensible to its user. Another point mentioned was the fact that the DRE was used as the basis for calculating IRPJ and CSLL, before the book LALUR. It was a common response to everyone's follow-up to see if the profit on which their taxes will be assessed is true to their reality. Finally, it was verified the need for attention that this group of companies presents (according to theoretical framework and data analysis) so that the accounting becomes useful to them not only for tax calculation, but a support tool for the management of entities.

Key words: Managerial accounting. Small and medium enterprises.

Management Support.

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Lista de Tabelas

Tabela 1 Perfil das empresas estudadas 32

Tabela 2 Ferramentas Financeiras utilizadas pelas empresas estudadas

33 Tabela 3 Ferramentas Gerenciais utilizadas pelas empresas estudadas 33 Tabela 4 Utilização das Ferramentas Contábeis utilizadas pelas

empresas estudadas

35 Tabela 5 Utilização de indicadores utilizadas nas empresas estudadas 37 Tabela 6 Valores do Patrimônio das empresas estudadas 37 Tabela 7 Indicadores de Liquidez, Rentabilidade e Endividamento da

Empresa A

38 Tabela 8 Indicadores de Liquidez, Rentabilidade e Endividamento da

Empresa B

38 Tabela 9 Indicadores de Liquidez, Rentabilidade e Endividamento da

Empresa C

40 Tabela 10 Indicadores de Liquidez, Rentabilidade e Endividamento da

Empresa D

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 11

1.1 OBJETIVOS ... 12

1.2 JUSTIFICATIVA ... 13

2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 14

2.1 IMPORTÂNCIA DAS PEQUENAS EMPRESAS ... 14

2.2 RELATÓRIOS FINANCEIROS E GERENCIAIS ... 15

2.3 INFORMAÇÕES CONTÁBEIS E SEU PONTECIAL SUPORTE NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO PARA EMPRESAS ... 17

2.3.1 Balanço Patrimonial ... 19

2.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício ... 19

2.3.3 Análise Vertical e Horizontal ... 20

2.3.4 Planejamento Tributário ... 21

2.3.5 Planejamento Estratégico ... 21

2.4 INDICADORES DE DESEMPENHO ... 22

2.4.1 Índice de liquidez ... 23

2.4.2 Rentabilidade ... 24

2.4.3 Endividamento ... 25

2.5 PESQUISAS RELACIONADAS ... 27

3. METODOLOGIA: ... 29

3.1 TIPOLOGIA ... 29

3.2 POPULAÇÃO/UNIVERSO E AMOSTRA ... 30

3.3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS ... 30

4. ANÁLISE DE DADOS ... 32

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS ... 32

4.2 RELATÓRIOS FINANCEIROS E GERENCIAIS PRODUZIDOS PELAS EMPRESAS ... 33

4.3 FERRAMENTAS CONTÁBEIS E GERENCIAIS UTILIZADAS PELAS EMPRESAS ... 34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 45

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1. INTRODUÇÃO

Segundo a FECOMERCIO (2016) as pequenas empresas no Rio Grande do Norte vêm contribuindo para o fortalecimento da economia potiguar, mesmo diante da estagnação econômica do país.

Estas empresas representam, hoje, 92% das empresas do estado e contribuem com uma arrecadação de R$ 51,4 bilhões de impostos. Além disso, geraram entre os meses de janeiro a julho de 2016 cerca de 1.461 empregos, que comparado às demais categorias apresentou resultado bastante positivo, em vista que estas outras ultrapassaram as 3 mil demissões (SEBRAE, 2016).

Ainda segundo o SEBRAE (2016), em Natal, capital do Rio Grande do Norte, 22,8% das PME’s fecham as portas antes dos dois anos de vida. Se utilizar-se como comparativo as médias das capitais nacionais, a cidade com melhor índice foi Belém/PA com 16,30% de mortalidade, enquanto a pior média ficou por conta de Manaus/AM, com 37,20%.

Porém, apesar da relevância que esse grupo representa e da contribuição que a contabilidade pode trazer, Kos et al (2013) afirmam que ainda é pequena a curiosidade de conhecer, analisar e sugerir opções para o segmento. Ferreira e Silva (2016), puderam verificar que o contador ainda fornece serviços muito fiscais e trabalhistas e que as demonstrações ainda não são utilizadas para fins gerenciais, mesmo que, para Padovesi (2010) a contabilidade gerencial transmita dados que ajudam no controle, no planejamento e tomada de decisões pelos administradores, e consequentemente, vantagem competitiva.

Corrêa et tal (2016) encontraram uma associação positiva em seus estudos entre os estágios de vida da organização e a utilização da contabilidade gerencial. Assim, pode-se verificar que é uma ferramenta que pode auxiliar as empresas da tomada de decisão, contribuindo para sua melhor gestão e expandindo a vida da entidade.

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Kos (2013) discute que a contabilidade tem o objetivo de transmitir informações aos seus usuários, sendo eles de dentro ou fora da entidade e que a linha gerencial tem a visão de orientar os gestores na tomada de decisão.

Ferreira e Silva (2016) concluíram que, num estudo de 736 empresas os controles são realizados por planilhas eletrônicas na modalidade de vendas menos despesas (11%), entrada menos saída de produtos no estoque (9%), anotações manuais (20%), interpretação do balanço patrimonial (7%), registros no livro caixa (15%) e informações do contador (4%). No tocante a esse último, 40,3% afirmaram que possuem auxílio, 39,8% não possuem auxílio e 19,9%

não responderam.

Diante do exposto tem-se o seguinte problema de pesquisa: Que tipo de informações são utilizadas para o processo de tomada de decisão nas pequenas empresas, tomando como parâmetro empresas de um escritório de contabilidade?

1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Geral:

Identificar que tipo de informações são utilizadas para o processo de tomada de decisão, tomando como parâmetro empresas de um escritório de contabilidade.

1.1.2 Específicos

 Caracterização das empresas (perfil);

 Identificar quais os tipos de relatórios financeiros e gerenciais são produzidos pelas empresas estudadas;

 Verificar quais tipos de ferramentas contábeis e gerenciais são utilizadas pelas empresas;

 Levantamento dos índices financeiros e de rentabilidade dessas empresas.

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1.2 JUSTIFICATIVA

As pequenas empresas vêm tomando grande relevância da economia nacional e isso gera uma necessidade de utilização de ferramentas para melhor gestão dos negócios, conforme Kos, Raifur, Espejo e Anjos (2014), Moreira et.

al (2013), Ferreira e Silva (2016), Silva, Miranda, Freira e Anjos (2010).

Esta pesquisa se justifica pela necessidade da atenção que as PME’s apresentam na economia do estado do Rio Grande do Norte, conforme citado anteriormente.

Tendo em vista que a contabilidade deve gerar informações compreensíveis e úteis, de acordo com CPC 26, é de suma importância averiguar e/ou diagnosticar o que essas empresas estão fazendo com as informações disponibilizadas. Desta forma tem como objetivo a análise de quais os dados vêm sendo utilizados pelas empresas de pequeno e médio porte na sua tomada de decisão.

O estudo tende a contribui na apresentação de ferramentas que possam melhorar a gestão das pequenas empresas que hoje representam 27% do PIB na economia brasileira e gera 52 % dos empregos do país, e que possui um grande impacto social. No âmbito político, esse grupo vem contribuindo com recursos para desenvolvimentos de políticas socioeconômicas do estado.

Academicamente, a pesquisa reforçará estudos empíricos na área gerencial, trazendo diagnósticos e informações para melhor condução das práticas contábeis e desenvolvimento e/ou adaptações de ferramentas que atualmente são utilizadas por grandes empresas ou empresas de sociedades anônimas, tornando-a útil para seus usuários.

Para o pesquisador, foi possível aplicar na prática os conteúdos vistos durante todo o curso, principalmente na área gerencial. Podendo, assim, enxergar a possível aplicabilidade das ferramentas vistas em sala e a grande relevância e impacto que isso poderá trazer para a sociedade.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 IMPORTÂNCIA DAS PEQUENAS EMPRESAS

Kos, Raifur, Espejo e Anjos (2014) enxergaram que estas empresas vêm tomando grande espaço na economia e que em muitos países o desenvolvimento e fortalecimento desses grupos vêm sendo prioridade, desencadeando, inclusive, a criação de órgãos institucionais para destacar a relevância dos pequenos negócios, em países da União Europeia, Canadá e Estados Unidos.

Corroborando com essa colocação, Colauto et. al (2015) entenderam que as pequenas empresas apresentam-se como agentes dinâmicos, e afirmaram que quando o assunto é geração de atividades inovadoras estas se demonstram bastante importantes não somente no Brasil, mas em todo o mundo.

Nacionalmente, essas organizações são as maiores responsáveis pela sustentação da economia do país, além disso, comportam grande parte da geração de empresas e representam também, hoje, grande número de estabelecimentos no Brasil, ainda conforme apresentado ainda por Kos, Raifur, Espejo e Anjos (2014).

Colauto et al. (2015) retrataram que as pequenas empresas tiveram grande peso na evolução das sociedades, trazendo contribuições econômicas, políticas e sociais. Caneca et al. (2009) trouxe essa percepção devido à relevante geração de empregos, produção e comercialização de bens e serviços, o que muito contribui para o desenvolvimento a dinâmica na economia.

No ano de 2014, o SEBRAE apurou que o Brasil apresentava 8,9 milhões de micro e pequenas empresas formais, gerando, essas, 52% dos empregos de carteira assinada no país e contribuindo com 27% do PIB nacional.

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No estado do Rio Grande do Norte, o SEBRAE (2016) levantou um total de 103.984 MPEs (Micro e Pequenas Empresas) formalizadas. No que se refere ao porte, o estado está assim dividido: 45,5% se classificam como MEIs;

29% Simples Nacional, 24,5% MPEs e 5% EPPs.

No que tange às MPEs, ainda segundo dados do SEBRAE (2016), tem- se que a maior parte desse grupo exerce atividade de comércio, sendo um total de 82.730 empresas, o que representa 48% do total; em segundo lugar vem as indústrias, com 22.406 de empresas, que equivale à 13%; depois tem-se os empreendimentos de construção civil, sendo eles 8.617, representando 5% e, por último, 1% (1.724) do agronegócio.

Quanto à taxa de mortalidade dessas empresas, o relatório de gestão do SEBRAE (2016) aponta que tanto o RN quanto o Brasil apresentaram uma melhoria significativa de 2008 a 2012. Os números de 2008 apresentavam uma taxa de sobrevivência nacional de apenas 54,2% e o cenário do Rio Grande do Norte era ainda pior: 49,3%. Porém no ano de 2012 o país apresentou uma evolução para 76,6% e o estado ainda manteve uma média superior, de 77,6%.

Já no que tange a contribuição para geração de empregos, os resultados demonstram que o RN apresentou um saldo negativo de postos de trabalho – 12.502, conforme (CAGED 2016), porém, se analisadas de forma isolada, as pequenas empresas apresentaram nos últimos cinco anos, apesar de uma redução na geração de empregos, saldo positivo, saindo de 17.659 em 2012 para 1.678 em 2016, enquanto as médias vêm mostrando um saldo negativo de -1.521 desde 2012, e -774 em 2016.

2.2 RELATÓRIOS FINANCEIROS E GERENCIAIS

Baldissera, Novak, Selenko e Andruchechen (2015) citaram em seu estudo uma dificuldade que grande parte das organizações possuem, como por exemplo, conseguir identificar suas situações econômico-financeiras. Isso, ainda segundo eles, deve-se muitas vezes pela falta da elaboração de um planejamento e pelas falhas na gestão financeira que desencadeiam em prejuízos no processo de tomada de decisão, podendo até levar a um insucesso da empresa. “Planejar é estabelecer as ações a serem executadas

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antecipadamente dentro de um contexto pré-estabelecido a fim de alcançar os objetivos fixados”. SENA (2007, p. 4).

Um relatório financeiro que permite ao usuário um acompanhamento de toda a movimentação dos recursos financeiros da empresa é o fluxo de caixa.

Ainda citando o mesmo autor (2007, p. 5), este relatório “apresenta as entradas e saídas de recursos financeiros durante um período determinado e para que este possa existir se faz necessário pelo menos uma entrada e uma saída”. A autora reforça ainda que isso possibilita que a organização mantenha um saldo disponível adequado às suas necessidades para que ela consiga cumprir com seus compromissos, e evita que hajam excessos de caixas e, ainda, caso isso ocorra, o administrador aplique esse recurso da melhor forma.

Ainda no estudo de Sena (2007, p. 9), foram citados quais as principais ferramentas utilizadas pelos empresários para controle financeiro, sendo elas:

“Verificação do Saldo bancário, Contas a pagar versus contas a receber, e balancetes”. O saldo bancário foi a verificação mais recorrente entre as respostas colhidas, sendo considerado por 62% dos entrevistados, o mais importante, em seguida veio o controle de contas a pagar e o contas a receber como alternativa mais importante, apresentando cerca de 38% do total das empresas estudas.

Já Kulevicz e Trombini (2001, p. 3) salientaram a grande relevância do controle de estoque em seu estudo intitulado “A importância da gestão de estoques em supermercados de pequeno e médio porte”. Elas elencaram os principais pontos que tornam deste um controle fundamental para o sucesso empresarial.

O primeiro deles é a redução de necessidade de capital de giro, em vista de que não serão gastos recursos sem necessidade para o estoque; uma otimização no abastecimento de produtos, que evitará que falte algum da linha proposta pela organização; equilíbrio de fluxo de caixa; um controle eficaz do estoque físico. O autor destaca que a rentabilidade é mantida pelo giro de seu estoque e pela margem de contribuição de seus produtos.

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2.3 INFORMAÇÕES CONTÁBEIS E SEU PONTECIAL SUPORTE NO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO PARA EMPRESAS

Atkinson et al. (2000) demonstraram em seu livro que a contabilidade gerencial possui quatro principais funções: O controle operacional, que irá prover dados a respeito da eficiência e qualidade da operação da empresa; o Custeio do Produto e do Cliente, que é quem vai medir quanto custa cada recurso utilizado numa produção, na venda e na entrega de um produto/serviço; Controle administrativo, que municia a respeito de informações do desempenho de gerentes e unidades operacionais; e o Controle estratégico, que propicia os dados a respeito do desempenho financeiro.

Fernandes, Klann, Salmeron e Figueredo (2009) fizeram um levantamento sobre a opinião de gestores em relação ao grau de importância da informação contábil, estabelecendo notas de 0 a 5. O gráfico do resultado trouxe o seguinte quadro:

Fonte: Fernandes, Klann, Salmeron e Figueredo (2009, p. 8)

É possível notar um posicionamento satisfatório da parte dos gestores, já que as notas apontadas foram todas acima de 4, sendo o fluxo de caixa a informação mais valiosa na opinião dos mesmos.

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Para Padovezi (2010) a contabilidade gerencial oferece vantagem competitiva para as empresas, já que esta fornece informações que dão suporte na área de controle, planejamento e tomada de decisão.

Silva, Miranda, Freire e Anjos (2009), constataram em seu estudo que 87,3% dos respondentes confiam nas informações fornecidas pelos seus contadores, o que torna maiores as chances da contabilidade se tornar uma forte ferramenta no processo decisório.

No ano de 2000, no Reino Unido, Mitchell, Reid e Smith realizaram uma pesquisa com gestores a respeito da utilização da contabilidade gerencial.

Nesse estudo foi possível enxergar um ponto de vista mais gerencial, porém já na pesquisa de Silva, Miranda, Freire e Anjos (2009) realizada em Pernambuco, Brasil, a visão dos gestores era mais restrita, onde uma parcela considerável dos entrevistados (34,5%) sentia dificuldade de interpretar os dados apresentados pela contabilidade.

Em sua conclusão, Mitchell, Reid e Smith (2000) trouxeram a capacidade que a contabilidade gerencial tem de crescer, porém afirmaram que ainda se trata de um estágio embrionário e Silva, Miranda, Freire e Anjos (2010) destacaram que existe uma necessidade mudança de postura do profissional contábil quanto a geração das informações, para que, somente assim, possa se mudar a visão de que a contabilidade exerce função apenas para o fisco (fiscal) e para a obrigatoriedade trabalhista.

Ainda no estudo de Silva, Miranda, Freire e Anjos (2010) foi possível enxergar uma maior utilização de ferramentas mais complexas por empresas de maior porte, enquanto as pequenas estão mais habituadas à utilização do Balanço Patrimonial semestralmente. Um agravante é que essas empresas são as que maior apresenta desconfiança a respeito das informações contábeis recebidas pelos seus contadores. Concluíram também que a “Demonstração do Resultado do Exercício, Balanço Patrimonial e Conciliação Bancária” são as demonstrações mais frequentemente fornecidas.

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2.3.1 Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é o demonstrativo contábil que fornece a posição patrimonial e financeira de uma organização, conforme definido por Marion (2012). Ele afirmou ainda que “o balanço servirá como elemento de partida indispensável para o conhecimento da situação econômica e financeira da empresa”.

Este está dividido em três parte principais: ativo, passivo e patrimônio líquido, onde cada um desses irá apresentar suas contas patrimoniais específicas, que serão ordenadas e posicionadas conforme sua ordem de liquidez (para o ativo) e de exigibilidade (para o passivo).

Marion (2012) monstra que essa demonstração se origina através do equilíbrio destas partes, formando a identidade contábil:

𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 = 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 + 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

O CPC 00 define com ativo um recurso que é controlado pela organização, originada de eventos passados, onde se tem expectativas que irão gerar benefícios para a mesma. Como passivo, o pronunciamento define como uma obrigação que a entidade possui, que é resultante de eventos passados que tem capacidade de gerar benefícios, onde sua liquidação espera-se irá, possivelmente, gerar uma saída de recursos. Patrimônio Líquido é o resíduo resultante do ativo da entidade, após a dedução de seu passivo.

Ou seja, essa demonstração expressa a posição patrimonial das empresas, demonstrando quanto esta possui de recursos e obrigações.

2.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício

Já a Demonstração do Resultado do Exercício por sua vez, objetiva a apuração do resultado econômico da empresa em um determinado período, sendo esse lucro ou prejuízo (os quais, em seguida, são transferidos para o patrimônio líquido). Essa apuração se dá pelas receitas, custos e despesas que incorreram no exercício social, conforme dito por Marion (2012), e devem ser sempre registrados conforme o fato gerador, ou seja, através do regime de

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competência, independente do pagamento e/ou recebimento dos valores registrados.

Através dessa demonstração é possível identificar que tipo contas contribuíram para o resultado econômico e qual foi a sua evolução em relação a anos anteriores.

2.3.3 Análise Vertical e Horizontal

O CPC 00 exige que a informação contábil tenha a características qualitativa da Comparabilidade. Esta proporciona que o usuário reconheça e entenda as semelhanças e diferenças entre as informações.

Assaf Neto (2010) afirma que o a análise de balanços é norteada pela comparação, já que um grupo patrimonial, se analisado de forma isolada, não representa de forma adequada a situação da mesma, mas que a comparação gera maior clareza, dinamismo e elucida as demonstrações contábeis, concordando com o que é proposto pelo CPC. Desta forma e nesse contexto, as análises verticais e horizontais atendem essas necessidades.

Ainda citando o mesmo autor, este mostra que a Análise Vertical é feita comparando ou relacionando contas ou grupo, numa mesma demonstração, ou seja, o gestor consegue identificar qual o grupo ou conta que mais evoluiu ou regrediu de um ano para outro numa determinada demonstração. Essas informações são necessárias na identificação de geração de risco para empresa.

Marion (2012) define que a Análise Vertical faz uma divisão de uma conta por outra de forma vertical (𝑥𝑦 ↓), levando em consideração apenas dados de um mesmo período. Ou seja, divide-se, por exemplo, uma conta que de Banco pelo total do ativo da empresa em um mês X, para demonstrar quanto ela representa no grupo. Dessa forma, é possível apurar a participação de cada conta contábil em relação ao ativo, passivo ou demonstração de resultado.

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Já a Análise Horizontal compara informações de um determinado espaço de tempo, podendo identificar, por exemplo se a empresa está sendo afetado por operações passadas, ou a tendência de se refletir em períodos futuros, já que ela permite “que se analise a tendência passada e futura de cada valor contábil”, ASSAF NETO (2010, p. 97).

2.3.4 Planejamento Tributário

Vey e Bornia (2010) definiram como planejamento instrumento utilizado pelas entidades, onde são buscadas práticas que venham a economizar impostos de forma lítica, de modo que estas possam minimizar os efeitos da carga tributária sob a empresa, sendo isso feito através de estudos e análises, onde o profissional contábil irá, por exemplo, utilizar-se de incentivos fiscais, enquadra-las em formas de tributação mais adequadas.

Orsino (2016) traz que essa prática envolve uma combinação de ações tanto jurídicas quanto econômicas, onde estas venham a gerar redução ou até eliminação do ônus tributários. Ainda segundo Orsini (2016, p. 5):

“elencam-se os seguintes aspectos a serem analisados: A interpretação da lei quanto a hipótese de incidência dos tributos, ou seja, a situação abstrata apresenta na lei; A aplicação da hipótese ao caso concreto, em outras palavras, a fato gerador; O gerenciamento do planejamento; O acompanhamento do mesmo ao longo de sua execução; A defesa prévia e os riscos envolvidos na mesma quanto ao montante que se pretende economizar.”

Ou seja, é possível através do planejamento tributário que a empresa obtenha uma economia das suas obrigações tributárias de forma lícita, apenas através do estudo e interpretação da legislação do país.

2.3.5 Planejamento Estratégico

Mauss e Santos (2006) entenderam por Planejamento Estratégico uma ferramenta que auxilia na gestão da organização, que tem o propósito de ordenar o processo, elaborar ações para que se atinja um determinado objetivo e, conforme as mudanças ocorrem no ambiente em que esse instrumento está

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sendo aplicado há uma forma de controle e readequação nas metas e objetivos propostos.

Alguns anos antes, Crozatti (1997, p. 4) definiu como “um processo de gestão e deve ser desenvolvido em fases de modo a garantir a obtenção do melhor conjunto de diretrizes estratégicas, capazes de aproveitar as oportunidades e pontos fortes, bem como arrefecer o impacto das debilidades e pontos fracos encontrados no ambiente da empresa. ”. A partir dessa afirmação, é possível dar-se uma grande importância ao planejamento estratégico, enxergando como uma grande ferramenta que pode ser utilizada como diferencial para a organização.

2.4 INDICADORES DE DESEMPENHO

Marion (2012) trouxe o conceito de um tripé que representa um equilíbrio ideal para uma empresa através de três indicadores mais básicos proporcionando uma visão da empresa, sendo eles: Liquidez, que traz a situação econômica; de Rentabilidade, que trata tanto da empresa, como da administração do empresário; e Endividamento, que abrange qualidade e quantidade.

Fonte: Adaptado de Marion (2012, p.2)

Liquidez

Endividamento (estrutura de

capital) Rentabilidade

(23)

2.4.1 Índice de liquidez

Conforme explica Braga (2003) a liquidez objetiva analisar a competência da organização no que se referente às suas exigibilidades. Assaf Neto (2010) demonstra que esses índices têm o de poder mensurar o desempenho do ativo circulante e do capital de giro líquido, e que eles devem ser utilizados para que se tomem as melhores decisões a partir das suas informações, de forma comparativa.

Ainda conforme Assaf Neto (2010), estes se dividem em mais quatro subgrupos, sendo eles:

Liquidez imediata, que demonstra percentualmente quanto as obrigações de curto prazo estão em condições de serem liquidadas imediatamente. Ele traz ainda que, normalmente, as empresas não têm o hábito de manter recursos em caixa, gerando, assim, um baixo resultado de liquidez corrente.

𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐼𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎𝑡𝑎 = ( 𝐷𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒) 𝑥 100

Liquidez seca, que revela o percentual de dívidas de curto prazo que podem ser liquidadas através dos recursos de maior liquidez do ativo circulante (sendo essas contas, o disponível e os valores a receber).

𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝑆𝑒𝑐𝑎 = (𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 − 𝐸𝑠𝑡𝑜𝑞𝑢𝑒 − 𝐷𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑎𝑠 𝐴𝑛𝑡𝑒𝑐𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎𝑠

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 ) 𝑥 100

A liquidez corrente, que reflete quanto a empresa tem de ativo circulante para cada real de obrigação no curto prazo. “Quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta a capacidade da empresa em financiar suas necessidades de capital de giro. ”. ASSAF NETO (2012, p. 164)

No quadro abaixo se tem um resumo da representação do índice de liquidez corrente:

(24)

Quadro x – Resumo dos Índices de Liquidez Corrente

Se: Denota:

Liquidez Corrente > 1,0 Capital Circulante Líquido positivo Liquidez Corrente = 1,0 Capital Circulante Líquido nulo Liquidez Corrente < 1,0 Capital Circulante Líquido

negativo Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2010, p. 164)

𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

E, por fim, a liquidez geral que demonstra a liquidez tanto de curto, quanto do longo prazo. Este índice é muito utilizado como uma forma de assegurar financeiramente a empresa à longo prazo, já que revela sua capacidade de quitar todos os seus deveres.

𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑒𝑧 𝐺𝑒𝑟𝑎𝑙 =𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝑅𝑒𝑎𝑙𝑖𝑧á𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜 𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 + 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑎 𝐿𝑜𝑛𝑔𝑜 𝑃𝑟𝑎𝑧𝑜

Esse índice é um dos mais importantes, conforme comentado em vários estudos, pois é este que mostra a capacidade, da empresa, liquidar todas as suas dívidas.

2.4.2 Rentabilidade

Marion (2012) subdividiu a Rentabilidade em mais dois subgrupos: I) Taxa de Retorno sobre Investimento (TRI), também citado como ROI (Return On Investment), que vai mostrar a situação econômica conforme visão da empresa; e II) Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL), também

(25)

citado como ROE (Return On Equity) que mostra do ponto de vista do empresário.

Esta medida deseja transmitir informações a respeito do que foi investido na empresa, onde as fontes podem ser o Capital Próprio ou o Capital de Terceiros. Sendo bem utilizado, essa medida poderá dar suporte numa melhor gestão do Ativo da empresa, já que demonstra quanto de retorno esse pode proporcionar.

𝑇𝑅𝐼 = 𝑅𝑂𝐼 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

Ainda segundo o mesmo, o TRI traz em percentual quanto de retorno a empresa gera para cada real investido. Através dele, é possível se chegue ao dado de quanto tempo irá demorar para chegar ao payback do investimento total.

𝑇𝑅𝑃𝐿 = 𝑅𝑂𝐸 = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜

Já a TRPL, conforme apresentada a fórmula acima, representa esse percentual para o proprietário, ou seja, em quanto tempo o investidor irá conseguir recuperar o valor que foi investido na organização.

2.4.3 Endividamento

Conforme Marion (2012) a análise do endividamento possibilita identificar as características do porquê as empresas adquirirem uma dívida.

Podendo este motivo ser para complementar o Capital Próprio em busca de ampliar seus ativos, ainda segundo o mesmo autor, é uma decisão sadia, em vista de que essas aplicações sendo produtivas irão gerar capacidade de saldar a obrigação adquirida.

Outra possível razão é a necessidade de quitação de outros compromissos anteriores que estejam vencendo. Nesse caso, como não há nenhuma geração de riqueza, gerando assim grandes possibilidades de se entrar um ciclo vicioso de a empresa adquirir empréstimos sucessivos, sendo

(26)

um para saldar o outro. Dessa forma, a empresa tem chances de se tornar uma forte “candidata à insolvência e, até, à falência” MARION (2012, p. 96).

Um dos indicadores de endividamento é a “Participação de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais”. Essa informação traz quanto a empresa necessitou tomar de capital de terceiros para cada real de capital próprio, analisando em quantidade, conforme apresentada a fórmula abaixo:

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 + 𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜= 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 + 𝑃𝐿

Outro indicador é a Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros, sendo esse a garantia que o capital próprio fornece para assegurar a quitação do capital tomado de terceiros.

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 =𝑃𝑎𝑡𝑟𝑖𝑚ô𝑛𝑖𝑜 𝐿í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

Mais uma forma de analisar o endividamento de uma organização é através do indicador “Composição de Endividamento” que analisa a qualidade do endividamento. Ele analisa se a empresa está operando com mais dívidas a curto ou longo prazo. Em regra geral, Marion (2012) trata que a qualidade do endividamento tende a ser maior quando as dívidas da empresa estão mais concentradas no Exigível a Longo Prazo, em vista de que a empresa terá mais tempo de gerar recursos para quitar seus compromissos, já que estão irão demorar mais a vencer.

𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑇𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜𝑠 =𝑃𝑎𝑠𝑠𝑖𝑣𝑜 𝐶𝑖𝑟𝑐𝑢𝑙𝑎𝑛𝑡𝑒 𝐸𝑥𝑖𝑔í𝑣𝑒𝑙 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙

Fazendo uma integração entre esses três grupos determinados por Marion (2012), o autor simula uma situação de uma liquidez corrente de 1,35 (sendo esta uma situação financeira de curto prazo satisfatória), porém com um endividamento de 60%. Este exemplo pode ser confortável se a entidade tiver bons números de rentabilidade, já que “o lucro não distribuído será incorporado ao Patrimônio Líquido”.

(27)

2.5 PESQUISAS RELACIONADAS

Lima et al. (2004) realizaram um estudo voltado para a utilização das informações de custos em hotéis. Foi notado que o setor hoteleiro, devido à grande competitividade existente, tem sido forçado a utilização de ferramentas de controle de custos gerencias eficazes, o que gerou uma maior importância para o conhecimento de seus custos. Foi possível concluir a grande maioria dos hotéis (62,50%) utilizam o custeio por absorção para a tomada de decisão

Em seu artigo, Fernandes et al. (2009), através de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, trazem como objetivo a importância que é dada às informações contábeis-gerenciais no processo de tomada de decisão. A pesquisa foi realizada com gestores que estão cursando faculdades ou pós-graduações de administração ou contabilidade do Centro Universitário de Brusque, da cidade de Brusque/SC. Foi visto que as informações como custo de produtos, preço de venda, orçamento, fluxo de caixa, lucratividade e planejamento tributário são consideradas importantes, porém ainda pouco disponíveis.

Ao constituir seu estudo, Panucci e Almeida (2011) trataram sobre a utilização de contabilidade gerencial como ferramenta suficiente para a condução de decisões dos gestores. Através de uma tipologia bibliográfica e como ferramenta utilização de questionário, orientados pelo tempo de vida das empresas estudadas, puderam concluir que há uma associação de práticas contábeis gerando um bom suporte na tomada de decisão das organizações tratadas.

Moreira et al. (2012) avaliaram a percepção de gestores quanta à importância dada à contabilidade na utilização nos negócios, através de micro e pequenas empresas do ramo de comércio varejista da cidade de Teófilo Otoni/MG. Foi possível auferir que a contabilidade está sendo vista como uma cumpridora de obrigações fiscais e trabalhistas e que os gestores com maior formação conseguem melhor enxergar a importância da contabilidade, porém não conservariam o contador caso acontecessem uma simplificação no recolhimento de tributos.

(28)

Ferreira e Silva (2016) pesquisaram em seu artigo a respeito de essas empresas utilizam informações contábeis gerenciais no processo de tomada de decisão. Através de questionários in loco, puderam concluir que tais empresas não se utilizam da contabilidade como ferramenta gerencial em sua tomada de decisão, recorrendo, assim, às experiências de mercado dos seus gestores.

Santos, Corrêa e Beuren (2016) investigaram a relação existente entre o ciclo de vida das organizações e a utilização da contabilidade como instrumento gerencial e a relação da utilização de ferramentas (Custeio de ciclo de vida do produto, custeio absorção, custeio variável, custeio padrão, descentralização, DFC, orçamento, planejamento tributário, preço de transferência, retorno sobre investimento e valor presente) com seus estágios de vida. Foi possível constatar que as empresas estudadas utilizam diferentes ferramentas contábeis, estando em seu estágio inicial, as entidades apresentaram correlação negativas quanto a utilização dos instrumentos listados, já as fases de crescimento, maturidade e rejuvenescimento obtiveram correlações positivas com os instrumentos tradicionais de Contabilidade Gerencial.

Ferreira et al. (2016) abordaram em sua pesquisa como as empresas do polo gesseiro de Grajaú/MA utilizam a contabilidade como ferramenta gerencial, em vista forte o impacto que estas exercem na economia local. Após as análises dos resultados, foi possível constatar que as empresas reconhecem a importância da contabilidade gerencial, porém parte dos gestores ainda não conhecem as ferramentas, apuração de custos, conhecimento de margem de contribuição e ponto de equilíbrio, planejamento e orçamento, execução de controle, formação de preço de venda.

(29)

3. METODOLOGIA:

3.1 TIPOLOGIA

No que se refere ao objetivo, a pesquisa aqui proposta caracteriza-se como descritiva e explicativa. Quanto a ser classificada como descritiva, Gil (2008) expõe que a mesma tem como finalidade retratar características de uma delimitada população ou fenômeno, ou até estipular uma associação entre elas.

Segundo Beuren (2003), esse tipo de pesquisa representa grande relevância para os estudos na área de contabilidade, em vista do esclarecimento que tal técnica pode trazer quanto a características ou aspectos atinentes à mesma. A pesquisa a seguir atenta a essa definição já que irá descrever as características das pequenas empresas elencadas.

Gil (2008, p. 28) trata de “pesquisas descritivas que vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa relação. Neste caso tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa” que é o que, de fato, acontece neste estudo.

Beuren (2003) descreve que a pesquisa explicativa abarca estudos mais detalhados, pois manifesta uma necessidade em explicar o que leva à ocorrência dos fenômenos. Entende-se que a partir das pesquisas relacionadas, poucas são as empresas PME’s que se utilizam de ferramentas e informações gerenciais para tomada de decisão, desta forma a pesquisa tenta compreender que motivos levam essas empresas a não se utilizar dessas ferramentas.

Quanto aos procedimentos técnicos que foram utilizados, pode-se definir como bibliográfico, visto que foram buscados em periódicos, livros e artigos uma estrutura teórica segura para respaldar sua compreensão, assim como expõe Gil (2008) conceitua pesquisa bibliográfica como sendo composta por materiais que já foram anteriormente desenvolvidos.

Também foi classificada como sendo documental, já que serão analisados documentos primários e secundários que ainda não receberam tratamentos estatísticos ou analíticos.

(30)

É um estudo de caso, pois haverá um estudo mais profundo de um determinado grupo, permitindo, assim, um conhecimento mais detalhado. GIL (2008).

Foi também considerada como levantamento ou survey, uma vez que foi realizada interrogação dos representantes das empresas elencadas, para que fosse possível realizar análise quantitativa do problema estudado, GIL (2008).

Quanto aos aspectos, a pesquisa trouxe uma abordagem estatística para entender, numericamente, quantos são os instrumentos gerenciais utilizados, garantindo maior exatidão das informações. Isso a caracteriza como quantitativa, conforme a explanado por Beuren (2013). Porém, além disso, a pesquisa também abarca aspectos qualitativos, pois trouxe uma análise profunda das ferramentas que estão sendo utilizadas pelas empresas de pequeno e médio porte.

3.2 POPULAÇÃO/UNIVERSO E AMOSTRA

O universo da amostra se refere a 4 clientes de um escritório de contabilidade situado em Natal/RN, onde, para preservação de identidade, serão utilizados nomes fictícios, tanto para o escritório, quanto para os clientes- empresas;

Quanto à amostragem, a pesquisa caracteriza como amostragem não probabilística, tendo como participantes/respondentes três gestores e uma funcionária responsável pelo setor financeiro da empresa. Também contempla uma amostragem por conveniência, visto que as organizações estudadas foram escolhidas devido à acessibilidade do pesquisador aos dados das mesmas, já que estas fazem parte da carteira de cliente/empresa de sua responsabilidade no escritório X. As empresas/clientes participantes da pesquisa tiveram nomes fictícios para preservar a identidade das mesmas.

3.3 COLETA E ANÁLISE DE DADOS

A coleta de dados se deu através de documentos de fontes primárias e secundárias das organizações estudadas. Os dados de fontes primárias como

(31)

faturamento, tributação e números de sócios foram extraídos através do Sped Contábil das mesmas, enquanto o número de funcionários foi retirado da RAIS.

Os dados também foram coletados por meio de entrevista estruturada com os gestores das empresas escolhidas, isso para que pudesse ser possível compreender melhor o problema estudado, já que “o contato face a face é mais indicado na compreensão dos sentimentos das pessoas, no que elas creem”

BEUREN (2003, p. 132).

Para a análise de dados, foi utilizada uma análise descritiva com o intuito de entender as características dos fenômenos estudados, estabelecendo relações entre a utilização de ferramentas gerenciais e o bom desempenho das empresas.

Além da descritiva, foi também empregada a análise documental para se entender como se desempenhou a performance da empresa, em termos numéricos, através de indicadores (rentabilidade e financeiro).

(32)

4. ANÁLISE DE DADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS

A pesquisa foi realizada com 4 empresas do escritório de contabilidade X, nas quais foram entrevistas pessoas que estão envolvidas na gestão e tomada de decisão das mesmas. Dentre essas pessoas 3 eram proprietários das empresas e 1 funcionário, responsável pelo setor financeiro da referida. As informações das demonstrações contábeis (faturamento, ativo, passivo e patrimônio líquido) foram retidadas do Sped Contábil ECD referentes ao ano de 2016 e transmitido em 2017 e as sobre funcionários da RAIS 2016, transmitida em 2017.

A tabela 1 demonstra os dados de perfil das empresas estudadas, onde duas delas são do ramo de supermercado, possuindo a empresa A no ano de 2016 um faturamento de R$ 16.757.851,55 e a empresa B R$

6.745.739,03, a empresa C, que tem como atividade principal a venda de equipamentos industriais, gerando no ano de 2016 um total de faturamento de 13.781.201,85, e, por fim, a empresa D, que comercializa presentes em geral e cosméticos, que teve em 2016 um faturamento de R$ 4.863.462,28.

As quatro empresas que foram estudadas são tributadas pelo Lucro Real e são classificadas como pequeno porte.

Quanto ao início das atividades das empresas, a empresa A deu início às suas atividades no ano de 1996, a empresa B em 1987, a empresa C em 1983 e a empresa D em 1997. Percebe-se que todas elas possuem tempo de mercado, o que gera uma certa estabilidade econômica.

EMPRESA RAMO TRIBUTAÇÃO PORTE

TOTAL FUNCIONÁRIOS

FIM DE 2016

FATURAMENTO 2016

Tempo de atividade

(anos)

A Supermercado LUCRO REAL EPP 53 16.757.851,55 20

B Supermercado LUCRO REAL EPP 23 6.745.739,03 29

C Com. de equipamentos industriais LUCRO REAL EPP 27 13.871.201,85 33 D Com. de presentes e comésticos LUCRO REAL EPP 24 4.863.462,28 19 Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Tabela 1 - Perfil das empresas estudadas

(33)

4.2 RELATÓRIOS FINANCEIROS E GERENCIAIS PRODUZIDOS PELAS EMPRESAS

A partir da entrevista, buscou-se identificar que tipo de relatórios financeiros e gerenciais são produzidos pelas empresas para controle e tomada de decisão.

Conforme tabelas 2 e 3 foi possível identificar que os relatórios financeiros produzidos foram os já utilizados por muitas empresas: contas a pagar, contas a receber, controle de inadimplência e controle de juros e descontos, ficando o fluxo de caixa muito a quem do esperado. Conforme demonstrados em outros estudos como sendo um dos principais relatórios. No que se refere aos relatórios gerenciais, foram: controle de estoque, controle de avarias, formação de preço, margem de contribuição e controle dos custos das mercadorias, também já muito utilizados pelas empresas de forma geral.

É possível ver que as empresas utilizam controles que geram as mesmas informações, porém nas entrevistas foi possível enxergar que os dois

EMPRESA CONTAS A PAGAR

CONTAS A RECEBER

CONTROLE INADIMPLÊNCIA

CONTROLE JUROS E DESCONTOS

FLUXO DE CAIXA

A SIM SIM SIM SIM NÃO

B SIM SIM SIM SIM NÃO

C SIM SIM SIM SIM NÃO

D SIM SIM SIM SIM SIM

TOTAL 100% 100% 100% 100% 25%

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Tabela 2 - Ferramentas financeiras

EMPRESA CONTROLE ESTOQUE

CONTROLE AVARIAS

FORMAÇÃO DE PREÇO

MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

CUSTO DE MERCADORIA

VENDIDA

A SIM SIM SIM SIM SIM

B SIM SIM SIM SIM SIM

C SIM SIM SIM SIM SIM

D SIM SIM SIM SIM SIM

TOTAL 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Tabela 3 - Ferramentas Gerenciais

(34)

supermercados utilizam o mesmo de software/gestor financeiro, que divergem das demais empresas, sendo este o que gera todos os controles acima citados.

Quanto à utilização do Fluxo de Caixa, foi unânime a resposta das empresas que se disseram não utilizar a ferramenta (empresas A, B e C):

Devido à grande movimentação do caixa/dinheiro na empresa, é muito difícil acompanhar todas as entradas e as saídas. Já a empresa D considerou importante efetuar tal controle, para que não haja furos em seu caixa e para que se enxergue a necessidade do fundo de caixa que precisa ficar na organização.

Entende-se que as empresas que disseram não utilizar Fluxo de Caixa, pode até não utilizar conforme proposto pela a academia, mas de forma ainda embrionária podem estar se utilizando, já que há controle de contas a pagar e a receber e existi o setor de tesouraria em suas estruturas.

Todos os controles que foram questionados são feitos através de um software financeiro, onde este mesmo gera informações para o escritório de contabilidade. Assim, é possível concluir que os dados contábeis gerados seriam uma consolidação de todas as operações já registradas internamente na organização.

Segundo o gestor da empresa B, o sistema tem suprido bem suas necessidades para gestão financeira, tomada de decisão de compras de mercadorias e gestão dos seus clientes, porém no que tange seu resultado (receitas e despesas), o mesmo busca na contabilidade informações e acompanha bem de perto, em vista de que sua empresa é tributada pelo Lucro Real.

4.3 FERRAMENTAS CONTÁBEIS E GERENCIAIS UTILIZADAS PELAS EMPRESAS

A tabela 4 demonstra quais as ferramentas contábeis e gerenciais estão sendo utilizadas nas empresas entrevistas.

(35)

É possível averiguar que 100% das empresas consultadas utilizam a DRE como ferramenta de gestão, onde três dos entrevistados indicou, inclusive, que é somente através dele que eles enxergam o prejuízo/lucro no fim do período. Já o balanço patrimonial, ferramenta considerada de maior dificuldade de compreensão para os gestores na entrevista, está sendo utilizada por apenas um cliente, o que representa 25% dos entrevistados.

Ainda na mesma tabela apresenta a utilização das análises: horizontal e vertical, tanto da Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), quanto do Balanço Patrimonial. Como já esperado após as respostas obtidas na análise de utilização da “DRE e Balanço Patrimonial”, as empresas se mostraram familiarizadas apenas com a DRE, e usuárias das análises que se referem à esta demonstração (vertical e horizontal).

O entrevistado da Empresa A afirmou utilizar mais a análise vertical, em busca, principalmente, de analisar se o lucro da empresa está sempre por volta do esperado (cerca de 5%, percentual que o mesmo disse acompanhar no ramo em que trabalha). Já o entrevistado da empresa B destacou maior da importância da análise horizontal, já que procura analisar se sua empresa aumentou ou reduziu seu faturamento no decorrer dos meses passados, e se conseguiu manter a mesma proporção de despesas, utilizando a análise vertical para destacar qual a despesa teve maior representatividade em sua receita.

O cliente da empresa C não destacou usabilidade maior em nenhuma das duas, porém enfatizou a grande ferramenta que a DRE é para sua gestão, dizendo que “através dela é que é possível enxergar se a empresa está correspondendo os resultados esperados”. Ressaltando que este o único

EMPRESA DRE BALANÇO PATRIMONIAL

ANALISE VERTICAL E HORIZONTAL

DRE

ANALISE VERTICAL E HORIZONTAL

BALANÇO

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

A SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO

B SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO

C SIM SIM SIM NÃO SIM SIM

D SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO

TOTAL 100% 25% 100% 0% 100% 25%

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Tabela 4 - Utilização das Ferramentas Contábeis nas empresas estudadas

(36)

cliente a utilizar o Balanço Patrimonial em sua gestão. O cliente afirmou que seu ramo exige que ele esteja sempre em busca de capital de terceiros, e, por isso, faz um acompanhamento frequente de seu passivo e ativo, mas avaliar a capacidade que a empresa tem de quitar suas dívidas. Ou seja, contabilmente, analisa a capacidade de liquidez da mesma.

Por fim, a empresa D afirmou que passou a dar maior importância a DRE após ter contratado um serviço de consultoria de uma empresa terceirizada, onde o prestador afirmou que essa demonstração mostra a “saúde da empresa”. Porém, afirmou não compreender bem as informações contidas no Balanço Patrimonial.

Quanto à utilização do Planejamento Tributário, as empresas estudadas utilizam em 100% a ferramenta. A utilização deve-se ao fato que anualmente, ao fim do encerramento do Balanço Patrimonial, o escritório de contabilidade responsável pela escrituração, realiza o estudo tributário para análise de um melhor enquadramento de tributação dessas empresas.

Já o Planejamento Estratégico, ferramenta implantada normalmente internamente, é realizado apenas pela empresa C, que é também a empresa que mais apresentou conhecimentos na área contábil e mais utiliza as informações fornecidas pela contabilidade. As demais disseram estabelecer algumas metas a serem batidas, porém não seguem um planejamento de ações para conseguirem atingi-las.

Como todas as empresas são tributadas pelo regime de Lucro Real e esse regime tributa o Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido pelo lucro fiscal apresentado pela empresa, todos os gestores se mostraram preocupados em acompanhar a DRE mensalmente, não somente para analisar seu resultado, mas também para que o mesmo fosse fidedigno às suas realidades, não gerando impostos maiores que os devidos a pagar.

(37)

4.4 INDICADORES FINANCEIROS E DE RENTABILIDADE DAS EMPRESAS ESTUDADAS

No que se refere à utilização dos indicadores de liquidez, rentabilidade e endividamento, as empresas mostraram pouco conhecimento a respeito dessas ferramentas, e nenhuma delas os utiliza na tomada de decisão.

É nítido que as empresas se limitam apenas à utilização da ferramenta de menor complexidade e perdem as demais informações que a contabilidade é capaz de produzir, o que corrobora com o estudo de Silva, Miranda, Freire e Anjos (2010), que mostra que essas ferramentas são mais utilizadas nas empresas de maior porte.

Isso foi destacado por Marion (2012) em seu estudo como um dos grandes pecados das pequenas empresas, pois estas não calculam corretamente, por exemplo, seu capital de giro e estoque, o que poderá levar à equivocadas tomadas de decisões.

Para entender os benefícios e suporte gerencial que essas informações trariam para os gestores dessas empresas se fossem utilizadas, o pesquisar calculou estes índices acima citados e os analisou. Os valores foram extraídos do Balanço Patrimonial e DRE de 2016.

EMPRESA ÍNDICES DE LIQUIDEZ

ÍNDICES DE RENTABILIDADE

ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

A NÃO NÃO NÃO

B NÃO NÃO NÃO

C NÃO NÃO NÃO

D NÃO NÃO NÃO

TOTAL 0% 0% 0%

Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Tabela 5 - Utilização dos indicadores nas empresas estudadas

(38)

Fazendo uma análise da empresa A e seus indicadores do ano de 2016, é possível obter os seguintes dados:

No que tange aos índices de liquidez, a empresa apresentou como Liquidez Imediata 3,08%, o que revela que a empresa tem capacidade de quitar 3,08% de suas dívidas a curto prazo se for utilizar apenas os recursos do disponível. O baixo valor do percentual pode ser justificado pela opção da empresa de manter seu caixa baixo, por razões de segurança (segundo o proprietário da mesma).

Quanto à Liquidez Seca, o percentual foi de 96,48%, o que já mostra que, mesmo desconsiderando estoque e despesas antecipadas, a empresa tem uma boa competência para quitar quase todas suas obrigações de curto prazo.

A Liquidez Corrente foi de 1,49, o que, segundo apresentado no Referencial Teórico, mostra-se benéfico para a empresa, representando que a mesma possui um Capital Circulante Líquido positivo. Já a Liquidez Geral, 1,68, indica que a organização apresenta, para cada R$ 1,00 de dívida (tanto de curto, quanto longo prazo), R$ 1,68 em seu ativo total para quita-las.

EMPRESA A B C D

ATIVO 3.399.090,90 1.832.113,57 9.463.203,27 2.918.924,09

Ativo Circulante 2.978.882,00 1.679.514,35 8.580.335,77 2.169.254,07

Realizável a Longo Prazo 420.208,90 152.599,22 882.867,50 749.670,02

PASSIVO 2.025.216,87 737.205,56 5.071.713,21 1.241.876,16

Passivo Circulante 1.999.341,60 737.205,56 4.823.944,01 1.036.490,57

Exigível a Longo Prazo 25.875,27 0,00 247.769,20 205.385,59

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.373.874,03 1.094.908,01 4.391.490,06 1.677.047,93 Fonte: Dados da pesquisa (2017)

Tabela 6 - Total de Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido

Liquidez Imediata 3,08%

Liquidez Seca 96,48%

Liquidez Corrente 1,49 Liquidez Geral 1,68

ROI 14,62%

ROE 36,16%

Partic. de Capitais de Terceiros sobre Recursos Totais 59,58%

Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros 67,84%

Composição de endividamento 98,72%

Fonte: Dados da pesquisa (2017) ÍNDICES DE

RENTABILIDADE

Tabela 7 - Indicadores Empresa A

ENDIVIDAMENTO INDICES DE

LIQUIDEZ

Referências

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