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Apêndice 4 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 255 Apêndice 5 – Carta anexada às devolutivas individuais

1.4. Informações regionais

Informações fornecidas pelo SINDESP/SC27 apontam, apoiadas no Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que residem 6.248.436 pessoas em Santa Catarina, sendo o número de Policiais Militares equivalente a 0,21% da população (13.000 policiais) e os vigilantes representando 0,36% da mesma (22.734 vigilantes). Há, pois, representativa superioridade da segurança privada sobre a segurança pública no estado. Santa Catarina ocupa a terceira colocação no número de vigilantes na Região Sul, perdendo para o Rio Grande do Sul, com 35.200 vigilantes, e para o Paraná, com 23.400.

O Tenente Coronel Auro dos Santos Cardoso28, do 16º Batalhão da Polícia Militar (abarcando a região de Palhoça e Santo Amaro da Imperatriz), relatou ter cento e setenta e oito policiais militares sob seu comando para cobrir uma área de trezentos e sessenta km2 e, aproximadamente, cento e cinquenta mil habitantes. Ou seja, a região dispõe de um policial para cada setecentos e trinta habitantes, estatísticas semelhantes aos demais batalhões da Região Metropolitana da capital, segundo o Tenente Coronel. O contingente policial da Grande Florianópolis não é capaz de garantir eficazmente a segurança pública, necessitando do apoio de agentes privados de segurança.

Ainda em relação à Região Metropolitana, o Tenente Coronel Auro dos Santos Cardoso comentou a existência de quinhentos e vinte “bolsões problemáticos”, isto é, locais onde é frequente o tráfico de entorpecente e armas e onde pessoas procuradas pela polícia buscam abrigo ou guardam as mercadorias roubadas. A atuação da Polícia Militar, na maior parte das vezes, limita-se a mapear esses “bolsões”, pois o numerário de policiais é insuficiente e impede ações preventivas.

Em 2009, a DELESP/SC informou a existência de oitenta e uma EPS legalizadas em Santa Catarina29, vinte e seis filiadas ao SINDESP/SC30. Em 2011, o SINDESP/SC informou haver noventa e cinco EPS legalizadas junto ao DPF, vinte e oito filiadas ao sindicato

27 Informações encaminhadas por email pelo Sr. Enio José Back, presidente do SINDESP/SC,

em 01.12.2011.

28

Palestra realizada na Universidade do Sul da Santa Catarina (UNISUL) em 18.10.2011.

29 Informações fornecidas pela Delegada Chefe da DELESP/SC, Sra. Ana Carolina Mendonça

Oliveira, em 28.04.2009. Para o DPF, as empresas são contabilizadas pelo CNPJ (Cadastro Nacional de pessoa Jurídica). Algumas empresas possuem filiais no interior do Estado e estas possuem CNPJ diferenciado da matriz, desta forma, ambas – empresa e filiais – são contabilizadas nesta lista.

30 Informações disponíveis no site do SINDESP/SC: <http://www.sindesp-

sc.org.br/?page=filiadas>. Acesso em 14.10.2011. A associação ao SINDESP é facultativa e muitas empresas optam por não se inscrever evitando, assim, a taxa de contribuição sindical.

patronal31. O número de vigilantes inscritos no DPF/SC também aumentou: em abril de 2009 era de 62.23432; em novembro de 2011 este número passou para de 74.60033, representando aumento de 17% no contingente de vigilantes em trinta meses.

Este capítulo buscou abranger as diferentes causas da violência e a atuação do Estado, oferecendo respostas ineficientes, improvisadas e reativas no seu combate, atuação que fomentou, em grande parte, o incremento do setor de segurança privada; procurou também descrever o segmento, apresentando a legislação, a fiscalização, a formação e a prestação de serviços em vigilância patrimonial privada, traçando as bases para as análises realizadas na pesquisa. O próximo capítulo abarcou a categoria trabalho, bem como as especificidades dos trabalhos realizados pelas mulheres.

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Informação encaminhada por email pelo presidente do SINDESP/SC em 01.12.2011.

32 Informações fornecidas pela Delegada Chefe da DELESP em 28.04.2009. O DPF não tem

como precisar quantos destes profissionais estão na ativa, pois o sistema só está alimentado com o contingente cursado e inscrito.

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Capitulo 2

Trabalho e trabalho de mulheres

Mas, para viver, é necessário, antes de mais nada, beber, comer, ter um teto onde se abrigar, vestir-se etc. O primeiro fato histórico é, pois, a produção dos meios que permitem satisfazer essas necessidades, a produção da própria vida material; trata-se de um fato histórico, de uma condição fundamental de toda história, que é necessário, tanto hoje como há milhares de anos, executar dia a dia, hora a hora, a fim de manter os homens vivos. Karl Marx e Friedrich Engels

Neste capítulo buscou-se traçar um percurso pelo “mundo do trabalho” até chegar ao “mundo das mulheres”34. Optou-se por dividi-lo em três partes:

A primeira trouxe uma discussão sobre como o novo paradigma produtivo repercutiu na estruturação deste setor, potencializado a crise do trabalho abstrato. Discutiu-se brevemente o processo de reestruturação produtiva, a precarização das relações de trabalho, o processo de terceirização e a inserção de novas tecnologias, principalmente na área de segurança patrimonial privada. Por fim, debateu-se a maneira pela qual a forma gerencialista colonizou o tecido social, pervertendo a organização da vida em sociedade e despolitizando as relações intra e extra-empresas.

As alterações do setor produtivo passaram a demandar um novo perfil de trabalhador/a. Desta forma, fez-se importante discutir, na segunda parte do capítulo, questões relativas à escolarização e qualificação profissional e tácita, principalmente aquela adquirida pelas mulheres no fórum privado.

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Por fim, na terceira parte se abordou o trabalho de mulheres e suas escolhas profissionais, sob a ótica do gênero. Inicialmente foram delineados os trabalhos produtivos e reprodutivos realizados por mulheres, suas especificidades e as políticas públicas que visam igualdade de gênero, principalmente no setor produtivo. Também foi debatido o campo das escolhas profissionais, sua multideterminação e o processo de feminização de algumas profissões, seus percalços e avanços.

Parte 1

Trabalho e sociedade gerencial

El trabajo se constituye en un atributo fundante, desde un punto de vista ontológico, relacionado ya no sólo con el sujeto individual, sino con lo humano genérico.

Mónica De Martino Bermúdez