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9. Acha que a aplicação das boas práticas na elaboração de IGT poderia trazer benefícios?

Quando inquiridos sobre se trabalham numa entidade pública ou privada, a maioria afirmou ser numa entidade pública (n=8), um número mais reduzido dos inquiridos (n=6) afirmou trabalhar numa entidade privada.

No que respeita aos cargos, a maioria era técnico superior (n=5), tendo os restantes inquiridos diversos cargos: Dirigente, Responsável de Projetos, Sócio-gerente, Vereador, Urbanista, Consultor, Coordenador de Estudos e Direção Técnica. Esta variedade de cargos e respetivamente experiências de trabalho é um ponto positivo para este inquérito que iremos analisar mais à frente.

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Questão 3 - Quando questionados sobre se “Acha que a satisfação das partes interessadas / stakeholders deve ser parte dos objetivos na elaboração de um Instrumento de Gestão Territorial?” a maioria respondeu sim (n=13), apenas um inquirido respondeu que não.

Algumas respostas foram mais elaboradas do que apenas “sim”, como podemos constatar:

 “Sim, todavia, tendo por objetivo a conciliação dos vários interesses em presença e salvaguardando a proteção dos recursos naturais”;

 “Sim, sempre coordenada com o interesse público”;

 “Sim (com ponderação)”;

 “Sim, se bem-intencionados”;

 “Sim, se compatíveis com os compromissos dos decisores”;

 “Com certeza que sim”;

 “Sim, incluindo os utilizadores e cidadãos como stakeholders”;

Questão 4 – “Na organização em que desempenha funções sabe indicar se utilizam técnicas e métodos para uma abordagem estruturada de gestão de partes interessadas (stakeholders) durante a elaboração de instrumentos de gestão territorial?” as respostas dividiram-se tendo sete inquiridos dito que “sim” e os restantes (n=7) que não.

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Os inquiridos que responderam “sim”, quando questionados se podiam indicar os métodos e técnicas, elencaram os seguintes:

 “Técnicas de planeamento participativo”;

 “Apenas discussão pública. Por vezes algum trabalho de win win”;

 “Adaptados a cada situação temo como objetivo fulcral o interesse público”;

 “Estabelecimento de canais e regras de comunicação claros e eficientes”;

 “Definição de responsabilidades”;

 “Participação dos interessados ou seus representantes qualificados na definição clara de objetivos”;

 “Informação ordenada sobre os dados recolhidos e sua análise crítica, exposição e discussão das propostas”;

 “Caso se justifique pela dimensão ou complexidade, discussão sectorial”;

 “Reuniões com interessados e reuniões públicas. Exposição pública”;

 “Interação através de reuniões, conversas e inquéritos”;

 “Todas as formas de comunicação”.

Sobre “Quais os benefícios que verifica na abordagem estruturada?” obtivemos as seguintes respostas:

 “Melhores resultados”;

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 “Precisão e clareza na tomada de decisões”;

 “Redução da conflitualidade”;

 “Melhor gestão do objetivo e do seu eventual ajustamento”;

 “O bem comum”;

 “Facilita a avaliação”;

 “Envolvimento ativo dos interesses específicos”;

 “Fazer projetos em conjunto com muitas entidades e pessoas, em todas as fases”;

 “A compreensão possível para as vicissitudes do mau processo de planeamento português”;

 “Melhor qualidade das propostas”;

Na questão seguinte, “Caso não utilize uma abordagem estruturada com aplicação de métodos e técnicas acharia importante aplicar uma abordagem estruturada?”, a maioria (n=9) respondeu sim. Apenas um inquirido respondeu “talvez, só conhecendo os métodos”.

Depois, sobre se “Conhece as boas práticas de gestão de projetos constantes no PMBOK?

a maioria (n=9) respondeu que “não”. Ver gráfico 5.

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Por fim, na última questão, a maioria reconhece que a aplicação das boas práticas e sua aplicação na elaboração de IGT pode trazer benefícios. Houve oito inquiridos a afirmar que

“sim” e um “talvez”, os restantes afirmaram o seguinte:

 “Não sei porque não conheço”;

 “Eventualmente, se bem adaptadas a cada situação concreta”;

 “Boas práticas serão sempre positivas”;

 “Será interessante aprofundar doutrina em trabalhos académicos”.

Em forma de conclusão da análise das respostas dos inquiridos podemos afirmar que através das mesmas foi possível atingir o objetivo proposto com a elaboração do inquérito. Isto porque o principal objetivo de ficar a conhecer se os dirigentes, técnicos e consultores das organizações envolvidas em processos de elaboração de instrumentos de gestão territorial estão familiarizados com as boas práticas de gestão de projetos do guia PMBOK, foi claramente cumprido.

Como indicado o inquérito foi dirigido a municípios, comissões de coordenação e desenvolvimento regionais e empresas privadas de prestação de serviços de consultoria na área de planeamento e ordenamento do território, sendo que se obteve respostas de inquiridos com cargos de Técnico Superior, Dirigente, Responsável de Projetos, Sócio-gerente, Vereador, Urbanista, Consultor, Coordenador de Estudos e Direção Técnica. A maioria dos inquiridos possui o cargo de Técnico Superior (n=5), tendo os restantes inquiridos cargos diversos o que é uma mais-valia para os efeitos do presente inquérito.

Em relação à opinião dos inquiridos acerca da satisfação das partes interessadas como parte dos objetivos na elaboração de um IGT a grande maioria (n=13) respondeu sim, claramente que os inquiridos que trabalham na área de elaboração de IGT denotam, através das suas afirmações, uma importância da satisfação das partes interessadas como objetivo a atingir.

Como podemos verificar a importância dada às partes interessadas pelos inquiridos não se coaduna com a prática, pois pode-se constatar pelas respostas na questão onde foram inquiridos se na organização em que trabalham utilizam técnicas e métodos para uma abordagem estruturada de gestão das partes interessadas, aqui apenas sete dos inquiridos responderam que sim.

É interessante o facto de metade (n=7) dos inquiridos na questão quatro referirem técnicas e métodos para uma abordagem estruturada de gestão das partes interessadas e a maioria (n=9) ter respondido que sim à questão se seria importante aplicar uma abordagem

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estruturada na gestão das partes interessadas. Com base nesta amostra é possível deduzir que os técnicos envolvidos em processos de elaboração de instrumentos de gestão territorial possuem conhecimento de técnicas e métodos para a gestão das partes interessadas o que parece faltar, de forma generalizada, é um conhecimento mais específico de abordagens estruturadas à gestão das mesmas.

De forma a realçar a importância da aplicação das boas práticas PMBOK na administração pública e consequentemente da aplicação de abordagens estruturadas na gestão das partes interessadas, Salvador (2015) adotou para o seu trabalho de investigação as definições de gestão de projetos do guia de boas práticas PMBOK.

Salvador (2015) analisou a implementação do «Licenciamento Zero das atividades económicas - LZ» à escala dos Municípios, onde foi recolhendo os dados na Divisão de Planeamento e Gestão Urbanística, utilizando a organização «Município de Óbidos» como objeto do estudo.

A autora entendia que os se Municípios debatem com um problema principal, um conjunto de obstáculos à implementação da iniciativa do «Licenciamento Zero das atividades económicas - LZ» face à sua realidade. Verificou que é necessário compreender as vantagens da Medida LZ; superar o estágio centralizador de tomada de decisões e formas de intervenção que não levam em conta as estratégias dos envolvidos, nomeadamente as equipas da organização e os cidadãos; implementar, flexibilizar e adaptar instrumentos de gestão disponíveis, à nova realidade da globalização, aos constrangimentos financeiros e da maior exigência por parte dos cidadãos, e considerados, boas práticas mundiais; implementar práticas de responsabilização e avaliação dos resultados obtidos pela gestão pública, baseando-se também em critérios de gestão em vez de somente confiança política.

Salvador (2015) identificou os seguintes obstáculos/problemas que ocorreram na implementação do Programa de Óbidos:

 Falta de decisão da gestão de topo (órgão municipal) na aprovação integral da implementação, nomeadamente: decisão formal (vontade) para a implementação; falta de decisão quanto à aprovação das propostas de regulamentos que implicam o LZ; falta de adesão integral à plataforma; falta de decisão quanto à proposta da estrutura organizacional para a fiscalização;

 Inexistência de uma equipa pluridisciplinar que envolva compromissos – objetivos e prazos definidos – de todos que integram a estrutura da organização;

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 Inexistência de reengenharia de processos, que envolvam as etapas para a implementação da medida LZ;

 Inexistência de competências e ferramentas de gestão como suporte da gestão de topo (políticos) e dos dirigentes do organismo, incluindo interlocutor da medida com a AMA;

 Falta de autonomia na decisão por parte dos dirigentes do organismo;

 Falta de avaliação à satisfação dos cidadãos;

 Falta de avaliação à satisfação da equipa responsável pela implementação;

 Resistência à mudança (falta de decisão, falta de conhecimento e resistência à adoção dos instrumentos necessários para possíveis melhorias.

É possível fazer um paralelismo entre os obstáculos indicados anteriormente e os obstáculos para uma gestão das partes interessadas na elaboração de instrumentos de gestão territorial.

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