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5. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados e Procedimentos de Análise

5.1 Inquérito por questionário

As questões formuladas no âmbito de um inquérito por questionário devem ser diretas e simples, para que o conteúdo seja de fácil compreensão. É ainda importante ter em conta a ordem das questões, e distribuir as perguntas por temas evitando repetições (Ghiglione & Matalon, 2001).

As grandes vantagens da utilização do inquérito por questionário traduzem-se no facto de este permitir a observação das relações ao nível dos sujeitos e a obtenção de informações mais específicas acerca de cada um. Não obstante, uma das suas limitações remete para dificuldades na veracidade nas respostas, uma vez que não há garantia de que os sujeitos sejam absolutamente honestos (possibilidade de influência da desejabilidade social). Por outro lado, ao utilizarmos um inquérito por questionário, estamos a dar possibilidade ao indivíduo de responder aberta e voluntariamente a determinadas questões que se relacionam com um aspeto da sua vida. Outra das limitações do inquérito por questionário é que não permite que o investigador recolha dados diferentes daqueles que constam nas questões listadas no instrumento que aplica aos sujeitos da investigação.

Na presente investigação o inquérito por questionário foi aplicado ao maior número de sujeitos a que tivemos acesso e que concluíram o processo de RVCC na Região Autónoma da Madeira.

62 Com objetivo de compreender o impacto do processo de RVCC, a informação a recolher com os inquéritos por questionário incidiu sobre a caracterização pessoal, agregado familiar, percurso académico, situação profissional, e também sobre opiniões acerca da qualidade do processo.

5.1.1 Descrição do Inquérito por Questionário

Considerando a problemática em estudo, efetuamos uma pesquisa sobre possíveis inquéritos por questionários que se podiam adequar ao objeto de estudo. Neste sentido, encontramos um inquérito por questionário que se adequava à problemática, da autoria de Moreira (2009) (Anexo1).

Trata-se de um inquérito por questionário que privilegia, maioritariamente, questões fechadas. As questões fechadas apresentam vantagens, tanto no momento de codificação como no tratamento de dados, e revelam-se menos dispendiosos. Contudo, podem limitar os interesses do que se pretende investigar, uma vez que acabam por poder omitido algumas variáveis (Fortin, 2000).

O inquérito por questionário utilizado é constituído por um total de 34 questões.

A parte inicial é constituída por uma breve introdução que explica a pertinência do estudo, a importância da colaboração dos inquiridos, bem como a garantia de confidencialidade e anonimato dos mesmos.

O primeiro bloco de questões incide sobre a caracterização do adulto certificado, e pretende reunir informação sobre o sexo, idade, estado civil, número de filhos, concelho de residência, habilitação antes de frequentar o processo de RVCC, habilitação depois frequentar o processo de RVCC e, ainda, ano de entrada e de conclusão no processo de RVCC.

O segundo bloco de questões recai sobre a caracterização familiar do adulto certificado, ambiciona recolher informação sobre as habilitações e profissões dos progenitores e cônjuge/companheiro.

O terceiro bloco de questões incide sobre a caracterização do processo de RVCC, e foca- se, sobretudo: nas razões que levaram à inscrição no processo; na avaliação da duração do RVCC; nos motivos de uma eventual interrupção; no grau de dificuldade; na necessidade de aprofundar outras competências; nas estratégias utilizadas para dar resposta às necessidades do formando; na possibilidade de prosseguimento de estudos após a conclusão do processo; na influência do RVCC na decisão de voltar a estudar; na situação profissional antes iniciar o processo de RVCC e depois de concluir o processo; nas alterações no vencimento; na atual

63 profissão; na importância do processo de RVCC nas mudanças na vida profissional; e na importância que a entidade empregadora atribuí ao diploma de certificação obtido através do processo de RVCC.

A aplicação dos inquéritos por questionários foi realizada de duas formas: presencial e via internet. Na primeira forma o contacto foi feito através da Casa do Povo da Calheta, que nos forneceu alguns contactos de adultos certificados pelo processo de RVCC, após ter falado com os mesmos previamente. Contudo, a amostra era demasiada pequena e pouco credível em termos de investigação. Num segundo momento contactámos o Centro de Novas Oportunidades da Escola Hoteleira da Madeira, e foram-nos cedidos 200 contactos de endereços de correio eletrónico. Com base nesta última listagem, o inquérito por questionário foi partilhado através da plataforma eletrónica “Eval & Go” através de um link eletrónico, por meio do qual os inquiridos responderam ao questionário. A adesão a esta plataforma eletrónica não foi tão boa quanto o esperado, dado que nos deparámos com alguns dos endereços eletrónicos inválidos. Portanto, dos 200 contactos de endereços eletrónicos cedidos apenas 71 responderam, uma percentagem equivalente a 35,5%, atendo que dos 71 só 58 foram contabilizados para o nosso estudo.

5.1.1.1 Análise e Tratamento de dados

Após a fase de recolha de dados, procedemos a construção da base dados e à pré codificação do questionário com o recurso software estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 19.0. Todo este processo da criação da base de dados permitiu a caracterização de cada variável estatística (nominal, métrica, e de escala). Caracterizadas as variáveis e codificadas foram devidamente preenchidas. A base de dados erigida para este efeito é constituída, maioritariamente, por variáveis qualitativas do tipo nominal e ordinal.

Quanto ao tratamento dos dados, optámos por análise de cariz descritivo, com o objetivo de recolher informação sobre a caracterização pessoal, agregado familiar, percurso académico, situação profissional, e também sobre opiniões acerca da qualidade do processo.