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4. A DESQUALIFICAÇÃO SOCIAL E AS FRONTEIRAS MORAIS ENTRE OS POBRES

4.1 O CAMPO DE PESQUISA: o contexto geral e as trilhas percorridas

4.1.2 A inserção no campo

Inicialmente, instalei-me no colégio localizado no bairro A, onde pude observar a rotina dos alunos, das famílias, dos agentes que atuam no chão da escola e da comunidade ao entorno.

30 Até a data da coleta de dados no bairro B, os moradores ainda estavam aguardando a instalação da rede de

energia elétrica no local. Porém, no final de 2017, quando a pesquisa de campo já havia sido concluída, em contato com alguns dos moradores pesquisados, fui informada de que a rede de energia elétrica havia sido instalada no bairro após dois anos de reivindicação junto à prefeitura municipal da cidade.

31 O Aluguel Social é um benefício assistencial administrado pelas prefeituras que possui respaldo legislativo no

âmbito da Lei de nº 8.742/93 (Lei Orgânica da Assistência Social) e do Decreto de nº 6.307/2007, que dispõem sobre os benefícios eventuais criados para atender às necessidades humanas. O benefício visa auxiliar famílias que foram vítimas de grandes catástrofes naturais, ou aquelas que vivem em situações de vulnerabilidade econômica e social (BRASIL, 2018)

Também pude travar diálogos com os profissionais da educação, bem como com os familiares dos alunos e, o mais enriquecedor: pude conversar diretamente com as crianças da escola que também contribuíram com a exposição de suas versões sobre o PBF. Neste momento de observação participante no contexto escolar, contei com a colaboração da diretora e da secretária da escola que se dispuseram a marcar as primeiras entrevistas com as famílias beneficiárias. Com isso, a escola emitiu bilhetes endereçados aos responsáveis por estes alunos, convidando-os a comparecessem ao colégio para tratar sobre o assunto “Bolsa Família”. Quando indaguei à diretora se a mesma achava que as famílias iriam comparecer à escola diante do convite, a secretária sorriu e afirmou: “se o assunto é Bolsa Família, os pais ‘correm’ para a escola por receio de perderem o benefício”.

No momento em que permaneci na escola, a diretora relatou alguns casos relacionados ao PBF, dentre os quais podemos citar o de uma família que, tendo perdido o benefício do Programa, os filhos deixaram de frequentar a escola. tais estórias reafirmam a ideia de que as famílias só manifestam interesse na escola por conta do recurso do Programa, tal como foi verificado no estudo de Oliveira (2015). Por uma lógica ambígua, os profissionais da educação reconhecem que a frequência do alunado beneficiário do PBF é influenciada positivamente pelo recurso do Programa. Entretanto, esta ideia é lida algumas vezes por um viés negativo, na medida em que os responsáveis pela criança ou adolescente, só estariam preocupados com o aspecto financeiro do PBF e não necessariamente com a escolarização de seus filhos. No mais, percebe-se ainda, que alguns profissionais acreditam que a condicionalidade de educação atrelada apenas à frequência escolar, não seria suficiente, devendo, inclusive, incidir sobre o desemprenho do aluno.

Somada a esta leitura sobre as condicionalidades do PBF, outras análises foram feitas em torno do Programa de forma geral. Como exemplo podemos citar a estória história relatada pela diretora da escola A. Esta comentou que chegou a incentivar sua irmã a se inscrever no Programa Bolsa Família, tendo em vista que a mesma estava desempregada. Segundo ela, existiriam pessoas em situações melhores e que recebiam o benefício no município. Com isso, dissemina-se a noção de que existem atores legítimos e ilegítimos de se inserirem no PBF, sendo, a irmã da diretora, legítima neste caso, pois a mesma não teria renda oriunda do trabalho por estar desempregada. Por outra via, a diretora acrescentou ainda tomar ciência de casos em que algumas pessoas deixariam de trabalhar com carteira assinada por receio de perder o benefício do Programa.

Tais elementos são reproduzidos em outros setores, como por exemplo, no posto de saúde do bairro A, onde também realizamos observação participante e firmamos diálogos informais. Inseri-me neste espaço sem dispor de intermediário. Para tanto, adentrei este território, explicando do que se tratava a pesquisa e angariando o apoio de agentes de saúde que lidavam diretamente com as famílias beneficiárias do PBF. Em nossas “conversas”, surgiam comentários que iam ao encontro do que foi identificado no colégio. Sendo assim, para pelo menos quatro agentes de saúde, que foram os que se dispuseram a contribuir com o trabalho, o Programa Bolsa Família seria importante, pois ajudaria muitas famílias. Porém, para estes sujeitos, o Programa não estaria cumprindo, na prática, aquilo ao qual se propõe em seu desenho.

A percepção de que famílias que não precisariam do benefício recebem, em contraposição a famílias que precisariam e que não recebem, é recorrente. Uma das agentes mencionou, inclusive, que acreditava que o Programa gerava o efeito inverso ao que se propõe. Ou seja, para ela, o PBF incentivaria a “irresponsabilidade” das famílias que, visando apenas o dinheiro do benefício, não se importariam de fato com a saúde e a educação dos filhos. Sobre isto, todas as agentes foram enfáticas ao alegarem que deveria haver uma fiscalização mais incisiva sobre os requerentes do benefício, pois para as mesmas, uma boa parte dos beneficiários seria composta por pessoas que não necessitam estar no Programa. E mais, as agentes de saúde afirmam veementemente conhecerem beneficiários do PBF que desfrutam de bens materiais que vão contra o atestado de “necessidade” que as mesmas acreditam garantir a legitimidade para acessar ao Programa, como: carro, aluguel de casa, etc.

Isso demonstra que, parte dos agentes institucionais pesquisados atua a partir de uma relativa autonomia interpretativa estabelecendo classificações hierárquicas sobre os próprios pobres. Assim, enquanto os critérios de recrutamento do Programa estipulam um valor monetário universal definindo pobreza e extrema pobreza, os operadores do PBF no município acabam se orientando também pelas manifestações do consumo de bens e serviços, que correspondem aos juízos de valores ancorados nos padrões morais destes atores.

Neste panorama, para os responsáveis por realizar o acompanhamento da condicionalidade de saúde do PBF no referido bairro e no território limítrofe, “cada caso, seria um caso”. Logo, para enquadramento no Programa, estes agentes estimulam a proposta de que a pessoa deveria fazer prova, não somente de sua “precisão” material, mas também de sua “riqueza de espírito”, para utilizar os termos de Bezerra (2015). Ou seja, a inclusão no PBF precisaria ser tratada de forma individualizada, voltada não tão somente para critérios objetivos

como a renda. Dito de outra forma, segundo as agentes de saúde, às vezes, as pessoas trabalham, mas a renda não é suficiente para suprir as despesas essenciais da família. O que aponta, em alguma medida, para uma interpretação de que, os que “batalham”, seriam considerados os “verdadeiros beneficiários”, ou seja, aqueles que não se “aproveitam” da assistência. Seguindo a classificação moral estabelecida neste aspecto, o “bom beneficiário” seria o que utiliza o benefício como um complemento da renda proveniente do que se entende como fonte da dignidade humana: o trabalho.

Neste caso, não se rejeita que alguém que “trabalhe” receba o benefício de um Programa. Pelo contrário, legitima-se, inclusive, que um “trabalhador” que não consegue arcar com as despesas inerentes à reprodução familiar por força das circunstâncias, seja atendido por meio do PBF. Ou seja, aceita-se a condição de beneficiário de um Programa de transferência de renda, desde que não se adote a postura indicativa de uma “pobreza de espírito”, que é quando a pessoa não dá indícios suficientes de sua “força de vontade” para superar sua condição de necessidade extrema. Nesse ambiente, pode-se dizer que exige-se dos beneficiários uma disciplina moral, seja através da correção de posturas, seja mediante o lançamento de projeções de saída da pobreza.

No mais, o sentimento de “desconfiança” impera entre estes agentes que acreditam que as pessoas possam vir a atuar com má fé para conseguirem um benefício assistencial. Logo, constata-se a disseminação de críticas em torno do fato do Cadastro Único ser composto por informações declaratórias, indicando não haver comprovação da veracidade das informações prestadas. Isso levou uma das agentes a mencionar que da forma como o Programa está organizado, não seria interessante mantê-lo. Sobre isto, a mesma acrescentou que, dado o majoritário campo de trabalho informal, muitos subestimariam suas rendas no intuito de conseguirem se enquadrar no critério de elegibilidade do PBF. Como exemplo, a mesma destaca as omissões de algumas mulheres que não relatavam a situação de coabitação com seus companheiros, no intuito de “esconderem” a renda dos mesmos.

Os casos ilustrados por muitos dos interlocutores da pesquisa estão respaldados por exemplos que os mesmos atestam conhecer de perto. São episódios isolados, mas que representam o que esta população já tem como “verdade”. Isso porque, os atores estão predispostos a interpretar a realidade por meio de suas concepções e valores morais. Logo, a própria concepção de pobreza destes sujeitos é o que vai, muitas das vezes, direcionar a forma como concebem o Programa e seus beneficiários. Sendo assim, um exemplo negativo é

suficiente para “comprovar” as ideias pré-definidas destes agentes no que tange ao PBF e ao público-alvo deste.

No que tange ao conceito de pobreza que envolve estes agentes, pode-se dizer que esteja amparado pela dupla pobreza: a material e a de espírito (BEZERRA, 2015). Assim, para eles, esta condição está ligada à não ostentação de bens materiais como casa, carro, ou ainda, relacionada à falta de alimentação, ou seja, elementos estes que representam a situação de necessidade que acomete o reconhecidamente como pobre, que tem relação com a renda auferida pelos sujeitos. Em outros termos, para ser pobre é preciso carregar as insígnias morais que ocupam o imaginário da população pesquisada: passar fome, não ter casa, não possuir carro, não acessar serviços privados, ter muitos filhos, etc. Para muitos dos agentes institucionais pesquisados, em Carmo esta versão da pobreza não é “comum”, logo, não haveria no Município um quantitativo expressivo de atores legítimos aos critérios de elegibilidade do Programa. Sobre isso, uma parte dos agentes de saúde afirmou, inclusive, que alguns dos beneficiários do PBF, ainda quando inseridos no mercado informal, tinham acesso a uma renda superior à que os próprios agentes recebiam em termos de remuneração. Um, inclusive, relatou ter se cadastrado para o recebimento do PBF, mas alegou não ter conseguido em virtude de sua renda ultrapassar o valor estipulado pelo Programa.

Na ausência de um público “autêntico” a receber o benefício do Programa no Município, a desqualificação social (PAUGAM, 2003) é direcionada aos considerados “manipuladores” da assistência social. O que de certa forma ganha sustentação, ao mesmo tempo em que é alimentado pelas figurações públicas negativadas em torno do Programa, disseminadas pela grande mídia32, e reproduzidas em nosso meio como foi discutido anteriormente, em especial, no capítulo terceiro desta tese que tratou especificamente sobre a percepção do brasileiro acerca da pobreza e da desigualdade no Brasil, com foco no PBF (LAVINAS, 2014).

Por outro lado, percebe-se que, ainda quando a pobreza material é reconhecida entre os agentes de saúde, o direcionamento destes atores gira em torno da concepção de pobreza que ocupa os últimos escalões da hierarquia moral para os mesmos. Ou seja, neste plano, a desqualificação social (PAUGAM, 2003) encontraria respaldo evidente ainda na chamada pobreza de espírito (BEZERRA, 2015). Logo, acomodar-se à situação de privação material, bem como sujeitar-se à condição de “dependente” do Estado ou de outrem, são consideradas

32 Para uma melhor compreensão das figurações públicas negativadas em torno do PBF disseminadas pela grande

situações aviltantes, pois vão de encontro aos valores morais consoantes à identidade moderna (TAYLOR, 2013), além de ir contra o código de reciprocidade que permeia o itinerário moral das camadas populares (SARTI, 1994).

No mais, este debate abriu margem para refletir sobre quem seria o público legítimo a receber o benefício do Programa para os agentes institucionais da saúde investigados. A princípio, algumas alegaram que “trabalhar” deveria ser requisito para a inserção no PBF. Assim, a própria agente de saúde que não foi contemplada com o benefício assistencial, por exemplo, destacou que, enquanto a mesma trabalhava e precisava do recurso para complementar sua renda, pois teria um gasto grande tendo em vista a condição de deficiência de sua filha; pessoas que não trabalhavam estariam recebendo o Bolsa Família “sem qualquer esforço”. Ao lado disso, outra agente, em tom de quase ironia, destacou que se eu quisesse saber quem era beneficiário do PBF, era só eu “passear” pelo bairro. Ou seja, as pessoas que eu visse “do lado de fora de casa, nas calçadas”, “conversando”, “na casa das vizinhas”, ou em termos grosseiros, “à toa” ou “nos botequins”, seriam as que recebem o benefício.

Com isso, a crítica ganhou proporção abarcando inclusive algumas famílias ditas “aproveitadoras”, na medida em que suas crianças ficavam na creche do bairro. A lógica era a seguinte: já que as famílias, e mais especificamente, as mães recebem o recurso do Programa, e “nada fazem”, ou seja, “não trabalham”, o mínimo que deveriam fazer era cuidar de seus filhos em tempo integral. Por outro lado, a leitura que as agentes de saúde faziam era de que, as mães que “trabalhavam” ou as que, por precisarem cuidar dos filhos não podiam trabalhar, estas sim estariam no interior de suas residências, cuidando do lar, limpando a casa, ou seja, estariam ocupadas em seus afazeres domésticos, cumprindo o papel social delegado a elas e assim, corroborando os valores morais de “boa mãe” e de “boa dona de casa”, que servem como justificativa para a condição de beneficiária de um Programa de transferência de renda como o PBF.

A relação que os profissionais pesquisados fazem do PBF com o “trabalho” é quase instantânea. Com isso, foi recorrente a percepção de que era necessário que o Programa promovesse cursos, ou que buscassem inserir os beneficiários no mercado de trabalho, fazendo menção as tão procuradas “portas de saída”. Por outra via, para as agentes de saúde, ainda, a fiscalização deveria ser mais rígida e as condicionalidades, mais variáveis. Por exemplo: além da condição de manutenção da frequência escolar, estes profissionais acreditam que a condicionalidade deveria incidir ainda sobre o desempenho dos alunos.

No que tange a condicionalidade de saúde, as agentes mencionam o fato delas terem que se deslocar até as famílias que não se “importam” em ir ao posto de saúde, sendo que esta já é uma obrigação moral daquelas. Como crítica a este aspecto, uma das agentes relatou que por vezes chega na casa de um agente beneficiário e o encontra “com a cara inchada de dormir”. E acrescenta: “só levantam da cama porque a gente chamou”. Para finalizar, esta mesma profissional destaca que hoje as pessoas ficam “dependentes” e afirma que “não querem trabalhar mais”.

Convém mencionar que não foi possível acompanhar as agentes de saúde em suas visitas às famílias beneficiárias, tampouco as mesmas sentiram-se à vontade em ajudar-me a abordar as famílias em suas residências. O motivo foi explicado por uma das profissionais pesquisadas que menciona o fato dos beneficiários apresentarem reações “agressivas” a estas ações. Segundo algumas das agentes de saúde, os beneficiários acabam associando, muitas das vezes, os possíveis bloqueios ou cancelamento dos benefícios, com os procedimentos dos profissionais da saúde. Motivo que já levou beneficiários a recusarem a visita do agente.

Diante do exposto, podemos imaginar que abordar as famílias em suas casas seria “arriscado”, tendo em vista esta associação que as mesmas fazem das visitas institucionais com as implicações no benefício. A confiança dos interlocutores no pesquisador é muito importante, na medida em que qualquer correlação que os mesmos pudessem vir a fazer entre o pesquisador e um “agente institucional”, poderia vir a afetar a pesquisa. Logo, era imprescindível romper com qualquer ideia de que eu era um profissional à “serviço do Bolsa Família”, pois isso poderia comprometer a fidedignidade das informações coletadas, posto que os sujeitos tenderiam a agir de forma pré-reflexiva seja em prol de manter-se no Programa; ou repelindo uma aproximação ao seu universo simbólico.

Importante mencionar que essa “desconfiança” - que de certa forma eu tentei minimizar no decorrer da pesquisa - relatada pelos profissionais da saúde, bem como eu mesma pude constatar em minhas abordagens às famílias, pode ter a ver, com ao menos dois fatores. Primeiramente, pode-se dizer que haja um certo desconforto que perpassa a interação dos beneficiários com os profissionais que trabalham na gestão do PBF, nutrido por meio de preconceitos e julgamentos morais, que corroboram situações de constrangimento que incidem em práticas discriminatórias para com os beneficiários. Nesse sentido, além do controle social ser expresso por vias formais mediante o acompanhamento das condicionalidades do PBF, e dos mecanismos de fiscalização como a visita domiciliar; existem ainda as vias informais de controle, que induz a um processo classificatório moral, tornando pública a imagem negativa

do beneficiário. Esta concepção socialmente negativada a que a população beneficiária está sujeita, disseminada pelos diversos agentes institucionais que se relaciona de alguma forma com ela, implica no desenvolvimento de diversas categorias valorativas sobre a figura do pobre beneficiário, tais como: “gastam dinheiro bebida”, “são acomodados”, “são preguiçosos”, “gostam de dinheiro fácil” etc. Com isso podemos sintetizar que os beneficiários sofrem uma vigília frequente tanto das instituições sociais que dialogam com o Programa, tai como escola, agência bancária, CRAS e posto de saúde, bem como da própria vizinhança, englobando neste mote, os não beneficiários e, ainda, os próprios beneficiários.

Já o segundo aspecto que tem a ver com a “desconfiança” dos beneficiários em sua relação como os profissionais das áreas a que o PBF está relacionado, diz respeito à atual conjuntura que atravessa o Programa. Sobre isto, constatou-se um corte de grande proporção no número de beneficiários do PBF no município entre, principalmente, 2016 e 2017, segundo a coordenadora do Programa. Tratou-se, como a mesma apontou, de uma “operação pente fino” em que os profissionais da Assistência Social fizeram uma varredura para identificar, e assim, desligar as famílias fora do perfil do Programa. Sobre estas questões, os contatos estabelecidos bem como a observação participante realizada no CRAS que atende os beneficiários do PBF foram essenciais.

Em minhas visitas ao CRAS, fiz contato com a atual coordenadora do Programa, de 27 anos, formada em Administração, ocupante do cargo há pouco mais de 01 ano. Esta, trabalha na prefeitura há pelo menos 02 anos, e antes da coordenação atuava na parte de contabilidade. Como eu já a conhecia, não houve grandes entraves para inserir-me neste espaço. A relação de proximidade possibilitou-me ainda um aprofundamento neste universo no qual eu pude participar, inclusive, das intervenções e dos atendimentos realizados pela coordenadora.

Em conversa informal, a mesma relatou que considerava a “operação pente fino” um aspecto positivo da gestão do PBF, pois não haveria mais tolerância com relação às pessoas que recebem o benefício, mas que não precisam dele. Nesta direção, destaca-se a importância que a profissional delega a uma fiscalização mais incisiva por parte do Estado, ressaltando como necessária a institucionalização sistemática da visita domiciliar como mecanismo de checagem das informações prestadas pelos candidatos e/ou beneficiários do PBF. Neste ponto, convém acrescentar que não se percebe na fala dos atores institucionais contatados até aqui, uma concepção da visita domiciliar como mecanismo que corrobora a melhor compreensão das

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