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Capítulo II Projeto de Investigação-Ação

2. O projeto de intervenção educativa

2.1. Inserção curricular da temática

O projeto de intervenção educativa que tinha como tema “SDL com o Quadro Interativo Multimédia”, pretendeu numa turma do pré-escolar fazer a SDL através do jogo recorrendo ao QIM e a materiais manipuláveis, no sentido de se saber qual dos processos apresentava mais vantagens. Desejávamos, ainda, verificar se o uso do QIM motivava as crianças conduzindo à sua participação ativa nas atividades.

Ao analisar as OCEPE e as Metas de Aprendizagem para a Educação Pré-Escolar relativas à Formação Pessoal e Social e às Tecnologias de Informação e Comunicação, por se tratar de documentos orientadores da prática no JI, verificámos que o nosso tema era pertinente. O quadro II condensa as informações recolhidas nestes documentos:

Metas de Aprendizagem OCEPE

F o rma çã o P ess o a l e So cia l

Meta Final 1) (…) identifica as suas características individuais, manifestando um sentimento positivo de identidade e tendo consciência de algumas das suas capacidades e dificuldades.

Meta Final 26) (…) manifesta respeito pelas necessidades, sentimentos, opiniões, culturas e

Educação para os valores

A criança inicia a seu desenvolvimento pessoal e social com a família e com o meio sociocultural em que vive. A educação pré-escolar constitui um contexto mais alargado uma vez que permite que a criança interaja com adultos e crianças com valores diferentes. Ao proporcionar à criança estas interações estamos a impulsionar o seu

valores dos outros (crianças e adultos), esperando que respeitem os seus.

Meta Final 29) (…) reconhece a diversidade de características e hábitos de outras pessoas e grupos, manifestando respeito por crianças e adultos, independentemente de diferenças físicas, de capacidades, de género, etnia, cultura, religião ou outras.

Meta Final 30) (…) reconhece que as diferenças contribuem para o enriquecimento da vida em sociedade, identificando esses contributos em situações do quotidiano.

desenvolvimento, uma vez que vai aprendendo a tomar consciência de si e do outro (p.52).

Consciência de diferentes valores

“Interagir com o outro, que é diferente, permite tomar consciência de si próprio em relação ao outro.” (p.54)

Desenvolvimento da identidade

“O desenvolvimento da identidade passa pelo reconhecimento das características individuais e pela compreensão das capacidades e limitações próprias de cada um, quaisquer que elas sejam.” (p.54)

Educação multicultural

“A aceitação da diferença sexual, social e étnica é facilitadora da igualdade de oportunidades num processo educativo que respeita diferentes maneiras de ser e saber, para dar sentido à aquisição de novos saberes e culturas.” (p.54)

T ec no lo g ia s da I nfo rma çã o e Co mu nica çã

o Meta Final 1) (…) explora livremente jogos e

outras atividades lúdicas.

Meta Final 4) (…) identifica as tecnologias como meios que favorecem a comunicação e o fortalecimento de relações de reciprocidade com outras pessoas (família/escola; comunidade/escola; escola/escola).

Meta Final 8) (…) participa na definição de regras, comportamentos e atitudes a adotar relativamente ao uso dos equipamentos e ferramentas digitais, incluindo regras de respeito pelo trabalho dos outros.

Meios audiovisuais

“Os registos audiovisuais são meios de expressão individual e colectiva e também meios de transmissão do saber e da cultura que a criança vê como lúdicos e aceita com prazer.” (p.72)

Meios informáticos

“A utilização dos meios informáticos, a partir da educação pré-escolar, pode ser desencadeadora de variadas situações de aprendizagem, permitindo a sensibilização a um outro código, o código informático, cada vez mais necessário.” (p.72)

Sensibilização a uma língua estrangeira

“A multiplicidade de códigos pode ainda referir-se à existência de diferentes línguas, não se excluindo a sensibilização a uma língua estrangeira na educação pré-escolar, sobretudo se esta tem um sentido para as crianças, contactos com crianças de outros países, por conhecimento directo ou correspondência, e assume um carácter lúdico e informal.” (p.73)

As OCEPE apresentam como princípio geral que “a educação pré-escolar é a primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita relação, favorecendo a formação e o desenvolvimento equilibrado da criança, tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário” (Ministério da Educação, 1997, p. 15). Consideramos este princípio geral muito importante e ligado à nossa temática uma vez que ao pretender fazer a SDL se promove o desenvolvimento de atitudes positivas de aceitação face à diversidade linguística e cultural e de reconhecimento da igualdade das diferentes línguas e culturas existentes como fazendo parte do património de toda a humanidade. Ao desenvolver este sentido de respeito e aceitação da diferença nas crianças estamos a fornecer- lhes ferramentas necessárias para a sua inserção na sociedade, contribuindo para uma melhor convivência e compreensão entre todos. Desde cedo a criança deve perceber que há coisas certas e aceitáveis e outras que não se podem tolerar, que não deve sujeitar os outros a nada que a pudesse magoar. O Ministério da Educação é bem claro quando refere “é nos contextos sociais em que vive, nas relações e interações com os outros, que a criança vai interiormente construindo referências que lhe permitem compreender o que está certo e errado, o que pode ou não pode fazer, os direitos e deveres para consigo e para com os outros” (1997, p. 51).

Além de desenvolver nas crianças o respeito pela tolerância e aceitação da diferença procurámos proporcionar experiências enriquecedoras, abrindo portas para a aquisição de novos conhecimentos e centros de interesse.

Em síntese, pretendemos que a nossa intervenção fosse integrada no plano curricular previsto para as crianças e que respeitasse os princípios que atrás indicámos e que são preconizados pelas OCEPE e as Metas de Aprendizagem para a Educação Pré-Escolar.

Educação para os media

“A atitude crítica face aos meios audiovisuais e nomeadamente à televisão pode ser iniciada na educação pré-escolar pelo questionamento da influência televisiva nas crianças, pela visualização de programas gravados e cuidadosamente selecionados que serão debatidos em conjunto pelo educador e pelas crianças.” (p.72)

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