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Segundo Granovetter, citado em Crespo (2007), existe uma forte dependência dos indivíduos em relação a seus contatos pessoais para obter informações sobre oportunidades de mudança de ocupação. Para o autor, o tamanho da rede da qual o indivíduo faz parte é extremamente importante, aumentando a possibilidade de obter novas oportunidades, reconhecimento, status e melhoria salarial.

Granovetter, apud Crespo (2007), pesquisou o método pelo qual os indivíduos arranjavam uma ocupação, a estrutura e a extensão da rede e o grau de envolvimento que o indivíduo possuía com quem o ajudou a conseguir a ocupação. A pesquisa comprovou que quanto mais extensa a rede de contatos, maior a chance de o indivíduo conseguir informações relevantes para seu objetivo. Isso ocorreu quando a rede não estava restrita apenas a parentes e amigos. A pesquisa do autor foi confirmada em recente pesquisa da DBM do Brasil (2006), multinacional líder mundial em programas de transição de carreiras, que provou o quanto ter uma boa rede de relacionamentos pode contar pontos na hora de conseguir uma nova colocação no mercado de trabalho: dos profissionais entrevistados que encontraram uma recolocação, 70% foram ajudados pelas redes de contatos que possuíam. Outros 15%, por conta de empresas especializadas em recolocação profissional; 12% por meio de headhunting; 2% por métodos tradicionais (envio de currículos); e apenas 1% via internet, conforme mostra a FIG. 6 a seguir:

Meios tradicionais Internet Redes Interpessoais Empresas de recolocação "Headhuntin g"

Segundo Brass, Butterfield e Skagss, citados em Crespo (2007), o contexto social pode afetar as características individuais, tais como atitudes e valores éticos. Desse modo, podemos afirmar que as redes interpessoais exercem grande influência sobre o comportamento do indivíduo, além de auxiliá-lo a se inserir no mercado de trabalho.

Segundo Sluzki (1997), citado por Crespo (2007), a rede social interpessoal pode ser definida como a soma de todas as relações que o indivíduo percebe como significativas, conforme pode ser visto na FIG. 7 a seguir.

FIGURA 6 – Inserção no mercado

FIGURA 7 – Mapa de Redes

Fonte: SLUZKI, 1997, apud CRESPO, 2007.

Redes de relacionamentos ou redes sociais caracterizam-se por apresentar laços entre pessoas, representando os relacionamentos entre si, com o intuito de criar novas amizades e compartilhar informações (TOMAÉL; MARTELETO, 2006).

Segundo Granovetter (1973), citado em Recuero (2004), os laços sociais encontrados em uma rede podem ser fortes e fracos. Os laços fortes são conexões diretas, ou seja, pessoas mais próximas, como membros da família ou amigos próximos. Desta forma, laços fortes se caracterizam pela intimidade e proximidade das pessoas. Já os laços fracos, segundo Granovetter (1973), apud Recuero (2004) seriam as conexões intermediárias, nas quais a relação entre duas

Relações pessoais com menor grau de compromisso

Relações íntimas

pessoas dependeria de um intermediário, como se fosse um “amigo de amigo”. Com isto, laços fracos se caracterizam por não representar proximidade e intimidade em uma rede. A FIG. 8 representa um exemplo de laços fortes e fracos, respectivamente:

FIGURA 8 - Exemplo de Rede Sociais de laços fortes e fracos.

Fonte: GRANOVETTER, 1973, apud RECUERO, 2004.

Percebe-se, na FIG. 8, que em laços fortes todos são amigos próximos; já em laços fracos, observa-se que algumas pessoas não estabelecem um vínculo direto, mas relacionam-se com a ajuda de um intermediário.

Com a experiência de Granovetter, descobriu-se que, em uma rede, os laços fracos seriam mais importantes que os laços fortes, pois estes representam o “mundo pequeno” em que as pessoas vivem, de forma que, por meio de contatos de “amigos de amigos” consegue-se melhorar a comunicação em uma rede social (RECUERO, 2004).

Em uma rede de relacionamento, pode-se verificar a existência de dois tipos de interações: a interação mútua e a reativa (RECUERO, 2004). De acordo com Primo (2003), a interação mútua consiste em participação ativa do usuário, de forma que a comunicação seja recíproca. Um exemplo desse tipo de interação pode ser verificado em comunidades, quando o usuário cria um tópico e pessoas respondem àquele tópico. Já a interação reativa, segundo Primo (2003), “trata-se de reação, de seleção entre alternativas e não de criação compartilhada ou diálogo livre e

emergente”. Um exemplo deste tipo de interação é quando o usuário solicita a outro usuário que esse seja seu amigo, ou seja, um pedido de amizade, que pode ser aceito ou negado.

Assim como as redes pessoais, interpessoais, suas competências e habilidades podem ajudar o profissional a se inserir no mercado de trabalho, o conhecimento técnico é também uma competência profissional essencial.

De acordo com Lima (2007), hoje há estudos que indicam sete competências essenciais para a gestão de sua carreira. Estes estudos comprovam que existem diversos traços de personalidade e comportamentos em comum que diferenciam os profissionais de sucesso dos demais profissionais. Partes destas competências são naturalmente adquiridas ao longo de experiências de vida, e outras são forjadas pela necessidade de sobressair no mercado de trabalho. A seguir, estão as sete competências que Lima (2007) acredita serem relevantes para a gestão de qualquer carreira de sucesso:

Auto-motivação – é a capacidade de se motivar continuamente, independente das situações adversas ou contratempos que possam ocorrer em suas vidas. Hoje, é mais importante para as empresas haver profissionais que se motivam sozinhos, independentemente de qualquer bônus no salário, encorajamento dos superiores ou de palestra motivacionais;

Humor – é a arte de gerenciar o próprio estado de espírito, para enfrentar o trabalho do dia-a-dia e a vida pessoal, mantendo harmonia interior e alegria de viver;

Produção de conhecimentos – capacidade de crescer profissionalmente, adquirindo conhecimentos relativos à profissão, e que sejam relevantes para a organização em que trabalha, como também para sua carreira em particular;

Liderança – capacidade de dirigir pessoas e tirar o melhor delas, levando-as a serem competentes e motivadas por trabalharem em equipe;

Relacionamento interpessoal – capacidade de se comunicar com as pessoas em geral de forma eficaz, fazer amigos e influenciar pessoas - poder de persuasão;

Criatividade – capacidade de criar e perceber coisas novas, gerar novas maneiras de fazer tarefas, e reinventar métodos, produtos, formas de trabalhar;

Capacidade de sonhar – exercício de imaginar coisas impossíveis e criar condições para realizá- las. Fazer o impossível tornar-se realidade pela imaginação, pela persistência e pela fé.

Ainda de acordo com Lima (2007), evidentemente existem outras qualidades necessárias ao desenvolvimento de uma carreira, como também outras habilidades, em um profissional, que seriam importantes para as organizações, mas estas sete competências certamente terão um peso fundamental para projetar uma carreira de sucesso.

Lima (2007) faz os seguintes questionamentos:

- Como liderar pessoas se você não souber se relacionar com elas, não souber persuadi-las a fazer as tarefas difíceis? Segundo ele, para criar o novo, é preciso atitude, é preciso sonhar, é preciso imaginação. Todavia, será necessário persuadir a equipe e conquistar aliados para as novas idéias. - Como exigir atitude e criatividade das pessoas dentro da organização, se você mesmo não é criativo, vive num estado de acomodação pessoal e profissional?

- Como motivar as pessoas dentro da empresa se você mesmo precisa ser constantemente motivado?

- Como manter a organização num ambiente agradável, se você é o primeiro a perder o bom humor frente à menor dificuldade?

Segundo Lima (2007), a conclusão a que se chega é a seguinte: os bons profissionais são importantes para as empresas; os profissionais competentes são fundamentais para o sucesso de qualquer organização; mas os líderes eficazes, sonhadores, motivados e bem humorados são absolutamente imprescindíveis em qualquer forma de organização empresarial.