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Esta investigação integra a pesquisa multicêntrica “Arbocontrol: gestão da informação, educação e comunicação no controle das arboviroses dengue, Zika e chikungunya” realizada pela Faculdade de Ciências da Saúde, o Núcleo de Estudos de Saúde Pública (Nesp) do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam) e do Laboratório de Educação, Informação e Comunicação em Saúde (ECoS) da Universidade de Brasília (UnB).

O projeto em que se insere tem por objetivos: (i) avaliação nacional das estratégias de educação, informação e comunicação, produzidas pelo Ministério da Saúde no controle do vetor Aedes aegypti e das arboviroses dengue, Zika e chikungunya; (ii) tradução do conhecimento para a tomada de decisão por gestores, cientistas e a população em geral, visando a sustentabilidade das estratégias promotoras de saúde. Trata-se de um estudo de múltiplos casos, que opera com metodologias ativas e inclusivas, valorizando os princípios da aproximação significativa em redes sociais humanas.

Integra o subprojeto “Gestão da informação, educação e comunicação no controle das arboviroses dengue, Zika e chikungunya”, que tem como um de seus objetivos conhecer as atividades e práticas realizadas em relação as ações de informação, educação e Comunicação em Saúde nos serviços da Atenção Básica de Saúde (ABS). Responde à meta no 11: “Analisar modelos de recepção e mediação de mensagens visando a identificação de estratégias para publicização das atividades inerentes ao projeto e os processos de educação, informação e comunicação”.

Essa dissertação analisa resultados de três fontes distintas. A primeira, a partir da busca por vídeos produzidos e veiculados pelo Ministério da Saúde no portal da pasta ministerial, tendo como marco temporal o ano de surgimento da chikungunya, 2014 até 2017, últimos filmes publicados na data da coleta dos dados. Foram localizadas e coletadas campanhas sobre a temática a partir de 2013 e chegou-se a uma página denominada “Prevenção e combate: Dengue, Chikungunya e Zika”, no endereço “combateaedes.saude.gov.br”. No site localizou-se a playlist “Combate

Aedes”, com um total de 198 itens, sendo o primeiro de novembro de 2015 e o último

de dezembro de 2017, o Youtube.

Fez-se o download de todo material que, por sua vez, foi sistematizado em uma matriz, registrando-se informações sobre: número na playlist; título; endereço na

internet (link); data de publicação; tempo de duração; visualizações; fontes; e descrições. A playlist continha oito repetidos, optando-se pela exclusão dos mais recentes, restando 190 vídeos. Realizou-se a categorização dos materiais segundo

objetivo, formato e conteúdo em: informativos, educativos e campanhistas. Essa categorização emergiu da leitura flutuante e análise preliminar do conteúdo dos vídeos. Mais à frente, a categorização das rodas de conversa deu-se a partir dos temas do roteiro. Desse modo, adotou-se categorias mistas para a análise dos dados (LAVILLE e DIONE, 1999).

Os vídeos foram codificados em VI000; VE000 e VC000, em que ‘V’

corresponde a vídeo, ‘I’, ‘E’ ou ‘C’, à categoria e, ‘000’ ao número na planilha de referência e lista de transcrições (Apêndices A e B). Por fim, fez-se a conferência se todas as campanhas disponibilizadas no site do Ministério da Saúde estavam no banco de dados, incluindo-se as que faltavam e excluindo as repetidas. Neste caso, o

critério de exclusão foi os que continham as menores visualizações, chegando-se

ao total de 199 vídeos.

Após a análise preliminar dos vídeos, foi utilizada a segunda fonte, que observou as lacunas e questionamentos que somente a gestão seria capaz de responder. Desse modo, realizou-se uma entrevista em profundidade com

profissional da gestão da comunicação do Ministério da Saúde. O material foi transcrito (Apêndice C) que será identificada com ‘IC’ (informante-chave), ao final dos trechos destacados. Solicitou-se ainda, acesso a dados sobre gastos da pasta ministerial via Sistema de Informação ao Cidadão (Anexo A).

Em terceiro, a última fonte se deu por meio de rodas de conversa em quatro municípios de diferentes regiões do Brasil, selecionados por meio de metodologia própria ao Projeto Arbocontrol. Além da conveniência quanto à localização, porte populacional e facilidade de deslocamento, foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: localização urbana segundo a Classificação e Caracterização dos Espaços

Rurais e Urbanos do Brasil (IBGE, 2017); participação no Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) nos anos de 2016 e 2017; e adesão do município ao Programa Saúde na Escola (PSE). Estas foram transcritas (Apêndice D) e os trechos utilizados serão identificados com RCV, RCJ, RCA e RCC, em que RC referem-se à roda de conversa e V, J, A e C a Vilhena-RO, João Pessoa-JP, Anápolis- GO e Cascavel-PR, nesta ordem.

A amostra total do projeto Arbocontrol foi composta por 15 municípios

brasileiros (Mapa 1). Esta dissertação analisa, especificamente, dados dos municípios de: Vilhena-Rondônia; João Pessoa-Paraíba; Anápolis-Goiás; e, Cascavel-Paraná, das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, respectivamente (Mapa 2). Estes, foram os primeiros a viabilizarem a entrada dos pesquisadores nos serviços de saúde, possibilitando a realização da pesquisa de campo. Os dados

foram coletados no período de abril a junho de 2018, pela equipe de pesquisadores e bolsistas do ECoS.

Os participantes das rodas de conversa foram incluídos conforme os

seguintes critérios: adultos; moradores dos municípios selecionados; responsáveis

pela casa; de ambos os sexos; idades variadas, maiores de 18 anos de idade. Excluiu- se: conselheiros de saúde, professores e profissionais de saúde, pois nas pré- testagens de roteiros, observou-se que tais atores acabavam monopolizando os diálogos, influenciando ou silenciando os demais participantes. Utilizou-se lideranças comunitárias, comunidade em geral, estudantes, donas de casa, representantes religiosos, sociais, desportivos ou outros atores estratégicos à mobilização social municipal para o recrutamento desses participantes.

Mapa 2 – Distribuição dos municípios incluídos na análise desta pesquisa.